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Dissertações |
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JESSICA BORBA QUINTELA DOS SANTOS
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IDENTIFICAÇÃO DE ESTOQUES DO ARIOCÓ (Lutjanus synagris) NO OCEANO ATLÂNTICO SUL OCIDENTAL
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Orientador : BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MOACYR CUNHA DE ARAUJO FILHO
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MARCELO FRANCISCO DE NOBREGA
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PAULO JOSE DUARTE NETO
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ALINE ROCHA FRANÇA
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Data: 17/06/2021
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Avaliações de estoque formam a base para o manejo pesqueiro eficiente. Em muitas regiões, entretanto, essas avaliações esbarram na falta de dados sobre a estrutura dos estoques pesqueiros das principais espécies exploradas comercialmente. No Oceano Atlântico Sul Ocidental, a pescaria do Ariocó (Lutjanus synagris) tem se intensificado ao longo das últimas quatro décadas, como resultado do declínio de outras pescarias de lutjanídeos desde o final da década de 1970. Essa intensificação tem se refletido no acúmulo de evidências de sobrepesca desde a metade dos anos 2000. Ao longo de sua distribuição na costa brasileira, o Ariocó está exposto a diferentes condições ambientais e oceanográficas que podem atuar separando a população em unidades de manejo distintas. Apesar disso, não existem estudos de identificação de estoques espécie baseado em métodos fenotípicos para a espécie na região. Nesse cenário, o presente trabalho se propôs a investigar a existência de diferentes estoques pesqueiros de L. synagris na costa do Oceano Atlântico Sul Ocidental, utilizando métodos de identificação baseados na forma e composição isotópica (δ13C e δ18O) de otólitos. Além disso, buscou-se também testar a aplicabilidade dos limites geográficos propostos para os Grandes Ecossistemas Marinhos e as Ecorregiões Marinhas como alternativas para estimar fronteiras de estoques, o que poderia representar uma abordagem prática para possibilitar avaliações de estoques cujos limites sejam desconhecidos. A heterogeneidade espacial evidenciada pelos indicadores utilizados aponta para a existência de diferentes estoques pesqueiros do Ariocó na região, indo de encontro a resultados anteriores obtidos através de métodos genéticos. Os resultados sugerem uma grande influência de condições ambientais e oceanográficas como agentes de separação de estoques. Os limites das Ecorregiões Marinhas foram considerados mais apropriados para estimar fronteiras de estoques, representando uma abordagem rápida e viável para facilitar avaliações em pescarias com baixa disponibilidade de dados.
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Avaliações de estoque formam a base para o manejo pesqueiro eficiente. Em muitas regiões, entretanto, essas avaliações esbarram na falta de dados sobre a estrutura dos estoques pesqueiros das principais espécies exploradas comercialmente. No Oceano Atlântico Sul Ocidental, a pescaria do Ariocó (Lutjanus synagris) tem se intensificado ao longo das últimas quatro décadas, como resultado do declínio de outras pescarias de lutjanídeos desde o final da década de 1970. Essa intensificação tem se refletido no acúmulo de evidências de sobrepesca desde a metade dos anos 2000. Ao longo de sua distribuição na costa brasileira, o Ariocó está exposto a diferentes condições ambientais e oceanográficas que podem atuar separando a população em unidades de manejo distintas. Apesar disso, não existem estudos de identificação de estoques espécie baseado em métodos fenotípicos para a espécie na região. Nesse cenário, o presente trabalho se propôs a investigar a existência de diferentes estoques pesqueiros de L. synagris na costa do Oceano Atlântico Sul Ocidental, utilizando métodos de identificação baseados na forma e composição isotópica (δ13C e δ18O) de otólitos. Além disso, buscou-se também testar a aplicabilidade dos limites geográficos propostos para os Grandes Ecossistemas Marinhos e as Ecorregiões Marinhas como alternativas para estimar fronteiras de estoques, o que poderia representar uma abordagem prática para possibilitar avaliações de estoques cujos limites sejam desconhecidos. A heterogeneidade espacial evidenciada pelos indicadores utilizados aponta para a existência de diferentes estoques pesqueiros do Ariocó na região, indo de encontro a resultados anteriores obtidos através de métodos genéticos. Os resultados sugerem uma grande influência de condições ambientais e oceanográficas como agentes de separação de estoques. Os limites das Ecorregiões Marinhas foram considerados mais apropriados para estimar fronteiras de estoques, representando uma abordagem rápida e viável para facilitar avaliações em pescarias com baixa disponibilidade de dados.
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MATHEUS FELIPE DE SOUZA DIAS DA SILVA
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Tartarugas marinhas, macroalgas e derramamento de óleo: Áreas de alimentação e contaminação (Ipojuca, Pernambuco)
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Orientador : MARIA ELISABETH DE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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MUTUE TOYOTA FUJII
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MARIA ELISABETH DE ARAUJO
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Data: 28/07/2021
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Cinco espécies de tartarugas marinhas têm registrados para Pernambuco, onde usam os habitats costeiros para completar seu ciclo de vida, iniciado pelas desovas em suas praias. O objetivo deste estudo foi determinar os potenciais locais de ocorrência desses animais e das macroalgas, visando inferir ser o litoral de Ipojuca (sul de Pernambuco) uma área de alimentação e detectando os impactos antropogênicos, principalmente em decorrência do vazamento de óleo na região. A pesquisa foi desenvolvida entre Jun- 2019 a Abr-2021, e as coletas foram realizadas na cidade, praia e recifes de Porto de Galinhas (PG) e na praia e recifes de Serrambi (SE). Para cumprir o objetivo, foram aplicadas quatro etapas: 1) Entrevistas pelo método Snowball para seleção da área de maior ocorrência de tartarugas marinhas; 2) Censo visual estacionário náutico para registros desses animais na área; 3) Levantamento bibliográfico de macroalgas ocorrentes na região e 4) Busca intensiva de fezes de tartarugas para estudo croposcópico. Foram identificaram 21 locais de ocorrência de Eretmochelys imbricata, Chelonia mydas, Caretta caretta e Lepidochelys olivacea, sendo as maiores concentrações nos recifes da Baixa Sul (PG) e Baixa do Mamão (SE). Em 6 expedições e 24 horas de monitoramento nesses dois recifes, observou-se 681 momentos de registros com 1.332 avistagens, onde ocorreram as mesmas espécies, apenas C. mydas, na fase adulta e juvenil, e E. imbricata na fase juvenil. Vinte publicações sobre levantamentos de macroalgas forneceram uma lista com 130 táxons registrados na região. O filo Rhodophyta é mais predominante com 66 espécies, enquanto os filos Chlorophyta e Ochrophyta apresentaram 45 e 19 espécies, respectivamente. Amostras de bolos fecais pesaram cerca de 15 kg e a biomassa vegetal compôs 90% dos itens alimentares, representando 30 táxons identificados de macroalgas e fanerógamas marinhas. Os demais itens corresponderam a 4 grupos de animais (Ascidiacea, Molusca, Porifera, Scleractinia) e 225 resíduos antropogênicos. As fezes coletadas nos dias 19- 21/02/2020 continham petróleo e, segundo análises de componentes químicos, sua origem era a mesma do derramamento ocorrido - final de 2019 - no Brasil. Os resultados indicam que as tartarugas marinhas usam os ambientes recifais da região para se alimentar, principalmente as tartarugas verdes (C. mydas) na fase juvenil; uma espécie herbívora. Acidentalmente, as tartarugas estudadas acabam por ingerir resíduos antropogênicos, principalmente plásticos e o óleo, que permanecem contaminando a região. Após o derramamento do óleo, um indivíduo de tartaruga verde juvenil foi encontrado morto, por asfixia e contaminado e, no início de 2020, fezes com óleo foram encontradas aderidas às macroalgas, que servem de alimento para as tartarugas marinhas. Em 2021 cinco ninhos da espécie E. imbricata foram registrados com petróleo na mesma região e, até o momento, não se tem informação oficial sobre origem ou os responsáveis por esse crime ambiental. As informações contidas nesta pesquisa são inéditas, urgentes e contribuem para o entendimento da ecologia alimentar das tartarugas marinhas na região e de como suas espécies estão ameaçadas, principalmente com relação à contaminação do óleo.
