"APLAUDIR A MUDANÇA, QUE NOS ABRE PERSPECTIVAS NOVAS"
Sentidos inaugurais de república e cidadania em espaços jornalísticos paraibanos (1889-1895)
REPÚBLICA – CIDADANIA – IMPRESSOS – PARAÍBA
Esta tese tem o propósito de analisar os sentidos inaugurais de república e cidadania em espaços jornalísticos paraibanos nos anos iniciais do regime político instaurado em 1889. Trata-se de uma temporalidade marcada por incertezas quanto aos rumos e à estruturação da nova ordem que, por conseguinte, viu emergir a possibilidade de definição/redefinição dos citados conceitos em formação. Para tanto, investigou-se que contornos e configurações acerca de tais noções foram articulados e postos em circulação por um conjunto de veículos que se autoproclamava independente. O presente trabalho está centrado entre os anos de 1889-1895, período que engloba o tempo de vida dos jornais analisados: Gazeta da Parahyba, Gazeta do Sertão e Verdade. São impressos que, nascidos no império, recepcionaram a república munidos por uma espécie de “dever de cidadania”, que se relacionava com a própria construção do regime republicano. A imprensa é aqui tomada como uma força central na fixação de repertórios conceituais, ou seja, crucial para bem apreender os termos em que se dá o debate público. Contudo, tem-se consciência de que tal poder apresenta limitações, pois as acepções que se dinamizam pelo mundo social não podem ser direta e exclusivamente correlacionadas àquelas que circulam nos meios jornalísticos. Por outro turno, observa-se que jornais e jornalistas, enquanto sujeitos ativos na sociedade, possuem peculiaridades próprias, que necessitam ser examinadas à luz de seu tempo, como condição essencial para se descortinar, a cada período, a teia de sociabilidade que estabelecem. Desse modo, este estudo se movimenta a partir da dimensão historiográfica que relaciona a história política à cultural, que apreende o político de forma ampliada, considerando seus diferentes modos de representação.