Nazarenos: alistamento e conflitos no Sertão pernambucano nos anos de 1923 a 1928
Cangaço. Polícia. Nordeste. Volantes. Sociedade
Esta dissertação investigou o processo de alistamento de jovens pernambucanos na região do sertão do Pajeú durante a década de 1920, forçados pelo fortalecimento das estruturas do cangaço, sob as ordens daquele que se tornou o mais afamado cangaceiro, Lampião. O bando de Virgulino colocou a região de Nazaré do Pico, em Floresta, Pernambuco, sob o risco dos ataques e ameaças constantes, em uma guerra pela autopreservação. Concomitante a ascensão do cangaceiro houve o processo de estabelecimento definitivo dos quarteis policiais na mesma região, que levou os nazarenos a engajarem massivamente seus filhos, no intuito de conseguir meios para lutar contra o perigo crescente. Dessa forma, com material coletado nos arquivos da Policia Militar de Pernambuco e as narrativas deixadas em livros e jornais pelos personagens envolvidos, compreendemos a diferente perspectiva do soldado volante nazareno, que não tinha experiência alguma dentro da vida militar, mas contribuiu com suas próprias vivências para combater os perigos do cangaço em todo o Nordeste. Para a instituição, Lampião era mais um, dentre tantos, problemas de segurança. Contudo, aos nazarenos, ele foi um amigo de infância que optou pela vida errante e desejou castigar a quem creditava infortúnios. A pesquisa nos levou a compreensão da tropa, tendo a separação do militar, como indivíduo, da Instituição, suas motivações, frustrações e seus erros e acertos no enfrentamento a Virgulino.