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Cinco espécies de tartarugas marinhas têm registrados para Pernambuco, onde usam os habitats costeiros para completar seu ciclo de vida, iniciado pelas desovas em suas praias. O objetivo deste estudo foi determinar os potenciais locais de ocorrência desses animais e das macroalgas, visando inferir ser o litoral de Ipojuca (sul de Pernambuco) uma área de alimentação e detectando os impactos antropogênicos, principalmente em decorrência do vazamento de óleo na região. A pesquisa foi desenvolvida entre Jun- 2019 a Abr-2021, e as coletas foram realizadas na cidade, praia e recifes de Porto de Galinhas (PG) e na praia e recifes de Serrambi (SE). Para cumprir o objetivo, foram aplicadas quatro etapas: 1) Entrevistas pelo método Snowball para seleção da área de maior ocorrência de tartarugas marinhas; 2) Censo visual estacionário náutico para registros desses animais na área; 3) Levantamento bibliográfico de macroalgas ocorrentes na região e 4) Busca intensiva de fezes de tartarugas para estudo croposcópico. Foram identificaram 21 locais de ocorrência de Eretmochelys imbricata, Chelonia mydas, Caretta caretta e Lepidochelys olivacea, sendo as maiores concentrações nos recifes da Baixa Sul (PG) e Baixa do Mamão (SE). Em 6 expedições e 24 horas de monitoramento nesses dois recifes, observou-se 681 momentos de registros com 1.332 avistagens, onde ocorreram as mesmas espécies, apenas C. mydas, na fase adulta e juvenil, e E. imbricata na fase juvenil. Vinte publicações sobre levantamentos de macroalgas forneceram uma lista com 130 táxons registrados na região. O filo Rhodophyta é mais predominante com 66 espécies, enquanto os filos Chlorophyta e Ochrophyta apresentaram 45 e 19 espécies, respectivamente. Amostras de bolos fecais pesaram cerca de 15 kg e a biomassa vegetal compôs 90% dos itens alimentares, representando 30 táxons identificados de macroalgas e fanerógamas marinhas. Os demais itens corresponderam a 4 grupos de animais (Ascidiacea, Molusca, Porifera, Scleractinia) e 225 resíduos antropogênicos. As fezes coletadas nos dias 19- 21/02/2020 continham petróleo e, segundo análises de componentes químicos, sua origem era a mesma do derramamento ocorrido - final de 2019 - no Brasil. Os resultados indicam que as tartarugas marinhas usam os ambientes recifais da região para se alimentar, principalmente as tartarugas verdes (C. mydas) na fase juvenil; uma espécie herbívora. Acidentalmente, as tartarugas estudadas acabam por ingerir resíduos antropogênicos, principalmente plásticos e o óleo, que permanecem contaminando a região. Após o derramamento do óleo, um indivíduo de tartaruga verde juvenil foi encontrado morto, por asfixia e contaminado e, no início de 2020, fezes com óleo foram encontradas aderidas às macroalgas, que servem de alimento para as tartarugas marinhas. Em 2021 cinco ninhos da espécie E. imbricata foram registrados com petróleo na mesma região e, até o momento, não se tem informação oficial sobre origem ou os responsáveis por esse crime ambiental. As informações contidas nesta pesquisa são inéditas, urgentes e contribuem para o entendimento da ecologia alimentar das tartarugas marinhas na região e de como suas espécies estão ameaçadas, principalmente com relação à contaminação do óleo.
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JÚLIA CINTRA ALMEIDA
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BIOCIDAS DE TERCEIRA GERAÇÃO NO SISTEMA ESTUARINO DO RIO CAPIBARIBE (SERC), RECIFE - PERNAMBUCO
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Orientador : ELIETE ZANARDI LAMARDO
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MEMBROS DA BANCA :
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ELIETE ZANARDI LAMARDO
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CARLOS AUGUSTO FRANCA SCHETTINI
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GILVAN TAKESHI YOGUI
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ÍTALO BRAGA DE CASTRO
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FIAMMA EUGÊNIA LEMOS ABREU
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Data: 16/08/2021
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Biocidas anti-incrustantes são compostos químicos adicionados às tintas que revestem embarcações e/ou estruturas submersas para evitar o crescimento de organismos. Esses compostos foram desenvolvidos e aperfeiçoados ao longo dos anos e são divididos em 3 gerações - a última geração é a mais utilizada devido à menor toxicidade aos organismos não-alvo e menor persistência ambiental. Os biocidas desta geração são conhecidos como co-biocidas ou biocidas de reforço pois potencializam os efeitos causados pelos metais. Os objetivos deste estudo foram (i) investigar a presença dos biocidas clorotalonil, diclofluanida e Irgarol no Sistema Estuarino do Rio Capibaribe (SERC) e (ii) sintetizar os estudos realizados nas duas últimas décadas quanto à ocorrência ambiental e distribuição destes biocidas na América Latina e Caribe. A metodologia proposta – extração em fase sólida e quantificação por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas – para a matriz aquosa foi implantada no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR). Amostras de água, sedimentos e material em suspensão foram coletadas ao longo do SERC, considerando fontes potenciais - iates clubes, porto, confluência de rios e zona de turbidez máxima estuarina (ZTM). O clorotalonil não foi detectado em nenhuma matriz coletada e o Irgarol foi detectado apenas no sedimento, com concentrações variando de <1,0 a 3,4 ng g-1. A diclofluanida foi detectada na água (4,6 a 24,2 ng L-1), no material particulado (4,9 a 21,6 ng L-1) e no sedimento (1,3 a 25,1 ng g-1). As maiores concentrações de diclofluanida na água e no material particulado foram observadas na ZTM e na confluência dos rios formadores da Bacia do Pina, onde a hidrodinâmica local favorece o acúmulo dos contaminantes na coluna d’água. As maiores concentrações nos sedimentos foram detectadas nas imediações dos iates clubes, sugerindo que as embarcações atracadas são fontes potenciais de diclofluanida e Irgarol e que a baixa hidrodinâmica nas proximidades favorece a deposição do material particulado. Este estudo reenfatiza a importância da hidrodinâmica local na distribuição dos contaminantes dentro do sistema estuarino e reporta, pela primeira vez, a ocorrência de biocidas anti-incrustantes de 3ª geração no SERC. As informações geradas são subsídios fundamentais para auxiliar os cientistas e as agências governamentais nas tomadas de decisões para regulamentação do uso e descarte desses compostos a fim de reduzir os possíveis impactos causados nos sistemas aquáticos.
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Biocidas anti-incrustantes são compostos químicos adicionados às tintas que revestem embarcações e/ou estruturas submersas para evitar o crescimento de organismos. Esses compostos foram desenvolvidos e aperfeiçoados ao longo dos anos e são divididos em 3 gerações - a última geração é a mais utilizada devido à menor toxicidade aos organismos não-alvo e menor persistência ambiental. Os biocidas desta geração são conhecidos como co-biocidas ou biocidas de reforço pois potencializam os efeitos causados pelos metais. Os objetivos deste estudo foram (i) investigar a presença dos biocidas clorotalonil, diclofluanida e Irgarol no Sistema Estuarino do Rio Capibaribe (SERC) e (ii) sintetizar os estudos realizados nas duas últimas décadas quanto à ocorrência ambiental e distribuição destes biocidas na América Latina e Caribe. A metodologia proposta – extração em fase sólida e quantificação por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas – para a matriz aquosa foi implantada no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR). Amostras de água, sedimentos e material em suspensão foram coletadas ao longo do SERC, considerando fontes potenciais - iates clubes, porto, confluência de rios e zona de turbidez máxima estuarina (ZTM). O clorotalonil não foi detectado em nenhuma matriz coletada e o Irgarol foi detectado apenas no sedimento, com concentrações variando de <1,0 a 3,4 ng g-1. A diclofluanida foi detectada na água (4,6 a 24,2 ng L-1), no material particulado (4,9 a 21,6 ng L-1) e no sedimento (1,3 a 25,1 ng g-1). As maiores concentrações de diclofluanida na água e no material particulado foram observadas na ZTM e na confluência dos rios formadores da Bacia do Pina, onde a hidrodinâmica local favorece o acúmulo dos contaminantes na coluna d’água. As maiores concentrações nos sedimentos foram detectadas nas imediações dos iates clubes, sugerindo que as embarcações atracadas são fontes potenciais de diclofluanida e Irgarol e que a baixa hidrodinâmica nas proximidades favorece a deposição do material particulado. Este estudo reenfatiza a importância da hidrodinâmica local na distribuição dos contaminantes dentro do sistema estuarino e reporta, pela primeira vez, a ocorrência de biocidas anti-incrustantes de 3ª geração no SERC. As informações geradas são subsídios fundamentais para auxiliar os cientistas e as agências governamentais nas tomadas de decisões para regulamentação do uso e descarte desses compostos a fim de reduzir os possíveis impactos causados nos sistemas aquáticos.
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CAROLINNY CANTARELLI DE OLIVEIRA AMORIM
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Ecologia do Microspathodon chrysurus no complexo recifal de Tamandaré
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Orientador : BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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MARCELO FRANCISCO DE NOBREGA
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DANIEL LINO LIPPI
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Data: 24/08/2021
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A família Pomacentridae é considerada espécie-chave nas comunidades recifais, e possui uma estreita relação com os corais. Uma dessas estreitas associações ocorre entre a espécie Microspathodon chrysurus com o hidrocoral Millepora alcicornis. No Brasil, o gênero Millepora é o único com espécies classificadas como “ramificadas”. As ramificações do esqueleto coralíneo da Millepora alcicornis aumentam a tridimensionalidade, e consequentemente, a quantidade de habitats e a biodiversidade associada aos recifes. Os recifes de coral estão constantemente ameaçados por pressões antrópicas. Atualmente, o aquecimento global tem sido considerado o impacto mais significativo. Sucessivos eventos de branqueamento e mortalidade dos corais têm sido reportados, afetando, também, negativamente toda sua comunidade associada. Assim, uma revisão sistemática fez-se necessária para compreender os efeitos das mudanças climáticas na família Pomacentridae. Foi possível observar que o aquecimento global gera impactos na reprodução, diminuindo a quantidade e qualidade dos ovos; Na preferência pelo habitat, com espécies que eram consideradas generalistas passando a ter uma preferência por certos habitats. Essa escolha pelo habitat provoca o aumento da competição intra e interespecífica nos recifes; Na ocupação latitudinal das espécies, pois os indivíduos passam a migrar para maiores latitudes. Assim, no futuro podemos encontrar um ambiente recifal completamente novo, com indivíduos possuindo novas preferências de habitats e novas interações. Contudo, apesar da família ser considerada um modelo para estudos de ecologia, os Pomacentridae têm sido pouco estudados em relação aos impactos das mudanças climáticas. Grande parte destes efeitos ainda são desconhecidos, pois, as respostas ao aquecimento estão relacionadas com as características da história de vida de cada espécie. A fim de investigar os padrões de distribuição e abundância da espécie M. chrysurus, diferentes métodos de mapeamento foram realizados. Foram construídos mapas com dados de localização pretéritos (2003 a 2016) e recentes (2017 a 2021). Além disso, um modelo de distribuição de espécies foi gerado utilizando o software MaxEnt. Durante as atividades in situ foi possível notar diferenças de comportamento e preferência de habitats entre adultos e juvenis. Onde a fase juvenil possui preferência por habitar as ramificações do coral M. alcicornis e, os adultos com preferencia, principalmente, por áreas de cavernas. O mapeamento da espécie revelou diferenças entre distribuições antigas e atuais, principalmente na área de Mamucabas. A ausência de M. chrysurus nesta área tem sido associada a redução de M. alcicornis, por sua vez ocasionada pelo El Niño em 1998. O excessivo aquecimento das águas superficiais causou a mortalidade em massa de M. alcicornis dessa região, resultando em efeitos diretos na população de M. chrysurus. Indicando a importância de estudos focando no impacto do branqueamento e mudanças climáticas na família. O modelo de distribuição da espécie revelou a associação de variáveis topográficas com a presença de M. chrysurus, como profundidade e distância da costa, indicando áreas ótimas para a ocorrência da espécie. Além disso, foi possível verificar uma clara associação entre as Millepora alcicornis e M. chrysurus, visto que a distribuição destes peixes foi diretamente associada com a cobertura de M. alcicornis no local.
