EM QUE MEDIDA O ESQUECIMENTO HISTÓRICO É ESQUECIMENTO METAFÍSICO?
Sobre o sentido e a importância das noções de esquecimento em Nietzsche e Heidegger para os estudos sobre o humano, a filosofia da história e a história da filosofia
Esquecimento; História; Metafísica; Ontologia; Heidegger; Nietzsche.
O presente trabalho examina as perspectivas acerca do esquecimento através de dois dos mais influentes filósofos alemães, a saber, Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger. O objetivo geral do trabalho foi elucidar em que medida o esquecimento metafísico é esquecimento histórico. À luz disto, temos um primeiro capítulo voltado para as ideias do esquecimento que se relacionam tematicamente com o ente humano. Num primeiro momento, analisamos como Nietzsche trata o esquecimento tendo como enfoque duas obras: Sobre verdade e mentira em sentido extramoral e Genealogia da moral. Essa escolha se revela profícua para pensar possíveis influências nietzschianas sobre a noção de esquecimento no projeto ontológico existencial heideggeriano desenvolvido de maneira mais exemplar em Ser e tempo, que analisamos no segundo momento da primeira parte da dissertação. Na segunda parte do trabalho, tratamos do esquecimento histórico em relação com o esquecimento metafísico. No subcapítulo acerca do esquecimento histórico, temos como base o escrito nietzschiano intitulado Segunda consideração extemporânea - sobre a utilidade e os inconvenientes da História para a vida e a remissão heideggeriana a esse texto presente em Ser e Tempo e na Interpretação da Segunda Consideração Extemporânea. Procuramos mostrar tanto a inspiração heideggeriana em Nietzsche quanto as suas porvindouras críticas. No subcapítulo posterior, objetivou-se mostrar em que medida o esquecimento metafísico investigado por Heidegger poderia ser o esquecimento histórico nietzschiano. Após percorrer este caminho, esperamos ter tornado claro a importância de ambos os pensadores para pensar qual é o sentido do curioso fenômeno do esquecimento.