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Dissertações |
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JOÃO JÂNIO DA SILVA LIRA
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NASCIMENTO DA (BIO)POLÍCIA: o surgimento da polícia e(m) sua relação com a biopolítica em Michel Foucault.
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Orientador : SANDRO COZZA SAYAO
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MEMBROS DA BANCA :
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LUIZ DE CAMARGO PIRES NETO
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ROGERIO FABIANNE SAUCEDO CORREA
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SANDRO COZZA SAYAO
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Data: 28/02/2023
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Quais as condições de possibilidade pelas quais o mecanismo de segurança policial veio a se instaurar no Ocidente? O que é biopolítica? Existe relação entre a polícia e a biopolítica? Esta pesquisa busca investigar tal problemática a partir dos escritos políticos do filósofo francês Michel Foucault, apresentando tese dele de que a governamentalidade moderna viabilizou a formação de “tecnologias políticas dos indivíduos”, cujo fundamento une o território e a população em objetivos que promovem a polícia como dispositivo privilegiado da lógica da sociedade de segurança. Nesse sentido, biopolítica será aqui analisada como a generalização da vida humana; e a polícia será apreciada como o “meio” pelo qual se promoveu a generalização da bíos. A hipótese sustentada é que os fundamentos epistemológicos pelos quais a polícia veio a se instaurar na modernidade tornou possível pensar a polícia para além da imagem vigilante e punitiva, mas como um mecanismo sujeitado ao biopoder, permitindo, assim, defini-la como (bio)polícia. Contornando as leituras de Vigiar e punir (1975) que reduz a polícia à imagem da vigília e da punição, e abrangendo as ideias desenvolvidas no programa biopolítico foucaultiano, o conceito de polícia ganha novos contornos e profundidade ao ser pensada dentro de uma história da governamentalidade. Assim, esta pesquisa traz à baila as reflexões aprofundadas de Foucault sobre o nascimento da polícia na modernidade e sua relação com a biopolítica, traçando assim, novas leituras do conceito de polícia nos ditos e escritos foucaultianos. Essa pesquisa, portanto, define o conceito de (bio)polícia para dar conta do “tratado sobre a polícia” desenvolvido por Foucault para além da obra Vigiar e punir.
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Quais as condições de possibilidade pelas quais o mecanismo de segurança policial veio a se instaurar no Ocidente? Qual a relação entre polícia e biopolítica? Esta pesquisa investiga esta problemática nos escritos do filósofo Michel Foucault, apresentando sua tese de que o surgimento da biopolítica viabilizou a formação de “tecnologias políticas dos indivíduos”, cujo objetivo foi promover a segurança territorial e a utilidade dos cidadãos durante a formação dos Estados Modernos. Neste sentido, biopolítica será aqui analisada como a generalização da vida humana; e a polícia será apreciada como o “meio” pelo qual se promoveu esta generalização da bíos. Portanto, visando explicitar o aqui mencionado, este trabalho se propôs: 1) no primeiro capítulo, delimitar a problemática da polícia nos escritos foucaultianos, destacando como a genealogia do poder possui bases conceituais para entendermos o nascimento da polícia como um dispositivo biopolítico; 2) no segundo capítulo, apresentar os fundamentos da biopolítica como uma política quantitativa da vida, destacando como a generalização da bíos viabilizou o nascer da polícia; 3) no terceiro capítulo, aprofundar nos pressupostos epistemológicos da polícia em seu surgimento, destacando como a quantificação da vida foi fundamental para tal fim; e por último, 4) no quarto capítulo, argumentar que a polícia se compreendida como (bio)polícia, possível será traçarmos diagnósticos da atualidade. A hipótese sustentada é que os fundamentos epistemológicos pelos quais a polícia veio a se instaurar na modernidade tornou possível pensar a polícia para além da imagem vigilante e punitiva, mas como um mecanismo assujeitado ao biopoder.
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JULIANA SEVERINA DA SILVA
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O Patriarcado, o Especismo e a Objetificação de Corpos
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Orientador : JULIELE MARIA SIEVERS
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MEMBROS DA BANCA :
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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JULIELE MARIA SIEVERS
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WALESKA MENDES CARDOSO
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Data: 28/02/2023
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O patriarcado determinou, a partir do período da caça às bruxas, a institucionalização de violências como sexismo, machismo e misoginia. Embora tais opressões existissem anteriormente, foi após a perseguição e morte de mulheres na fogueira que os homens iniciaram o projeto de poder patriarcal capitalista, como o aponta a autora Silvia Federici (2017). Através da colonização e crueldades contra seres humanos e não humanos, introduziram-se na sociedade, pensamentos e práticas especistas e sexistas. A desigualdade de gênero e espécie foi essencial para a ascensão política e econômica do homem branco europeu, sendo este por sua vez, o único beneficiado com as violências praticadas. O processo de crueldades contra mulheres e animais apresenta similaridades que são pouco questionadas dentro do movimento feminista e na luta pela igualdade de gênero. A escritora norte-americana Carol J. Adams, com o livro A Política Sexual da Carne (2018), apresenta por meio da teoria feminista vegetariana, uma leitura metafórica das opressões realizadas contra pessoas humanas e não humanas. Adams criou o termo “referente ausente” para tornar explícita a semelhança de violências implícitas contra mulheres e animais até então não observadas pelo feminismo. A autora também expõe como o processo de objetificação de corpos é capaz de transformar vidas em mercadorias para benefício do patriarcado e satisfação de interesses financeiros e sexuais dos homens na sociedade. Entendemos que o feminismo como movimento político e social, embora apresente diversas vertentes, ainda não consegue enxergar com clareza a similaridade das violências existentes da estrutura patriarcal, como propõe a obra A Política Sexual da Carne. O livro é uma referência dentro da vertente ecofeminista que dialoga com pautas coletivas incluindo não apenas machismo e sexismo, mas também racismo e especismo. Assim, é através do ecofeminismo que se pode contemplar as diversas desigualdades sociais resultantes do patriarcado, e não apenas as violências vivenciadas pelas mulheres, analisando-se uma estrutura que interfere na vida de toda sociedade e vitima pessoas humanas e não humanas. Nosso trabalho irá articular a teoria de Adams com as teses de outras autoras interessadas no tratamento das diversas articulações entre o patriarcado e suas diferentes formas de atuação e opressão na sociedade capitalista, como Federici (2017), Lerner (2019), Pateman (1993) e Joy (2014).