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A família Pomacentridae é considerada espécie-chave nas comunidades recifais, e possui uma estreita relação com os corais. Uma dessas estreitas associações ocorre entre a espécie Microspathodon chrysurus com o hidrocoral Millepora alcicornis. No Brasil, o gênero Millepora é o único com espécies classificadas como “ramificadas”. As ramificações do esqueleto coralíneo da Millepora alcicornis aumentam a tridimensionalidade, e consequentemente, a quantidade de habitats e a biodiversidade associada aos recifes. Os recifes de coral estão constantemente ameaçados por pressões antrópicas. Atualmente, o aquecimento global tem sido considerado o impacto mais significativo. Sucessivos eventos de branqueamento e mortalidade dos corais têm sido reportados, afetando, também, negativamente toda sua comunidade associada. Assim, uma revisão sistemática fez-se necessária para compreender os efeitos das mudanças climáticas na família Pomacentridae. Foi possível observar que o aquecimento global gera impactos na reprodução, diminuindo a quantidade e qualidade dos ovos; Na preferência pelo habitat, com espécies que eram consideradas generalistas passando a ter uma preferência por certos habitats. Essa escolha pelo habitat provoca o aumento da competição intra e interespecífica nos recifes; Na ocupação latitudinal das espécies, pois os indivíduos passam a migrar para maiores latitudes. Assim, no futuro podemos encontrar um ambiente recifal completamente novo, com indivíduos possuindo novas preferências de habitats e novas interações. Contudo, apesar da família ser considerada um modelo para estudos de ecologia, os Pomacentridae têm sido pouco estudados em relação aos impactos das mudanças climáticas. Grande parte destes efeitos ainda são desconhecidos, pois, as respostas ao aquecimento estão relacionadas com as características da história de vida de cada espécie. A fim de investigar os padrões de distribuição e abundância da espécie M. chrysurus, diferentes métodos de mapeamento foram realizados. Foram construídos mapas com dados de localização pretéritos (2003 a 2016) e recentes (2017 a 2021). Além disso, um modelo de distribuição de espécies foi gerado utilizando o software MaxEnt. Durante as atividades in situ foi possível notar diferenças de comportamento e preferência de habitats entre adultos e juvenis. Onde a fase juvenil possui preferência por habitar as ramificações do coral M. alcicornis e, os adultos com preferencia, principalmente, por áreas de cavernas. O mapeamento da espécie revelou diferenças entre distribuições antigas e atuais, principalmente na área de Mamucabas. A ausência de M. chrysurus nesta área tem sido associada a redução de M. alcicornis, por sua vez ocasionada pelo El Niño em 1998. O excessivo aquecimento das águas superficiais causou a mortalidade em massa de M. alcicornis dessa região, resultando em efeitos diretos na população de M. chrysurus. Indicando a importância de estudos focando no impacto do branqueamento e mudanças climáticas na família. O modelo de distribuição da espécie revelou a associação de variáveis topográficas com a presença de M. chrysurus, como profundidade e distância da costa, indicando áreas ótimas para a ocorrência da espécie. Além disso, foi possível verificar uma clara associação entre as Millepora alcicornis e M. chrysurus, visto que a distribuição destes peixes foi diretamente associada com a cobertura de M. alcicornis no local.
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LEO COSTA AROUCHA
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RESPOSTAS DOS FLUXOS DE CO2 AOS VÓRTICES DA CORRENTE NORTE DO BRASIL
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Orientador : DORIS REGINA AIRES VELEDA
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MEMBROS DA BANCA :
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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MONICA FERREIRA DA COSTA
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CLAUDIA KLOSE PARISE
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LUCIANO PONZI PEZZI
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PEDRO TYAQUICA DA SILVA SANTOS
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Data: 30/08/2021
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A fim de investigar a variabilidade intra e interanual dos vórtices da Corrente do Norte do Brasil (CNB), o algoritmo de detecção e rastreamento de momentum angular (AMEDA) foi usado para identificação de suas ocorrências, trajetórias e parâmetros. Com base em 24 anos (1993-2016) de dados reanálise de altura geopotencial e de campos de corrente geostrófica do ARMOR 3D (¼ °), identificamos uma taxa média de vórtices liberados por ano. Os mesmos apresentam vida média de 15,3 (± 5,4) semanas, raio médio baseado na velocidade (Rmax) de 139,8 (± 23,6) km e anomalia na altura média da superfície do mar (SSHa) de 9,4 (± 4,0) cm. A velocidade azimutal máxima observada média (Vmax) foi 0,27 (± 0,08) m / s, enquanto o valor médio do número de Rossby (Ro) foi 0,08 (± 0,04) e a energia cinética média (KE) foi de 255,3 (± 154,8) cm2 / s2. Os anéis da CNB têm dimensões maiores, giram mais rápido, vivem menos e transferem mais energia nos meses de inverno boreal. Em contraste, aqueles que se formam durante o verão boreal e início do outono duram mais, têm diâmetros menores e carregam menos energia. Além disso, a análise da fusão dos mesmos apontou que tal interação gerou um aumento significativo na energia (52%) e na velocidade (22%) do vórtice. Finalmente, observamos as anomalias verticais dos perfis de temperatura e salinidade, que indicaram um aprofundamento da termoclina e afundamento das águas costeiras e tropicais associado aos vórtices da CNB. Além disso, usamos a análise estatística de funções ortogonais empíricas (EOFs) em um modelo de reanálise de 25 anos (1993-2017) para avaliar o papel dos anéis CNB na biogeoquímica do Atlântico Norte Tropical Ocidental (ANTO), especialmente em relação ao FCO2. Esta base de dados também foi aplicada ao AMEDA para identificar os impactos dos vórtices da CNB em uma escala de tempo diária, tomando dois anéis no ano de 2009 como estudo de caso. Em geral, foi identificado que os mesmos apresentaram variabilidade positiva de acordo com o padrão de FCO2 e fCO2 SW em 15% a 30% das vezes ao adicionar os modos de variabilidade. Aqui, acredita-se que anomalias positivas de salinidade e, consequentemente, DIC no centro dos vórtices foram responsáveis pelo aumento de FCO2 nos mesmos. Além disso, parece razoável afirmar que tais estruturas impactam os parâmetros biogeoquímicos no WTNA tanto na superfície quanto em profundidade. Este estudo enfatiza a robustez e eficiência do AMEDA para estudar vórtices no oceano e também mostrar os possíveis impactos dos vórtices da CNB nas características físicas e biogeoquímicas do oceano no ANTO. A contribuição deste trabalho reside não apenas no entendimento da variabilidade intra e interanual dos vórtices CNB, mas também na observação da capacidade dos mesmos em concentrar DIC e águas altamente salinas em seus núcleos. Além disso, dá uma luz sobre qual mecanismo é responsável por manter a anomalia de salinidade nos núcleos dessas estruturas.
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A fim de investigar a variabilidade intra e interanual dos vórtices da Corrente do Norte do Brasil (CNB), o algoritmo de detecção e rastreamento de momentum angular (AMEDA) foi usado para identificação de suas ocorrências, trajetórias e parâmetros. Com base em 24 anos (1993-2016) de dados reanálise de altura geopotencial e de campos de corrente geostrófica do ARMOR 3D (¼ °), identificamos uma taxa média de vórtices liberados por ano. Os mesmos apresentam vida média de 15,3 (± 5,4) semanas, raio médio baseado na velocidade (Rmax) de 139,8 (± 23,6) km e anomalia na altura média da superfície do mar (SSHa) de 9,4 (± 4,0) cm. A velocidade azimutal máxima observada média (Vmax) foi 0,27 (± 0,08) m / s, enquanto o valor médio do número de Rossby (Ro) foi 0,08 (± 0,04) e a energia cinética média (KE) foi de 255,3 (± 154,8) cm2 / s2. Os anéis da CNB têm dimensões maiores, giram mais rápido, vivem menos e transferem mais energia nos meses de inverno boreal. Em contraste, aqueles que se formam durante o verão boreal e início do outono duram mais, têm diâmetros menores e carregam menos energia. Além disso, a análise da fusão dos mesmos apontou que tal interação gerou um aumento significativo na energia (52%) e na velocidade (22%) do vórtice. Finalmente, observamos as anomalias verticais dos perfis de temperatura e salinidade, que indicaram um aprofundamento da termoclina e afundamento das águas costeiras e tropicais associado aos vórtices da CNB. Além disso, usamos a análise estatística de funções ortogonais empíricas (EOFs) em um modelo de reanálise de 25 anos (1993-2017) para avaliar o papel dos anéis CNB na biogeoquímica do Atlântico Norte Tropical Ocidental (ANTO), especialmente em relação ao FCO2. Esta base de dados também foi aplicada ao AMEDA para identificar os impactos dos vórtices da CNB em uma escala de tempo diária, tomando dois anéis no ano de 2009 como estudo de caso. Em geral, foi identificado que os mesmos apresentaram variabilidade positiva de acordo com o padrão de FCO2 e fCO2 SW em 15% a 30% das vezes ao adicionar os modos de variabilidade. Aqui, acredita-se que anomalias positivas de salinidade e, consequentemente, DIC no centro dos vórtices foram responsáveis pelo aumento de FCO2 nos mesmos. Além disso, parece razoável afirmar que tais estruturas impactam os parâmetros biogeoquímicos no WTNA tanto na superfície quanto em profundidade. Este estudo enfatiza a robustez e eficiência do AMEDA para estudar vórtices no oceano e também mostrar os possíveis impactos dos vórtices da CNB nas características físicas e biogeoquímicas do oceano no ANTO. A contribuição deste trabalho reside não apenas no entendimento da variabilidade intra e interanual dos vórtices CNB, mas também na observação da capacidade dos mesmos em concentrar DIC e águas altamente salinas em seus núcleos. Além disso, dá uma luz sobre qual mecanismo é responsável por manter a anomalia de salinidade nos núcleos dessas estruturas.
