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Dissertações |
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RAFAEL HENRIQUE DE MOURA FALCAO
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Efeitos da variabilidade ambiental na estrutura, diversidade e biomassa fitoplanctônica na Confluência Brasil-Malvinas
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Orientador : PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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MÁRCIO SILVA DE SOUZA
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EVELINE PINHEIRO DE AQUINO
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GISLAYNE CRISTINA PALMEIRA BORGES
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Data: 24/02/2022
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AConfluência Brasil-Malvinas (CBM) é caracterizada pela alta variabilidade ambiental e um hotspot para a biodiversidade fitoplanctônica. A presente dissertação objetivou verificar os padrões de distribuição e diversidade da comunidade fitoplanctônica na região da CBM e determinar os efeitos dos vórtices sobre essa comunidade. A comunidade fitoplanctônica foi amostrada a partir de arrastos verticais entre a profundidade de máxima clorofila (PMC) e a superfície com rede de plâncton com abertura de malha de 20 µc e coletas com garrafas de Niskin acopladas a rossetes em onze pontos amostrais na CBM (4), no Vórtice de Núcleo Quente (3) e Vórtice de Núcleo Frio (4) durante a primavera austral (Novembro de 2019). Os valores de temperatura e teores de salinidade foram determinda in situ. A análise de Bray-curtis separou a comunidade fitoplanctônica em quatro regiões: Corrente do Brasil (CB), Corrente das Malvinas (CM), Vórtice de Núcleo Quente (VNQ) e Vórtice de Núcleo Frio (VNF). A comunidade fitoplanctônica do VNQ e VNF foi similar a CB e a CM, respectivamente. O filo Bacillariophyta, os organismos autotróficos e as formas de vida Marinha Planctônica Oceânica e ou Nerítica foram predominantes nas regiões estudadas. Os organismos muito frequentes foram: Minidiscus sp., Azadinium sp., Prorocentrum dentatum, Gymnodiniales, Fragilariopsis kerguelensis, Nitzschia longíssima, Thalassionema nitzschioides e Oxytoxum gracile, além de dezesseis espécies indicadoras da CB, CM, VNQ e PMC. No filo Miozoa, os dinoflagelados heterotróficos foram dominantes na BC e VNF, e os mixotróficos na MC. A alta diversidade de espécies foi confirmada na região principalmente associada as espécies Marinhas Planctônicas Oceânicas e ou Neríticas assim como houve o predomínio dos autotróficos. O domínio de dinoflagelados Mixotróficos e Heterotróficos foi associado a regiões específicas. Dessa forma, concluímos que os vórtices modificam a estrutura da comunidade fitoplanctônica na região e aumentam a diversidade de espécies.
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AConfluência Brasil-Malvinas (CBM) é caracterizada pela alta variabilidade ambiental e um hotspot para a biodiversidade fitoplanctônica. A presente dissertação objetivou verificar os padrões de distribuição e diversidade da comunidade fitoplanctônica na região da CBM e determinar os efeitos dos vórtices sobre essa comunidade. A comunidade fitoplanctônica foi amostrada a partir de arrastos verticais entre a profundidade de máxima clorofila (PMC) e a superfície com rede de plâncton com abertura de malha de 20 µc e coletas com garrafas de Niskin acopladas a rossetes em onze pontos amostrais na CBM (4), no Vórtice de Núcleo Quente (3) e Vórtice de Núcleo Frio (4) durante a primavera austral (Novembro de 2019). Os valores de temperatura e teores de salinidade foram determinda in situ. A análise de Bray-curtis separou a comunidade fitoplanctônica em quatro regiões: Corrente do Brasil (CB), Corrente das Malvinas (CM), Vórtice de Núcleo Quente (VNQ) e Vórtice de Núcleo Frio (VNF). A comunidade fitoplanctônica do VNQ e VNF foi similar a CB e a CM, respectivamente. O filo Bacillariophyta, os organismos autotróficos e as formas de vida Marinha Planctônica Oceânica e ou Nerítica foram predominantes nas regiões estudadas. Os organismos muito frequentes foram: Minidiscus sp., Azadinium sp., Prorocentrum dentatum, Gymnodiniales, Fragilariopsis kerguelensis, Nitzschia longíssima, Thalassionema nitzschioides e Oxytoxum gracile, além de dezesseis espécies indicadoras da CB, CM, VNQ e PMC. No filo Miozoa, os dinoflagelados heterotróficos foram dominantes na BC e VNF, e os mixotróficos na MC. A alta diversidade de espécies foi confirmada na região principalmente associada as espécies Marinhas Planctônicas Oceânicas e ou Neríticas assim como houve o predomínio dos autotróficos. O domínio de dinoflagelados Mixotróficos e Heterotróficos foi associado a regiões específicas. Dessa forma, concluímos que os vórtices modificam a estrutura da comunidade fitoplanctônica na região e aumentam a diversidade de espécies.
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SUELEN CAROLINE DA SILVA
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O USO DE UMA FERRAMENTA DE SUPORTE À DECISÃO EM APOIO AO PLANEJAMENTO ESPACIAL MARINHO: um estudo de caso sobre as atividades de mergulho em Fernando de Noronha.
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Orientador : ALEX COSTA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEX COSTA DA SILVA
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MONICA FERREIRA DA COSTA
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FLAVIA LUCENA FREDOU
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SOLANGE TELES DA SILVA
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Data: 25/02/2022
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O Planejamento Espacial Marinho (PEM) é um processo público que busca alcançar usos mais racionais dos ambientes marinhos. Um dos resultados do PEM pode ser a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Consequentemente, as Ferramentas de Suporte à Decisão (FSD) tornaram-se necessárias para encontrar áreas adequadas para as AMPs, maximizando a conservação da biodiversidade e minimizando os custos socioeconômicos. No entanto, a utilização de FSD sob o PEM no Brasil é ainda um processo em fase inicial. Neste estudo, dados de biomassa de peixes, pesca, habitas e mergulho foram integrados em uma FSD para explorar os possíveis efeitos da atribuição de novos pontos de mergulho sobre o desenho da reserva marinha em torno do arquipélago de Fernando de Noronha (FN). Para isso, foram realizadas análises de sensibilidade dos parâmetros da FSD sob diferentes cenários de gestão. Foram observados índices de biomassa de peixes mais elevados ao longo da quebra da plataforma continental do mar de fora, concentração das atividades de pesca na área da Área de Proteção Ambiental (APA)-FN e a importância do norte do arquipélago para a atividade de mergulho. Dada as atuais condições de restrição do Parque Nacional Marinho (PARNAMAR)- FN, encontramos uma baixa correlação entre pontos de mergulho já explorados e a reserva computada, sugerindo que estes locais não coincidem necessariamente com áreas onde foram registradas importantes taxas de biomassa de peixes. Nos cenários em que não foi considerado uma atividade ameaçadora a fauna, novas áreas de mergulho foram identificadas principalmente na plataforma continental da costa SE da ilha principal. Já quando considerado atividade ameaçadora, novas áreas foram priorizadas na plataforma continental da costa SW da ilha principal. Independentemente do cenário, observou-se que o aumento do número de locais de mergulho em mais de 100% teria implicações no planejamento, devido ao reduzido número de locais disponíveis para isso. A definição de diferentes cenários ilustrou o interesse e a flexibilidade dos FSD para enquadrar visões divergentes de um problema de conservação, e como podem ser uma boa base para esclarecer questões complexas, dados prioritários, e promover a discussão e a decisão, aspectos essenciais do PEM.