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O patriarcado determinou, a partir do período da caça às bruxas, a institucionalização de violências como sexismo, machismo e misoginia. Embora tais opressões existissem anteriormente, foi após a perseguição e morte de mulheres na fogueira que os homens iniciaram o projeto de poder patriarcal capitalista, como o aponta a autora Silvia Federici (2017). Através da colonização e crueldades contra seres humanos e não humanos, introduziram-se na sociedade, pensamentos e práticas especistas e sexistas. A desigualdade de gênero e espécie foi essencial para a ascensão política e econômica do homem branco europeu, sendo este por sua vez, o único beneficiado com as violências praticadas. O processo de crueldades contra mulheres e animais apresenta similaridades que são pouco questionadas dentro do movimento feminista e na luta pela igualdade de gênero. A escritora norte-americana Carol J. Adams, com o livro A Política Sexual da Carne (2018), apresenta por meio da teoria feminista vegetariana, uma leitura metafórica das opressões realizadas contra pessoas humanas e não humanas. Adams criou o termo “referente ausente” para tornar explícita a semelhança de violências implícitas contra mulheres e animais até então não observadas pelo feminismo. A autora também expõe como o processo de objetificação de corpos é capaz de transformar vidas em mercadorias para benefício do patriarcado e satisfação de interesses financeiros e sexuais dos homens na sociedade. Entendemos que o feminismo como movimento político e social, embora apresente diversas vertentes, ainda não consegue enxergar com clareza a similaridade das violências existentes da estrutura patriarcal, como propõe a obra A Política Sexual da Carne. O livro é uma referência dentro da vertente ecofeminista que dialoga com pautas coletivas incluindo não apenas machismo e sexismo, mas também racismo e especismo. Assim, é através do ecofeminismo que se pode contemplar as diversas desigualdades sociais resultantes do patriarcado, e não apenas as violências vivenciadas pelas mulheres, analisando-se uma estrutura que interfere na vida de toda sociedade e vitima pessoas humanas e não humanas. Nosso trabalho irá articular a teoria de Adams com as teses de outras autoras interessadas no tratamento das diversas articulações entre o patriarcado e suas diferentes formas de atuação e opressão na sociedade capitalista, como Federici (2017), Lerner (2019), Pateman (1993) e Joy (2014).
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IAGO MARQUES BARBOSA
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CONSCIÊNCIA E REPRESENTAÇÕES META-PSICOLÓGICAS: um exame das teorias de Franz Brentano e David Rosenthal
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Orientador : TARIK DE ATHAYDE PRATA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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SERGIO FARIAS DE SOUZA FILHO
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TARIK DE ATHAYDE PRATA
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Data: 28/02/2023
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Rosenthal descreve a consciência de criatura como o simples fato de uma criatura estar desperta e atenta aos estímulos externos da natureza. Estas criaturas conscientes possuem determinados estados mentais que representam os fenômenos da natureza, isto é, uma certa propriedade mental que estabelece uma relação entre o fenômeno da natureza, e aquilo que percebemos desse fenômeno. Estes estados mentais podem ou não estarem presentes na consciência de criatura. O que é responsável por tornar esses estados mentais conscientes? Para tentar responder a essa pergunta, Rosenthal propõe uma teoria baseada em estados mentais de ordem superior. Estes estados mentais, não representam os fenômenos, mas sim, outros estados mentais ,e torna esses últimos em estados mentais conscientes. Entretanto, Charles Siewert (1996) afirma que Rosenthal comete o mesmo erro de Brentano ao responder esse problema da consciência com o uso de estados mentais de ordem superior. Porém, não é verdade que Brentano se utiliza da ordem superior para elaborar sua teoria sobre a consciência, Brentano (1874) utiliza estados mentais internos que se auto-representam de determinada forma. Outros autores, como Dan Zahavi (2004), Rocco Gennaro (1996) entre outros, também estabelecem uma ligação entre Rosenthal e Brentano, alguns afirmando que suas teorias são equivalentes, outros negando. Devido a essa recorrente confusão, o objetivo do trabalho é não só uma análise das teorias dos dois autores, mas também uma comparação entre os fundamentos, as argumentações e as características de ambas as teorias. Dessa forma, pretendo ao final da pesquisa elaborar um argumento bem embasado sobre o porquê ambas as teorias são distintas desde o seu aspecto mais fundamental, e que Brentano não utiliza estados mentais de ordem superior.
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Rosenthal descreve a consciência de criatura como o simples fato de uma criatura estar desperta e atenta aos estímulos externos da natureza. Estas criaturas conscientes possuem determinados estados mentais que representam os fenômenos da natureza, isto é, uma certa propriedade mental que estabelece uma relação entre o fenômeno da natureza, e aquilo que percebemos desse fenômeno. Estes estados mentais podem ou não estarem presentes na consciência da criatura. O que é responsável por tornar esses estados mentais conscientes ? Para tentar responder a essa pergunta, Rosenthal propõe uma teoria baseada em estados mentais de ordem superior. Estes estados mentais, não representam os fenômenos, mas sim, outros estados mentais ,e torna esses últimos em estados mentais conscientes. Entretanto, Charles Siewert (1996) afirma que Rosenthal comete o mesmo erro de Brentano ao responder o problema difícil da consciência com o uso de estados mentais de ordem superior. Porém, não é verdade que Brentano se utiliza da ordem superior para elaborar sua teoria sobre a consciência, Brentano (1874) utiliza estados mentais internos que se auto-representam de determinada forma. Outros autores, como Dan Zahavi (2004), Rocco Gennaro (1996) entre outros, também estabelecem uma ligação entre Rosenthal e Brentano, alguns afirmando que suas teorias são equivalentes, outros negando. Devido a essa recorrente confusão, o objetivo do trabalho é não só uma análise das teorias dos dois autores, mas também uma comparação entre os fundamentos, as argumentações e as características de ambas as teorias. Dessa forma, pretendo ao final da pesquisa elaborar um argumento bem embasado sobre o porquê ambas as teorias são distintas desde o seu aspecto mais fundamental, e que Brentano, não utiliza estados mentais de ordem superior.
