PPGH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - CFCH DEPARTAMENTO DE HISTORIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: ALEXANDRE BASTO ALVES COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE BASTO ALVES COSTA
DATA : 28/09/2023
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

FREI CAETANO DE MESSINA

UM CAPUCHINHO ITALIANO A SERVIÇO DO IMPÉRIO BRASILEIRO (1841-1878).


PALAVRAS-CHAVES:

frei Caetano de Messina; Capuchinhos italianos; Brasil oitocentista, relação Estado-Igreja.


PÁGINAS: 148
RESUMO:

Essa tese se debruça sobre a análise das missões dos capuchinhos italianos no Brasil, com destaque prelado frei Caetano de Messina, objeto de nossa pesquisa e sujeito fundamental para a compreensão da dinâmica que mantive atuante a ordem dos frades estrangeiros sob as rédeas de Estado tomado por rebeliões. Nesse contexto, o Velho Norte estava coalhado por focos de resistências de livres e pobres frente ao sistema escravista sustentando o governo Imperial, e por significativa parcela da elite política que mantinha ativo o tráfico de escravizados no país, que se encomendaram as missões do oitocentos aos capuchinhos italianos que aqui desembarcaram. Quando veem atuar no país, articulando nos desdobramentos finais na contenção dos rebeldes Cabanos como mais um eficaz mecanismo repressor da força do Estado Imperial frente ao movimento que mesmo após declarado disperso em 1835, pelo discurso oficial; se manteve ativo na guerrilha dentre as matas na fronteira de Alagoas e Pernambuco até o início da década de 1850. Sob esse contexto os capuchinhos italianos desembarcaram no Recife em 11 de setembro de 1841, para servir ao Estado Imperial como mais um eficaz mecanismo repressor da força. É esse o cenário que se impôs aos frades estrangeiros no século XIX no Brasil, e é sobre esse quadro que empenhamos análise no percorrer dessa tese A priori pela fotografia desse desembarque, num período do qual o país estava imerso a “chamas”, pois haviam conflitos de norte a sul, as revoltas se somavam desde a Regência e aos frades, antes mesmo de chegaram, já estavam imbuídos de se envolverem com praticamente em todas elas, sobre a justificativa de pacificar aos povos, e ou até mesmo contribuir com algumas dessas sedições. Do movimento “Cabano” nas matas do Velho Norte, o levante dos “Lisos e Cabeludos” em Alagoas, “Revolução Praieira” que tomou a região, a contenção dos “Marimbondos” em Pernambuco e de “Quebra Quilos” na Paraíba, os capuchinhos se apresentaram na paisagem de todos esses. Atuando no campo do imaginário, da fé e superstição, sob uma catequese rigidamente guiada pela penitência, justificando mazelas, enquanto pratica de curas, fosse na epidemia de cólera que se alastrou pelo Brasil na década de 1850 e ou até mesmo no trato dos feridos na Guerra do Paraguai, lá estiveram esses religiosos agindo como capelães militares à favor do Estado brasileiro. Nesse cenário os missionários foram importantes na contribuição da manutenção e ou expansão do poder político e o discurso aparentemente uniforme com o Estado, só apresentou rachaduras quando se tratava do decreto de nº 373 de 30 de julho de 1844, o calcanhar de Aquiles da sociedade entre os capuchinhos italianos e o Império Brasileiro. O fato de serem solicitados e encaminhados ao bem querer das presidências das províncias, aonde essas julgassem necessário atuar; sendo da responsabilidade do Governo e não de seus superiores do clero a sua distribuição para lidarem com rebeliões populares, onde quer que estivessem ocorrendo e por não estarem lidando exclusivamente com catequese indígena, azeitou as críticas a manutenção do decreto de 1844.  Esse decreto, para os padres italianos, foi o extrato da irrestrita submissão às autoridades provinciais. Significou também a materialidade de como a relação entre o Governo e os capuchinhos italianos estava pautada; e mesmo com o relativo sucesso da empresa mantida pelo padroado, as discursões em torno da distribuição e financiamento dos religiosos embaçaram as críticas desses ao Estado. Antecipando assim os argumentos da Questão Religiosa, que eclodiu apenas na década de 1870. A contexto abordado nas correspondências desses sujeitos, desde o princípio dos anos de 1840 é o que questionaremos nessa tese, sob o viés do papel político desempenhado pelos capuchinhos no percurso de suas missões durante Segundo Reinado. Julgamos ao longo desse trabalho que a análise da construção de seus discursos, registrados em seus relatórios e cartas, é peça fundamental para a compreensão como os “barbadinhos” italianos se empenharam no Brasil enquanto pagos pelo Governo para agirem como agentes políticos.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - ***.409.964-** - BRUNO AUGUSTO DORNELAS CAMARA - UFPE
Presidente - ***.548.300-** - CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO - UFF
Externo à Instituição - PAULO DE OLIVEIRA NASCIMENTO - IFAM
Notícia cadastrada em: 22/09/2023 12:44
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