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Dissertações |
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ACÁCIO DA SILVA FERREIRA
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Equilíbrio Reflexivo e Revisão da Lógica
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Orientador : MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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CAMILA JOURDAN
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EROS MOREIRA DE CARVALHO
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LUIZ CARLOS PINHEIRO DIAS PEREIRA
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MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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Data: 23/02/2022
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A emergência de lógicas alternativas à lógica clássica motiva a revisão de alguns princípios clássicos do raciocínio. Para as lógicas desviantes não há outra opção, é preciso revogar a validade universal de certos princípios lógicos. Todavia, em que medida é possível revisar racionalmente algo tão fundamental quanto princípios lógicos? Prawitz (1978), Resnik (1997, 2004) e Peregrin e Svoboda (2017) propõem o método de equilíbrio reflexivo para se pensar a justificação e a revisão racional de regras e princípios da lógica. Para estes autores, podemos, em um movimento de ir e vir, entre nossas considerações teóricas, regras e princípios lógicos e nossas inferências locais, revisar qualquer um desses elementos, sempre que necessário, a fim de alcançar uma coerência aceitável entre eles. Neste trabalho, alegamos, no entanto, que o equilíbrio reflexivo, do modo como é caracterizado por estes autores, é inadequado para justificar e revisar regras e princípios lógicos básicos. Argumentamos, com base nas críticas de Pereira (2006) à Prawitz, que o equilíbrio reflexivo recorre a pressupostos problemáticos, como por exemplo, a ideia de ‘revisar sempre que necessário’ e ‘coerência aceitável’. Afinal, o que garante a necessidade da revisão de princípios lógicos? O que assegura a coerência aceitável entre princípios e inferências locais? Como alternativa, endossamos uma abordagem revisionista wittgensteiniana (1969) baseada na noção de ‘conversão’.
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A emergência de lógicas alternativas à lógica clássica motiva a revisão de alguns princípios clássicos do raciocínio. Para as lógicas desviantes não há outra opção, é preciso revogar a validade universal de certos princípios lógicos. Todavia, em que medida é possível revisar racionalmente algo tão fundamental quanto princípios lógicos? Prawitz (1978), Resnik (1997, 2004) e Peregrin e Svoboda (2017) propõem o método de equilíbrio reflexivo para se pensar a justificação e a revisão racional de regras e princípios da lógica. Para estes autores, podemos, em um movimento de ir e vir, entre nossas considerações teóricas, regras e princípios lógicos e nossas inferências locais, revisar qualquer um desses elementos, sempre que necessário, a fim de alcançar uma coerência aceitável entre eles. Neste trabalho, alegamos, no entanto, que o equilíbrio reflexivo, do modo como é caracterizado por estes autores, é inadequado para justificar e revisar regras e princípios lógicos básicos. Argumentamos, com base nas críticas de Pereira (2006) à Prawitz, que o equilíbrio reflexivo recorre a pressupostos problemáticos, como por exemplo, a ideia de ‘revisar sempre que necessário’ e ‘coerência aceitável’. Afinal, o que garante a necessidade da revisão de princípios lógicos? O que assegura a coerência aceitável entre princípios e inferências locais? Como alternativa, endossamos uma abordagem revisionista wittgensteiniana (1969) baseada na noção de ‘conversão’.
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MARCIANO ROMUALDO ARAUJO CAVALCANTI
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O ESTATUTO EPISTÊMICO DA PERCEPÇÃO A PARTIR DO DIÁLOGO TEETETO DE PLATÃO: uma leitura filosófico-literária
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Orientador : MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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RENATO MATOSO
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CAROLINA DE MELO BOMFIM ARAÚJO
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MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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MARIA APARECIDA DE PAIVA MONTENEGRO
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Data: 24/02/2022
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Há certa discussão entre intérpretes da filosofia platônica sobre o papel epistêmico da percepção. Nesse contexto, não há consenso quanto à capacidade da percepção formular juízos, crenças ou opiniões. Pode-se dizer que a percepção é judicativa, ou que não produzimos juízo algum por ela. Contudo, só aquilo que é judicativo pode ser conhecimento. Se através da percepção adquirimos conhecimento, então ela é judicativa. Nossa dissertação apresenta uma reconstrução literário-filosófica do diálogo Teeteto. Através dela, mostramos que o objetivo do texto é distinguir explicitamente a capacidade de perceber da de pensar. Por este motivo, defendemos que o diálogo nega que a percepção produza juízos. Seu caráter judicativo é eliminado, sendo esta uma capacidade da alma racional. O problema para percepção é duplo: não podemos compreendê-la por si mesma, e suas informações não garantem conhecimento. Portanto, perceber não implica conhecer. O que é negado é o estatuto epistêmico da percepção, mas isso não impede que ela tenha um papel na formulação de juízos.