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O Planejamento Espacial Marinho (PEM) é um processo público que busca alcançar usos mais racionais dos ambientes marinhos. Um dos resultados do PEM pode ser a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Consequentemente, as Ferramentas de Suporte à Decisão (FSD) tornaram-se necessárias para encontrar áreas adequadas para as AMPs, maximizando a conservação da biodiversidade e minimizando os custos socioeconômicos. No entanto, a utilização de FSD sob o PEM no Brasil é ainda um processo em fase inicial. Neste estudo, dados de biomassa de peixes, pesca, habitas e mergulho foram integrados em uma FSD para explorar os possíveis efeitos da atribuição de novos pontos de mergulho sobre o desenho da reserva marinha em torno do arquipélago de Fernando de Noronha (FN). Para isso, foram realizadas análises de sensibilidade dos parâmetros da FSD sob diferentes cenários de gestão. Foram observados índices de biomassa de peixes mais elevados ao longo da quebra da plataforma continental do mar de fora, concentração das atividades de pesca na área da Área de Proteção Ambiental (APA)-FN e a importância do norte do arquipélago para a atividade de mergulho. Dada as atuais condições de restrição do Parque Nacional Marinho (PARNAMAR)- FN, encontramos uma baixa correlação entre pontos de mergulho já explorados e a reserva computada, sugerindo que estes locais não coincidem necessariamente com áreas onde foram registradas importantes taxas de biomassa de peixes. Nos cenários em que não foi considerado uma atividade ameaçadora a fauna, novas áreas de mergulho foram identificadas principalmente na plataforma continental da costa SE da ilha principal. Já quando considerado atividade ameaçadora, novas áreas foram priorizadas na plataforma continental da costa SW da ilha principal. Independentemente do cenário, observou-se que o aumento do número de locais de mergulho em mais de 100% teria implicações no planejamento, devido ao reduzido número de locais disponíveis para isso. A definição de diferentes cenários ilustrou o interesse e a flexibilidade dos FSD para enquadrar visões divergentes de um problema de conservação, e como podem ser uma boa base para esclarecer questões complexas, dados prioritários, e promover a discussão e a decisão, aspectos essenciais do PEM.
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CRISTIELEN ALVES PEREIRA
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UTILIZAÇÃO DA ACÚSTICA SUBMARINA PARA IDENTIFICAR O PADRÃO NICTEMERAL DE PEIXES NA ZONA NERÍTICA E DE QUEBRA DE PLATAFORMA DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA
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Orientador : TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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ARNAUD PIERRE ALEXIS BERTRAND
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FLAVIA LUCENA FREDOU
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Data: 29/03/2022
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Os processos dos ecossistemas marinhos ocorrem em uma variedade de escalas espaciais e temporais. Levar em consideração a escala na qual os diferentes processos ocorrem é fundamental para a compreensão dos fenômenos que se quer estudar. Neste contexto, o ciclo nictemeral é de grande relevância nos ecossistemas marinhos, já que as interações ecológicas observadas ao se estudar um determinado local durante o dia são diferentes daquelas observadas no mesmo local à noite. Entretanto, os métodos tradicionais de amostragem geralmente não são bem adaptados para estudar os processos dos ecossistemas em diferentes escalas, incluindo o ciclo nictemeral. A acústica submarina é uma técnica relevante que permite a amostragem simultânea em várias escalas espaçotemporais. A aplicação de métodos acústicos em ecossistemas tropicais altamente biodiversificados pode proporcionar uma melhor compreensão da dinâmica em questão. Os sistemas de recifes de corais tropicais são conhecidos por apresentarem uma mudança quase completa na composição das espécies de peixes quando comparados dia e noite, mas ainda faltam estimativas quantitativas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a distribuição tridimensional dos peixes na zona nerítica e na área adjacente de quebra de plataforma do Arquipélago de Fernando de Noronha ao longo do ciclo nictemeral. Para isso, foram utilizadas filmagens subaquáticas durante o dia combinadas com observações acústicas de bifrequência diurnas e noturnas. A biomassa acústica de peixes diminuiu drasticamente à noite, indicando que a maioria deles se abriga no fundo durante este período e que aqueles que apresentam um comportamento oposto provavelmente representam uma pequena parte da biomassa total de peixes na região. Curiosamente, a biomassa de peixes e a biomassa de organismos não identificados como peixes (não-peixes), apresentaram um padrão oposto, com os peixes desaparecendo da coluna de água quando não-peixes, que são presas potenciais para muitas espécies de peixes, são mais abundantes. Decifrar este comportamento requer mais investigação. Finalmente, os resultados deste trabalho podem contribuir para o desenvolvimento de políticas de conservação e manejo no arquipélago de Fernando de Noronha.
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Os processos dos ecossistemas marinhos ocorrem em uma variedade de escalas espaciais e temporais. Levar em consideração a escala na qual os diferentes processos ocorrem é fundamental para a compreensão dos fenômenos que se quer estudar. Neste contexto, o ciclo nictemeral é de grande relevância nos ecossistemas marinhos, já que as interações ecológicas observadas ao se estudar um determinado local durante o dia são diferentes daquelas observadas no mesmo local à noite. Entretanto, os métodos tradicionais de amostragem geralmente não são bem adaptados para estudar os processos dos ecossistemas em diferentes escalas, incluindo o ciclo nictemeral. A acústica submarina é uma técnica relevante que permite a amostragem simultânea em várias escalas espaçotemporais. A aplicação de métodos acústicos em ecossistemas tropicais altamente biodiversificados pode proporcionar uma melhor compreensão da dinâmica em questão. Os sistemas de recifes de corais tropicais são conhecidos por apresentarem uma mudança quase completa na composição das espécies de peixes quando comparados dia e noite, mas ainda faltam estimativas quantitativas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a distribuição tridimensional dos peixes na zona nerítica e na área adjacente de quebra de plataforma do Arquipélago de Fernando de Noronha ao longo do ciclo nictemeral. Para isso, foram utilizadas filmagens subaquáticas durante o dia combinadas com observações acústicas de bifrequência diurnas e noturnas. A biomassa acústica de peixes diminuiu drasticamente à noite, indicando que a maioria deles se abriga no fundo durante este período e que aqueles que apresentam um comportamento oposto provavelmente representam uma pequena parte da biomassa total de peixes na região. Curiosamente, a biomassa de peixes e a biomassa de organismos não identificados como peixes (não-peixes), apresentaram um padrão oposto, com os peixes desaparecendo da coluna de água quando não-peixes, que são presas potenciais para muitas espécies de peixes, são mais abundantes. Decifrar este comportamento requer mais investigação. Finalmente, os resultados deste trabalho podem contribuir para o desenvolvimento de políticas de conservação e manejo no arquipélago de Fernando de Noronha.
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JULIA GALETTI RODRIGUES
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Conteúdo de Oxigênio no Atlântico Tropical Sudoeste
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Orientador : MOACYR CUNHA DE ARAUJO FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEX COSTA DA SILVA
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MOACYR CUNHA DE ARAUJO FILHO
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EVERTON GIACHINI TOSETTO
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RAMILLA VIEIRA DE ASSUNÇÃO
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TONIA ASTRID CAPUANO
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Data: 22/04/2022
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O Atlântico Tropical Sudoeste (ATSO) é bem oxigenado pelo sistema das correntes Subcorrente Norte do Brasil/ Corrente Norte do Brasil (SCNB/CNB). Ainda assim, dado o atual estado de aumento da desoxigenação oceânica no Atlântico Tropical Leste (ATL), é importante investigar se estas águas desoxigenadas estão avançando em direção à borda oeste. Estudos anteriores mostraram que elas podem entrar na ATSO, mas a escala espacial e temporal desses estudos era muito grosseira para representar essa estrutura. Neste sentido, apresentamos a primeira representação tridimensional do oxigênio dissolvido (OD) no ATSO. A Análise de Dados Funcionais (ADF) foi utilizada para construir um banco de dados de perfis de OD a partir de duas campanhas (primavera austral de 2015 e outono de 2017) e um banco de dados complementar. Ao tratar os perfis como funções contínuas em vez de perfis discretos, a ADF permite a junção de perfis de diferentes bancos de dados. Os resultados retrataram três áreas espaciais com padrões distintos de conteúdo de oxigênio, diretamente ligados aos sistemas de correntes: (i) área do Sistema de Correntes de Borda Oeste (SCBO), caracterizada por águas bem oxigenadas; (ii) área do Sistema de Correntes Sul Equatoriais (SCSE), contendo os menores valores de OD entre todos, e (iii) área da zona de transição, com conteúdo intermediário de OD. Revelamos pela primeira vez que enquanto a coluna de água está totalmente oxigenada no SCNB/CNB, o conteúdo de oxigênio do SCBO diminui no limite do núcleo SCNB/CNB tão próximo a ~91 km (~50 km) da costa na primavera (outono), devido à variabilidade sazonal da instensidade SCNB/CNB. Levantamos a possibilidade de que outros processos estejam atuando além do sistema de corrente zonal no transporte dessas águas. Na área do SCSE, os níveis de OD começaram a diminuir a partir do limite superior das águas desoxigenadas somente quando a Subcorrente Sul Equatorial (SSE) aparece encontrando fluxos desconhecidos em direção ao oeste. Levantamos a possibilidade de que outros processos estejam atuando além do sistema de corrente zonal no transporte destas águas. Particularmente, consideramos a possibilidade de recirculação interna do sistema ou deslocamento latitudinal sazonal do núcleo da SSE. Finalmente, destacamos a importância do SCBO para manter a oxigenação e impedir que as águas desoxigenadas advindas de leste cheguem à costa.
