PPGPC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA COGNITIVA - CFCH DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: GISELLE SILVESTRE DE JESUS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GISELLE SILVESTRE DE JESUS
DATA : 27/03/2023
HORA: 09:00
LOCAL: GOOGLE MEET
TÍTULO:

INSTRUMENTOS E SIGNOS DESENVOLVIDOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM GRADUANDOS CEGOS EM CONTEXTO DE ENSINO REMOTO


PALAVRAS-CHAVES:

Estudante universitário; deficiência visual; ensino remoto; perspectiva histórico-cultural; mediação.


PÁGINAS: 176
RESUMO:

Frente ao contexto pandêmico de COVID-19, as universidades brasileiras instituíram o chamado “Ensino Remoto Emergencial”, caracterizado por atividades ensino-aprendizagem mediadas predominantemente por tecnologias digitais. Este período provocou desafios no processo educacional, devido às dificuldades enfrentadas por professores e estudantes na utilização das plataformas digitais. A inclusão de pessoas cegas tornou-se relevante diante desse cenário, pois estes discentes comumente se encontram em posição desigual de acesso ao ensino superior. Segundo a perspectiva histórico-cultural de Vigotski, processos de aprendizagem e desenvolvimento são mediados por instrumentos e signos que, no caso de estudantes cegos, devem ser adaptados através de vias alternativas à visão e da reestruturação do contexto educacional, possibilitando a compensação social da deficiência. A mediação docente também deve possibilitar a emergência e manutenção de Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZDP), garantindo o avanço dos conhecimentos apropriados pelos educandos. O presente trabalho teve como objetivo investigar como instrumentos e signos foram desenvolvidos e adaptados no processo ensino-aprendizagem com estudantes cegos em contexto de ensino superior remoto, bem como no atual cenário de retorno à modalidade presencial. Realizou-se um estudo qualitativo exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos, com três graduandas cegas e três docentes dos cursos de Música, Nutrição e Pedagogia, respectivamente, da Universidade Federal de Pernambuco. O percurso metodológico constituiu-se na realização de entrevistas semiestruturadas e observações de aulas gravadas durante o período remoto, sendo dividido em quatro momentos: entrevista inicial com as estudantes; entrevista com as professoras; observação e análise das aulas gravadas a partir de roteiro previamente construído; e entrevista final com as estudantes, com objetivo de questioná-las sobre episódios relevantes retirados das aulas observadas. Os dados foram analisados com base na construção de Núcleos de Significação, método que permite a aproximação com as determinações sociais e históricas, a partir da apreensão das significações constituídas pelos próprios participantes. Os resultados apontam que a trajetória escolar das estudantes foi marcada pela exclusão e falta de acessibilidade, o que provocou lacunas de aprendizagem na graduação. As vulnerabilidades sociais e financeiras foram ampliadas durante a pandemia, principalmente por causa da impossibilidade de acesso a materiais táteis e a necessidade de uso de aparelhos eletrônicos e tecnologias digitais. Quanto aos instrumentos e signos, o ensino remoto foi mediado principalmente pelas ferramentas Google Meet e Google Classroom, uso de textos digitalizados, leitores de tela e aplicativos específicos de computador. O recurso da audiodescrição foi predominante para garantir o acesso a representações visuais. A ausência de adaptações didático-pedagógicas durante as aulas síncronas foi o principal empecilho apontado pelas estudantes, enquanto que o auxílio de colegas, dos ledores e de alguns docentes foram importantes facilitadores do processo ensino-aprendizagem, promovendo possíveis ZDP. Conclui-se que parte das dificuldades enfrentadas durante a pandemia já existiam anteriormente no ensino presencial e que as lacunas de acessibilidade foram, muitas vezes, supridas pelo auxílio de outros - demonstrando o processo de compensação social - ou por estratégias individuais desenvolvidas pelas próprias participantes, revelando a necessidade de formação continuada, investimento e diálogo para garantir a efetiva inclusão de estudantes cegos no ensino superior.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HENRIQUE JORGE SIMOES BEZERRA - UFPB
Externa à Instituição - KEILLA REBEKA SIMÕES OLIVEIRA DE FREITAS
Interna - 2293694 - SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
Notícia cadastrada em: 07/03/2023 19:30
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