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ALEX ANDREWS FERREIRA DE OLIVEIRA
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EMPIRISMO E METAFÍSICA NO PROCESSO INTELECTIVO DO CONHECIMENTO NO DE MAGISTRO DE TOMÁS DE AQUINO
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Orientador : MARCOS ROBERTO NUNES COSTA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCOS ROBERTO NUNES COSTA
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NALFRAN MODESTO BENVINDA
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RODRIGO JUNGMANN DE CASTRO
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Data: 28/02/2023
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Ao longo da história, as analises em torno do conhecimento humano ficaram mais complexas na tentativa de explicar suas peculiaridades. Os problemas de pesquisa se apresentam da seguinte forma: Há possibilidade de estruturar a dimensão cognitiva do sensível para o intelectivo, e encontrar a realidade correspondente aos conceitos? Existe ação externa à mente humana que justifique a produção do conhecimento humano? Tomás de Aquino apresentou os princípios de sua epistemologia no De Magistro. Neste opúsculo são estabelecidas as relações necessárias ao processo intelectivo epistêmico capaz de conduzir o indivíduo à ciência. Para tal, a metafisica tomasiana mostra-se atenta às articulações reais de nosso conhecimento com o mundo, mostrando a continuidade entre sensível e intelectual. A epistemologia realista de Tomás, através das inúmeras operações intelectivas, possibilita ao homem reconhecer a origem do conhecimento. Dessa forma, assumimos a posição no sentido de afirmar o conhecimento humano como princípio essencialmente natural: De que somos dotados de razão natural pela qual são abstraídas as imagens inteligíveis e/ou universais das realidades materiais. Entretanto, Tomás de Aquino utiliza princípios e categorias metafisicas para esclarecer o ato próprio do intelecto. Nesse prisma, havendo na mente a representação imaterial do cognoscível. Assim, sua teoria não se contradiz em nada, pois a imaterialidade intelectual não está separada da matéria. Destarte, a pertinência da pesquisa encontra-se no quesito do qual serão caudatários todos os demais temas da epistemologia tomasiana.
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Ao longo da história, as analises em torno do conhecimento humano ficaram mais complexas na tentativa de explicar suas peculiaridades. Os problemas de pesquisa se apresentam da seguinte forma: Há possibilidade de estruturar a dimensão cognitiva do sensível para o intelectivo, e encontrar a realidade correspondente aos conceitos? Existe ação externa à mente humana que justifique a produção do conhecimento humano? Tomás de Aquino apresentou os princípios de sua epistemologia no De Magistro. Neste opúsculo são estabelecidas as relações necessárias ao processo intelectivo epistêmico capaz de conduzir o indivíduo à ciência. Para tal, a metafisica tomasiana mostra-se atenta às articulações reais de nosso conhecimento com o mundo, mostrando a continuidade entre sensível e intelectual. A epistemologia realista de Tomás, através das inúmeras operações intelectivas, possibilita ao homem reconhecer a origem do conhecimento. Dessa forma, assumimos a posição no sentido de afirmar o conhecimento humano como princípio essencialmente natural: De que somos dotados de razão natural pela qual são abstraídas as imagens inteligíveis e/ou universais das realidades materiais. Entretanto, Tomás de Aquino utiliza princípios e categorias metafisicas para esclarecer o ato próprio do intelecto. Nesse prisma, havendo na mente a representação imaterial do cognoscível. Assim, sua teoria não se contradiz em nada, pois a imaterialidade intelectual não está separada da matéria. Destarte, a pertinência da pesquisa encontra-se no quesito do qual serão caudatários todos os demais temas da epistemologia tomasiana.
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AGNES RAFAELA MOURA DE OLIVEIRA
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O problema da corporeidade no interior do pluralismo ontológico heideggeriano
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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GILFRANCO LUCENA DOS SANTOS
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SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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Data: 31/03/2023
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Uma das marcas mais patentes da filosofia de Heidegger é sua crítica contundente à compreensão do ente humano enquanto animal racional , composto de alma e corpo. Em contraste a esse paradigma tradicional, Heidegger propõe o projeto de compreensão do homem enquanto ente existente , ou Dasein . É na analítica existencial elaborada em Ser e Tempo que o conceito de Dasein encontra seu maior desdobramento. No entanto, salta aos olhos o fato de Heidegger não ter tratado nesta obra o tema da corporeidade — supostamente tão caro à reflexão fenomenológica do ser do ente humano. A falta de uma abordagem direta do tema na maioria dos escritos de Heidegger, e principalmente em Ser e Tempo , foi alvo de inúmeras críticas de filósofos, sobretudo dos franceses. É verdade também, no entanto, que Heidegger,entre os anos de 1959 e 1969, se volta ao tema da corporeidade, refletindo junto de médicos e psicoterapeutas o chamado Leibproblem (problema do corpo). O resultado de quase dez anos de encontros e discussões sobre temas afins à corporeidade resultou nos Seminários de Zollikon. O presente trabalho propõe-se a explorar o tema da corporeidade no interior do pluralismo modal Heideggeriano. Pretendemos mostrar de que maneira o corpo do ente humano se distingue do corpo do ente vivo e do corpo do ente material. Ao final, indicaremos que a proposta heideggeriana, apesar de superar a tradição ontológica da filosofia, cria problemas que ela mesma não chegou a resolver, o problema da unidade dos modos de ser no ente.
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Uma das marcas mais patentes da filosofia de Heidegger é sua crítica ferrenha à compreensão do homem como animal racional, composto de alma e corpo. Em contraste a esse paradigma de base cartesiana, Heidegger propõe o projeto de compreensão do homem enquanto ente existente, ou Dasein. É na analítica existencial elaborada em Ser e Tempo que o conceito de Dasein encontra seu maior desdobramento. No entanto, salta aos olhos o fato de Heideggernão ter tratado nesta obra o tema da corporeidade – supostamente tão caro à reflexão fenomenológica do ser do ente humano. A falta de uma abordagem direta do tema na maioria dos escritos de Heidegger, e principalmente em Ser e Tempo, foi alvo de inúmeras críticas defilósofos, sobretudo dos franceses. Mas, é verdade também que Heidegger, já no final de sua vida, se volta ao tema da corporeidade, refletindo junto de médicos e psicoterapeutas o chamado Leibproblem (problema do corpo). O resultado de quase dez anos de encontros e discussões sobre temas afins à corporeidade resultou nos Seminários de Zollikon. Esse texto traz uma série de indicações não sistematizadas sobre o corpo que lança luz à nossa tentativa de localizar retroativamente a corporeidade no interior da analítica existencial. Dessa forma,o presente trabalho visa: 1) expor a controvérsia do tema da corporeidade no pensamento de Heidegger e na recepção de seus intérpretes; 2) Explorar na obra heideggeriana os diversos conceitos de corporeidade de acordo com o ponto de partida ontológico pluralista; 3) propor uma leitura conciliatória das reflexões tardias acerca da corporeidade dos Seminários de Zollikon com a analítica existencial de Ser e Tempo.