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O Atlântico Tropical Sudoeste (ATSO) é bem oxigenado pelo sistema das correntes Subcorrente Norte do Brasil/ Corrente Norte do Brasil (SCNB/CNB). Ainda assim, dado o atual estado de aumento da desoxigenação oceânica no Atlântico Tropical Leste (ATL), é importante investigar se estas águas desoxigenadas estão avançando em direção à borda oeste. Estudos anteriores mostraram que elas podem entrar na ATSO, mas a escala espacial e temporal desses estudos era muito grosseira para representar essa estrutura. Neste sentido, apresentamos a primeira representação tridimensional do oxigênio dissolvido (OD) no ATSO. A Análise de Dados Funcionais (ADF) foi utilizada para construir um banco de dados de perfis de OD a partir de duas campanhas (primavera austral de 2015 e outono de 2017) e um banco de dados complementar. Ao tratar os perfis como funções contínuas em vez de perfis discretos, a ADF permite a junção de perfis de diferentes bancos de dados. Os resultados retrataram três áreas espaciais com padrões distintos de conteúdo de oxigênio, diretamente ligados aos sistemas de correntes: (i) área do Sistema de Correntes de Borda Oeste (SCBO), caracterizada por águas bem oxigenadas; (ii) área do Sistema de Correntes Sul Equatoriais (SCSE), contendo os menores valores de OD entre todos, e (iii) área da zona de transição, com conteúdo intermediário de OD. Revelamos pela primeira vez que enquanto a coluna de água está totalmente oxigenada no SCNB/CNB, o conteúdo de oxigênio do SCBO diminui no limite do núcleo SCNB/CNB tão próximo a ~91 km (~50 km) da costa na primavera (outono), devido à variabilidade sazonal da instensidade SCNB/CNB. Levantamos a possibilidade de que outros processos estejam atuando além do sistema de corrente zonal no transporte dessas águas. Na área do SCSE, os níveis de OD começaram a diminuir a partir do limite superior das águas desoxigenadas somente quando a Subcorrente Sul Equatorial (SSE) aparece encontrando fluxos desconhecidos em direção ao oeste. Levantamos a possibilidade de que outros processos estejam atuando além do sistema de corrente zonal no transporte destas águas. Particularmente, consideramos a possibilidade de recirculação interna do sistema ou deslocamento latitudinal sazonal do núcleo da SSE. Finalmente, destacamos a importância do SCBO para manter a oxigenação e impedir que as águas desoxigenadas advindas de leste cheguem à costa.
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ISAIAS FARIAS DA CÂMARA
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Morfologia de praias protegidas por recifes: implicações para o gerenciamento costeiro
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Orientador : MIRELLA BORBA SANTOS FERREIRA COSTA
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MEMBROS DA BANCA :
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MIRELLA BORBA SANTOS FERREIRA COSTA
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DAVIS PEREIRA DE PAULA
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EDUARDO LACERDA BARROS
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Data: 28/04/2022
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Praias protegidas por recifes estão presentes em grande parte do litoral do nordeste brasileiro. O padrão de alternância entre baías e pontais, típicos dessas regiões, criam condições de peculiaridades no que diz respeito aos processos erosivos. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo avaliar variações espaço-temporal da linha de costa (LC) entre 2003-2020 utilizando o software DSAS como subsídio para o gerenciamento costeiro no município de Tamandaré, sul de Pernambuco. Os resultados encontrados mostram a heterogeneidade da distribuição dos valores de erosão e acreção. O trecho protegido ao sul, controlado pela dinâmica do Rio Mamucabas, apresenta somente taxas de erosão; o trecho exposto (Baía de Tamandaré), apresenta taxas erosivas ao sul e progradantes ao norte, sendo classificada como instável; e o trecho protegido urbanizado apresentou-se como mais heterogêneo, possuindo alternância de taxas de erosão/recuo e acreção/avanço. Neste, as ocupações estão mais densamente presentes e mais próximas da LC, em detrimento das ocupações na baía. O estudo de taxas erosivas anuais e do padrão de ocupação aplicado à legislação vigente são ótimos instrumentos para subsidiar decisões do Poder Público, sobretudo, no que diz respeito a uma boa gestão da zona costeira.
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Praias protegidas por recifes estão presentes em grande parte do litoral do nordeste brasileiro. O padrão de alternância entre baías e pontais, típicos dessas regiões, criam condições de peculiaridades no que diz respeito aos processos erosivos. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo avaliar variações espaço-temporal da linha de costa (LC) entre 2003-2020 utilizando o software DSAS como subsídio para o gerenciamento costeiro no município de Tamandaré, sul de Pernambuco. Os resultados encontrados mostram a heterogeneidade da distribuição dos valores de erosão e acreção. O trecho protegido ao sul, controlado pela dinâmica do Rio Mamucabas, apresenta somente taxas de erosão; o trecho exposto (Baía de Tamandaré), apresenta taxas erosivas ao sul e progradantes ao norte, sendo classificada como instável; e o trecho protegido urbanizado apresentou-se como mais heterogêneo, possuindo alternância de taxas de erosão/recuo e acreção/avanço. Neste, as ocupações estão mais densamente presentes e mais próximas da LC, em detrimento das ocupações na baía. O estudo de taxas erosivas anuais e do padrão de ocupação aplicado à legislação vigente são ótimos instrumentos para subsidiar decisões do Poder Público, sobretudo, no que diz respeito a uma boa gestão da zona costeira.
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MEYRIANE DE MIRA TEIXEIRA
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UM ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE O PATRIMÔNIO CULTURAL MUNDIAL DA CIDADE DE OLINDA-PE E A GESTÃO MUNICIPAL DA ORLA: ANÁLISE DOCUMENTAL E ESPACIALIZAÇÃO
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Orientador : MONICA FERREIRA DA COSTA
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MEMBROS DA BANCA :
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MONICA FERREIRA DA COSTA
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TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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MARIA CHRISTINA BARBOSA DE ARAUJO
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Data: 29/04/2022
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Em países como o Brasil, onde desde o século XV a colonização por potencias europeias ocidentais se deu a partir do litoral, tanto como via de entrada e saída de bens e pessoas nas terras recém anexadas a seus impérios quanto como espaço de ocupação permanente, existe um extenso e diverso patrimônio arquitetônico e cultural costeiro ainda fortemente presente nas cidades. Esse caso tão comum em toda a América e também na África e Ásia pode ser exemplificado pela cidade pernambucana de Olinda. Por isso ela é, inclusive, considerada patrimônio mundial pela UNESCO desde 1982. Esse patrimônio, sobretudo o arquitetônico (edificações, traçados urbanos etc.) tanto foi preservado quanto evoluiu com as cidades e ambientes costeiros nos mais de 500 anos desde o início de sua construção. Para sua continuada existência e segurança para as próximas gerações, é necessário que receba tratamento diferenciado nos planos e ações municipais, estaduais e federais. Sendo assim, este trabalho se propõe a identificar unidades patrimoniais em Olinda que estejam potencialmente localizados no âmbito das ações do Projeto ORLA e da gestão municipal de praias urbanas, analisando-os e propondo opções de indicadores de gestão para os mesmos. São apresentados aqui 12 candidatos a serem utilizados como experimentos de gestão costeira integrada da orla através de projetos que valorizem e contribuam na sua preservação e uso pela população local e visitantes/turistas. As unidades patrimoniais abordadas neste trabalho datam de 1631 a 2001, sendo prédios públicos e privados, duas praças, um forte, três igrejas, uma estátua e um parque natural de restinga. Dos doze itens eleitos para este estudo, sete encontram-se em uma área onde haverá intervenção direta do Projeto Orla e do TAGP, quando aprovado. Outros quatro estão na área de influência indireta e apenas um em área onde incidem apenas diretrizes do Plano Diretor da Cidade. São feitas sugestões de indicadores para monitoramento da evolução de sua gestão, assim como possibilidades de sua integração nos planos oficiais existentes para esse território. Embora Olinda conte com planos de ordenamento territorial urbanos e de usos da orla marítima, inclusive e especialmente para praias, o patrimônio histórico-cultural presente nesses espaços é considerado de forma acanhada, o que pode ser resultado de diversos processos, como por exemplo a necessidade constante de ações que atendam outras prioridades (erosão, limpeza urbana, saneamento etc.) combinada com a crônica escassez de recursos públicos. Assim, mais uma vez, confirmando o lugar menos privilegiado que ocupa a história e a cultura em nosso cotidiano.