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Há certa discussão entre intérpretes da filosofia platônica sobre o papel epistêmico da percepção. Nesse contexto, não há consenso quanto à capacidade da percepção formular juízos, crenças ou opiniões. Pode-se dizer que a percepção é judicativa, ou que não produzimos juízo algum por ela. Contudo, só aquilo que é judicativo pode ser conhecimento. Se através da percepção adquirimos conhecimento, então ela é judicativa. Nossa dissertação apresenta uma reconstrução literário-filosófica do diálogo Teeteto. Através dela, mostramos que o objetivo do texto é distinguir explicitamente a capacidade de perceber da de pensar. Por este motivo, defendemos que o diálogo nega que a percepção produza juízos. Seu caráter judicativo é eliminado, sendo esta uma capacidade da alma racional. O problema para percepção é duplo: não podemos compreendê-la por si mesma, e suas informações não garantem conhecimento. Portanto, perceber não implica conhecer. O que é negado é o estatuto epistêmico da percepção, mas isso não impede que ela tenha um papel na formulação de juízos.
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JAMILA DE OLIVEIRA LIMA
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A CRIAÇÃO ARTÍSTICA À LUZ DA FILOSOFIA BERGSONIANA: desde a intuição até a expressão
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Orientador : SANDRO COZZA SAYAO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA DE JESUS DE BRITTO LEITE
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SANDRO COZZA SAYAO
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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Data: 26/08/2022
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Ao percorrer a obra de Bergson, constatamos as frequentes menções à arte como uma possibilidade de ultrapassar a percepção comum do cotidiano. A criação artística nos aproxima daquilo que cada coisa têm de singular, o âmago da vida. Mas apesar desse caráter distintivo, o filósofo não dedica nenhuma de suas obras a elaborar uma teoria sobre a arte. Para Bergson, a atividade dos filósofos e dos artistas se assemelha nesta espécie de percepção expandida da realidade, a intuição, mas se distancia na expressão do que foi apreendido. Haja vista que na história da filosofia, muitas foram as vezes em que se refletiu sobre a natureza da arte, o conceito do belo, ou sobre a experiência do contemplador, dentro da doutrina bergsoniana o encontro entre arte e filosofia ganha contornos particulares, já que é nas alusões a criação artística que Bergson fundamentará sua crítica ao discurso filosófico, quando numa tônica meramente intelectual, abrindo assim a possibilidade de um caminho para se refletir sobre a arte. O objetivo desta dissertação, portanto, é destacar a criação artística à luz de uma filosofia cujo o ato de criar é vital para o evoluir; desde a intuição até a expressão, enfatizando seus esforços, a diferenciação e a composição do espírito com a matéria que se reconciliam na vida, e também na obra de arte. Para tanto, promove um encontro e desencontro entre o filósofo e o artista a partir das obras bergsonianas e, no outro sentido, uma assimilação das indicações formais em certas obras de arquitetura.
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Ao percorrer a obra de Bergson, constatamos as frequentes menções à arte como uma possibilidade de ultrapassar a percepção comum do cotidiano. A criação artística nos aproxima daquilo que cada coisa têm de singular, o âmago da vida. Mas apesar desse caráter distintivo, o filósofo não dedica nenhuma de suas obras a elaborar uma teoria sobre a arte. Para Bergson, a atividade dos filósofos e dos artistas se assemelha nesta espécie de percepção expandida da realidade, a intuição, mas se distancia na expressão do que foi apreendido. Haja vista que na história da filosofia, muitas foram as vezes em que se refletiu sobre a natureza da arte, o conceito do belo, ou sobre a experiência do contemplador, dentro da doutrina bergsoniana o encontro entre arte e filosofia ganha contornos particulares, já que é nas alusões a criação artística que Bergson fundamentará sua crítica ao discurso filosófico, quando numa tônica meramente intelectual, abrindo assim a possibilidade de um caminho para se refletir sobre a arte. O objetivo desta dissertação, portanto, é destacar a criação artística à luz de uma filosofia cujo o ato de criar é vital para o evoluir; desde a intuição até a expressão, enfatizando seus esforços, a diferenciação e a composição do espírito com a matéria que se reconciliam na vida, e também na obra de arte. Para tanto, promove um encontro e desencontro entre o filósofo e o artista a partir das obras bergsonianas e, no outro sentido, uma assimilação das indicações formais em certas obras de arquitetura.