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CAROLINE SANTOS DA SILVA
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SOBRE UM FASCISMO DE MERCADO: A Relação entre Neoliberalismo e Neofascismo no Brasil Contemporâneo
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Orientador : ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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WÉCIO PINHEIRO ARAÚJO
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LOIANE DA PONTE SOUZA PRADO VERBICARO
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Data: 04/05/2023
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O neoliberalismo promoveu condições acentuadamente benéficas em prol da acumulação de capital e da concentração de poder, renda e riqueza em nível mundial. Em contexto periférico, a observância da conjuntura sociopolítica brasileira contemporânea revela um cenário de discursos e práticas autoritárias, de desumanização de políticas públicas, de ataques às instituições democráticas. Diante de tal panorama, importa indagar: a ascensão do autoritarismo, em forças antidemocráticas e políticas de morte, guarda relação com o projeto sociopolítico neoliberal? Ao avançar sobre indivíduos e instituições, a racionalidade neoliberal sobrepõe princípios empreendedoristas a princípios democráticos, tanto na vida pública quanto na social, de tal modo a subverter profundamente a democracia (BROWN, 2019). As mutações subjetivas provocadas pelo neoliberalismo - que atuam no sentido do egoísmo social, da negação da solidariedade e da redistribuição - por sua vez, podem ser apontadas como motivadoras de movimentos reacionários ou neofascistas (DARDOT; LAVAL, 2016). Com vistas a desenvolver tais análises, a presente pesquisa defende que o neoliberalismo conduz a formas contemporâneas de fascismo. Propõe-se um conceito analítico de fascismo, de categoria sociopolítica, para tratar de um fenômeno que se desenvolve no interior da democracia neoliberal. O fascismo não deve ser reduzido a uma experiência histórica restrita. Fenômeno que se molda às circunstâncias, é passível de manifestar-se em contextos diversos, em autoritarismos que se apresentam com características afins aos movimentos totalitários das décadas de 30 e 40 do século XX. Este estudo objetiva, portanto, investigar o neofascismo que se manifesta no contexto social e político brasileiro em suas relações com o neoliberalismo, caracterizando, especialmente, as políticas de morte e o processo de erosão democrática. Desenvolver uma compreensão filosófica sobre a realidade que se manifesta em nossa contemporaneidade periférica é fundamental para promover reflexão crítica, suscitar incômodos e a consequente proposição de mudanças.
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O neoliberalismo promoveu condições acentuadamente benéficas em prol da acumulação de capital e da concentração de poder, renda e riqueza em nível mundial. Em contexto periférico, a observância da conjuntura sociopolítica brasileira contemporânea revela um cenário de discursos e práticas autoritárias, de desumanização de políticas públicas, de ataques às instituições democráticas. Diante de tal panorama, importa indagar: a ascensão do autoritarismo, em forças antidemocráticas e políticas de morte, guarda relação com o projeto sociopolítico neoliberal? Ao avançar sobre indivíduos e instituições, a racionalidade neoliberal sobrepõe princípios empreendedoristas a princípios democráticos, tanto na vida pública quanto na social, de tal modo a subverter profundamente a democracia (BROWN, 2019). As mutações subjetivas provocadas pelo neoliberalismo - que atuam no sentido do egoísmo social, da negação da solidariedade e da redistribuição - por sua vez, podem ser apontadas como motivadoras de movimentos reacionários ou neofascistas (DARDOT; LAVAL, 2016). Com vistas a desenvolver tais análises, a presente pesquisa defende que o neoliberalismo conduz a formas contemporâneas de fascismo. Propõe-se um conceito analítico de fascismo, de categoria sociopolítica, para tratar de um fenômeno que se desenvolve no interior da democracia neoliberal. O fascismo não deve ser reduzido a uma experiência histórica restrita. Fenômeno que se molda às circunstâncias, é passível de manifestar-se em contextos diversos, em autoritarismos que se apresentam com características afins aos movimentos totalitários das décadas de 30 e 40 do século XX. Este estudo objetiva, portanto, investigar o neofascismo que se manifesta no contexto social e político do Brasil contemporâneo em suas relações com o neoliberalismo, caracterizando, especialmente, as políticas de morte e o processo de erosão democrática. Desenvolver uma compreensão filosófica sobre a realidade que se manifesta em nossa contemporaneidade periférica é fundamental para promover reflexão crítica, suscitar incômodos e a consequente proposição de mudanças.
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JOSÉ CLEBER LEANDRO DUARTE
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A ESCRITA COMO EXERCÍCIO ESPIRITUAL: uma leitura sobre o Marco Aurélio de Pierre Hadot
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Orientador : MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ALDO LOPES DINUCCI
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BERNARDO GUADALUPE DOS SANTOS LINS BRANDÃO
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MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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MARCUS REIS PINHEIRO
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Data: 13/06/2023
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Este trabalho tem como objetivo explorar a interpretação de Pierre Hadot sobre as Meditações de Marco Aurélio, apresentando a escrita como um Exercício Espiritual. A escrita não é apenas uma forma de registrar pensamentos, mas sim uma prática que transforma a personalidade do escritor. Ao escrever, o Imperador exercitava a arte de persuadir a si mesmo, evocando os dogmas fundamentais do estoicismo e, consequentemente, transformando suas representações e ações. Neste trabalho, exploramos as perspectivas intelectuais e morais da filosofia como uma Maneira de Viver, conforme interpretada por Pierre Hadot, e como a escrita pode ser uma ferramenta poderosa para a metamorfose do eu.
