FORTUNAS E CRÉDITO NA PARAÍBA OITOCENTISTA: O Caso de Mamanguape (1854-1870)
Crédito, inventários post mortem, fortunas.
As relações de crédito que se formaram no Segundo Reinado na ausência de Casas Bancárias é o tema de discussão dessa pesquisa, no período de 1854-1870. Trata-se de uma abordagem sobre a economia de Mamanguape e suas implicações na sociedade local, tendo como fonte principal os inventários post-mortem. Serão analisadas as fortunas locais e os envolvimentos nas relações de poder e na economia de abastecimento. Mamanguape foi, nesse período, uma região com escassez de recursos materiais. Entretanto, as relações comerciais que se estendiam para a Província de Pernambuco indicam uma importância local e reverberam em um modelo de sociedade agrária nacional. A ausência de Casas Bancárias não significou a inexistência de empréstimos locais pelos prestamistas na praça de Mamanguape. As transações comerciais eram realizadas na base da confiança. Entretanto, as condições em que a Província da Paraíba competia com o crédito formal das instituições bancárias evidenciavam as dificuldades nos períodos de secas e na dinâmica do mercado local. Assim, serão tratadas essas relações comerciais através da política e do modelo de sociedade local, inserida nas relações de poder e de interesses que convergiam para justificar o projeto político e econômico dos setores nacionais.