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THIAGO ANDRADE DE OLIVEIRA
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O CONTEÚDO NÃO CONCEITUAL DA EXPERIÊNCIA PERCEPTIVA
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Orientador : TARIK DE ATHAYDE PRATA
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MEMBROS DA BANCA :
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DANILO VAZ-CURADO RIBEIRO DE MENEZES COSTA
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MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
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TARIK DE ATHAYDE PRATA
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Data: 29/08/2022
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Uma importante questão na filosofia da mente contemporânea versa sobre o conteúdo da experiência perceptiva. Por um lado, os conceitualistas sustentam que toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais. Por outro lado, os não conceitualistas, sustentam que algumas experiências perceptivas não envolvem capacidades conceituais. Nesse sentido, ou toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais ou algumas experiências perceptivas não envolvem capacidadesconceituais. Entendo que não é o caso que toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais, pois há discriminações perceptivas em que o sujeito não possuiconceitos adequados para especificar objetos que lhe são apresentados na percepção. Logo, algumas experiências perceptivas não envolvem capacidades conceituais. Pois é possível discriminar dois tons próximos de verde sem especificá-los conceitualmente. O objetivo desta Dissertação, portanto, é defender que algumas experiências perceptivas, como perceber características e várias tonalidades de cores, não envolvem capacidades conceituais.
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Uma importante questão na filosofia da mente contemporânea versa sobre o conteúdo da experiência perceptiva. Por um lado, os conceitualistas sustentam que toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais. Por outro lado, os não conceitualistas, sustentam que algumas experiências perceptivas não envolvem capacidades conceituais. Nesse sentido, ou toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais ou algumas experiências perceptivas não envolvem capacidadesconceituais. Entendo que não é o caso que toda experiência perceptiva envolve capacidades conceituais, pois há discriminações perceptivas em que o sujeito não possuiconceitos adequados para especificar objetos que lhe são apresentados na percepção. Logo, algumas experiências perceptivas não envolvem capacidades conceituais. Pois é possível discriminar dois tons próximos de verde sem especificá-los conceitualmente. O objetivo desta Dissertação, portanto, é defender que algumas experiências perceptivas, como perceber características e várias tonalidades de cores, não envolvem capacidades conceituais.
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THIAGO HENRIQUE SANTOS DE MEDEIROS
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QUANDO A MORTE NÃO É EXCEÇÃO: Biopolítica, soberania, intersecções e divergências entre Mbembe e Agamben
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Orientador : ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRO SILVA DE JESUS
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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JULIELE MARIA SIEVERS
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Data: 29/08/2022
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Esta pesquisa analisa duas perspectivas contemporâneas acerca da Soberania, a partir dos estudos apresentados por Giorgio Agamben e Achille Mbembe. Para além de construir uma nova definição acerca do termo em si, ambos embasados na perspectiva da biopolítica foucaultiana, estes dois pensadores buscam analisar o exercício do poder soberano para, a partir disso, ofertar novas proposições epistemológicas. Embora possuam certas semelhanças, principalmente em seus embasamentos teóricos, há uma diferença entre perspectivas metodológicas que conduzem cada um a proposições diversas. Agamben, também utilizando-se das ideias de Carl Schmitt acerca do Estado de Exceção, parte de uma análise epistemológica que o conduz aos conceitos de Zoé e Bios, na qual a primeira tomará o caráter de centralidade, ou ainda, sempre esteve como eixo fundante das democracias ocidentais. Já Mbembe, embora também embasando-se na biopolítica foucaultiana, e até mesmo utilizando-se de Agamben em seu arcabouço teórico, propõe uma descentralização da discussão da soberania. Partindo da experiência colonial das Américas e das Áfricas, o filósofo camaronês trata a soberania não mais como um gerir da vida – principalmente a vida biológica, como propôs Foucault – mas a partir da morte em primeiro plano, cunhando assim o termo Necropolítica, conduzindo ao conceito de Necropolítica, bem como o retorno dessa condição colonial às metrópoles. Há, a partir disso, uma reformulação da ética nas relações entre povos, lastreado nas ideias de raça e a criação do que o mesmo chama de devir-negro. Percebe-se, desta forma, o condicionamento de Agamben a uma ratio eurocêntrica, enquanto Mbembe está relacionada a primazia da ética criada a partir das relações coloniais.
