FORTE MADAME BRUYNE, DA EDIFICAÇÃO ÀS RUÍNAS:
construções de narrativas de atribuição de valor sobre o patrimônio histórico-cultural brasileiro no século XX
Forte Madame Bruyne. Olinda. Atribuição de valor. Patrimônio histórico-cultural. Patrimonialização.
Esta proposta discute a ação de salvaguarda do bem histórico no Brasil resultante de práticas sociais, culturais e políticas, tendo como base os processos de patrimonialização do Forte Madame Bruyne, em Olinda – Pernambuco, tais como: o tombamento do forte como edificação (1938), o cancelamento do tombamento (1955), as tratativas para o restabelecimento do tombamento (1985-1995), e o novo tombamento do equipamento histórico como ruína (2000). Para tal, observei distintas historicidades que atravessaram o bem cultural em diversas temporalidades, considerando ainda atores políticos e sociais que contribuíram em ações implementadas sobre a fortificação, através da análise de salvaguarda, incluídos nos processos de salvaguarda da fortificação. Como metodologia, realizei pesquisas bibliográficas utilizando os conceitos de patrimônio cultural desenvolvidos por François Hartog (2006), de atribuição de valor por Dominique Poulot (2009), de temporalidade, proposto por Reinhart Koselleck (2006), e, de representação social abordado por Stuart Hall (2016). Desta forma, considero fatores sociais e políticos, à medida que houve a participação da sociedade civil na solicitação da salvaguarda da edificação, assim como a disputa política entre o SPHAN, órgão responsável pela preservação da fortificação, e o Governo Federal.