NASCIMENTO DA (BIO)POLÍCIA: Uma investigação do surgimento da polícia e(m) sua relação com a biopolítica em Michel Foucault
biopolítica; biopoder; polícia; governamentalidade; bio-polícia.
Quais as condições de possibilidade pelas quais o mecanismo de segurança policial
veio a se instaurar no Ocidente? Qual a relação entre polícia e biopolítica? Esta
pesquisa investiga esta problemática nos escritos do filósofo Michel Foucault,
apresentando sua tese de que o surgimento da biopolítica viabilizou a formação de
“tecnologias políticas dos indivíduos”, cujo objetivo foi promover a segurança
territorial e a utilidade dos cidadãos durante a formação dos Estados Modernos.
Neste sentido, biopolítica será aqui analisada como a generalização da vida
humana; e a polícia será apreciada como o “meio” pelo qual se promoveu esta
generalização da bíos. Portanto, visando explicitar o aqui mencionado, este trabalho
se propôs: 1) no primeiro capítulo, delimitar a problemática da polícia nos escritos
foucaultianos, destacando como a genealogia do poder possui bases conceituais
para entendermos o nascimento da polícia como um dispositivo biopolítico; 2) no
segundo capítulo, apresentar os fundamentos da biopolítica como uma política
quantitativa da vida, destacando como a generalização da bíos viabilizou o nascer
da polícia; 3) no terceiro capítulo, aprofundar nos pressupostos epistemológicos da
polícia em seu surgimento, destacando como a quantificação da vida foi fundamental
para tal fim; e por último, 4) no quarto capítulo, argumentar que a polícia se
compreendida como (bio)polícia, possível será traçarmos diagnósticos da
atualidade. A hipótese sustentada é que os fundamentos epistemológicos pelos
quais a polícia veio a se instaurar na modernidade tornou possível pensar a polícia
para além da imagem vigilante e punitiva, mas como um mecanismo assujeitado ao
biopoder.