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Neste trabalho os guias mnêmicos (hypomnemata) de Marco Aurélio são compreendidos como um exercício espiritual. Os exercícios espirituais, elencados por Pierre Hadot, correspondem a uma prática que visa transformar, através da ação, a personalidade de quem os pratica. Se escrever foi um dos instrumentos que conduziu Marco Aurélio à vida filosófica, visando transformar o seu discurso interior, entretanto, por quais razões a escrita é um exercício espiritual? Estudar as hypomnemata de Marco Aurélio através da compreensão dos exercícios espirituais de Pierre Hadot é o objetivo desse trabalho. O efeito produzido pela escrita, seria um caminho para investigarmos tal conhecimento, pois, como aponta Pierre Hadot, ao escrever, Marco Aurélio compreende que o verdadeiro retiro da alma está dentro de si mesmo, fazendo com que o filósofo se conheça através de um diálogo interior. Escrever fez com que o filósofo evocasse os dogmas estoicos e se relacionasse com o mundo de outra maneira, modificando suas representações e ações. Seguindo esta linha de compreensão, o estoicismo imperial abrange perspectivas morais e existenciais, com isto esperamos contribuir para o aprofundamento dos efeitos psicagógicos trazidos pela escrita e ao mesmo tempo, refletir a filosofia estoica como um modo de vida.
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RHAISSA SANTOS DE SOUZA
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A verdade na obra de arte como superação da metafísica
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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ACYLENE MARIA CABRAL FERREIRA
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Data: 28/06/2023
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Desde Ser e Tempo, de 1927, Martin Heidegger mostrou que a motivação de suas investigações é a busca pelo sentido do ser, questão essa que, segundo ele, foi posta de lado pelo pensamento tradicional que se dirigiu apenas ao ser dos entes, indagando o que eles são, mas sem perguntar o que é ser. Em 1936, já após a “viragem”, o pensador realizou uma série de conferências que foram reunidas no texto A origem da obra de arte, escrito em 1936, na qual ele apresenta indicações para um possível conceito de obra de arte e como a verdade nela pode ser desvelada. Por meio da revisão bibliográfica das obras heideggerianas e com o apoio de textos de comentadores nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa, analisa-se, neste trabalho, o caminho percorrido por Heidegger para poder afirmar a possibilidade do acontecimento do ser em uma obra de arte a partir da noção de verdade ontológica, visando à superação da metafísica que esqueceu o ser. Serão analisadas críticas feitas a essa afirmação, especialmente a de Meyer Schapiro, e apontada a sua pouca distância da metafísica tal como compreendida por Heidegger, como apontou Derrida. Para isso, serão apresentadas as noções de verdade, arte e ser desenvolvidas por Heidegger desde Ser e Tempo até Contribuições à Filosofia, escrito em 1938, para demonstrar que a verdade do ser como a dinâmica entre ocultamento e desvelamento corresponde à relação mundo-terra apresentada em A origem da obra de arte, o que poderá ser vislumbrado através de passos fenomenológicos indicados pelo pensador.
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Desde “Ser e Tempo”, de 1927, Martin Heidegger mostrou ser a motivação de suas investigações a busca pelo sentido do Ser, questão essa que, segundo ele, foi posta de lado pelo pensamento tradicional que se dirigiu apenas aos entes, indagando oque eles são mas sem perguntar o que é o Ser. Em 1936, já após a “viragem”, o pensador realizou uma série de conferências que foram reunidas no texto “A origem da obra de arte”, na qual ele apresenta indicações para um possível conceito de obra de arte e como a verdade nela pode ser desvelada. Através da revisão bibliográfica das obras heideggerianas que lastreiam esta dissertação, com apoio de textos de comentadores nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa, traça-se neste trabalho o caminho percorrido por Heidegger para afirmar a possibilidade desse desvelamento a partir da noção de verdade ontológica, demonstrando como a sua fenomenologia hermenêutica contribuiu para alcançar tal intento e permitiu pensar a relação entre obra de arte e verdade visando à superação da tradição, da metafísica que esqueceu o Ser.
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ANDRE JOSE FIGUEIREDO NOGUEIRA JUNIOR
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Linguagem, pensamento e poesia em Martin Heidegger
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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DEBORAH MOREIRA GUIMARÃES
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GILFRANCO LUCENA DOS SANTOS
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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Data: 24/08/2023
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A presente dissertação buscou problematizar a linguagem a partir de bases fenomenológicas, para isso, nos alicerçamos na filosofia heideggeriana, mais especificamente na sua segunda fase e o seu diálogo entre pensamento, linguagem e poesia. O problema da linguagem é presente em toda obra de Martin Heidegger, porém toma mais relevância, na sua filosofia, a partir da década de 30. Ao longo da história da filosofia, o modo corrente de se entender o conceito de linguagem toma contornos objetificantes, a linguagem, muitas vezes, é reduzida a um instrumento de comunicação, expressão de vivências, ou seja, uma parte do todo que é ser homem. Este modo de interpretar a linguagem, afastou, gradativamente, o homem de uma lida originária com o ser, pois entificou o fenômeno que é responsável pelo acesso ao ser das coisas, a linguagem. Heidegger aponta que para termos uma lida direta com a linguagem e o seu vigor, devemos despi-la de seus conceitos e preconceitos, isto é, não a tratar de maneira ôntica, mas sim, como domínio de mostração, de velamento e desvelamento do ser. Desta forma, Heidegger parte de um diálogo com a poesia, na tentativa de acessar a linguagem de uma maneira genuína, originária, pois o dizer poético se configura como um caminho para se ter uma experiência com o fenômeno. Sendo assim, partiremos do dizer poético em direção a linguagem, para acessarmos o seu vigor.
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A presente dissertação buscou problematizar a linguagem a partir de bases fenomenológicas, para isso, nos alicerçamos na filosofia heideggeriana, mais especificamente na sua segunda fase e o seu diálogo entre pensamento, linguagem e poesia. O problema da linguagem é presente em toda obra de Martin Heidegger, porém toma mais relevância, na sua filosofia, a partir da década de 30. Ao longo da história da filosofia, o modo corrente de se entender o conceito de linguagem toma contornos objetificantes, a linguagem, muitas vezes, é reduzida a um instrumento de comunicação, expressão de vivências, ou seja, uma parte do todo que é ser homem. Este modo de interpretar a linguagem, afastou, gradativamente, o homem de uma lida originária com o ser, pois entificou o fenômeno que é responsável pelo acesso ao ser das coisas, a linguagem. Heidegger aponta que para termos uma lida direta com a linguagem e o seu vigor, devemos despi-la de seus conceitos e preconceitos, isto é, não a tratar de maneira ôntica, mas sim, como domínio de mostração, de velamento e desvelamento do ser. Desta forma, Heidegger parte de um diálogo com a poesia, na tentativa de acessar a linguagem de uma maneira genuína, originária, pois o dizer poético se configura como um caminho para se ter uma experiência com o fenômeno. Sendo assim, partiremos do dizer poético em direção a linguagem, para acessarmos o seu vigor.
