A CRIAÇÃO ARTÍSTICA À LUZ DA FILOSOFIA BERGSONIANA: desde a intuição até a expressão
Intuição, Expressão, Criação, Arte, Arquitetura, Bergson
Ao percorrer a obra de Bergson, constatamos as frequentes menções à arte como uma possibilidade de ultrapassar a percepção comum do cotidiano. A criação artística nos aproxima daquilo que cada coisa têm de singular, o âmago da vida. Mas apesar desse caráter distintivo, o filósofo não dedica nenhuma de suas obras a elaborar uma teoria sobre a arte. Para Bergson, a atividade dos filósofos e dos artistas se assemelha nesta espécie de percepção expandida da realidade, a intuição, mas se distancia na expressão do que foi apreendido. Haja vista que na história da filosofia, muitas foram as vezes em que se refletiu sobre a natureza da arte, o conceito do belo, ou sobre a experiência do contemplador, dentro da doutrina bergsoniana o encontro entre arte e filosofia ganha contornos particulares, já que é nas alusões a criação artística que Bergson fundamentará sua crítica ao discurso filosófico, quando numa tônica meramente intelectual, abrindo assim a possibilidade de um caminho para se refletir sobre a arte. O objetivo desta dissertação, portanto, é destacar a criação artística à luz de uma filosofia cujo o ato de criar é vital para o evoluir; desde a intuição até a expressão, enfatizando seus esforços, a diferenciação e a composição do espírito com a matéria que se reconciliam na vida, e também na obra de arte. Para tanto, promove um encontro e desencontro entre o filósofo e o artista a partir das obras bergsonianas e, no outro sentido, uma assimilação das indicações formais em certas obras de arquitetura.