PPGH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - CFCH DEPARTAMENTO DE HISTORIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: JOSÉ WELLINGTON DE OLIVEIRA MACHADO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSÉ WELLINGTON DE OLIVEIRA MACHADO
DATA : 01/07/2021
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

AS ARTES DE PINTAR E AS ARTES DE SE PINTAR: LEMBRANÇAS E ESQUECIMENTOS SOBRE MÁRCIA MAIA MENDONÇA, UMA ARTISTA TRANSEXUAL CATÓLICA300


PALAVRAS-CHAVES:

corpografias, enquadramentos da memória, Márcia Mendonça, artista, transexual, católica


PÁGINAS: 300
RESUMO:

Esta pesquisa tem como foco as corpografias de uma artista transexual católica. As carnes que saíram do parto em 1949 ganharam próteses sociais e culturais que ajudaram a construir os corpos, as artes e a subjetividade de Márcio e Márcia Mendonça. Mas, nunca existiu unidade, homogeneidade ou coesão nesses sujeitos, o que havia eram vários corpos, diversas artes e muitas subjetividades, porque tanto ele como ela transitavam entre a tradição e a transgressão, fazendo, desfazendo e refazendo a existência. A composição dos corpos e subjetividades dependia das conexões, dos encontros com outros corpos, sejam eles de carne, de tinta, de gesso, de barro, de madeira, de cimento, de sons, de palavras, de ideias, etc. Existiram vários partos e muitas mesas de operação ao longo de sua vida. As suas carnes foram operadas pela sociedade e pela cultura, através das roupas, dos calçados, dos brinquedos, das tintas, dos quadros, dos painéis, dos desenhos, do piano, do violão, do cinema, das esculturas e das arquiteturas. O corpo de Márcio foi sendo montado, desmontado e remontado através da mãe, do pai, do padrinho, da madrinha, das vizinhas, dos cinemas, da Escola de Belas Artes de Recife, do Mosteiro de São Bento de Olinda, dos conventos, das missões, dos frades capuchinhos, dos índios Kanelas, da contracultura, do catolicismo popular e das artes. A mesma coisa aconteceu com a Márcia, o seu corpo não era feito apenas de hormônios, silicone ou de operações legais e ilegais. Ela nasceu através dos encontros com as travestis e as transexuais de Fortaleza, de São Paulo e de Paris, com os corpos que conheceu nas ruas, na TV, nas revistas e nos jornais. Não se montou apenas com vestidos, calçados e maquiagens, a sua pele estava coberta de tinta, de barro, de madeira, de colares, de terços, de hábitos religiosos e não religiosos. Ela nasceu através das idealizações de uma cultura afrancesada, do contato com as ruas e com os rios de Limoeiro do Norte e Paris, com as catedrais do Brasil e da Europa, com as exposições de arte, com os carnavais, com os cabarés de Montmartre, com Pigalle e com o Bosque de Bolonha. Ela montava-se através dos cusquenhos, do Cine Jangada, da Boate Casa Blanca, do canto gregoriano, das músicas clássicas, da MPB, da música internacional e do forró. Esse corpo diverso, múltiplo, nômade, foi enquadrado pelas memórias pré-mortes e pós-mortes, que cristalizaram e engessaram uma identidade para Márcio e Márcia Mendonça, a de pintor sacro.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ELIAS FERREIRA VERAS - UFAL
Externa à Instituição - SANDRA PALMA SALEIRO
Interno - 1134077 - ANTONIO TORRES MONTENEGRO
Presidente - 380.095.524-53 - DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR - UNICAMP
Externo à Instituição - FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS - UFC
Interna - 415673 - REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
Notícia cadastrada em: 28/06/2021 09:24
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