MAXAMBOMBAS: trilhos urbanos do Recife entre a história e a memória
História; Transporte Urbano; Maxambombas; Ponte D'Uchoa; Modernização do Recife
A cidade e a estrada de ferro são dois dos mais impressionantes símbolos exteriores do mundo industrial. O Recife que hoje vemos diante dos nossos olhos é uma das grandes metrópoles modernas brasileiras. A construção da modernidade recifense é historicamente representada pela análise de diversos fenômenos, muitas vezes correlacionados para compor um longo e ambíguo processo, que se acelera nas últimas décadas do século XIX e primeiras do XX. Dentre esses fenômenos está a implantação e operação das maxambombas, o primeiro modo de transporte de tecnologia propriamente industrial da cidade, voltado para o deslocamento para dentro do núcleo populacional mais denso, e deste em direção aos povoados dos arredores, em que predominava a paisagem rural, e para a cidade de Olinda. As maxambombas do Recife são o tema dessa dissertação, que é estruturada por três ensaios e um capítulo reservado para a exposição de opções teórico-metodológicas e historiográficas. O primeiro ensaio tem a proposta de apresentar especificidades do modo de transporte utilizado nos sistemas de trilhos urbanos, especialmente quanto à concepção, à evolução de sua expansão, os territórios tocados, além de citações de algumas peculiaridades as quais consideramos prioritárias para o quadro geral da modernização da cidade. O segundo trata de estudo de caso acerca da narrativa histórica do cronista Mário Sette sobre as maxambombas a representar um papel na busca por edificar uma memória e cingir a história do Recife entre o Moderno e o Antigo. E o terceiro contém uma análise sobre aspectos da construção, como monumento histórico do Recife, da antiga estação dos trilhos urbanos, localizada em um luxuoso subúrbio da açucarocracia pernambucana.