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Esta pesquisa analisa duas perspectivas contemporâneas acerca da Soberania, a partir dos estudos apresentados por Giorgio Agamben e Achille Mbembe. Para além de construir uma nova definição acerca do termo em si, ambos embasados na perspectiva da biopolítica foucaultiana, estes dois pensadores buscam analisar o exercício do poder soberano para, a partir disso, ofertar novas proposições epistemológicas. Embora possuam certas semelhanças, principalmente em seus embasamentos teóricos, há uma diferença entre perspectivas metodológicas que conduzem cada um a proposições diversas. Agamben, também utilizando-se das ideias de Carl Schmitt acerca do Estado de Exceção, parte de uma análise epistemológica que o conduz aos conceitos de Auctorias e Potestas, que ao longo do tempo diluem-se e causam uma hipertrofia sobre a figura do soberano, trazendo também uma releitura hobbesiana do “estado de natureza” na definição de Exceção. Já Mbembe, embora também embasando-se na biopolítica foucaultiana, e até mesmo utilizando-se de Agamben em seu arcabouço teórico, propõe uma recentralização da discussão da soberania. Partindo das experiências dos regimes de plantation e do massacre da população negra, nas experiências coloniais das Américas e da África, o filósofo camaronês trata a soberania não mais como um gerir da vida – principalmente a vida biológica, como propôs Foucault – mas a partir da morte em primeiro plano, conduzindo ao conceito de Necropolítica, bem como o retorno dessas experiências às metrópoles. Há, a partir disso, uma reformulação da ética nas relações entre povos, lastreado nas ideias de raça e a criação do que o mesmo chama de devir-negro. Percebe-se, desta forma, o condicionamento de Agamben a uma ratio eurocêntrica, enquanto Mbembe está relacionada a primazia da ética criada a partir das relações coloniais.
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PABLO RAPHAEL RIBEIRO DIAS
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OS FUNDAMENTOS ONTOLÓGICO-METAFÍSICOS DA METAPSICOLOGIA FREUDIANA E A TAREFA DE UMA FUNDAMENTAÇÃO ONTOLÓGICO-EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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THIAGO ANDRE MOURA DE AQUINO
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ÉDER SOARES SANTOS
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Data: 30/08/2022
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Um aspecto fundamental da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger (1889-1976) é a tese do esquecimento do ser. Sua analítica existencial, presente na obra Ser e Tempo (1927), visa desvelar os aspectos fundamentais do ser desse ente – aspectos que caíram no esquecimento. Na obra Seminários de Zollikon (1959-1969), vemos que, para Heidegger, a metapsicologia representa mais um exemplo do esquecimento do ser. Se a metapsicologia freudiana cumpre o papel de manter o Dasein em seu esquecimento, a fenomenologia hermenêutica, em contrapartida, é um método de análise capaz de desvelar os conceitos ontológicos fundamentais da metapsicologia freudiana. Com isso, defenderemos que a fenomenologia heideggeriana tem algo de peculiar no tocante à investigação ontológica. Por meio dela notamos que é possível uma investigação das fundamentações ontológicas das ciências particulares. Diante disso, o objetivo deste trabalho é indicar os fundamentos metafísicos da metapsicologia freudiana, por meio da fenomenologia hermenêutica, com a tarefa crucial de apontar a viabilidade de uma psicanálise sem sujeito que encontra em Heidegger uma nova base ontológica para pensar o ente humano. Buscaremos, em primeiro lugar, apresentar em linhas gerais os conceitos fundamentais do arcabouço teórico metapsicológico freudiano, a saber: pulsão, inconsciente e desejo; em seguida mostraremos em que medida a filosofia de René Descartes (1596-1650) parece ser a base ontológico-existencial da metapsicologia freudiana. Em segundo lugar apresentaremos aquilo que na analítica existencial é fundamental para pensar o ente humano: o conceito de fenômeno (mostrar-se, aparência e manifestação) e a tese do Dasein como ser-no-mundo (compreensão, tonalidade de humor e fala). Em terceiro lugar, por meio da analítica existencial, investigaremos como é possível uma desconstrução fenomenológica da metapsicologia freudiana. Para realizar tal tarefa colocaremos a ciência da psique sob a ótica da fenomenologia hermenêutica introduzindo a crítica heideggeriana à metapsicologia freudiana. Por fim, indicaremos em que medida é possível uma psicanálise sem sujeito, isto é, longe do entulho metafísico ao qual Sigmund Freud (1856-1939) está intimamente ligado em seu arcabouço teórico metapsicológico.
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Um aspecto fundamental da fenomenologia hermenêutica é a tese do esquecimento do ser, desse modo a analítica existencial visa desvelar os aspectos fundamentais do ser do ente que caíram no esquecimento. Se a tese do esquecimento do ser está correta, então pode-se dizer que aspectos ontológicos dele não foram desvelados ou estão velados na ontologia regional constitutiva da metapsicologia freudiana. Nesse sentido, se a fenomenologia hermenêutica é um método de análise capaz de desvelar conceitos ontológicos fundamentais e se os conceitos ontológicos da metapsicologia freudiana estão velados, então pode-se dizer que a fenomenologia hermenêutica é capaz de desvelar os conceitos ontológicos da metapsicologia freudiana. Sendo assim, o objetivo desta dissertação é aplicar a fenomenologia hermenêutica à metapsicologia freudiana para trazer à tona os conceitos ontológicos fundamentais dela que estão velados.
