A RELAÇÃO ENTRE MORAL E FELICIDADE NA FILOSOFIA PRÁTICA KANTIANA
Sumo bem, Felicidade, Moralidade, Prudência, Seres racionais finitos
Este Trabalho tem o objetivo principal de discutir a relação entre felicidade e
moralidade na filosofia prática kantiana. A felicidade sempre ocupou um lugar
de oposição à moralidade no corpus prático kantiano. No entanto, moral e
felicidade apesar de opostos não são conceitos inconciliáveis, pois somos seres
racionais finitos. Em outras palavras, somos cindidos entre o mundo inteligível e
o mundo sensível. Possuímos, portanto, um lado natural (sensível) e outro
racional (inteligível). Assim, ao longo do trabalho iremos explorar dois
caminhos possíveis para tratar a conciliação entre felicidade e moralidade. O
primeiro ponto centra-se na prudência como habilidade de promoção da
felicidade, enquanto leis pragmáticas, em concomitância com a lei moral. O
segundo se baseia no conceito de sumo bem, tese defendida pelo próprio Kant,
que visa a ligação necessária entre felicidade e moralidade como fim último dos
seres racionais finitos. O problema da relação entre virtude e felicidade é muito
debatido por autores brasileiros que elaboraram pesquisas sobre o tema no início
da década passada como Torres (2012), Dejeanne (2011), Hamm (2011), dentre
outros. O debate a respeito do tema se faz necessário, pois mesmo que os
conceitos sejam opostos a realização de nossas ações só é possível levando em
consideração tanto a felicidade como a moral. Defenderemos que a conciliação
não só é possível, como necessária para a estrutura da filosofia prática kantiana.