O PATRIMÔNIO INDUSTRIAL DE PERNAMBUCO: A CIDADE CONTEMPORÂNEA E OS ESPAÇOS DESINDUSTRIALIZADOS
Pernambuco. Indústria Têxtil. Patrimônio Industrial. Modernização.
A instalação de grandes indústrias era acompanhada da criação de estruturas próprias, e da construção de vida social entrelaçada ao cotidiano fabril. A industrialização de Pernambuco do século XIX e inícios do XX está entrelaçada às reformulações das capitais do Brasil buscando a modernização. Atualmente, as metrópoles experimentam uma restruturação produtiva, e uma desconcentração industrial. Esses processos impactam profundamente o tecido urbano constituído pelas estruturas produtivas que foram consolidadas ao longo do século XX. No Brasil, a reestruturação, que já vinha acontecendo nas décadas finais deste período, intensificou-se na década de 1990. A presente pesquisa visa contribuir com as discussões acerca do patrimônio industrial. Propõe-se analisar o lugar ocupado por remanescentes da indústria têxtil no espaço urbano da Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Através da análise de ações de políticas públicas culturais sobre vestígios de quatro indústrias relevantes para a atividade industrial em Pernambuco durante o século XX, pretende-se investigar a abordagem empreendida na proteção legal e preservação dos bens materiais, as dificuldades e os desafios na valoração desses bens, e os percalços para a reutilização desses espaços inserindo-os na reestruturação urbana atual. Dessa forma, o presente trabalho analisa diferentes aspectos da relação das fábricas e núcleos industriais da Companhia de Tecidos Paulista, da Fábrica da Macaxeira, Fábrica Tacaruna e da Fábrica da Torre com as áreas onde estão inseridas, desde seu papel como estruturador do espaço urbano, à construção social e cultural dos lugares, e à relação de seus vestígios com a memória da indústria, do trabalho e das cidades.