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CORINA OLIVEIRA ARRUDA
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A CRÍTICA DE NIETZSCHE AOS PRINCÍPIOS DA METAFÍSICA CARTESIANA
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Orientador : JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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JOAO EVANGELISTA TUDE DE MELO NETO
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MARTA SOLANGE PERRUSI
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Data: 31/08/2022
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A dissertação que aqui apresentamos se desenvolve em torno da crítica nietzscheana às duas principais concepções metafísicas que sustentam as bases do pensamento cartesiano. Nosso principal objetivo será analisar como a crítica feita por Nietzsche, quando levada às últimas consequências, desembocaria não apenas em uma crise moral, mas também em uma crise epistemológica para o Ocidente. O solo dessa crítica é uma revisão dos fundamentos sobre os quais se consolidou o pensamento moderno. Apresentamos, assim, na primeira parte do trabalho, uma reconstrução do percurso cartesiano nas Meditações Metafísicas. Reconstrução esta, que servirá de premissa para expormos, no segundo capítulo, a fragmentação da ideia de sujeito, enquanto substância pensante, a partir de uma crítica das estruturas da linguagem. Esta crítica do sujeito, nos é apresentada por Nietzsche, enquanto um problema derivado de um hábito gramatical, em que a sintaxe se configura como molde determinante para o pensamento metafísico. Posteriormente, em nosso terceiro e último capítulo, argumentaremos sobre às circunstâncias da modernidade que permitiram o surgimento da concepção de morte de Deus, capaz de promover à desestruturação de toda possibilidade de conhecimento, a partir do declínio da ideia de um Deus benevolente que foi até então o paradigma de apoio do sistema cartesiano.
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A dissertação que aqui apresentamos se desenvolve em torno da crítica nietzscheana às duas principais concepções que sustentam as bases do pensamento cartesiano. Nosso principal objetivo será analisar como suas objeções ao pensamento cartesiano serão fundamentais no seu projeto de rompimento com a tradição do pensamento moderno. O principal pano de fundo para a realização dessa crítica é uma revisão dos fundamentos sobre os quais se consolidou o pensamento de Descartes. Apresentamos, assim, na primeira parte do trabalho a passagem do sujeito enquanto substância pensante – levando em consideração suas premissas – às circunstâncias que levam à desestruturação do cogito a partir do declínio da ideia de Deus como um paradigma histórico. Para tanto, será preciso uma breve reconstrução do caminho argumentativo de Descartes até a certeza do cogito enquanto substância pensante e de sua dependência da substância divina que garante sua existência. Encontramos, em Nietzsche, esta crítica à metafísica do sujeito, através de sua filosofia da linguagem, na qual a sintaxe configura-se como molde que determina o pensamento metafísico. Com isso, depois da desconstrução do sujeito, buscaremos explicar, a partir da noção de “morte de Deus”, como a queda do valor ligado a essa ideia teria como resultado, não apenas um colapso moral, mas epistemológico.
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FILIF NAMBERA
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FELICIDADE E A ATIVIDADE TEÓRICA: As Relações Entre o Humano e o Divino na Ética à Nicômaco
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Orientador : RICHARD ROMEIRO OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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RICHARD ROMEIRO OLIVEIRA
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ELTON VITORIANO RIBEIRO
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LUIZ PAULO ROUANET
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Data: 31/08/2022
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O nosso trabalho trata de uma vexata quaestio concernente à compreensão das relações entre racionalidade prática e racionalidade teorética dentro da economia discursiva da EN, ou, dito de outro modo, do problema relativo a como entender as relações entre vida ético-política e vida teorética ou contemplativa no texto mencionado. A gênese dessa questão na nossa dissertação será explicada na medida em que destacamos que Aristóteles constrói uma reflexão sobre a práxis humana, desde os momentos iniciais da EN, que anuncia uma ruptura com o platonismo e sua concepção de que a excelência da práxis humana e, consequentemente, a consecução do modo de vida mais feliz, dependem da efetivação de uma racionalidade superior, de caráter teorético e propriamente filosófico. Nesse esquema, a razão filosófica é determinada como a condição de possibilidade da areté e da eudaimonía. Em uma boa parte da EN, Aristóteles elabora uma reflexão ética que se distancia desse modelo platônico, procurando fundamentar a concepção de que o universo da práxis possui uma especificidade e uma autonomia, não dependendo das exigências