PPGH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - CFCH DEPARTAMENTO DE HISTORIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDERSON CORDEIRO DE MOURA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDERSON CORDEIRO DE MOURA
DATA : 01/03/2024
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

SINAGOGAS SECRETAS: SOCIABILIDADE E RESISTÊNCIA SEFARDITA NAS DIMENSÕES DO MUNDO ATLÂNTICO PORTUGUÊS (PORTUGAL, PERNAMBUCO E BAHIA, SÉC. XVI – XVII)


PALAVRAS-CHAVES:

Inquisição. Resistência. Criptojudaísmo. Poder. Intolerância religiosa.


PÁGINAS: 178
RESUMO:

Na perspectiva da História-social, analisamos nesta tese, uma prática social amplamente difundida nas dimensões do Mundo Atlântico português da era moderna: o “fazer esnoga”, isto é, a manutenção de ajuntamentos secretos estabelecidos por alguns cristãos-novos para a realização de ritos religiosos. Estabelecemos como recorte espacial, tanto o reino português como duas importantes capitanias da América lusa: Pernambuco e Bahia, entre os séculos XVI e XVII. Nosso principal objetivo, consiste em compreender o papel desempenhado por estes ajuntamentos no processo de preservação das práticas e da identidade judaica herdadas por tradição familiar, bem com o imaginário que se constituiu em torno desta prática nas dimensões do império português. Trata-se, portanto, de uma pesquisa histórica interpretativa de fontes com abordagem qualitativa de enfoque descritivo e explicativo. A documentação consultada é quase toda composta dos arquivos inquisitoriais conservados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, composta de processos, denúncias, confissões, cadernos do promotor, entre outros. Além da análise documental, empreendemos também uma análise etnográfica de alguns vestígios etnográfica de alguns vestígios materiais encontrados tanto em Portugal como no Brasil, que apontam para a comprovação material da existência destas esnogas. Para a compreensão do objeto de estudo aqui delineado, tomamos como suporte analítico a sociologia do segredo na perspectiva de Georg Simmel (2008) tendo em vista o fato de que, a ocorrência de encontros secretos corresponde perfeitamente ao que o autor considera como um ‘mundo subterrâneo’ no qual “o segredo” atua em favor de determinados grupos em sua resistência à um poder estabelecido. Tomamos também às concepções de Michel Foucault (1996), que apresenta, mediante o estudo da formação discursiva de cada momento histórico, a relação entre discurso e poder, considerando dispositivos de controle do poder, e ao mesmo tempo, estratégias de subversão ao poder, nas diferentes culturas e épocas históricas. Em nossa análise, optamos por uma abordagem mista através do jogo de escalas entre as dimensões “micro” e “macro” o que nos permite uma melhor compreensão da dimensão global, sem perder de vista o extremamente localizado, detalhes que passariam despercebidos num olhar geral. Como principais resultados, é possível afirmar que, a existência de sinagogas secretas corresponde a uma das estratégias de resistência adotada pelos judaizantes, a fim de forjar uma identidade própria em oposição à religião dominante, por meio da criação de laços de solidariedade e sociabilidade. Esses encontros ou ajuntamentos clandestinos, tornaram-se uma das características fundamentais dos sefarditas no contexto da diáspora atlântica da era Moderna.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.356.274-** - BRUNO ROMERO FERREIRA MIRANDA - OUTRA
Interno - 2085844 - BRUNO KAWAI SOUTO MAIOR DE MELO
Externo à Instituição - ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS - UFV
Notícia cadastrada em: 22/02/2024 12:06
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