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ANNY LAURA DE OLIVEIRA LIRA
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TAXONOMIA E BIOLOGIA DOS BRANCHIOSYLLIS (ANNELIDA: SYLLIDAE) ASSOCIADOS A CINACHYRELLA(PORIFERA: DEMOSPONGIAE)
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Orientador : JOSE SOUTO ROSA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE SOUTO ROSA FILHO
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JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
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LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS
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JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
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PAULO CÉSAR DE PAIVA
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RODOLFO LEANDRO NASCIMENTO SILVA
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Data: 31/08/2021
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As esponjas são organismos bentônicos que ocorrem em todos os ambientes aquáticos. onde desempenham diversos papéis ecológicos, entre eles servir de abrigo, local de reprodução e alimento para diversos grupos de organismos, colaborando significativamente para a manutenção da biodiversidade. Os poliquetas contribuem de forma significativa para a biodiversidade das comunidades bentônicas marinhas Os Syllidae podem ser encontrados em fundos lamosos e arenosos ou sob/sobre rochas, habitando desde a zona entremarés até grandes profundidades ou associados a outros organismos marinhos, como colônias de hidrozoários e briozoários, ou como simbiontes de corais, outros poliquetas e esponjas). Em estudos populacionais da esponja Cinachyrella kuekenthali realizados na Praia do Paiva (Pernambuco) foi observado a presença de poliquetas da família Syllidae com grande frequência (Marinho,2018). Observações detalhadas permitiram ainda identificar que os poliquetas devem ser de duas ou três espécies distintas, que vivem sobre ou dentro das esponjas. Visando entender a relação entre esses organismos e a dinâmica populacional dos poliquetas, o presente projeto objetiva estudar a taxonomia e biologia populacional de Syllidae associados a Cinachyrellana da Praia do Paiva. Para isso, foram realizadas coletas mensais no mensalmente serão coletadas 40 esponjas. As amostras foram triadas visando a retirada dos poliquetas. Cada esponja foi identificada, e teve seu volume, peso úmido, altura e diâmetro determinados. Cada poliqueta foi medido individualmente e identificado. Para cada amostra foi calculada a densidade de poliquetas por esponja (ou volume de esponja) e a riqueza (total de espécies presentes). Esses descritores foram comparados entre espécies de esponja e período climático (seco e chuvoso) utilizando Análise de Variância de uma via com base nos dados transformados por log (x+1) sempre que necessário.
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As esponjas são organismos bentônicos que ocorrem em todos os ambientes aquáticos. onde desempenham diversos papéis ecológicos, entre eles servir de abrigo, local de reprodução e alimento para diversos grupos de organismos, colaborando significativamente para a manutenção da biodiversidade. Os poliquetas contribuem de forma significativa para a biodiversidade das comunidades bentônicas marinhas Os Syllidae podem ser encontrados em fundos lamosos e arenosos ou sob/sobre rochas, habitando desde a zona entremarés até grandes profundidades ou associados a outros organismos marinhos, como colônias de hidrozoários e briozoários, ou como simbiontes de corais, outros poliquetas e esponjas). Em estudos populacionais da esponja Cinachyrella kuekenthali realizados na Praia do Paiva (Pernambuco) foi observado a presença de poliquetas da família Syllidae com grande frequência (Marinho,2018). Observações detalhadas permitiram ainda identificar que os poliquetas devem ser de duas ou três espécies distintas, que vivem sobre ou dentro das esponjas. Visando entender a relação entre esses organismos e a dinâmica populacional dos poliquetas, o presente projeto objetiva estudar a taxonomia e biologia populacional de Syllidae associados a Cinachyrellana da Praia do Paiva. Para isso, foram realizadas coletas mensais no mensalmente serão coletadas 40 esponjas. As amostras foram triadas visando a retirada dos poliquetas. Cada esponja foi identificada, e teve seu volume, peso úmido, altura e diâmetro determinados. Cada poliqueta foi medido individualmente e identificado. Para cada amostra foi calculada a densidade de poliquetas por esponja (ou volume de esponja) e a riqueza (total de espécies presentes). Esses descritores foram comparados entre espécies de esponja e período climático (seco e chuvoso) utilizando Análise de Variância de uma via com base nos dados transformados por log (x+1) sempre que necessário.
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ANDRÉ LUIZ AMORIM DOS SANTOS JUNIOR
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ANÁLISE DOS PADRÕES DE ESTRUTURA TERMOHALINA E DINÂMICA SOBRE A PRODUTIVIDADE COSTEIRA EM 11°S AO LARGO DO NORDESTE BRASILEIRO
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Orientador : DORIS REGINA AIRES VELEDA
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MEMBROS DA BANCA :
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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CARMEN MEDEIROS LIMONGI
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THIAGO LUIZ DO VALE SILVA
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Data: 28/10/2021
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O Oeste do Atlântico Tropical Sudoeste (ATSO) é uma região dinâmica e de grande importância na circulação do Oceano Atlântico. Ela é marcada pela presença da Subcorrente do Norte do Brasil (SCNB), a qual é considerada um ramo superior da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (CRMA). A SCNB é caracterizada por uma termoclina bem estratificada, com baixa variabilidade na coluna d’água. Porém, fenômenos costeiros podem alterar e impactar a estrutura termohalina e, consequentemente, a vulnerabilidade ecológica na plataforma e talude. Este trabalho investiga a variabilidade termodinâmica e a resposta da clorofila nos primeiros 600 m de profundidade na seção transversal em 11° S, próximo à costa brasileira. Foram analisados 26 anos (1993-2018) de dados diários de corrente meridional e temperatura da base de reanálise GLORYS12V1 (G12V1), 1/12° (~ 8 km). A resposta da variabilidade de clorofila é analisada usando a reanálise biogeoquímica FREEGLORYS2V4 (FG2V4) (1/4°). Aproximadamente três anos dos dados de reanálise da corrente meridional são comparados com os dados in situ do programa Alemão de Climate Variability and Predictability (CLIVAR) a 11° S, o que mostrou uma correlação satisfatória em 200 m de profundidade. A análise de 26 anos do G12V1 confirma o núcleo do SCNB centrado na profundidade de 200 m, com um fluxo médio para o norte de 70 cm s־¹. Observou-se através de análises espectrais que os dados de reanálise da corrente possuem uma alta frequência dominante de periodicidade de 15-30 dias, também identificado nos dados in situ. A cross-wavelet entre a clorofila, a temperatura e a componente meridional da corrente identificaram covariâncias na banda de 15-30 dias de periodicidade, além do sinal anual. O principal modo de variabilidade dinâmica na coluna d’água está associado à SCNB e retém ~43% da variância e o segundo modo representa um padrão anticiclônico da circulação e representa 18% da variância. A frequência de Brunt-Väisälä, de 26 anos de dados diários, confirma que as instabilidades na coluna d’água ocorrem predominantemente no inverno e primavera. Estes resultados permitiram uma melhor compreensão dos padrões de variabilidade de alta frequência na estrutura termohalina e dinâmica da coluna d’água da área de estudo.
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O Oeste do Atlântico Tropical Sudoeste (ATSO) é uma região dinâmica e de grande importância na circulação do Oceano Atlântico. Ela é marcada pela presença da Subcorrente do Norte do Brasil (SCNB), a qual é considerada um ramo superior da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (CRMA). A SCNB é caracterizada por uma termoclina bem estratificada, com baixa variabilidade na coluna d’água. Porém, fenômenos costeiros podem alterar e impactar a estrutura termohalina e, consequentemente, a vulnerabilidade ecológica na plataforma e talude. Este trabalho investiga a variabilidade termodinâmica e a resposta da clorofila nos primeiros 600 m de profundidade na seção transversal em 11° S, próximo à costa brasileira. Foram analisados 26 anos (1993-2018) de dados diários de corrente meridional e temperatura da base de reanálise GLORYS12V1 (G12V1), 1/12° (~ 8 km). A resposta da variabilidade de clorofila é analisada usando a reanálise biogeoquímica FREEGLORYS2V4 (FG2V4) (1/4°). Aproximadamente três anos dos dados de reanálise da corrente meridional são comparados com os dados in situ do programa Alemão de Climate Variability and Predictability (CLIVAR) a 11° S, o que mostrou uma correlação satisfatória em 200 m de profundidade. A análise de 26 anos do G12V1 confirma o núcleo do SCNB centrado na profundidade de 200 m, com um fluxo médio para o norte de 70 cm s־¹. Observou-se através de análises espectrais que os dados de reanálise da corrente possuem uma alta frequência dominante de periodicidade de 15-30 dias, também identificado nos dados in situ. A cross-wavelet entre a clorofila, a temperatura e a componente meridional da corrente identificaram covariâncias na banda de 15-30 dias de periodicidade, além do sinal anual. O principal modo de variabilidade dinâmica na coluna d’água está associado à SCNB e retém ~43% da variância e o segundo modo representa um padrão anticiclônico da circulação e representa 18% da variância. A frequência de Brunt-Väisälä, de 26 anos de dados diários, confirma que as instabilidades na coluna d’água ocorrem predominantemente no inverno e primavera. Estes resultados permitiram uma melhor compreensão dos padrões de variabilidade de alta frequência na estrutura termohalina e dinâmica da coluna d’água da área de estudo.
