PPGH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - CFCH DEPARTAMENTO DE HISTORIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: ARISTILDES MORAIS DA SILVA NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ARISTILDES MORAIS DA SILVA NETO
DATA : 26/02/2024
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

ENTRE O MEL DA CANA E O GOSTO AMARGO DO CATIVEIRO:
TRAJETÓRIAS, FAMÍLIAS E COMUNIDADES DE ESCRAVIZADOS NO VALE DO CEARÁ-MIRIM (1836-1888)


PALAVRAS-CHAVES:

População escrava. Família Escrava. Plantation. Vale do Ceará-Mirim.


PÁGINAS: 88
RESUMO:

A presente dissertação tem como estudo a formação de famílias de escravizados no Vale do Ceará-Mirim, na Província do Rio Grande do Norte, durante o período de 1836 a 1888. Até meados do século XIX, a produção açucareira teve pouco impacto na economia da província. Foi a partir da seca de 1845 a 1847, e após os produtores rurais virem as suas criações de bovinos diminuírem, que parte deles se voltou a uma produção mais resistente ao fenômeno climático, à lavoura de cana-de-açúcar. Atividade que foi desenvolvida, notadamente, na zona da mata potiguar, nas proximidades dos rios e riachos. A partir de então, a produção de açúcar passou a ser desenvolvida em larga escala e voltada para a exportação. Com efeito, observamos nesse momento o crescimento da mão de obra escrava, visto que, além da plantação da gramínea ter aumentado, ela demandava mais trabalhadores do que a pecuária. Neste sentido, dentre as principais regiões a despontarem entre os maiores produtores do açúcar e em concentração de escravizados na província, esteve o Vale do Ceará-Mirim. A historiografia brasileira, desde pelo menos a década de 1930, tem se debruçado na relação entre a escravidão e as plantations de açúcar, observando as repercussões dessa atividade, por exemplo, na vida dos cativos. Assim sendo, até a década de 1970, os pesquisadores viam o sistema escravista com certa brandura, ou então como algo tão perverso a ponto de subestimarem a possibilidade da comunidade servil de formar famílias. Já a partir dos anos de 1980, a História Social reiterou a resistência dos escravizados em traçarem planos de vida e buscarem melhores condições de sobrevivência, apesar das agruras do cativeiro. Neste sentido, a família passou a ser vista como um dos principais elementos a assegurarem esses aspectos. Desse modo, atualmente os historiadores buscam verificar a variabilidades de arranjos familiares associados aos vários tipos de cativeiros, sejam aqueles em zonas urbanas ou zonas rurais, sejam os de economia de exportação ou de subsistência. Logo destacamos que a presente dissertação está inserida na história social e tem como objetivo analisar a formação da população escrava, as configurações dos seus arranjos familiares e as suas trajetórias no Vale do Ceará-Mirim. Para isso, utilizamos como fontes: os Registros Paroquiais da Freguesia de São Miguel / Nossa Senhora dos Prazeres e a de Nossa Senhora da Conceição – assentos de batismos, matrimônios e óbitos, entre os anos de 1836, data do assento mais antigo de um escravizado registrado para a região, a 1888, quando ocorreu a abolição da escravidão. A partir desses documentos, foi possível a organização de um banco de dados, o qual nos auxiliou na busca das trajetórias desses indivíduos. Assim, tendo em vista o nosso objeto de estudo, abordamos os conceitos de Experiência e de Família Escrava, os quais foram cruciais para o caminho trilhado nessa investigação. Em relação à metodologia, lançamos mão da História Demográfica para compreendermos as agências dos escravizados, enquanto camada populacional de uma sociedade, e da Micro-história, na investigação das trajetórias individuais deles, o que nos favoreceu uma compreensão mais ampla da experiência cativa. Dito isso, salientamos que, apesar de tratarmos da ação dos cativos dentro das limitações do cativeiro, não minimizamos de forma alguma o amargor do sistema, porém, tomamos esses homens e mulheres como sujeitos da história.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOSÉ EVANGELISTA FAGUNDES - UFRN
Interno - ***.409.964-** - BRUNO AUGUSTO DORNELAS CAMARA - UFPE
Presidente - ***.872.524-** - ROBSON PEDROSA COSTA - UFPE
Notícia cadastrada em: 21/02/2024 16:09
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