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LUIZ GUILHERME ZENIEVERSON NOGUEIRA
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A relação entre Felicidade e Moralidade na filosofia prática kantiana
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Orientador : EDUARDO NASSER
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MEMBROS DA BANCA :
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EDUARDO NASSER
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ELEONOURA ENOQUE DA SILVA
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FILIPE AUGUSTO BARRETO CAMPELLO DE MELO
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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Data: 28/08/2023
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O Presente trabalho tem como objetivo tratar da relação entre felicidade e moralidade na filosofia prática kantiana. As tensões e convergências destes dois conceitos encontram-se espalhadas pelos textos kantianos: Crítica da razão prática (CRPr), Fundamentação da metafísica dos costumes (FMC), Metafísica dos costumes (MC), Antropologia do ponto de vista pragmático (A), e, inclusive na Crítica da razão pura (CRP). A felicidade sempre ocupou um lugar de oposição à moralidade a partir dos escritos críticos kantianos. No entanto, moralidade e felicidade, apesar de opostos, não são conceitos, em certa medida, inconciliáveis. Nós seres humanos possuímos a influência da causalidade natural (mecânica) e da causalidade da vontade (racional), por esta razão somos: seres racionais finitos. A felicidade estaria vinculada diretamente com a esfera sensível, enquanto a moralidade possui sua vinculação com a dimensão inteligível.O pretenso formalismo kantiano, não se sustenta diante da dimensão finita, evidente em seus textos.O problema da relação entre virtude e felicidade é muito debatido por autores no Brasil que elaboraram pesquisas sobre o tema no início da década passada como Torres (2012), Dejeanne (2011), Hamm (2011), dentre outros. Sendo assim, ao longo do trabalho iremos explorar dois caminhos possíveis para tratar a conciliação entre felicidade e moralidade. O primeiro ponto centra-se na prudência como habilidade de promoção da felicidade, enquanto leis pragmáticas, em concomitância com a lei moral. O segundo baseia-se no conceito de sumo bem, tese defendida pelo próprio Kant, que visa a ligação necessária entre felicidade e moralidade como fim último dos seres racionais finitos, i.e., presume-se a felicidade enquanto porvindoura, galgando-se nos postulados da razão pura prática, pois a moralidade tornar-me-ia digno de ser feliz. Haja visto, moralidade e felicidade são conceitos indissociáveis e imprescindíveis para a realização plena das ações humanas.
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Este Trabalho tem o objetivo principal de discutir a relação entre felicidade e moralidade na filosofia prática kantiana. A felicidade sempre ocupou um lugar de oposição à moralidade no corpus prático kantiano. No entanto, moral e felicidade apesar de opostos não são conceitos inconciliáveis, pois somos seres racionais finitos. Em outras palavras, somos cindidos entre o mundo inteligível e o mundo sensível. Possuímos, portanto, um lado natural (sensível) e outro racional (inteligível). Assim, ao longo do trabalho iremos explorar dois caminhos possíveis para tratar a conciliação entre felicidade e moralidade. O primeiro ponto centra-se na prudência como habilidade de promoção da felicidade, enquanto leis pragmáticas, em concomitância com a lei moral. O segundo se baseia no conceito de sumo bem, tese defendida pelo próprio Kant, que visa a ligação necessária entre felicidade e moralidade como fim último dos seres racionais finitos. O problema da relação entre virtude e felicidade é muito debatido por autores brasileiros que elaboraram pesquisas sobre o tema no início da década passada como Torres (2012), Dejeanne (2011), Hamm (2011), dentre outros. O debate a respeito do tema se faz necessário, pois mesmo que os conceitos sejam opostos a realização de nossas ações só é possível levando em consideração tanto a felicidade como a moral. Defenderemos que a conciliação não só é possível, como necessária para a estrutura da filosofia prática kantiana.
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GABRIELA MESQUITA ALVES DE OLIVEIRA
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APARIÇÃO DO SER-AÍ ENQUANTO GÊNERO. Uma análise fenomenológico-existencial do generificar
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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CRISTINA AMARO VIANA
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Data: 30/08/2023
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A busca pela partícula existencial unificada deixa de lado algumas problemáticas que aparecem ao longo do mapeamento das estruturas ontológicas do ser-aí, especificamente questões relacionadas ao gênero e ao corpo. Dessa conjuntura, surge a proposta de analisar o fenômeno de gênero enquanto processo de aparição do ser-aí para aprofundar o debate sobre como as relações generificadas impessoais ou próprias que atravessam a cotidianidade e revelam as estruturas de aparição ou desapropriação do simesmo. Relegado à sociologia, história e à política, o conceito por trás do termo "gênero" passou por um processo de esvaziamento e deslocação que não aborda precisamente a relação da constituição existencial com o que se revela como “generificar-se”. A análise deste processo de “generificação” constitui num aprofundamento em fenômenos das relações de gênero para revelar como o estado impessoal coordena o existir em sua impropriedade. O fenômeno do gênero ao se deparar com as configurações do ser-aí, revela a constituição do palco da aparição desta partícula existencial para seu mais próprio ou impróprio simesmo.
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A busca pela partícula existencial unificada deixa de lado algumas problemáticas que aparecem ao longo do mapeamento das estruturas ontológicas do ser-aí, especificamente questões relacionadas ao gênero e ao corpo. Dessa conjuntura, surge a proposta de analisar o fenômeno de gênero enquanto processo de aparição do ser-aí para aprofundar o debate sobre como as relações generificadas impessoais ou próprias que atravessam a cotidianidade e revelam as estruturas de aparição ou desapropriação do simesmo. Relegado à sociologia, história e à política, o conceito por trás do termo "gênero" passou por um processo de esvaziamento e deslocação que não aborda precisamente a relação da constituição existencial com o que se revela como “generificar-se”. A análise deste processo de “generificação” constitui num aprofundamento em fenômenos das relações de gênero para revelar como o estado impessoal coordena o existir em sua impropriedade. O fenômeno do gênero ao se deparar com as configurações do ser-aí, revela a constituição do palco da aparição desta partícula existencial para seu mais próprio ou impróprio simesmo.