teoréticas e epistemológicas que são características da filosofia pura, mas sim de um tipo de pensamento direcionado essencialmente para o universo das coisas humanas: a prudência ou sabedoria (phrónesis). Com isso, Aristóteles funda, segundo alguns comentadores, a Ética como uma disciplina independente, que dispõe de uma racionalidade própria, de caráter prático e não teorético, o que lhe permite fundamentar a ideia de que é possível ser feliz e virtuoso sem ser filósofo. No entanto, esses elementos parecem ser de alguma forma postos em xeque por aquilo que é desenvolvido no livro X da EN, porquanto nesse momento da obra Aristóteles desenvolve toda uma argumentação para proclamar de forma contundente que a virtude ou excelência na sua expressão plena requer necessariamente a atualização da mais elevada faculdade humana – o intelecto – , desembocando na tese de que a vida mais perfeita e feliz é a vida consagrada ao exercício dessa faculdade, i. e., a vida teorética ou a vida contemplativa – algo que Aristóteles considera que constitui uma forma de aproximação do homem em relação ao divino, uma vez que, na teologia aristotélica, Deus é definido como um intelecto puro, cuja vida consiste na eterna contemplação de si mesmo. Pois bem, o que nos interessa investigar é basicamente essa problemática, cuja compreensão constitui um procedimento analítico e interpretativo essencial para se entender a coerência discursiva e o significado filosófico da EN, pois é compreendendo essa problemática que podemos entender como Aristóteles pensou as relações entre racionalidade prática e racionalidade teorética em seu ensinamento ético, apreendendo de forma mais adequada como o Estagirita concebeu as relações entre o universo do agir político e moral humano e aquilo que o transcende e de algum modo se aproxima do divino: a atividade teorética.
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O nosso trabalho é uma vexata quaestio concernente à compreensão das relações entre racionalidade prática e racionalidade teorética dentro da economia discursiva da EN, ou, dito de outro modo, do problema relativo à como entender as relações entre vida ético-política e vida teorética ou contemplativa no texto mencionado. A gênese dessa questão na nossa dissertação será explicada na medida em que destacamos que Aristóteles constrói uma reflexão sobre a práxis humana, desde os momentos iniciais da EN, que anuncia uma ruptura com o platonismo e sua concepção de que a excelência da práxis humana e, consequentemente, a consecução do modo de vida mais feliz, depende da efetivação de uma racionalidade superior, de caráter teorético e propriamente filosófico. Nesse esquema, a razão filosófica é determinada como a condição de possibilidade da areté e da eudaimonía. Em uma boa parte da EN, Aristóteles elabora uma reflexão ética que se distancia desse modelo platônico, procurando fundamentar a concepção de que o universo da práxis possui uma especificidade e uma autonomia, não dependendo das exigências teoréticas e epistemológicas que são características da filosofia pura, mas sim de um tipo de pensamento direcionado essencialmente para o universo das coisas humanas: a prudência ou sabedoria (phrónesis). Com isso, Aristóteles funda, segundo alguns comentadores, a Ética como uma disciplina independente, que dispõe de uma racionalidade própria, de caráter prático e não teorético, o que lhe permite fundamentar a ideia de que é possível ser feliz e virtuoso sem ser filósofo. No entanto, esses elementos parecem ser de alguma forma postos em xeque por aquilo que é desenvolvido no livro X da EN, porquanto nesse momento da obra Aristóteles desenvolve toda uma argumentação para proclamar de forma contundente que a virtude ou excelência na sua expressão plena requer necessariamente a atualização da mais elevada faculdade humana – o intelecto – , desembocando na tese de que a vida mais perfeita e feliz é a vida consagrada ao exercício dessa faculdade, i. e., a vida teorética ou a vida contemplativa – algo que Aristóteles considera que constitui uma forma de aproximação do homem em relação ao divino, porquanto, na teologia aristotélica, Deus é definido como um intelecto puro, cuja vida consiste na eterna contemplação de si mesmo. Pois bem, o que nos interessa investigar é basicamente essa problemática, cuja compreensão constitui um procedimento analítico e interpretativo essencial para se entender a coerência discursiva e o significado filosófico da EN, pois é compreendendo essa problemática que podemos entender como Aristóteles pensou as relações entre racionalidade prática e racionalidade teorética em seu ensinamento ético, apreendendo de forma mais adequada como o Estagirita concebeu as relações entre o universo do agir político e moral humano e aquilo que o transcende e de algum modo se aproxima do divino: a atividade teorética. Trata-se de um ponto decisivo para se compreender se a EN possui ou não uma unidade discursiva.
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HENRIQUE CAPELEIRO MAIA
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A Inquietante ausência, ou como transformar um epicurista em um completo socrático.