Membros suplentes da banca:
Roberto L. Barcellos (suplente interno) Antonio Vicente Ferreira (suplente externo)
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Em países como o Brasil, onde desde o século XV a colonização por potencias europeias ocidentais se deu a partir do litoral, tanto como via de entrada e saída de bens e pessoas nas terras recém anexadas a seus impérios quanto como espaço de ocupação permanente, existe um extenso e diverso patrimônio arquitetônico e cultural costeiro ainda fortemente presente nas cidades. Esse caso tão comum em toda a América e também na África e Ásia pode ser exemplificado pela cidade pernambucana de Olinda. Por isso ela é, inclusive, considerada patrimônio mundial pela UNESCO desde 1982. Esse patrimônio, sobretudo o arquitetônico (edificações, traçados urbanos etc.) tanto foi preservado quanto evoluiu com as cidades e ambientes costeiros nos mais de 500 anos desde o início de sua construção. Para sua continuada existência e segurança para as próximas gerações, é necessário que receba tratamento diferenciado nos planos e ações municipais, estaduais e federais. Sendo assim, este trabalho se propõe a identificar unidades patrimoniais em Olinda que estejam potencialmente localizados no âmbito das ações do Projeto ORLA e da gestão municipal de praias urbanas, analisando-os e propondo opções de indicadores de gestão para os mesmos. São apresentados aqui 12 candidatos a serem utilizados como experimentos de gestão costeira integrada da orla através de projetos que valorizem e contribuam na sua preservação e uso pela população local e visitantes/turistas. As unidades patrimoniais abordadas neste trabalho datam de 1631 a 2001, sendo prédios públicos e privados, duas praças, um forte, três igrejas, uma estátua e um parque natural de restinga. Dos doze itens eleitos para este estudo, sete encontram-se em uma área onde haverá intervenção direta do Projeto Orla e do TAGP, quando aprovado. Outros quatro estão na área de influência indireta e apenas um em área onde incidem apenas diretrizes do Plano Diretor da Cidade. São feitas sugestões de indicadores para monitoramento da evolução de sua gestão, assim como possibilidades de sua integração nos planos oficiais existentes para esse território. Embora Olinda conte com planos de ordenamento territorial urbanos e de usos da orla marítima, inclusive e especialmente para praias, o patrimônio histórico-cultural presente nesses espaços é considerado de forma acanhada, o que pode ser resultado de diversos processos, como por exemplo a necessidade constante de ações que atendam outras prioridades (erosão, limpeza urbana, saneamento etc.) combinada com a crônica escassez de recursos públicos. Assim, mais uma vez, confirmando o lugar menos privilegiado que ocupa a história e a cultura em nosso cotidiano.
Membros suplentes da banca:
Roberto L. Barcellos (suplente interno) Antonio Vicente Ferreira (suplente externo)
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CELINA REBECA VALENÇA CARNEIRO
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INFLUÊNCIA DA QUÍMICA DO CARBONATO DA ÁGUA DO MAR NA GEOMETRIA DO COCOLITO DE TRÊS ECÓTIPOS DE COCOLITOFOROS
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Orientador : MARIUS NILS MULLER
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIUS NILS MULLER
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RALF SCHWAMBORN
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JOANA BARCELOS E RAMOS
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Data: 23/05/2022
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A concentração de dióxido de carbono (CO2) nos oceanos aumentou desde a Revolução Industrial, provocando alterações no sistema de carbonato que resultam na acidificação oceânica. Uma das regiões mais afetadas é o Oceano Antártico, devido à sua maior solubilidade do CO2, onde o cocolitóforo Emiliania huxleyi é amplamente distribuído. Os cocolitóforos participam da bomba biológica de carbono do oceano pelágico, sendo importantes para nosso entendimento sobre a capacidade da superfície oceânica em sequestrar CO2 atmosférico. Portanto, foi investigada a influência do sistema de carbonato na geometria e estado de calcificação dos cocólitos de três ecótipos de E. huxleyi do Oceano Antártico. Adicionalmente, foi realizada uma análise comparativa entre três diferentes métodos de mensuração de massa dos cocólitos: medidas geométricas, Coulter Multisizer™ 4 e SYRACO. Foram utilizadas 556 imagens de microscopia eletrônica dos seguintes ecótipos de E. huxleyi, cada um com morfologia diferente: A (oceânico), A o/c (costeiro) e B/C (oceânico). Em seguida, cada ecótipo foi analisado utilizando o software “Image J”. Assim sendo, os parâmetros geométricos medidos foram: comprimento do escudo distal (DSL – distal shield length), largura do escudo distal (DSW – distal shield width), comprimento da área central (CAL – central area length), largura da área central (CAW – central area width), área do escudo distal (DSA – distal shield area) e área da área central (CAA – central area area). Os três ecótipos foram sensíveis às mudanças na química do sistema de carbonato. O ecótipo B/C foi aquele mais sensível, curiosamente este ecótipo possui a estrutura de seus cocólitos mais delicada, com quantidade relativamente baixa de carbonato de cálcio. Além disso, o ecótipo A, também de origem oceânica, foi bastante sensível. No entanto, o ecótipo A o/c (origem costeira), foi o menos sensível às mudanças no sistema de carbonato, o que pode indicar que cepas provenientes de diferentes regiões exibem diferenças em sua capacidade de se aclimatar às mudanças no sistema de carbonato. Os três métodos de obtenção da massa dos cocólitos tiveram valores absolutos diferentes, no entanto, apenas o SYRACO parece superestimar os valores de massa reais. Assim sendo, as alterações na geometria dos cocólitos indicam que E. huxleyi pode ter seu processo de calcificação afetado em um cenário de acidificação oceânica. Além disso, a escolha do método de estimação da massa dos cocólitos deve ser feita de forma cuidadosa.
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A concentração de dióxido de carbono (CO2) nos oceanos aumentou desde a Revolução Industrial, provocando alterações no sistema de carbonato que resultam na acidificação oceânica. Uma das regiões mais afetadas é o Oceano Antártico, devido à sua maior solubilidade do CO2, onde o cocolitóforo Emiliania huxleyi é amplamente distribuído. Os cocolitóforos participam da bomba biológica de carbono do oceano pelágico, sendo importantes para nosso entendimento sobre a capacidade da superfície oceânica em sequestrar CO2 atmosférico. Portanto, foi investigada a influência do sistema de carbonato na geometria e estado de calcificação dos cocólitos de três ecótipos de E. huxleyi do Oceano Antártico. Adicionalmente, foi realizada uma análise comparativa entre três diferentes métodos de mensuração de massa dos cocólitos: medidas geométricas, Coulter Multisizer™ 4 e SYRACO. Foram utilizadas 556 imagens de microscopia eletrônica dos seguintes ecótipos de E. huxleyi, cada um com morfologia diferente: A (oceânico), A o/c (costeiro) e B/C (oceânico). Em seguida, cada ecótipo foi analisado utilizando o software “Image J”. Assim sendo, os parâmetros geométricos medidos foram: comprimento do escudo distal (DSL – distal shield length), largura do escudo distal (DSW – distal shield width), comprimento da área central (CAL – central area length), largura da área central (CAW – central area width), área do escudo distal (DSA – distal shield area) e área da área central (CAA – central area area). Os três ecótipos foram sensíveis às mudanças na química do sistema de carbonato. O ecótipo B/C foi aquele mais sensível, curiosamente este ecótipo possui a estrutura de seus cocólitos mais delicada, com quantidade relativamente baixa de carbonato de cálcio. Além disso, o ecótipo A, também de origem oceânica, foi bastante sensível. No entanto, o ecótipo A o/c (origem costeira), foi o menos sensível às mudanças no sistema de carbonato, o que pode indicar que cepas provenientes de diferentes regiões exibem diferenças em sua capacidade de se aclimatar às mudanças no sistema de carbonato. Os três métodos de obtenção da massa dos cocólitos tiveram valores absolutos diferentes, no entanto, apenas o SYRACO parece superestimar os valores de massa reais. Assim sendo, as alterações na geometria dos cocólitos indicam que E. huxleyi pode ter seu processo de calcificação afetado em um cenário de acidificação oceânica. Além disso, a escolha do método de estimação da massa dos cocólitos deve ser feita de forma cuidadosa.
