OS BRINCOS DE OURO DE RITA IZABEL
VIVÊNCIA DA FAMÍLIA ESCRAVA NO SERTÃO DE SERGIPE – 1850 1888
Familia. Escravizados. Sergipe. Sertão. Século XIX
A formação da família cativa no Sertão de Sergipe e os caminhos percorridos compõe o foco principal desse estudo. Partindo de pressupostos arraigados na historiografia da inexistência da vida familiar dos escravizados, percebemos que não apenas existiu, como revelou-se agência fundamental na vida de homens e mulheres que, envoltos na dinâmica social procuram se livrar da escravidão. As margens do rio São Francisco, onde outrora sediava a Vila de Nossa da Senhora do Porto da Folha, hoje município do mesmo nome, região sanfranciscana e sertaneja, será o local onde as famílias se concentraram. Elegemos o período de mudanças na sociedade brasileira a segunda metade do século XIX e os momentos finais da escravidão no país, 1888. Essa clave cronológica não será rigidamente respeitada, ao contrário, o tempo e sua fluidez na vida humana está sempre presente. A tese aqui apresentada buscar estudar a vida de homens e mulheres escravizados e suas ações protagonistas com o intuito de se agruparem em quanto família e neste sentido, os dados apontam que, em sua maioria caracterizava-se por ser famílias matrifocais, ou seja, mães solteiras acompanhando seus filhos. Essa hipótese não exclui os casos de famílias nucelares, ou famílias mistas e os condicionamentos locais favoreceram o arranjo de diversos grupos familiares. Foram utilizados documentos com tipologias diferenciadas como Inventários post mortem, Registro de Compra e Venda de Cativos e Cartas de alforrias. Utilizando a leitura paleográfica as fontes foram cruzadas e lidas seguindo as assertivas da História Social.