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Orientador : RICHARD ROMEIRO OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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JOVELINA MARIA RAMOS DE SOUZA
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FILIPE AUGUSTO BARRETO CAMPELLO DE MELO
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RICHARD ROMEIRO OLIVEIRA
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Data: 31/08/2022
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Nesta dissertação dou conta do meu trajeto ao longo duma pesquisa que começou com Lucrécio e terminou em Sócrates. Nela conto a estória da minha acidental descoberta duma ausência inquietante no seio do epicurismo. Infelizmente, Epicuro oferece certezas onde claramente deviam estar dúvidas. Para testar se será assim ou não, leio e comento então a famosa Carta a Meneceu. O meu objetivo aí é retirar dela o que Epicuro pensa sobre a filosofia enquanto tal. Depois, para contrastar e contra-evidenciar com outra forma de pensar filosofia, conto de seguida a minha descoberta do Sócrates platônico enquanto personagem modelo duma filosofia acima de tudo performática. Para tal, leio e comento a Apologia de Sócrates, retirando dela aquelas que me parecem ser as grandes lições socráticas do seu modo de fazer filosofia. Segue-se então uma apresentação mais detalhada e técnica do método socrático, mostrando como funciona na prática. Por fim, conto de como encontrei paz na filosofia performática do Sócrates personagem, pondo assim um ponto final à minha inquietação inicial.
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A dissertação pretende analisar em que medida o projeto epicurista, centrado em uma preocupação moral e terapêutica que assume a realização da tranquilidade da alma (ataraxia) como seu objetivo supremo, acaba por resvalar em um discurso dogmático e moralizante que coloca em segundo plano a prática dialética da pesquisa e do debate argumentativo, o que faz com que aquilo que tradicionalmente definia a natureza da atividade propriamente filosófica venha, no fim das contas, a se perder. No texto, procura-se tornar essa tendência moralizante e dogmática do projeto epicurista ainda mais evidente a partir da sua confrontação com a alternativa representada pela prática filosófica de Sócrates.
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Teses |
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ROBERTA SOARES NAZARIO DA SILVA
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O HUMAN ENHANCEMENT COMO PROBLEMA FILOSÓFICO NO SÉCULO XXI: Uma crítica ao transumanismo a partir da ética de Hans Jonas
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Orientador : SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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MEMBROS DA BANCA :
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LILIAN SIMONE GODOY FONSECA
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ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
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JELSON ROBERTO DE OLIVEIRA
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SANDRO COZZA SAYAO
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SANDRO MARCIO MOURA DE SENA
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Data: 28/07/2022
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A tese tem como objetivo geral apresentar duas concepções distintas que atuam sobre o cenário do Human Enhancement: o movimento Transumanista moderno e a proposta da Responsabilidade do filósofo Hans Jonas, sendo a ética filosófica a bússola e elemento principal nesse exame. Para o movimento transumanista, a natureza humana é plástica e modificável e as suas pretensões se baseiam na melhoria do ser humano sustentados na ciência e na técnica moderna. Os transumanistas tem como ideal uma sociedade pautada na liberdade e que consiga atingir todas as potencialidades alicerçadas na tecnociência. De outro modo, o filósofo Hans Jonas aborda essa problemática fundamentado no seu Princípio Responsabilidade e na necessidade de uma ética da precaução para a civilização tecnológica. Para Jonas, o contexto fornecido pelo movimento transumano se assenta em um terreno perigoso ao promover também a modificação da natureza humana sem considerar os aspectos ontológicos fundamentais desse contexto. Nesse sentido, ambas posições oferecem material para análise acerca das alterações originadas desse cenário, com horizontes distintos e bem delimitados. Em resumo, a tese se centra na concepção de que a ética filosófica se encontra desafiada nesse momento inédito da humanidade e, por tamanha dimensão desse empreendimento, esse talvez seja o maior problema filosófico desse século.
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A tese tem como objetivo geral apresentar duas concepções distintas que atuam sobre o cenário do Human Enhancement: o movimento Transumanista moderno e a proposta da Responsabilidade do filósofo Hans Jonas, sendo a ética filosófica a bússola e elemento principal nesse exame. Para o movimento transumanista, a natureza humana é plástica e modificável e as suas pretensões se baseiam na melhoria do ser humano sustentados na ciência e na técnica moderna. Os transumanistas tem como ideal uma sociedade pautada na liberdade e que consiga atingir todas as potencialidades alicerçadas na tecnociência. De outro modo, o filósofo Hans Jonas aborda essa problemática fundamentado no seu Princípio Responsabilidade e na necessidade de uma ética da precaução para a civilização tecnológica. Para Jonas, o contexto fornecido pelo movimento transumano se assenta em um terreno perigoso ao promover também a modificação da natureza humana sem considerar os aspectos ontológicos fundamentais desse contexto. Nesse sentido, ambas posições oferecem material para análise acerca das alterações originadas desse cenário, com horizontes distintos e bem delimitados. Em resumo, a tese se centra na concepção de que a ética filosófica se encontra desafiada nesse momento inédito da humanidade e, por tamanha dimensão desse empreendimento, esse talvez seja o maior problema filosófico desse século.