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FRANCIS DA SILVA LOPES
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MODELAGEM ACOPLADA APLICADA AO MONITORAMENTO DO EFEITO ILHA NO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA/PE
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Orientador : DORIS REGINA AIRES VELEDA
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MEMBROS DA BANCA :
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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HUGO ABI KARAM
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CLAUDIA KLOSE PARISE
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Data: 29/10/2021
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Um estudo de modelagem acoplada aninhada two-way entre o oceano e atmosfera de alta resolução (1km no oceano e 3 km na atmosfera) foi aplicado ao Arquipélago de Fernando de Noronha. A simulação foi realizada de julho a agosto de 2014, correspondendo ao mesmo período de uma campanha oceanográfica no entorno da ilha. Até o momento, este é o primeiro estudo de um modelo acoplado aplicado na região, analisando a resposta do efeito ilha nas variáveis meteo-oceanográficas. O modelo acoplado reproduziu de forma coerente os campos oceânicos e atmosféricos medidos. O modelo acoplado reproduziu as condições oceânicas e atmosféricas observadas. A simulação capturou o efeito da ilha na temperatura superficial (TSM) a oeste da ilha, que se propagou em forma de uma esteira quente na direção da corrente superficial, com valores de TSM acima de 1,5°C em relação a regiões adjacentes. O EI observado em Fernando de Noronha apresentou uma característica bimodal com a presença de uma esteira quente se propagando para oeste e uma esteira mais fria para sudoeste. Esse padrão é associado à distribuição espacial da vorticidade relativa. As velocidades foram reduzidas em 1,5 m / s, a jusante da ilha. A velocidade do vento a sotavento da ilha também é reduzida em 1,5 m / s. Além disso, os fluxos de calor latente e sensível apresentaram anomalias no oeste da ilha, acompanhando a dispersão da esteira quente. O fluxo de calor sensível sobre a esteira quente foi ~ 5 W / m² mais alto do que em outras regiões, e o calor latente foi cerca de ~ 15-20 W / m² mais alto. A esteira oceânica e atmosférica apresentou distribuição espacial acompanhando a variabilidade dos ventos e das correntes superficiais. É a primeira vez que esse fenômeno é relatado na região. Os resultados mostram pela primeira vez a interação entre topografia, ventos e correntes oceânicas na formação do efeito ilha por meio de uma modelagem acoplada. O impacto dessas forçantes nas ondas quentes e frias que se propagam para o oeste aumenta a complexidade da circulação de mesoescala na região.
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Um estudo de modelagem acoplada aninhada two-way entre o oceano e atmosfera de alta resolução (1km no oceano e 3 km na atmosfera) foi aplicado ao Arquipélago de Fernando de Noronha. A simulação foi realizada de julho a agosto de 2014, correspondendo ao mesmo período de uma campanha oceanográfica no entorno da ilha. Até o momento, este é o primeiro estudo de um modelo acoplado aplicado na região, analisando a resposta do efeito ilha nas variáveis meteo-oceanográficas. O modelo acoplado reproduziu de forma coerente os campos oceânicos e atmosféricos medidos. O modelo acoplado reproduziu as condições oceânicas e atmosféricas observadas. A simulação capturou o efeito da ilha na temperatura superficial (TSM) a oeste da ilha, que se propagou em forma de uma esteira quente na direção da corrente superficial, com valores de TSM acima de 1,5°C em relação a regiões adjacentes. O EI observado em Fernando de Noronha apresentou uma característica bimodal com a presença de uma esteira quente se propagando para oeste e uma esteira mais fria para sudoeste. Esse padrão é associado à distribuição espacial da vorticidade relativa. As velocidades foram reduzidas em 1,5 m / s, a jusante da ilha. A velocidade do vento a sotavento da ilha também é reduzida em 1,5 m / s. Além disso, os fluxos de calor latente e sensível apresentaram anomalias no oeste da ilha, acompanhando a dispersão da esteira quente. O fluxo de calor sensível sobre a esteira quente foi ~ 5 W / m² mais alto do que em outras regiões, e o calor latente foi cerca de ~ 15-20 W / m² mais alto. A esteira oceânica e atmosférica apresentou distribuição espacial acompanhando a variabilidade dos ventos e das correntes superficiais. É a primeira vez que esse fenômeno é relatado na região. Os resultados mostram pela primeira vez a interação entre topografia, ventos e correntes oceânicas na formação do efeito ilha por meio de uma modelagem acoplada. O impacto dessas forçantes nas ondas quentes e frias que se propagam para o oeste aumenta a complexidade da circulação de mesoescala na região.
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LUCAS TORREAO DA FONSECA
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ANÁLISE DO SISTEMA CARBONATO EM ESTUÁRIOS DO ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL (RIOS MANGUABA, TATUAMUNHA, CAMARAGIBE E SANTO ANTÔNIO GRANDE)
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Orientador : MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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MEMBROS DA BANCA :
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MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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RYSOAURYA KEYLA TRAVASSOS
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CARLOS ESTEBAN DELGADO NORIEGA
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Data: 26/11/2021
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As zonas costeiras ao redor do mundo vêm enfrentando enormes impactos antrópicos, como a eutrofização e acidificação marinha, que estão mudando os mecanismos de seus habitas, alterando seu equilíbrio e funcionamento adequado. A criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) é uma importante ferramenta para mitigar esses impactos e fomentar atividades sustentáveis que mantenham a biodiversidade de importantes ecossistemas, como os recifes de corais e estuários, porém apenas a sua implementação pode não os reduzir. Nosso objetivo foi descrever a variação sazonal do equilíbrio do sistema carbonático e do estado trófico em estuários e área recifal na porção alagoana da APA Costa dos Corais, no Nordeste do Brasil. Parâmetros físicos e químicos foram medidos in situ (temperatura e salinidade) e amostras de água foram coletadas para análises posteriores durante as marés baixas nas estações chuvosa e seca. Analisamos nutrientes inorgânicos dissolvidos, oxigênio dissolvido, clorofila-a, pH e alcalinidade total para o cálculo do índice trófico (TRIX) e estimativa do estado de saturação de aragonita (Ωar). Esses dois parâmetros foram utilizados como indicadores dos processos de eutrofização e acidificação para a região estudada. A análise dos dados demonstrou que as estações estuarinas apresentaram TRIX alto, representando condições de eutrofização e péssima qualidade de água, principalmente na estação chuvosa e a jusante dos rios. Enquanto 50% das estações recifais durante a estação chuvosa apresentaram subsaturação de aragonita (Ωar<1), e durante o período de estiagem todos os valores se apresentaram como supersaturados. Com isso, também foi possível observar que a influência da água do mar dilui as elevadas concentrações de nutrientes e aumenta a Ωar. Nossos resultados mostraram que impactos locais sobre esses ecossistemas já estão ocorrendo, podendo reduzir suas resiliências a cenários futuros, além de diminuir significativamente a biodiversidade. Recomenda-se que maiores esforços de pesquisa e monitoramento sejam feitos para melhor compreender e supervisionar esses processos na região, juntamente com uma melhor gestão de águas residuais.
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As zonas costeiras ao redor do mundo vêm enfrentando enormes impactos antrópicos, como a eutrofização e acidificação marinha, que estão mudando os mecanismos de seus habitas, alterando seu equilíbrio e funcionamento adequado. A criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) é uma importante ferramenta para mitigar esses impactos e fomentar atividades sustentáveis que mantenham a biodiversidade de importantes ecossistemas, como os recifes de corais e estuários, porém apenas a sua implementação pode não os reduzir. Nosso objetivo foi descrever a variação sazonal do equilíbrio do sistema carbonático e do estado trófico em estuários e área recifal na porção alagoana da APA Costa dos Corais, no Nordeste do Brasil. Parâmetros físicos e químicos foram medidos in situ (temperatura e salinidade) e amostras de água foram coletadas para análises posteriores durante as marés baixas nas estações chuvosa e seca. Analisamos nutrientes inorgânicos dissolvidos, oxigênio dissolvido, clorofila-a, pH e alcalinidade total para o cálculo do índice trófico (TRIX) e estimativa do estado de saturação de aragonita (Ωar). Esses dois parâmetros foram utilizados como indicadores dos processos de eutrofização e acidificação para a região estudada. A análise dos dados demonstrou que as estações estuarinas apresentaram TRIX alto, representando condições de eutrofização e péssima qualidade de água, principalmente na estação chuvosa e a jusante dos rios. Enquanto 50% das estações recifais durante a estação chuvosa apresentaram subsaturação de aragonita (Ωar<1), e durante o período de estiagem todos os valores se apresentaram como supersaturados. Com isso, também foi possível observar que a influência da água do mar dilui as elevadas concentrações de nutrientes e aumenta a Ωar. Nossos resultados mostraram que impactos locais sobre esses ecossistemas já estão ocorrendo, podendo reduzir suas resiliências a cenários futuros, além de diminuir significativamente a biodiversidade. Recomenda-se que maiores esforços de pesquisa e monitoramento sejam feitos para melhor compreender e supervisionar esses processos na região, juntamente com uma melhor gestão de águas residuais.