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MARIANA GOMES BARBOZA
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ECOMORFOLOGIA DOS OTÓLITOS SAGITTAE DOS LUTJANÍDEOS NA COSTA NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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MARCELO FRANCISCO DE NOBREGA
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FRANCISCO MARCANTE SANTANA DA SILVA
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Data: 19/07/2022
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A análise de imagens tem sido amplamente utilizada para a caracterização morfológica dos otólitos e do sulcus acusticus, desempenhando um papel significativo na biologia das espécies. Espécies da família Lutjanidae são importantes espécies-modelo para estudos tanto de diferenças intra como inter específicas que possam contribuir com seu conhecimento ecológico e consequentemente sobre os efeitos da pesca em suas populações. Devido a isto, este estudo objetivou caracterizar morfologicamente a forma dos otólitos sagittae e seus sulcus acusticus para oito espécies da família Lutjanidae distribuídas no Atlântico Tropical Oeste, relacionando tais características de forma com a profundidade, ao crescimento e à ecologia das espécies. Ao total, foram analisados 1135 otólitos, amostrados ao longo do Nordeste do Brasil por diversos projetos, dentre eles o REVIZEE. As imagens dos otólitos foram processadas e todas as métricas e índices de formas foram realizadas com auxílio do Software R. A forma dos otólitos variaram entre as espécies, enquanto a dos sulcus acusticus não. As regressões significativas sugerem modificações de otólitos ao longo do desenvolvimento dos indivíduos. O O. chrysurus aprensentou diferença entre sexo para a relação ao peso-comprimento e para as demais métricas e índices. O sulcus relative surface (SRS) diferiu significativamente entre as espécies, onde O. chrysurus e L. synagris se destacaram com as maiores proporções de área do sulcus acusticus, enquanto L. vivanus e L. bucanella tiveram as menores. O teste de Mann-Whitney indicou que as espécies de raso apresentam maior SRS que as de fundo. Em média, os otólitos dos indivíduos de águas mais profundas apresentaram otólitos menores e mais alongados, com sulcus acusticus menores, mais irregulares e mais alongados. Estas duas abordagens combinadas resultaram em uma maior eficiência para discriminar as espécies, tendo uma média de 73.7% de classificação. Com isso, é plausível concluir que através das características morfométricas e morfológicas dos otólitos obtidas para esta família é possível caracterizar suas espécies e habitats utilizados.
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A análise de imagens tem sido amplamente utilizada para a caracterização morfológica dos otólitos e do sulcus acusticus, desempenhando um papel significativo na biologia das espécies. Espécies da família Lutjanidae são importantes espécies-modelo para estudos tanto de diferenças intra como inter específicas que possam contribuir com seu conhecimento ecológico e consequentemente sobre os efeitos da pesca em suas populações. Devido a isto, este estudo objetivou caracterizar morfologicamente a forma dos otólitos sagittae e seus sulcus acusticus para oito espécies da família Lutjanidae distribuídas no Atlântico Tropical Oeste, relacionando tais características de forma com a profundidade, ao crescimento e à ecologia das espécies. Ao total, foram analisados 1135 otólitos, amostrados ao longo do Nordeste do Brasil por diversos projetos, dentre eles o REVIZEE. As imagens dos otólitos foram processadas e todas as métricas e índices de formas foram realizadas com auxílio do Software R. A forma dos otólitos variaram entre as espécies, enquanto a dos sulcus acusticus não. As regressões significativas sugerem modificações de otólitos ao longo do desenvolvimento dos indivíduos. O O. chrysurus aprensentou diferença entre sexo para a relação ao peso-comprimento e para as demais métricas e índices. O sulcus relative surface (SRS) diferiu significativamente entre as espécies, onde O. chrysurus e L. synagris se destacaram com as maiores proporções de área do sulcus acusticus, enquanto L. vivanus e L. bucanella tiveram as menores. O teste de Mann-Whitney indicou que as espécies de raso apresentam maior SRS que as de fundo. Em média, os otólitos dos indivíduos de águas mais profundas apresentaram otólitos menores e mais alongados, com sulcus acusticus menores, mais irregulares e mais alongados. Estas duas abordagens combinadas resultaram em uma maior eficiência para discriminar as espécies, tendo uma média de 73.7% de classificação. Com isso, é plausível concluir que através das características morfométricas e morfológicas dos otólitos obtidas para esta família é possível caracterizar suas espécies e habitats utilizados.
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DAVY BARBOSA BÉRGAMO
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FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS DOS RECIFES DO ENTREMARÉS DA COSTA DE PERNAMBUCO
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Orientador : JOSE SOUTO ROSA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE SOUTO ROSA FILHO
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ROBERTO LIMA BARCELLOS
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David Holanda de Oliveira
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PATRICIA PINHEIRO BECK EICHLER
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Data: 29/07/2022
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Os foraminíferos nas regiões costeiras são encontrados nos sedimentos ou associados a outros organismos, como nas macroalgas. Através da aplicação desses como bioindicadores é possível compreender como a microfauna reage as condições ambientais ofertadas no substrato das regiões marinhas rasas. Assim, objetivou-se caracterizar as assembleias de foraminíferos bentônicos em diferentes substratos dos recifes de arenito da zona entremarés no estado de Pernambuco (Brasil). As coletas aconteceram nas praias do Pina, Enseada dos Corais e Toquinho no mês de Outubro/2020. Por praia foram coletadas nove amostras de sedimento e quatro amostras de cinco espécies de macroalgas. Os foraminíferos foram analisados através dos protocolos padrões de lavagem dos substratos e coleta. Do sedimento, foram coletados 29.412 (98% mortos) foraminíferos de 76 espécies, representados pela assembleia - Amphistegina lessonii, Archaias angulatus, Massilina pernambucensis, Quinqueloculina lamarckiana, Textularia agglutinans e Triloculina laevigata. As variações dessa assembleia entre praias foram atribuídas aos diferentes níveis de hidrodinâmica que influenciam fortemente a dinâmica do ambiente deposicional. Das macroalgas, foram coletados 133.814 foraminíferos epifíticos de 39 espécies, representadas pela assembleia - Rosalina bradyi, Pararotalia cananeiaensis, Quinqueloculina sp.''A", Glabratella mirabilis, R. floridana, R. globularis, G. brasilensis e R. anglica. Os foraminíferos vivos ocorrem nas macroalgas por essas atenuarem as condições ambientais e oferecerem microhabitats que permitem o estabelecimento e desenvolvimento de espécies epifíticas vivas. As características das assembleias dos foraminíferos da região costeira expressam informações relacionadas a adaptações ao substrato e das condições ambientais circundantes, possibilitando a aplicação dos foraminíferos como bioindicadores dos efeitos da dinâmica sedimentar, da interação como outros organismos e das variações ambientais.