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JOSE NEWTON DE SOUZA
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FUNDAMENTO ÉTICO-DISCURSIVO DO DIREITO EM KARL-OTTO APEL A PARTIR DE CONCEITOS ÉTICO-JURÍDICOS DA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL
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Orientador : ALFREDO DE OLIVEIRA MORAES
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MEMBROS DA BANCA :
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ALFREDO DE OLIVEIRA MORAES
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JUNOT CORNELIO MATOS
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MARCOS ROBERTO NUNES COSTA
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DANILO VAZ-CURADO RIBEIRO DE MENEZES COSTA
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PEDRO GERALDO APARECIDO NOVELLI
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Data: 30/09/2022
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Atualmente, os indivíduos da sociedade humana vivem sérios e escalados conflitos de complexidade planetária, que exigem soluções não pensadas a partir de ações violentas (típicas de agrupamentos humanos rotulados de primitivos), se querem ser considerados tipos humanos civilizados, integrantes de uma sociedade global civilizada. Sendo assim, é preciso, urgentemente, aceitar que as soluções para conflitos dessa natureza são sempre construídas através de consenso atingido com o emprego de atitudes éticas baseadas no discurso, com observância do princípio universal da reciprocidade dialógica, estabelecido pela Ética do Discurso em Apel; que prevê que todos os conflitos humanos podem e devem ser resolvidos com a participação direta das partes interessadas, com igualdade de fala e livre de qualquer tipo de ameaça ou violência. Destarte, a Ética do Discurso entende que somente através de uma ação ética baseada no discurso é possível chegar a tal intento. Nesse contexto, os discursos práticos, para serem julgados como racionais, devem seguir os preceitos da teoria ético-discursiva, com destaque para o discurso jurídico, considerado domínio privilegiado na busca de resoluções pacíficas para os problemas existentes no âmbito da Eticidade. A presente tese, portanto, tem como escopo o fundamento do Discurso Prático Jurídico ou Direito Positivo, a partir do princípio universal da reciprocidade dialógica, por considerar que a sociedade humana não pode evoluir para a autodestruição devido à capacidade severa de aniquilação da humanidade. Para tanto, para atingir o fim buscado na pesquisa, ou seja, o fundamento verdadeiro, suprassumido, do Direito Positivo, isento do universalismo abstrato da Filosofia da Consciência e do vazio ético do Formalismo Jurídico, sem conteúdo mediatizado, foi traçado o caminho filosófico a partir dos conceitos fundamentais do sistema filosófico de Hegel, sobretudo os contidos na sua Filosofia do Direito, até apontar na arquitetônica da Ética do Discurso em Karl-Otto Apel.
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Atualmente, os indivíduos da sociedade humana vivem sérios e escalados conflitos de complexidade planetária, que exigem soluções não pensadas a partir de ações violentas (típicas de agrupamentos humanos rotulados de primitivos), se querem ser considerados tipos humanos civilizados, integrantes de uma sociedade global civilizada. Sendo assim, é preciso, urgentemente, aceitar que as soluções para conflitos dessa natureza são sempre construídas através de consenso atingido com o emprego de atitudes éticas baseadas no discurso, com observância do princípio universal da reciprocidade dialógica, estabelecido pela Ética do Discurso em Apel; que prevê que todos os conflitos humanos podem e devem ser resolvidos com a participação direta das partes interessadas, com igualdade de fala e livre de qualquer tipo de ameaça ou violência. Destarte, a Ética do Discurso entende que somente através de uma ação ética baseada no discurso é possível chegar a tal intento. Nesse contexto, os discursos práticos, para serem julgados como racionais, devem seguir os preceitos da teoria ético-discursiva, com destaque para o discurso jurídico, considerado domínio privilegiado na busca de resoluções pacíficas para os problemas existentes no âmbito da Eticidade. A presente tese, portanto, tem como escopo o fundamento do Discurso Prático Jurídico ou Direito Positivo, a partir do princípio universal da reciprocidade dialógica, por considerar que a sociedade humana não pode evoluir para a autodestruição devido à capacidade severa de aniquilação da humanidade. Para tanto, para atingir o fim buscado na pesquisa, ou seja, o fundamento verdadeiro, suprassumido, do Direito Positivo, isento do universalismo abstrato da Filosofia da Consciência e do vazio ético do Formalismo Jurídico, sem conteúdo mediatizado, foi traçado o caminho filosófico a partir dos conceitos fundamentais do sistema filosófico de Hegel, sobretudo os contidos na sua Filosofia do Direito, até apontar na arquitetônica da Ética do Discurso em Karl-Otto Apel.
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