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KARLA OLIVEIRA SILVA
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Bioacumulação de Metais Traços em tartarugas marinhas no litoral de Pernambuco, Brasil
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Orientador : MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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MEMBROS DA BANCA :
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MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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JOSE SOUTO ROSA FILHO
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VALDIR LUNA DA SILVA
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JOZÉLIA MARIA DE SOUSA CORREIA
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LUCIANA CARLA RAMEH DE ALBUQUERQUE ZANOTTI
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Data: 29/11/2021
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A longevidade e seu nível trófico elevado são algumas das características que tornam as tartarugas marinhas alvo de estudos acerca da bioacumulação de metais traços, sendo potenciais bioindicadoras ambientais. Esta pesquisa objetivou, identificar o grau de contaminação por metais traços nas tartarugas marinhas no litoral de Pernambuco, no nordeste do Brasil. Nesta pesquisa, os metais traços foram monitorados durante o período 2019-2020, utilizando as tartarugas verde (Chelonia mydas) e de pente (Eretmochelys imbricata) como espécies indicadoras. Os níveis de alumínio (Al), cádmio (Cd), cromo (Cr), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn) foram determinados por 13 tartarugas encalhadas no litoral sul de Pernambuco e 21 tartarugas vivas que vieram desovar nas praias. Após o processamento dos animais, as amostras de carapaça, rins, músculo, fígado e sangue foram digeridas com ácido nítrico e peróxido de hidrogênio em forno microondas, e então as concentrações dos metais traços foram analisadas com o uso do equipamento de Espectroscopia de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES). O ferro e o zinco apresentaram as maiores concentrações em todos os tecidos comparado aos outros elementos. E o Cr, Ni, Pb e Zn apresentaram uma concentração semelhante em todos os tecidos analisados. A comparação entre espécies não foi possível, pois foram utilizados tecidos diferentes para a análise. Na carapaça da espécie C. mydas foi possível observar uma concentração mais elevada do zinco, seguido do ferro, dois elementos essenciais ao organismo. No sangue da espécie E. imbricata a presença do Fe foi mais significativa, do que os outros metais. Através desse estudo foi possível observar que os metais traços estão presentes nos tecidos dos espécimes estudados, entretanto em baixos níveis de contaminação. O ferro apesar de apresentar concentrações elevadas é um importante micronutriente para esses animais. Por fim, ainda se faz necessário mais estudos voltados para os efeitos que esses elementos traços podem causar às tartarugas marinhas.
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A longevidade e seu nível trófico elevado são algumas das características que tornam as tartarugas marinhas alvo de estudos acerca da bioacumulação de metais traços, sendo potenciais bioindicadoras ambientais. Esta pesquisa objetivou, identificar o grau de contaminação por metais traços nas tartarugas marinhas no litoral de Pernambuco, no nordeste do Brasil. Nesta pesquisa, os metais traços foram monitorados durante o período 2019-2020, utilizando as tartarugas verde (Chelonia mydas) e de pente (Eretmochelys imbricata) como espécies indicadoras. Os níveis de alumínio (Al), cádmio (Cd), cromo (Cr), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn) foram determinados por 13 tartarugas encalhadas no litoral sul de Pernambuco e 21 tartarugas vivas que vieram desovar nas praias. Após o processamento dos animais, as amostras de carapaça, rins, músculo, fígado e sangue foram digeridas com ácido nítrico e peróxido de hidrogênio em forno microondas, e então as concentrações dos metais traços foram analisadas com o uso do equipamento de Espectroscopia de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES). O ferro e o zinco apresentaram as maiores concentrações em todos os tecidos comparado aos outros elementos. E o Cr, Ni, Pb e Zn apresentaram uma concentração semelhante em todos os tecidos analisados. A comparação entre espécies não foi possível, pois foram utilizados tecidos diferentes para a análise. Na carapaça da espécie C. mydas foi possível observar uma concentração mais elevada do zinco, seguido do ferro, dois elementos essenciais ao organismo. No sangue da espécie E. imbricata a presença do Fe foi mais significativa, do que os outros metais. Através desse estudo foi possível observar que os metais traços estão presentes nos tecidos dos espécimes estudados, entretanto em baixos níveis de contaminação. O ferro apesar de apresentar concentrações elevadas é um importante micronutriente para esses animais. Por fim, ainda se faz necessário mais estudos voltados para os efeitos que esses elementos traços podem causar às tartarugas marinhas.
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RAFAEL ABDUL KHALEK DE ALCANTARA
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Estudo da assembleia de peixes do Arquipélago de São Pedro e São Paulo com o uso de Estação Remota de Vídeo Subaquático com Isca (BRUVS)
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Orientador : PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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PAULO GUILHERME VASCONCELOS DE OLIVEIRA
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NATALIA PRISCILA ALVES BEZERRA
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ILKA SIQUEIRA LIMA BRANCO NUNES
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Data: 29/11/2021
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Um total de 35 lançamentos de Estações de vídeo subaquáticas com iscas (BRUVS) foram realizadas no Arquipálago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), um aquipélago localizado no meio do Oceano Atlântico, para avaliar a abundância, diversidade e comparar a distribuição espacial da comunidade local de peixes, e também, descrever preliminarmente o comportamento dos elasmobrânquios. Cerca de 2700 minutos de vídeos foram grvaados em águas até 30 metros de profundidade. 2,991 inidívus foram gravados, pertencentes a 6 ordens, 10 famílias, 19 espécies. 4 espécies de elasmobrânquios e 15 de teleósteos foram registradas. O cmportamento dos elasmobrânquios foram caracterizados de acordo com a distância que se encontravam do BRUVS, também outros comportamentos foram adicionados e descritos. Análises multivariadas indicaram diferente uso da área entre as espécies de peixes do lado oeste e leste. Segregação interespecífica entre elasmobrânquios C. falciformis e C. galapagensis foi visualizada, além de uma provável segregação sexual intraespecífica para C. falciformis. Comportamentos foram gravados e registrados em fotos. O comportamento de cautela foi predominante nos elasmobrânquios. Os números de notas de comportamento mostram como é possível explorar e entender comportamentos usando o BRUVS. Embora, ainda existam lacunas sobre o comportamento de peixes em meio selvagem e gravações tenham sido recentemente popularizadas. BRUVS desenpenharam satisfatoriamente e podem ser implementados como método de monitoramento contínuo para as espécies registradas no presente estudo, assim como, um método complementar para ser utilizado com outros métodos convencionais de amostragem de espécies de peixes. Logo, a ictiofauna e seu comportamento registrado pela BRUVS são importantes para avaliar e realizar a gestão da Área Protegida Marina (APM), adicionando informações relevantes para explorar de maneira sustentável ou integralmente proteger o ASPSP e as áreas adjacentes
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Um total de 35 lançamentos de Estações de vídeo subaquáticas com iscas (BRUVS) foram realizadas no Arquipálago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), um aquipélago localizado no meio do Oceano Atlântico, para avaliar a abundância, diversidade e comparar a distribuição espacial da comunidade local de peixes, e também, descrever preliminarmente o comportamento dos elasmobrânquios. Cerca de 2700 minutos de vídeos foram grvaados em águas até 30 metros de profundidade. 2,991 inidívus foram gravados, pertencentes a 6 ordens, 10 famílias, 19 espécies. 4 espécies de elasmobrânquios e 15 de teleósteos foram registradas. O cmportamento dos elasmobrânquios foram caracterizados de acordo com a distância que se encontravam do BRUVS, também outros comportamentos foram adicionados e descritos. Análises multivariadas indicaram diferente uso da área entre as espécies de peixes do lado oeste e leste. Segregação interespecífica entre elasmobrânquios C. falciformis e C. galapagensis foi visualizada, além de uma provável segregação sexual intraespecífica para C. falciformis. Comportamentos foram gravados e registrados em fotos. O comportamento de cautela foi predominante nos elasmobrânquios. Os números de notas de comportamento mostram como é possível explorar e entender comportamentos usando o BRUVS. Embora, ainda existam lacunas sobre o comportamento de peixes em meio selvagem e gravações tenham sido recentemente popularizadas. BRUVS desenpenharam satisfatoriamente e podem ser implementados como método de monitoramento contínuo para as espécies registradas no presente estudo, assim como, um método complementar para ser utilizado com outros métodos convencionais de amostragem de espécies de peixes. Logo, a ictiofauna e seu comportamento registrado pela BRUVS são importantes para avaliar e realizar a gestão da Área Protegida Marina (APM), adicionando informações relevantes para explorar de maneira sustentável ou integralmente proteger o ASPSP e as áreas adjacentes
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Teses |
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PAULO JOSÉ SIGAÚQUE
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Circulação e distribuição de sedimentos em suspensão na baía de
Maputo, Moçambique
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Orientador : PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS AUGUSTO FRANCA SCHETTINI
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ROBERTO LIMA BARCELLOS
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ELIETE ZANARDI LAMARDO
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MAURÍCIO NOERNBERG
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CARLA DE ABREU DAQUINO
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Data: 28/06/2021
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Este estudo apresenta a circulação residual, clima de ondas e distribuição de sedimentos em suspensão na baia de Maputo, Moçambique, África (25.9/26.0° S & 32.6/32.9°). A baía tem uma área de ~1000 Km2, com seção da desembocadura com ~18 Km de largura, e profundidade média de 5 m. As marés predominantes são do tipo semiduirna, variando de 1 a 3 m na quadratura e sizígia, respetivamente. A avaliação da importância das marés, ventos e efeitos de descargas liquidas na troca de fluxos entre a baia e plataforma adjacente, efeitos da energia de ondas no transporte de sedimentos entre a baía e plataforma adjacente, foi realizada através do modelo hidrodinâmico Delf3D-FLOW e do modelo de ondas Delft3D-WAVE (SWAN). A dinâmica sazonal (para o ano de 2020) e interanual (para o período de 2010 até 2021) de distribuição de sedimentos em suspensão foi investigada com imagens da banda do vermelho dos sensores MODIS e VIIRIS, abordos nos satélites Aqua, Terra, Suomi e NOAA. Os resultados a partir da modelagem hidrodinâmica mostraram mudanças nos padrões de circulação entre os cenários e entre quadratura e sizigia. Na secção transversal da desembocadura, os fluxos de sizigia são verticalmente homogêneos e na quadratura os fluxos são em duas camadas, principalmente com cenários forçados por maré, locais como ilha de Inhaca e desembocadura do rio Incomati são propensos a aprisionar sedimentos. O modelo de onda mostrou que as ondas mais predominantes vêm das direções E-SE. As maiores intensidades foram de 1.4 e 2.4 m com ângulo de incidência de 100°. No interior da baia as velocidades orbitais e forças induzidas pela onda foram menores. O padrão climatológico de variabilidade de turbidez mostrou que o Sul da baia, principalmente na desembocadura do rio Maputo, tende a concentrar maior quantidade de sedimentos em suspensão e menores concentrações próximo a boca da baia de Maputo, onde predominam sedimentos não coesivos e vigorosa energia da onda. As correntes de baixamar e ventos de SW favorecem ao transporte de material particulado em direção a plataforma.