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Os foraminíferos nas regiões costeiras são encontrados nos sedimentos ou associados a outros organismos, como nas macroalgas. Através da aplicação desses como bioindicadores é possível compreender como a microfauna reage as condições ambientais ofertadas no substrato das regiões marinhas rasas. Assim, objetivou-se caracterizar as assembleias de foraminíferos bentônicos em diferentes substratos dos recifes de arenito da zona entremarés no estado de Pernambuco (Brasil). As coletas aconteceram nas praias do Pina, Enseada dos Corais e Toquinho no mês de Outubro/2020. Por praia foram coletadas nove amostras de sedimento e quatro amostras de cinco espécies de macroalgas. Os foraminíferos foram analisados através dos protocolos padrões de lavagem dos substratos e coleta. Do sedimento, foram coletados 29.412 (98% mortos) foraminíferos de 76 espécies, representados pela assembleia - Amphistegina lessonii, Archaias angulatus, Massilina pernambucensis, Quinqueloculina lamarckiana, Textularia agglutinans e Triloculina laevigata. As variações dessa assembleia entre praias foram atribuídas aos diferentes níveis de hidrodinâmica que influenciam fortemente a dinâmica do ambiente deposicional. Das macroalgas, foram coletados 133.814 foraminíferos epifíticos de 39 espécies, representadas pela assembleia - Rosalina bradyi, Pararotalia cananeiaensis, Quinqueloculina sp.''A", Glabratella mirabilis, R. floridana, R. globularis, G. brasilensis e R. anglica. Os foraminíferos vivos ocorrem nas macroalgas por essas atenuarem as condições ambientais e oferecerem microhabitats que permitem o estabelecimento e desenvolvimento de espécies epifíticas vivas. As características das assembleias dos foraminíferos da região costeira expressam informações relacionadas a adaptações ao substrato e das condições ambientais circundantes, possibilitando a aplicação dos foraminíferos como bioindicadores dos efeitos da dinâmica sedimentar, da interação como outros organismos e das variações ambientais.
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CLEDSON PEDRO DA SILVA JUNIOR
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Influência dos Fatores Meteoceanográficos na Composição e Biomassa de Algas Arribadas em duas Praias de Pernambuco
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Orientador : MUTUE TOYOTA FUJII
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MEMBROS DA BANCA :
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GEORGE EMMANUEL CAVALCANTI DE MIRANDA
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JOSÉ MARCOS DE CASTRO NUNES
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MUTUE TOYOTA FUJII
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Data: 25/08/2022
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Algas arribadas ocorrem como eventos naturais de origem dinâmica, e suas causas podem estar associadas a diferentes fatores meteoceanográficos ou relacionadas aos impactos ambientais de origem antrópica. Este estudo teve como principal objetivo analisar a influência dos diferentes fatores meteoceanográficos, tais como ventos, ondas, pluviosidade, radiação solar e nutrientes, na composição e biomassa de algas arribadas, nas praias de Candeias e Tamandaré, litoral sul de Pernambuco - Brasil. Foram realizadas 6 campanhas em cada praia entre os anos de 2020 e 2021, durante o período seco e chuvoso. Para as coletas de dados biológicos foram utilizados transectos de 10m e quadrados de 25x25cm, onde foram realizadas 9 réplicas por campanha em 1 km de praia. Para análise da qualidade da água foram coletados 1,5 L por campanha em áreas adjacentes aos recifes. Os dados de vento, onda e irradiação solar foram coletados em base de dados da NOAA, e os dados de pluviosidade foram obtidos na Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC). Dentre as macroalgas coletadas, foram identificados 41 gêneros, sendo 23 Rhodophyta, 11 Chlorophyta e 8 Ochrophyta, distribuídas em 22 ordens. Oito gêneros ocorreram exclusivamente em Tamandaré e 3, em Candeias. Ochrophyta foi o principal filo em termos de biomassa, seguido de Chlorophyta e Rhodophyta. Em Candeias, a biomassa das algas verdes foi superior às de pardas e vermelhas enquanto em Tamandaré, algas pardas. Dos 41 gêneros, 13 foram responsáveis por 95% do total da biomassa coletada, sendo Bryopsis (29,6%) e Dictyopteris (26,7%), os principais. Foi identificada uma floração de Bryopsis em Candeias, que alterou significativamente a biomassa para a região. As estações do ano influenciaram a biomassa em Candeias, sendo maior no período seco. Ao contrário, em Tamandaré, o ambiente é mais homogêneo, não havendo diferença significativa entre as estações. Foram detectados valores de nutrientes (fosfato, nitrito e nitrato) elevados em Candeias, caracterizando a à região, como ambiente eutrofizado. Em Tamandaré, os valores de nutrientes foram baixos e não apresentaram diferenças entre as estações. As algas arribadas em Candeias apresentaram maior correlação com os fatores químicos e radiação fotossinteticamente ativa, corroborando com os resultados obtidos para biomassa, com a dominância de Bryopsis, e das algas vermelhas Gracilaria, Chondracanthus e Hypnea, que são bioindicadoras de ambientes eutrofizados. Por outro lado, as algas arribadas em Tamandaré responderam melhor aos fatores físicos mecânicos, como ondas e vento. Foi possível aferir como os fatores ambientais e atividade humana podem alterar e influenciar a composição das algas arribadas. Praia mais preservada apresentara uma composição de algas mais homogênea, prevenindo a ocorrência de florações.
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Algas arribadas ocorrem como eventos naturais de origem dinâmica, e suas causas podem estar associadas a diferentes fatores meteoceanográficos ou relacionadas aos impactos ambientais de origem antrópica. Este estudo teve como principal objetivo analisar a influência dos diferentes fatores meteoceanográficos, tais como ventos, ondas, pluviosidade, radiação solar e nutrientes, na composição e biomassa de algas arribadas, nas praias de Candeias e Tamandaré, litoral sul de Pernambuco - Brasil. Foram realizadas 6 campanhas em cada praia entre os anos de 2020 e 2021, durante o período seco e chuvoso. Para as coletas de dados biológicos foram utilizados transectos de 10m e quadrados de 25x25cm, onde foram realizadas 9 réplicas por campanha em 1 km de praia. Para análise da qualidade da água foram coletados 1,5 L por campanha em áreas adjacentes aos recifes. Os dados de vento, onda e irradiação solar foram coletados em base de dados da NOAA, e os dados de pluviosidade foram obtidos na Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC). Dentre as macroalgas coletadas, foram identificados 41 gêneros, sendo 23 Rhodophyta, 11 Chlorophyta e 8 Ochrophyta, distribuídas em 22 ordens. Oito gêneros ocorreram exclusivamente em Tamandaré e 3, em Candeias. Ochrophyta foi o principal filo em termos de biomassa, seguido de Chlorophyta e Rhodophyta. Em Candeias, a biomassa das algas verdes foi superior às de pardas e vermelhas enquanto em Tamandaré, algas pardas. Dos 41 gêneros, 13 foram responsáveis por 95% do total da biomassa coletada, sendo Bryopsis (29,6%) e Dictyopteris (26,7%), os principais. Foi identificada uma floração de Bryopsis em Candeias, que alterou significativamente a biomassa para a região. As estações do ano influenciaram a biomassa em Candeias, sendo maior no período seco. Ao contrário, em Tamandaré, o ambiente é mais homogêneo, não havendo diferença significativa entre as estações. Foram detectados valores de nutrientes (fosfato, nitrito e nitrato) elevados em Candeias, caracterizando a à região, como ambiente eutrofizado. Em Tamandaré, os valores de nutrientes foram baixos e não apresentaram diferenças entre as estações. As algas arribadas em Candeias apresentaram maior correlação com os fatores químicos e radiação fotossinteticamente ativa, corroborando com os resultados obtidos para biomassa, com a dominância de Bryopsis, e das algas vermelhas Gracilaria, Chondracanthus e Hypnea, que são bioindicadoras de ambientes eutrofizados. Por outro lado, as algas arribadas em Tamandaré responderam melhor aos fatores físicos mecânicos, como ondas e vento. Foi possível aferir como os fatores ambientais e atividade humana podem alterar e influenciar a composição das algas arribadas. Praia mais preservada apresentara uma composição de algas mais homogênea, prevenindo a ocorrência de florações.
