A CRÍTICA DE NIETZSCHE AOS PRINCÍPIOS DA METAFÍSICA CARTESIANA
Metafísica; Sujeito; Linguagem; Morte de Deus.
A dissertação que aqui apresentamos se desenvolve em torno da crítica nietzscheana às duas principais concepções metafísicas que sustentam as bases do pensamento cartesiano. Nosso principal objetivo será analisar como a crítica feita por Nietzsche, quando levada às últimas consequências, desembocaria não apenas em uma crise moral, mas também em uma crise epistemológica para o Ocidente. O solo dessa crítica é uma revisão dos fundamentos sobre os quais se consolidou o pensamento moderno. Apresentamos, assim, na primeira parte do trabalho, uma reconstrução do percurso cartesiano nas Meditações Metafísicas. Reconstrução esta, que servirá de premissa para expormos, no segundo capítulo, a fragmentação da ideia de sujeito, enquanto substância pensante, a partir de uma crítica das estruturas da linguagem. Esta crítica do sujeito, nos é apresentada por Nietzsche, enquanto um problema derivado de um hábito gramatical, em que a sintaxe se configura como molde determinante para o pensamento metafísico. Posteriormente, em nosso terceiro e último capítulo, argumentaremos sobre às circunstâncias da modernidade que permitiram o surgimento da concepção de morte de Deus, capaz de promover à desestruturação de toda possibilidade de conhecimento, a partir do declínio da ideia de um Deus benevolente que foi até então o paradigma de apoio do sistema cartesiano.