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RAMILLA VIEIRA DE ASSUNÇÃO
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THERMOHALINE STRATIFICATION IN THE SOUTHWESTERN TROPICAL ATLANTIC: FROM PHYSICAL PROCESSES TO ACOUSTIC ECOLOGY
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Orientador : ALEX COSTA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEX COSTA DA SILVA
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CARMEN MEDEIROS LIMONGI
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BERNARD BOURLÈS
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MATTHIEU LENGAIGNE
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MARIANO SERGIO GUTIÉRREZ TORERO
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GÉRALDINE SARTHOU
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FABRICE HERNANDEZ
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Data: 29/06/2021
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A dinâmica da estrutura termohalina do oceano superior dirige grande parte dos processos oceânicos mais próximos a superfície. A circulação termohalina do Atlântico tropical sudoeste (Southwest Tropical Atlantic, SWTA), uma região chave para diagnosticar a variação da Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, tem um impacto primordial no clima global. A variabilidade termohalina também desempenha um papel chave na estruturação vertical dos habitats pelágicos. Com o propósito de preencher lacunas de informação sobre a estrutura termohalina no SWTA e de trazer insights sobre as relações entre esses processos físicos e a distribuição da energia acústica (proxy de biomassa dos organismos), esta tese foi organizada em três objetivos científicos principais, cada um deles abordado em um capítulo separado. Para desenvolver este estudo, aproveitamos as duas campanhas científicas multidisciplinares (Acoustic along the BRAzilian COaSt) realizadas no STWA na primavera (set. - out.) de 2015 e outono (abr. - maio) de 2017. O primeiro objetivo desta tese foi caracterizar a estrutura termohalina 3D da camada superior (até 300 m). A caracterização da estrutura termohalina é tipicamente baseada na aplicação de métodos estatísticos clássicos em perfis verticais. Entretanto, os métodos clássicos não contemplam explicitamente a natureza vertical dos perfis. A Análise de Dados Funcionais (Functional Data Analysis, FDA) é uma alternativa para resolver tais inconvenientes. Neste caso, aplicamos uma abordagem funcional para caracterizar a estrutura termohalina 3D do SWTA da primavera e outono austral. Nossos resultados revelam um padrão espacial claro com a presença de três áreas com características termohalinas significativamente diferentes. A área 1, localizada principalmente ao longo do talude continental, reflete o sistema de corrente de borda oeste (Western Boundary current system, WBCS), com baixa estabilidade estática e alta frequência de ocorrência de camadas de barreira (BL). Por outro lado, a Área 2, localizada ao longo da cadeia de Fernando de Noronha, apresenta forte estabilidade estática com uma termoclina bem definida. Esta área, sob a influência do Atlântico leste, é caracterizada por uma baixa frequência de BLs, que é modulada sazonalmente pela oscilação latitudinal da zona de convergência intertropical,
controlando o regime de precipitação. Por sua vez, a Área 3 comporta-se como uma zona de transição entre as áreas 1 e 2, com a presença do núcleo de água de salinidade máxima em subsuperfície e, portanto, frequência de ocorrência forte-moderada de BL. Além deste estudo, a abordagem da FDA surge como uma forma poderosa de descrever, caracterizar, classificar e comparar padrões e processos oceânicos. Ela pode ser aplicada aos dados in situ, mas também pode ser usada para explorar de forma profunda e abrangente as saídas de modelos oceânicos. Como segundo objetivo, examinamos a viabilidade de extrair a estrutura termohalina dos dados de ecosonda coletados no SWTA. De fato, em alguns sistemas, a acústica permite uma estimativa robusta da profundidade da picnoclina ou termoclina. Para examinar a viabilidade de extrair a estrutura termohalina (profundidade da camada de mistura, termoclina superior e inferior) dos dados de ecosonda, testamos três abordagens: (i) a extensão vertical da comunidade epipelágica; (ii) o uso de gradientes acústicos; e (iii) uma abordagem de ondas cruzadas (wavelets). Os resultados mostram que, mesmo que a estrutura termohalina impacte a distribuição vertical dos dispersores acústicos, a estrutura resultante não permite uma estimativa robusta dos limites termohalinos indicando que outros processos oceanográficos ou biológicos estão agindo. Este "resultado negativo" impede uma representação em escala fina da turbulência da camada superior a partir de dados acústicos. Contudo, o estudo da proporção de biomassa acústica dentro de cada camada fornece uma visão interessante da estrutura do ecossistema em diferentes cenários termohalinos, sazonais e diários. Em particular, em regiões onde a termoclina é altamente estratificada, e menos misturada, alguns organismos parecem evitar a camada da região de maior gradiente. Isto nos levou a investigar as relações verticais em escala fina entre a biomassa acústica e uma variedade de fatores ambientais, que é o terceiro objetivo. A dinâmica oceânica inicia a estruturação dos produtores primários e estes, por sua vez, moldam a distribuição dos níveis tróficos subsequentes até que toda a comunidade pelágica reflita a estrutura físico-química do oceano. Apesar da importância da estruturação bottom-up nos ecossistemas pelágicos, os estudos em escala fina das interações biofísicas ao longo da profundidade são escassos e desafiadores. Ao investigar as relações verticais em escala fina entre uma variedade de parâmetros ambientais (correntes, estratificação, concentração de oxigênio e fluorescência) e a energia acústica refletida, mostramos que a fluorescência, o oxigênio, a corrente e a estratificação são fatores importantes, mas que sua importância relativa depende da área, da
faixa de profundidade e do ciclo diário. Na camada epipelágica, as respostas acústicas mais fortes foram associadas a profundidades de maior estabilidade (estratificação mais alta). Mesmo em áreas onde os picos de fluorescência eram mais profundos que o pico das estratificações, as camadas de dispersão de som estavam mais correlacionadas com a estratificação do que com o máximo de clorofila. O oxigênio dissolvido não parece ser um fator chave no WBCS onde toda a coluna de água está bem oxigenada enquanto parece ser um condutor no sistema onde menores concentrações de oxigênio ocorrem em subsuperfície. Finalmente, nossos resultados sugerem que os organismos parecem evitar o núcleo de correntes fortes. Entretanto, são necessários trabalhos futuros para entender melhor o papel das correntes na distribuição vertical dos organismos.
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NATHALIA LINS SILVA
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Espectros de tamanhos do zooplâncton, partículas em suspensão e microplásticos em ambientes estuarino e costeiros do Atlântico Tropical.
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Orientador : RALF SCHWAMBORN
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MEMBROS DA BANCA :
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RALF SCHWAMBORN
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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MARIUS NILS MULLER
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EDUARDO TAVARES PAES
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RUBENS MENDES LOPES
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Data: 27/08/2021
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O conhecimento sobre as partículas em suspensão (séston) é essencial para a compreensão dos ecossistemas estuarinos e marinhos. Esta tese tem como objetivos avaliar as contribuições do mesozooplâncton, dos microplásticos e das partículas em suspensão na coluna d'água em amostras de plâncton, e de descrever os espectros de de tamanhos destas partículas e organismos. Além disso, foi proposto um novo índice (RMC) para avaliar o impacto dos microplásticos nas teias tróficas pelágicas. As amostras foram obtidas no estuário do Rio Formoso (área de manguezais), na Baía de Tamandaré (baía aberta, rodeada de recifes tropicais) e na plataforma continental (da linha dos recifes costeiros até a isóbata de 30 m) ao largo de Tamandaré (Pernambuco, Brasil). Arrastos subsuperficiais (profundidade amostral: 0-0.6 m) horizontais foram realizados durante dois anos (junho / 2013 a maio / 2015) em intervalos bimestrais com redes de plâncton (malhas: 200 e 300 μm) durante as estações seca e chuvosa. As amostras coletadas foram fixadas em formol (Concentração final de 4%) e tamponadas com tetraborato de sódio (5 g L−1). As amostras foram analisadas através da obtenção do peso úmido (biomassa sestônica), análise por imagem (ZooScan) e espectroscopia por infravermelho (FTIR). As análises das tipologias das partículas mostrou que a composição das partículas biogênicas (detritos vegetais, macroalgas, agregados marinhos e exúvias) seguiu o padrão esperado, com mais matéria vegetal (detritos de manguezal) no estuário rodeado de florestas de manguezais. As concentrações mais elevadas de microplásticos totais (Polipropileno + Polietileno + Nylon), PP (Polipropileno) e PE (Polietileno) também foram observadas no ambiente estuarino, indicando um gradiente decrescente para o oceano a partir de fontes terrestres. A RMC (Concentração Relativa de Microplásticos) indicou que a Baía representa o ecossistema mais impactado (RMC: 2,4% no estuário, 5,1% na Baía e 2,0% na prateleira), para microplásticos totais e PP & PE. Já a plataforma continental foi mais severamente impactada (concentração relativa mais alta ) com fibras de nylon. A análise dos espectros de tamanhos mostrou que os organismos planctônicos, microplásticos e outras partículas seguem um padrão semelhante em seus espectros de tamanhos, com maiores concentrações em faixas de tamanhos menores e um declínio log-linear da concentração com o volume ou tamanho das partículas. Essa abordagem inovadora abre novas perspectivas para o estudo dos ambientes pelágicos estuarinos e marinhos.