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CINTHYA ARRUDA DE LIMA
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IMPACTOS ANTROPOGÊNICOS E POLÍTICAS PÚBLICAS: ESTUDO DE CASO EM DOIS ESTUÁRIOS DO NORDESTE BRASILEIRO (RIO TIMBÓ E RIO FORMOSO - PE)
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Orientador : RALF SCHWAMBORN
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MEMBROS DA BANCA :
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RALF SCHWAMBORN
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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ANDRÉA KARLA PEREIRA DA SILVA
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Data: 30/08/2022
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Os estuários tropicais são áreas de transição entre os ambientes terrestres e marinhos, que abrigam ecossistemas de manguezais, vulneráveis às interferências humanas. O objetivo central deste trabalho foi avaliar as pressões antrópicas e as principais respostas públicas que se relacionam com os impactos antropogênicos em dois estuários: o estuário do Rio Formoso (localizado na APA de Guadalupe) e o estuário do Rio Timbó (localizado na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil), através da estrutura DPSIR (“Driving Forces, Pressures, States, Impacts, Responses”). Foram levantados os principais dados socioeconômicos, bem como um mapeamento para identificação dos usos e ocupação do solo. Foram analisados os nutrientes inorgânicos (nitrato, nitrito, amônio, fosfato, silicato), oxigênio dissolvido, clorofila-a e o índice TRIX (“Trophic Index”) para caracterizar o nível trófico e a qualidade ambiental dos estuários. Para identificar a quantidade de lixo preso às raízes do mangue, foram realizadas campanhas de imageamento, analisadas visualmente e posteriormente classificadas. Também foi realizado um levantamento das principais políticas públicas ambientais a nível nacional e estadual, voltadas à mitigação dos impactos nos ecossistemas costeiros. Foram identificadas 14 categorias de uso e ocupação do solo. As maiores concentrações de formação florestal, manguezais e apicum estavam nos territórios das Unidades de Conservação. O Rio Timbó apresentou maior estimativa populacional, expansão urbana, destino do lixo e esgoto comparado aos municípios que integram o Rio Formoso. Provavelmente esse cenário está relacionado com a localização do Rio Timbó na Região Metropolitana do Recife. Foi constatado que todos os nutrientes (exceto silicato), OD, salinidade, Chl-a e TRIX apresentaram maiores valores para o Rio Timbó comparado ao Rio Formoso. No estuário do Rio Timbó, as concentrações de fosfato estiveram sempre altas, com medianas sazonais acima do limite especificado pelo CONAMA. As concentrações de nitrogênio inorgânico aumentaram significativamente durante a estação chuvosa, fenômeno possivelmente relacionado ao maior aporte de esgotos de origem urbana nessa época do ano. No entanto, as concentrações de fosfato no estuário do Rio Formoso (sempre menores do que no Rio Timbó e com medianas sazonais bem abaixo do limite especificado pelo CONAMA) regrediram significativamente durante a estação chuvosa, possivelmente devido à maior diluição e turnover com o maior aporte de águas pluviais, pobres em nutrientes, nessa época do ano. A quantidade total de lixo detectado foi de 78 itens durante as duas campanhas para os dois estuários. A maior quantidade de itens estava no Rio Timbó e a maior representatividade foi de itens da construção civil. Lixo plástico esteve presente com pelo menos uma unidade em todos os pontos de presença de lixo no Rio Formoso. Comparando o estado de cada estuário, o Rio Formoso apresenta melhores condições de qualidade da água e menor quantidade de resíduos sólidos, porém, devido à grande quantidade de área ocupada pela agricultura e devido ao turismo intensivo, existe um risco de agravamento da qualidade ambiental. Ferramentas como o DPSIR, o Índice TRIX, sensoriamento remoto, acompanhado dos dados de censos demográficos são importantes para o monitoramento dos ambientes costeiros e futuras medidas de mitigação e propostas de políticas públicas.
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Os estuários tropicais são áreas de transição entre os ambientes terrestres e marinhos, que abrigam ecossistemas de manguezais, vulneráveis às interferências humanas. O objetivo central deste trabalho foi avaliar as pressões antrópicas e as principais respostas públicas que se relacionam com os impactos antropogênicos em dois estuários: o estuário do Rio Formoso (localizado na APA de Guadalupe) e o estuário do Rio Timbó (localizado na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil), através da estrutura DPSIR (“Driving Forces, Pressures, States, Impacts, Responses”). Foram levantados os principais dados socioeconômicos, bem como um mapeamento para identificação dos usos e ocupação do solo. Foram analisados os nutrientes inorgânicos (nitrato, nitrito, amônio, fosfato, silicato), oxigênio dissolvido, clorofila-a e o índice TRIX (“Trophic Index”) para caracterizar o nível trófico e a qualidade ambiental dos estuários. Para identificar a quantidade de lixo preso às raízes do mangue, foram realizadas campanhas de imageamento, analisadas visualmente e posteriormente classificadas. Também foi realizado um levantamento das principais políticas públicas ambientais a nível nacional e estadual, voltadas à mitigação dos impactos nos ecossistemas costeiros. Foram identificadas 14 categorias de uso e ocupação do solo. As maiores concentrações de formação florestal, manguezais e apicum estavam nos territórios das Unidades de Conservação. O Rio Timbó apresentou maior estimativa populacional, expansão urbana, destino do lixo e esgoto comparado aos municípios que integram o Rio Formoso. Provavelmente esse cenário está relacionado com a localização do Rio Timbó na Região Metropolitana do Recife. Foi constatado que todos os nutrientes (exceto silicato), OD, salinidade, Chl-a e TRIX apresentaram maiores valores para o Rio Timbó comparado ao Rio Formoso. No estuário do Rio Timbó, as concentrações de fosfato estiveram sempre altas, com medianas sazonais acima do limite especificado pelo CONAMA. As concentrações de nitrogênio inorgânico aumentaram significativamente durante a estação chuvosa, fenômeno possivelmente relacionado ao maior aporte de esgotos de origem urbana nessa época do ano. No entanto, as concentrações de fosfato no estuário do Rio Formoso (sempre menores do que no Rio Timbó e com medianas sazonais bem abaixo do limite especificado pelo CONAMA) regrediram significativamente durante a estação chuvosa, possivelmente devido à maior diluição e turnover com o maior aporte de águas pluviais, pobres em nutrientes, nessa época do ano. A quantidade total de lixo detectado foi de 78 itens durante as duas campanhas para os dois estuários. A maior quantidade de itens estava no Rio Timbó e a maior representatividade foi de itens da construção civil. Lixo plástico esteve presente com pelo menos uma unidade em todos os pontos de presença de lixo no Rio Formoso. Comparando o estado de cada estuário, o Rio Formoso apresenta melhores condições de qualidade da água e menor quantidade de resíduos sólidos, porém, devido à grande quantidade de área ocupada pela agricultura e devido ao turismo intensivo, existe um risco de agravamento da qualidade ambiental. Ferramentas como o DPSIR, o Índice TRIX, sensoriamento remoto, acompanhado dos dados de censos demográficos são importantes para o monitoramento dos ambientes costeiros e futuras medidas de mitigação e propostas de políticas públicas.
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KAIO HENRIQUE FARIAS DA SILVA
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COMPLEXIDADE DE ÁREAS MARINHAS PROTEGIDAS: FATORES QUE GOVERNAM A ASSEMBLEIA DE COPÉPODES MESOZOOPLANCTÔNICOS (APÓS DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO)
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Orientador : SIGRID NEUMANN LEITAO
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MEMBROS DA BANCA :
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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MAURO DE MELO JÚNIOR
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XIOMARA FRANCESCA GARCÍA DÍAZ
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Data: 31/08/2022
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A presente dissertação é composta por dois capítulos em forma de manuscrito, ambos com o objetivo de avaliar a assembleia de copépodes mesozooplanctônica em Tamandaré (capítulo 1) e Rio Formoso (capítulo 2). As duas áreas de estudo foram impactadas pelo derramamento de petróleo. O capítulo 1 visou compreender a extensão do impacto da chegada de óleo nos copépodes mesozooplanctônicos e também investigar a heterogeneidade espacial e temporal da assembleia de copépodes sobre um conjunto de fatores abióticos. A assembleia foi avaliada no período seco (fevereiro, março, setembro, outubro, novembro e dezembro/2020) em três estações fixas em Tamandaré. Os copépodes foram analisados por classe de tamanho e os mais abundantes foram utilizados para as taxas de biomassa e produção. 38 táxons foram identificados, destes 10 foram considerados dominantes e representaram 87% de toda abundância relativa na área. Destaque para abundância, biomassa e produção das espécies Dioithona oculata, Oithona nana, Acartia lilljeborgii e Parvocalanus quasimodo. Foi registrada a ocorrência de enxame de D. oculata e a ausência de registro de náuplios de Copepoda nos dois primeiros meses. Os resultados do estudo apontaram para uma heterogeneidade espaço/temporal baseada na abundância, biomassa e produção dos copépodes. Embora diferenças estatísticas não tenham sido verificadas, sugerindo que esses parâmetros flutuem localmente pela influência da pluma estuarina, contribuindo com nutrientes e elevando a produtividade. Na área recifal apresentou padrões típicos relacionados a predador-presa. O capítulo 2 objetivou investigar a variabilidade espaçotemporal da abundância, biomassa e produção da assembleia de copépodes em uma área estuarina afetada pelo impacto do derrame de óleo de 2019. A assembleia foi avaliada no período seco (fevereiro, março, setembro e outubro/2020) em três estações fixas no Rio Formoso. 34 táxons foram identificados, destes 9 foram considerados dominantes e representaram 90% de toda a abundância relativa na área. As espécies Paracalanus crassirostris, Acartia lilljeborgii, Dioithona oculata e Euterpina acutifrons foram as que mais contribuíram em abundância e manutenção da biomassa e produção da cadeia alimentar local. A estação localizada na desembocadura do rio Ariquindá atuou como vetor de incremento de nutriente e produtividade, o qual foi expresso em altas taxas de produtividade primaria e secundária. A espécie P. crassirostris foi a mais favorecida pela influência dos rios adjacentes e a mesma foi considerada espécie chave para a manutenção dos recursos pesqueiros na região.
