MACROFAUNA DO FITAL: QUAIS CARACTERÍSTICAS DAS MACROALGAS CONTROLAM A COMUNIDADE MACROBÊNTICA ASSOCIADA?
Recifes de coral, ecologia, bentos, macrofauna, animal-planta
As macroalgas desempenham um papel crítico no aumento da complexidade e da biodiversidade dos recifes tropicais, destacando-se a sua atuação como habitat e vetores de dinamização das comunidades epibênticas associadas. Este estudo teve como objetivo responder se a estrutura das comunidades de epifauna associadas às macroalgas dos recifes tropicais do Brasil reflete a complexidade estrutural e a composição química das macroalgas. Um total de quarenta amostras de Ulva, Padina, Palisada e Gelidiella foram coletadas dos recifes de Enseada dos Corais, Nordeste do Brasil, e analisadas quanto à complexidade estrutural (por exemplo, altura, biomassa, Da, Dp, ISIIhv), compostos químicos (por exemplo,, minerais, metabólitos primários e secundários) e para identificação taxonômica da epifauna. Na síntese, as Rhodophytas foram as mais complexas e com maior conteúdo químico. Quanto à macrofauna, foram coletados 46.499 indivíduos pertencentes a 47 táxons, compostos por Crustacea (59%), Mollusca (28,9%), Annelida (8,5%) e Platyhelminthes (3,6%). A herbivoria foi a dieta mais comum (90%). Variações significativas na riqueza, abundância e composição da epifauna diferiram entre as espécies de macroalgas, especialmente devido ao conteúdo de carboidratos, neofitadieno, potássio e ISIIhv. Esses fatores macroalgas estão relacionados à origem taxonômica e à adaptação às condições ambientais e biológicas. Os resultados deste estudo indicam fortemente que a abundância, riqueza e distribuição da epifauna em macroalgas dos recifes de arenito da costa tropical do Brasil são determinadas pela complexidade e composição química das macroalgas. Os espaços intersticiais e o componente químico são utilizados pelas espécies epifaunísticas como refúgio e proteção e como fonte de alimento, respectivamente, mostrando que as macroalgas Rodófitas, especialmente P. perforata, são o melhor substrato para o estabelecimento de uma comunidade epibentônica mais complexa.