Banca de QUALIFICAÇÃO: RODRIGO LINS BARBOSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RODRIGO LINS BARBOSA
DATA : 23/08/2023
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

LIDERANÇAS INDÍGENAS NA DITADURA CIVIL-MILITAR:
Histórias de resistências invisibilizadas e protagonistas silenciados (1969-1985)

PALAVRAS-CHAVES:

Lideranças indígenas. Resistência. Ditadura Civil-Militar. Fundação Nacional do Índio. Crimes e violência.

PÁGINAS: 350
RESUMO:

A tese “Lideranças indígenas na ditadura civil-militar: histórias de resistências invisibilizadas e protagonistas silenciados (1969-1985)” tem como objetivo enfatizar a importância da perspectiva indígena na pesquisa, demonstrando como e por que tais pontos de vistas se desenvolveram, onde culturas foram quebradas, valores foram negados, pequenas provas foram descartadas e pessoas chaves foram ignoradas, ainda necessitando por justiça e reparação com relação aos casos de violência contra indígenas no período da ditadura. No desenvolvimento da tese, abordaremos a formação das organizações indígenas no Brasil entre os anos de 1970 e 1980, mostrando os avanços dos direitos indígenas a partir da segunda metade do século XX, além do processo de resistência e de luta de diferentes grupos indígenas mais afetados pela política da ditadura. Com o estudo, procuraremos reverter algumas concepções, como a antiga concepção de que os indígenas estão sempre morrendo ou desaparecendo para enfatizar e demonstrar como esses indígenas conseguiram sobreviver diante de tantas adversidades ou então, valorizá-los pelas suas lutas e formas de resistência. Além de mapearmos casos de corrupção e de violência contra indígenas durante as administrações do SPI e da FUNAI. No referencial teórico-metodológico, utilizaremos a abordagem decolonial, trabalhando alguns autores, principalmente, Walter Mignolo, Aníbal Quijano. Também utilizaremos os trabalhos da socióloga indígena maori, Linda Tuhiwai Smith da Nova Zelândia e do sociólogo português, Boaventura de Souza Santos. No estudo, demonstraremos porque a história indígena na ditadura, ainda está silenciada por processos de apagamentos, inclusive na historiografia. Para isso, trabalharemos as histórias de algumas lideranças indígenas mais conhecidas, como Mário Juruna, Marçal de Souza, Raoni e outras menos conhecidas, para exemplificar as diferentes atuações que aconteceram nas áreas rurais e urbanas. Essas histórias são importantes para que os indígenas possam conhecer o seu passado e criarem novas ressignificações de resistências em prol de seus direitos. No recorte cronológico, abarcaremos o período entre 1969 a 1985, marcado pelo processo de uma política expansionista e desenvolvimentista nos governos da ditadura, com objetivos de exploração dos recursos naturais da Amazônia brasileira e ainda, provocando as invasões nos territórios ocupados pelos indígenas. Sobre o acervo documental, analisamos documentos oficias do governo da ditadura, como as Comissões de Inquérito (1967-1968) que deram origem ao Relatório Figueiredo. Também a Comissão Parlamentar de Inquérito de 1968, alguns documentos considerados confidenciais da Assessoria de Segurança e Informação da Fundação Nacional do Índio (ASI/FUNAI), do Serviço Nacional de Informações (SNI) e do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Também utilizamos jornais da “grande imprensa” e jornais considerados mais alternativos, como Opinião, Movimento e Porantim e outros, além de imagens, documentários, mapas, legislação, relatórios e uma bibliografia de referência. Ainda, analisamos entrevistas e depoimentos de líderes indígenas, relatórios das Comissões Estaduais da Verdade (dos povos Waimiri-Atroari, Xavante, Yanomami, Guarani e Aikewara-Suruí), como também o Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade e os cadernos da Comissão Pró-Índio, entre outros documentos.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANA CATARINA ZEMA DE RESENDE
Externa à Instituição - ANDRÉA BANDEIRA SILVA - UPE
Presidente - 1202337 - BARTIRA FERRAZ BARBOSA