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NAYANA BUARQUE ANTAO DA SILVA
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ASSEMBLEIAS EPÍFITAS EM PRINCIPAIS MACROALGAS E OS EFEITOS DO AMBIENTE FÍSICO E DOS POLUENTES NO LITORAL DE PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : MARIA DA GLORIA GONCALVES DA SILVA CUNHA
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MEMBROS DA BANCA :
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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MARIA DA GLORIA GONCALVES DA SILVA CUNHA
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MARCOS HONORATO DA SILVA
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JULIANE BERNARDI VASCONCELOS
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EVELINE PINHEIRO DE AQUINO
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Data: 15/12/2021
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Esta pesquisa teve como objetivo identificar a estrutura, a variação quali-quantitativa e a influência das variáveis ambientais na distribuição e abundância de dinoflagelados epibentônicos, juntamente com diatomáceas e microplásticos associados às macroalgas de praias urbanizadas e não urbanizadas do litoral de Pernambuco, Nordeste do Brasil. As coletas foram realizadas durante o período chuvoso (julho, agosto/2017 e março/2018) e de estiagem (setembro/2017, janeiro e fevereiro/2018), nas praias do Pina, Pedra de Xaréu e Enseada dos Corais. Exemplares das macroalgas mais representativas de cada praia e as variáveis ambientais (temperatura, salinidade, nutrientes, pH e oxigênio dissolvido) foram coletados da região do mesolitoral e encaminhados ao Departamento de Oceanografia da UFPE. As macroalgas foram pesadas (peso úmido), divididas nas porções basal, mediana e apical, e acondicionadas em potes de 30 mL, com água previamente filtrada proveniente do local de coleta. Em seguida, foi efetuada uma agitação manual com o objetivo de deslocar os epibiontes e os microplásticos, sendo a macroalga retirada do pote e a suspensão fixada com solução de lugol (2%). Através das análises foram determinados: abundância dos epífitos (cel/g -1 ) e microplásticos (partículas/g -1 ), abundância relativa (%), frequência de ocorrência, riqueza de espécies, diversidade específica e equitabilidade. Não foram registradas variações sazonais significativas entre as variáveis ambientais. Foram identificados 10 táxons de dinoflagelados, com destaque para pequenos indivíduos da classe Dinophyceae, Gymnodinium sp., Ostreopsis cf. ovata Fukuyo, Prorocentrum lima (Ehrenberg) F. Stein, Protoperidinium sp. e Scrippsiella spinifera G. Honsell & M. Cabrini. A praia Pedra de Xaréu apresentou maior riqueza (9 táxons) e abundância, com Ostreopsis cf. ovata e P. lima, com maiores valores de abundância em Hypnea musciformis (Wulfen) J.V. Lamouroux (488 e 408 cel/g -1 ) e Sargassum sp. (34 e 90 cel/g -1 ), respectivamente, em março/2018. Na praia do Pina foram identificados 5 táxons de dinoflagelados, com dominância das espécies: Gymnodinium sp. e S. spinifera, registrando 132 cel/g -1 (fevereiro/2018) e 40 cel/g -1 (agosto/2017) em Palisada perforata (Bory) K.W. Nam. Dentre estas espécies identificadas, algumas são consideradas potencialmente tóxicas, de acordo com bibliografia consultada. Além de dinoflagelados epífitos, foram registradas partículas microplásticas de forma filamentosa em todas as porções do talo de Palisada perforata, na praia do Pina, chegando a alcançar 79 partículas/g -1 na porção mediana do talo macroalgal, em setembro/2017. A única dominância dos dinoflagelados epífitos (63%) em relação ao microplástico foi verificado na porção apical do talo, durante o período de estiagem (fevereiro/2018), com 92 cel/g -1 , em P. perforata. Os microplásticos chegaram a representar 100% dos agregados, na porção apical do talo, em março/2018 (95 partículas/g -1 ). Na praia de Enseada dos Corais, foram identificados 4 táxons de dinoflagelados epífitos, além de 32 táxons de diatomáceas epífitas, Grammatophora oceanica Ehrenberg, Melosira nummuloides C. Agardh e Navicula sp. sendo classificadas como dominantes. A menor riqueza e abundância de epífitos encontrada nesta praia foi registrada na parte basal do talo de Sargassum sp., em março/2018 (2
cel/g -1 ). As outras algas analisadas no local, Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh e Bryothamnion triquetrum (S. G. Gmelin) M. Howe, apresentaram maior abundância e riqueza de espécies, devido ao talo de ambas serem frondosos e ramificados, favorecendo uma maior quantidade de microhabitats para os epífitos. No entanto, apesar das macroalgas transportarem em seu talo várias espécies de dinoflagelados e diatomáceas epífitas, a fixação das espécies não ocorre de modo uniforme nas diferentes porções dos talos das macroalgas. Com base nos resultados, pode-se concluir que condições ambientais favoráveis, como alta temperatura e salinidade, podem estar correlacionadas à abundância dos dinoflagelados potencialmente tóxicos e a variação significativa no fosfato comprovaram a diferença do impacto antrópico entre a praia do Pina e Pedra de Xaréu. Assim como, a onipresença dos microplásticos sugere que a intensa urbanização dos ambientes costeiros torna o ambiente marinho vulnerável a esse tipo de poluente e que podem contribuir para a degradação dos ecossistemas recifais, afetando toda a cadeia trófica dos oceanos.
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MARCOS VINICIUS BARROS DA SILVA
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A MORFOLOGIA DE CÂNIONS SUBMARINOS E SUA POSSÍVEL INFLUÊNCIA NA DINÂMICA DE SUBMESOESCALA AO LONGO DA COSTA NORDESTE DO BRASIL.
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Orientador : TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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MIRELLA BORBA SANTOS FERREIRA COSTA
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JOÃO MARCELLO RIBEIRO DE CAMARGO
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HELENICE VITAL
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ARNAUD PIERRE ALEXIS BERTRAND
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ALBERTO GARCIA DE FIGUEIREDO JUNIOR
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ALEX CARDOSO BASTOS
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Data: 21/12/2021
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Cânions submarinos são importantes feições das margens continentais no contexto morfológico. Eles são responsáveis pelas condições oceanográficas, como variabilidade de temperatura e salinidade, transporte de sedimentos, nutrientes e até poluentes entre as áreas marinhas. Cânions submarinos também influenciam nas comunidades biológicas, sendo considerados hotspots de biodiversidade, berçário e forrageio para diversas espécies. Os estudos sobre cânions vêm crescendo e ganhando destaque devido à sua importância e destaque para discussões atuais como sua integralização dos estudos à Década Oceânica. Além disso, cânions submarinos tem um papel relevante nos ecossistemas marinhos e a compreensão da interação fluxo-topografia ou (FTI) é fundamental para o desenvolvimento dos estudos e processos oceanográficos em margens continentais. A morfologia de cânions é a principal responsável pelas maiores variações de fluxo próximo as bordas nos oceanos, sobretudo, aos processos advectivos originados pelas correntes. O comportamento da dinâmica de fluxo em cânions submarinos depende de aspectos geofísicos que podem ser caracterizados através da associação da morfologia, propriedades do fluido e forçantes físicas. Recentemente, vários trabalhos envolvendo dinâmica de fluxo em cânions estão sendo realizados sobre FTI e sua resposta nas condições da margem continental. Contudo, as tentativas de executar um modelo dinâmico usando a topografia real gera um fluxo irreal que não representa em sua totalidade as condições de contorno. A motivação para esta tese é demonstrar uma visão geral dos avanços nos estudos dos cânions submarinos e sua possível influência na dinâmica de submesoescala ao longo da costa nordeste do Brasil.
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The Continental Shelf of Pernambuco (CSP) presents a different aspect in the flow behavior, mainly in the areas of the channels in front of the Tamandaré region located on the Southern Continental Platform of Pernambuco (SPCS). This behavior is associated with the presence of features similar to submarine canyons (Deep Channels) over the Pernambuco Plateau region. The methodology for scale analysis was performed for six features (three on the Pernambuco Plateau and three on the SPCS), and divided into three stages for the periods of March (summer) and September (winter) for a seasonal analysis. The first step was made from calculations of dimensionless analysis with the collection of the necessary variables. The second was based on analysis of the shape dimensions of deep channels and channels. The third and last one composed by the classification in relation to the dynamic behavior. The dimensionless analysis showed Rossby and Burger numbers in the order of ten for one of the deep channels (RoMarch = 15.9; BuMarch = 126) and for the three channels (RoMarch = 95.7; RoMarch = 48.8; RoMarch = 98.1; and BuMarch = 63.0; BuMarch = 37.3 and BuMarch = 29.6), in both periods with intensity differences. The classification by dimensional analysis identified the deep channel in front of the channels region as more representative for the advective transport. The identification of pulses of sudden decrease in temperature within the Zieta’s Channel at 82 m depth, demonstrates the occurrence of upwelling and intrusion points of water masses on the SPCS at the shelf break. Seasonal analysis recorded the highest Rossby and Burger values in the summer, coinciding with the highest occurrence of pulses within the Zieta’s Channel. The research by means of scale analysis reiterates the influence of the deep channels in the SPCS, mainly by increasing the pumping potential of cold waters from deeper zones to shallower areas, which can be highlighted as local peaks of upwelling through deep channels.
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