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PABLO RAVEL SANTOS MEDEIROS
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A RELAÇÃO ENTRE AS NOÇÕES DE NIILISMO PRESENTES NAS OBRAS DE NIETZSCHE E DE DOSTOIÉVSKI
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Orientador : JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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EDUARDO NASSER
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JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MARTA SOLANGE PERRUSI
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Data: 27/09/2023
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O niilismo é um fenômeno moral da civilização ocidental e constitui-se como um tema de múltiplos significados. Acreditamos que a filosofia de Nietzsche e a literatura de Dostoiévski colocaram em relevo, durante o sec. XIX, o problema do niilismo da civilização judaico-cristã. Esse interesse em comum a respeito do tema, fez os autores produzirem reflexões que, compreendemos, possuem certa confluência. Em nosso trabalho, pretendemos evidenciar, a partir da análise das noções de niilismo que identificamos nas obras dos dois autores, alguns aspectos do niilismo no Ocidente. Visto que a noção de morte de Deus e a noção de niilismo estão presentes tanto no pensamento de Nietzsche, quanto na literatura de Dostoiévski; e que o próprio Nietzsche afirmou ser um admirador do escritor russo, duas questões nortearam a nosso estudo, quais sejam: em que medida o niilismo de Dostoiévski foi apropriado, influenciou ou apenas converge com o pensamento de Nietzsche? quais são as convergências e divergências conceituais entre o niilismo de Nietzsche e o de Dostoiévski? No intuito de responder essas questões, realizamos uma pesquisa de caráter histórico-filosófico que foi levada a cabo por meio de uma análise comparativa das referidas noções nos dois autores. Nosso trabalho está dividido em três etapas: o primeiro e o segundo momento de nossa pesquisa configuram-se como premissas que nos forneceram elementos para a terceira e conclusiva etapa. Primeiramente, fizemos uma investigação acerca de quatro variantes conceituais de niilismo que deparamos nos escritos de Nietzsche, sobretudo, nos textos a partir dos anos de 1880. São eles: 1) o niilismo do querer o nada; 2) o niilismo do nada querer; 3) o niilismo suicida; e 4) o niilismo afirmativo. Em seguida, realizamos um exame das noções de niilismo nas obras de Dostoiévski, a partir da análise dos seguintes personagens: o homem do subsolo, de Memórias do Subsolo (1864); Raskólnikov, de Crime e Castigo (1866); Kirílov, de Os Demônios (1872); e Ivan Karamázov, de Os Irmãos Karamázov (1880). Por fim, numa última etapa, confrontamos as noções dos dois autores para tentar responder as questões acima elencadas. Nesta parte final do trabalho, evidenciamos que as convergências entre ambos, antes de serem fruto de uma influência mútua ou de uma apropriação de um autor pelo outro, são, na verdade, resultado do espírito do tempo no qual eles viveram, a saber, uma época caracterizada pela falência dos valores ocidentais.
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O niilismo é um fenômeno moral da civilização ocidental e constitui-se como um tema de múltiplos significados. Acreditamos que a filosofia de Nietzsche e a literatura de Dostoiévski colocaram em relevo, durante o sec. XIX, o problema do niilismo da civilização judaico-cristã. Esse interesse em comum a respeito do tema, fez os autores produzirem reflexões que, compreendemos, possuem certa confluência. Em nosso trabalho, pretendemos evidenciar, a partir da análise das noções de niilismo que identificamos nas obras dos dois autores, algumas dessas facetas do niilismo no Ocidente. Visto que a noção de morte de Deus e a noção de niilismo estão presentes tanto no pensamento de Nietzsche, quanto na literatura de Dostoiévski; e que o próprio Nietzsche afirmou ser um admirador do escritor russo, duas questões nortearam a nosso estudo, quais sejam: em que medida o niilismo de Dostoiévski foi apropriado, influenciou ou apenas converge com o pensamento de Nietzsche? quais são as convergências e divergências conceituais entre o niilismo de Nietzsche e o de Dostoiévski? No intuito de responder essas questões, realizamos uma pesquisa de caráter histórico-filosófico que foi levada a cabo por meio de uma análise comparativa das referidas noções nos dois autores. Nosso trabalho está dividido em três etapas: o primeiro e o segundo momento de nossa pesquisa configuram-se como premissas que nos forneceram elementos para a terceira e conclusiva etapa. Primeiramente, fizemos uma investigação acerca de quatro variantes conceituais de niilismo que deparamos nos escritos de Nietzsche, sobretudo, nos textos a partir dos anos de 1880. São eles: 1) o niilismo do querer o nada; 2) o niilismo do nada querer; 3) o niilismo suicida; e 4) o niilismo afirmativo. Em seguida, realizamos um exame das noções de niilismo nas obras de Dostoiévski, a partir da análise dos seguintes personagens: o homem do subsolo, de Memórias do Subsolo (1864); Raskólnikov, de Crime e Castigo (1866); Kirílov, de Os Demônios (1872); e Ivan Karamázov, de Os Irmãos Karamázov (1880). Por fim, numa última etapa, confrontamos as noções dos dois autores para tentar responder as questões acima elencadas. Nesta parte final do trabalho, evidenciamos que as convergências entre ambos, antes de serem fruto de uma influência mútua ou de uma apropriação de um autor pelo outro, são, na verdade, resultado do espírito do tempo no qual eles viveram, a saber, uma época caracterizada pela falência dos valores ocidentais.
