RELIGIÃO E FEITIÇARIA NA CAPITANIA DE PERNAMBUCO NO SÉC. XVIII (1700-1799)
Feitiçaria; Crioulização; Pernambuco; Escravidão.
Durante décadas a historiografia tem se dedicado a entender o africano e seus descendentes na América Portuguesa. A partir do sistema escravista foi possível conhecer de forma mais aprofundada a presença do negro na sociedade brasileira. Porém, um dos aspectos mais marcantes destes povos que vieram para o lado de cá do Atlântico foi a sua religiosidade. Sendo assim, este trabalho é voltado para as práticas afrorreligiosas trazidas da África e aqui desenvolvidas. O marco temporal deste trabalho engloba todo o século XVIII e o seu recorte espacial são algumas cidades e freguesias que formam a capitania de Pernambuco durante o período de análise. Para tanto, recorrermos aos processos e denúncias produzidos pelo antigo Santo Oficio da Inquisição de Lisboa, que registram a perseguição contra a cosmovisão dos escravizados, livres e libertos. Com isso, buscamos analisar o complexo cenário afrorreligioso criado e recriado durante o setecentos. O objetivo central deste trabalho é discutir, através dos rituais de transe e possessão, adivinhações, bolsas de mandinga, confecção de objetos mágicos, altares e o uso da flora local, como se deu a formação da religiosidade africana em Pernambuco que, no século XIX, viria a ser chamada de candomblé.