PPGH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - CFCH DEPARTAMENTO DE HISTORIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: RENATA CONCEIÇÃO NÓBREGA SANTOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RENATA CONCEIÇÃO NÓBREGA SANTOS
DATA : 29/02/2024
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

MODERNIDADE NO CAMPO: EXPERIMENTOS AMBIENTAIS NA PLANTAÇÃO AÇUCAREIRA DA USINA CATENDE  (1928-1950)


PALAVRAS-CHAVES:

história ambiental; sociedades açucareiras; Estado moderno; cana-de-açúcar.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

Este trabalho se insere no contexto de tempo e espaço que levou à formação do Município de Catende (1928). Analisou-se a modernização da Usina Catende e de sua plantação açucareira, havida entre os anos 1928 e 1950, na gestão coordenada pelo Diretor-Presidente Antônio Ferreira da Costa Azevedo, o Tenente, que se consolidou enquanto maior empresa de produção de açúcar do Brasil (1951). Observou-se, ao longo de todo o período, que o Estado teve um papel fundamental em fomentar a alteração da paisagem, perpetuar a concentração de renda, desonerar o capital e servir, desse modo, às estruturas do capitalismo histórico. Feita a análise das fontes a partir de uma perspectiva do sistema economia-mundo, não tem lugar a construção da dita “nacionalidade pacífica”, como mencionou, em 1938, o então interventor federal em Pernambuco, Agamenon Magalhães, ao se referir à trajetória dada pela espécie humana à cana-de-açúcar. A própria remessa de sementes e o trânsito das espécies colaboraram para que, com o passar do tempo, a dimensão utilitária da natureza se forjasse dentro desse sistema. Nesse constructo utilitário, a classe dominante materializou seu poder sobre a natureza, dela se percebendo dissociada e envidou esforços para dominá-la, ordená-la e a, partir disso, produzir dentro do sistema de economia mundial, tendo a máquina estatal como órgão de classe na materialização desses feitos. No caso da lavoura da cana-de-açúcar em Catende, especialmente na primeira metade do século XX, a partir da perspectiva da história ambiental, houve repercussão desse cruzamento de fronteiras da cana-de-açúcar em suas mais variadas formas – alterando os rios e a própria terra, alastrando espécies em abundancia em detrimento de outras, adoecendo trabalhadores a partir das alterações ambientais, com pesquisas e instalações subsidiadas pelo dinheiro público e que permitiram ao empreendimento privado, também subvencionado pelo erário, aplicar os resultados dessas transformações em sua propriedade e ampliando esse constructo da fábrica no campo com manutenção da concentração de terra e de renda, consolidando a dimensão de progresso e modernidade na lavoura. A Usina Catende, nesse contexto, tornar-se-ia, ainda na primeira metade do século XX a maior produtora de açúcar do Brasil, com o incremento das safras em números exponenciais a partir da utilização de adubo e irrigação, mantida a intensa exploração da mão de obra, mesmo que em época de consolidação das leis trabalhistas e tendo no financiamento público a base do sustento e perpetuação de toda essa engrenagem.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2199849 - CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
Interno - 1321762 - JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
Externa à Instituição - LUCIANA PAULA CONFORTI
Notícia cadastrada em: 15/02/2024 15:14
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