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JORGE WAQUIM NETO
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A RECEPÇÃO DA FILOSOFIA DE FRIEDRICH NIETZSCHE PELO PENSAMENTO DE GILLES DELEUZE
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Orientador : JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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EDUARDO NASSER
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JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MARTA SOLANGE PERRUSI
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Data: 27/09/2023
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Deleuze protagonizou uma recepção bastante influente e, hoje, controversa da obra de Nietzsche, a partir da publicação do seu livro Nietzsche e a filosofia, em 1962. O presente texto de dissertação busca rever essa recepção, procurando entender como ela se deu. Vamos buscar o Nietzsche deleuziano, examinando o que nele possa haver de torções, de incompreensões ou até mesmo de plausibilidade a respeito de algumas noções nietzschianas. Nessa tarefa, consideramos autores da fortuna crítica que assinalam equívocos na interpretação deleuziana. Alguns desses autores apontam que tais equívocos seriam acidentais, resultados da má compreensão das noções nietzschianas pelo filósofo francês. Outros creditam os problemas de interpretação ao propósito de Deleuze em fazer de Nietzsche uma espécie de âncora conceitual para estabelecer sua própria filosofia. No entanto, neste trabalho de pesquisa, uma outra hipótese é colocada à prova: a interpretação de Deleuze seria plausível ao procurar deduzir das noções de Nietzsche o que nelas ele considerava incompleto. Em outras palavras, nossa hipótese é de que Deleuze teria realizado complementações às noções nietzschianas a partir de textos legítimos do filósofo alemão. Procuraremos cumprir esse objetivo a partir da análise de quatro noções nietzschianas relevantes para o pensamento deleuziano: a teoria das forças/vontade de potência, onde examinamos o par conceitual “forças ativas” e “forças reativas” encontrado por Deleuze na obra de Nietzsche e amplamente criticado; o eterno retorno, no qual Deleuze faz sua própria interpretação do “mesmo” nietzschiano; o perspectivismo, onde trazemos essa noção em Nietzsche e, a partir dela, a abordagem deleuziana das imagens do pensamento na filosofia; e a crítica nietzschiana à noção de sujeito, onde, por sua vez, Deleuze aplica a teoria das forças enquanto “ativas” e “reativas” encontradas por ele em Nietzsche. Os resultados podem nos auxiliar a entender melhor a filosofia deleuziana e jogam luzes sobre a compreensão das noções abordadas.
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Deleuze protagonizou uma recepção bastante influente e, hoje, controversa da obra de Nietzsche, a partir da publicação do seu livro Nietzsche e a filosofia, em 1962. O presente texto de dissertação busca rever essa recepção, tendo em vista dois objetivos. O primeiro deles é procurar entender como ela se deu: vamos buscar o Nietzsche deleuziano, examinando o que nele possa haver de torções, de incompreensões ou até mesmo de plausibilidade a respeito de algumas noções nietzschianas. Nessa tarefa, consideramos autores da fortuna crítica que assinalam equívocos na interpretação deleuziana. Alguns desses autores apontam que tais equívocos seriam acidentais, resultados da má compreensão das noções nietzschianas pelo filósofo francês. Outros creditam os problemas de interpretação ao propósito de Deleuze em fazer de Nietzsche uma espécie de âncora conceitual para estabelecer sua própria filosofia. No entanto, neste trabalho de pesquisa, uma outra hipótese é testada: a interpretação de Deleuze seria plausível ao procurar deduzir das noções de Nietzsche o que nelas ele considerava incompleto. O segundo objetivo é procurar entender qual a amplitude da influência de Nietzsche no pensamento deleuziano: buscamos o Deleuze nietzschiano, examinando o que os seus conceitos guardam de influência das noções nietzschianas. Procuraremos cumprir esses objetivos a partir da análise de quatro noções nietzschianas relevantes para o pensamento deleuziano: a teoria das forças/vontade de potência, onde examinamos o par conceitual “forças ativas” e “forças reativas” encontrado por Deleuze na obra de Nietzsche e amplamente criticado; o eterno retorno, no qual Deleuze faz sua própria interpretação do “mesmo” nietzschiano; o perspectivismo, onde trazemos essa noção em Nietzsche e, a partir dela, a abordagem deleuziana das imagens do pensamento na filosofia; e a crítica nietzschiana à noção de sujeito, onde, por sua vez, Deleuze aplica a teoria das forças enquanto “ativas” e “reativas” encontradas por ele em Nietzche. Os resultados podem nos auxiliar a entender melhor a filosofia deleuziana e jogam luzes sobre a compreensão das noções abordadas.
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Teses |
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RAPHAEL DOUGLAS MONTEIRO TENÓRIO FILHO
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PÓS-VERDADE COMO EPIDEMIA PSICOPOLÍTICA: O cinismo comicrático como modo de normativização social
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Orientador : FILIPE AUGUSTO BARRETO CAMPELLO DE MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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DIOGO SILVA CORRÊA
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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FILIPE AUGUSTO BARRETO CAMPELLO DE MELO
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JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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SAYONARA DE AMORIM GONCALVES LEAL
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Data: 24/02/2023
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A presente tese se esforça em esquadrinhar o conceito de pós-verdade ― e suas fraquezas propositivas ―, popularizado no seio de querelas políticas nacionais e internacionais a partir de 2016, e submeter-lhe a uma visada filosófica, verificando quais os pontos de contato mais sensíveis entre a filosofia e a questão pós-veritativa. O que é a verdade num contexto tecnoepistêmico e político tão complexo, no qual uma suposta “era” pós-factual pode ser anunciada? Trata-se, também, de oferecer uma leitura filosófica que complemente as interpretações majoritárias do fenômeno, que nascem preponderantemente da área de comunicação e tecnologia. A tese temática que se segue propõe, ademais, uma interpretação que se move num campo psicopolítico, onde filosofia e teorias societárias auxiliam no fundamento de um olhar hermenêutico que nos permitirá definir a pós-verdade como um problema de normativização social a partir de um modelo hegemônico de subjetivação que taxaremos de cinismo comicrático e que se espalha com força de epidemia, decidindo o destino de grandes democracias.
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A presente tese se esforça em esquadrinhar o conceito de pós-verdade ― e suas fraquezas propositivas ―, popularizado no seio de querelas políticas nacionais e internacionais a partir de 2016, e submeter-lhe a uma visada filosófica, verificando quais os pontos de contato mais sensíveis entre a filosofia e a questão pós-veritativa. O que é a verdade num contexto tecnoepistêmico e político tão complexo, no qual uma suposta “era” pós-factual pode ser anunciada? Trata-se, também, de oferecer uma leitura filosófica que complemente as interpretações majoritárias do fenômeno, que nascem preponderantemente da área de comunicação e tecnologia. A tese temática que se segue propõe, ademais, uma interpretação que se move num campo psicopolítico, onde filosofia e teorias societárias auxiliam no fundamento de um olhar hermenêutico que nos permitirá definir a pós-verdade como um problema de normativização social a partir de um modelo hegemônico de subjetivação que taxaremos de cinismo comicrático e que se espalha com força de epidemia, decidindo o destino de grandes democracias.
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