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A presente dissertação é composta por dois capítulos em forma de manuscrito, ambos com o objetivo de avaliar a assembleia de copépodes mesozooplanctônica em Tamandaré (capítulo 1) e Rio Formoso (capítulo 2). As duas áreas de estudo foram impactadas pelo derramamento de petróleo. O capítulo 1 visou compreender a extensão do impacto da chegada de óleo nos copépodes mesozooplanctônicos e também investigar a heterogeneidade espacial e temporal da assembleia de copépodes sobre um conjunto de fatores abióticos. A assembleia foi avaliada no período seco (fevereiro, março, setembro, outubro, novembro e dezembro/2020) em três estações fixas em Tamandaré. Os copépodes foram analisados por classe de tamanho e os mais abundantes foram utilizados para as taxas de biomassa e produção. 38 táxons foram identificados, destes 10 foram considerados dominantes e representaram 87% de toda abundância relativa na área. Destaque para abundância, biomassa e produção das espécies Dioithona oculata, Oithona nana, Acartia lilljeborgii e Parvocalanus quasimodo. Foi registrada a ocorrência de enxame de D. oculata e a ausência de registro de náuplios de Copepoda nos dois primeiros meses. Os resultados do estudo apontaram para uma heterogeneidade espaço/temporal baseada na abundância, biomassa e produção dos copépodes. Embora diferenças estatísticas não tenham sido verificadas, sugerindo que esses parâmetros flutuem localmente pela influência da pluma estuarina, contribuindo com nutrientes e elevando a produtividade. Na área recifal apresentou padrões típicos relacionados a predador-presa. O capítulo 2 objetivou investigar a variabilidade espaçotemporal da abundância, biomassa e produção da assembleia de copépodes em uma área estuarina afetada pelo impacto do derrame de óleo de 2019. A assembleia foi avaliada no período seco (fevereiro, março, setembro e outubro/2020) em três estações fixas no Rio Formoso. 34 táxons foram identificados, destes 9 foram considerados dominantes e representaram 90% de toda a abundância relativa na área. As espécies Paracalanus crassirostris, Acartia lilljeborgii, Dioithona oculata e Euterpina acutifrons foram as que mais contribuíram em abundância e manutenção da biomassa e produção da cadeia alimentar local. A estação localizada na desembocadura do rio Ariquindá atuou como vetor de incremento de nutriente e produtividade, o qual foi expresso em altas taxas de produtividade primaria e secundária. A espécie P. crassirostris foi a mais favorecida pela influência dos rios adjacentes e a mesma foi considerada espécie chave para a manutenção dos recursos pesqueiros na região.
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ITALA GABRIELA TAVARES LIMA
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ANÁLISE DOS IMPACTOS DO ÓLEO CRU PESADO SOBRE AS COMUNIDADES MACROBENTÔNICAS DE SUBSTRATOS CONSOLIDADOS EM PERNAMBUCO (BRASIL)
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Orientador : RALF SCHWAMBORN
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MEMBROS DA BANCA :
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RALF SCHWAMBORN
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
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Data: 23/09/2022
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Em agosto de 2019, o litoral Brasileiro foi palco de um dos maiores crimes ambientais marinhos registrados no país. O derrame de óleo cru pesado alcançou praticamente toda costa brasileira e seus diferentes habitats. Foram então iniciadas pesquisas para avaliar os níveis de impacto sociais e ambientais. Os beachrocks do litoral nordestino ficaram cobertos por óleo, apresentando resíduos do derrame impregnado nas rochas mesmo após 2 anos do impacto. O objetivo do presente estudo, foi identificar possíveis impactos nas comunidades macrobentônicas sésseis e semissésseis que vivem em substratos consolidados de praias atingidas em níveis distintos. As campanhas de coleta ocorreram em três praias do litoral Pernambucano: Itapuama, Carneiros e Pontal do Cupe, classificadas em alta, moderada e baixa intensidade de impacto, respectivamente. O critério adotado para classificação de impacto foi o percentual de óleo impregnado nas rochas. As áreas foram escolhidas por sua relevância socioeconômica e ambiental. Foi utilizado o método não destrutivo do fototransecto. A caracterização das áreas foi feita com o auxílio de uma fita métrica de 10 metros e registros fotográficos de um quadrado de PVC (50x50cm) a cada metro, resultando em 10 fotos por transecto. A rugosidade foi obtida com o auxílio de uma corrente de elos e uma trena. O software Coral Point Count with Excel extensions (CPCe), foi utilizado para caracterização da cobertura biótica e abiótica dos substratos. Para analisar os resultados, foram utilizados o programa computacional R e o software Primer 6. As áreas apresentaram gradiente de diversidade comprovado estatisticamente, bem como diferenças no percentual de óleo cru pesado impregnado nas rochas. Foi visto que é necessário adotar análises múltiplas para identificação de impacto sobre comunidades macobentônicas afetadas por derrame de óleo. Os resíduos de óleo monitorados ao longo de um ano demonstram que o material está sendo intemperizado. A espécie Chthamalus bisinuatus foi utilizada como organismo sentinela. Os resultados indicam que apesar de terem sido afetadas pelo derrame de óleo, as populações de Chthamalus bisinuatus monitoradas apresentaram uma possível recuperação. O acompanhamento a longo prazo de áreas impactadas pelo óleo é essencial para avaliação dos efeitos crônicos nos organismos afetados.
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Em agosto de 2019, o litoral Brasileiro foi palco de um dos maiores crimes ambientais marinhos registrados no país. O derrame de óleo cru pesado alcançou praticamente toda costa brasileira e seus diferentes habitats. Foram então iniciadas pesquisas para avaliar os níveis de impacto sociais e ambientais. Os beachrocks do litoral nordestino ficaram cobertos por óleo, apresentando resíduos do derrame impregnado nas rochas mesmo após 2 anos do impacto. O objetivo do presente estudo, foi identificar possíveis impactos nas comunidades macrobentônicas sésseis e semissésseis que vivem em substratos consolidados de praias atingidas em níveis distintos. As campanhas de coleta ocorreram em três praias do litoral Pernambucano: Itapuama, Carneiros e Pontal do Cupe, classificadas em alta, moderada e baixa intensidade de impacto, respectivamente. O critério adotado para classificação de impacto foi o percentual de óleo impregnado nas rochas. As áreas foram escolhidas por sua relevância socioeconômica e ambiental. Foi utilizado o método não destrutivo do fototransecto. A caracterização das áreas foi feita com o auxílio de uma fita métrica de 10 metros e registros fotográficos de um quadrado de PVC (50x50cm) a cada metro, resultando em 10 fotos por transecto. A rugosidade foi obtida com o auxílio de uma corrente de elos e uma trena. O software Coral Point Count with Excel extensions (CPCe), foi utilizado para caracterização da cobertura biótica e abiótica dos substratos. Para analisar os resultados, foram utilizados o programa computacional R e o software Primer 6. As áreas apresentaram gradiente de diversidade comprovado estatisticamente, bem como diferenças no percentual de óleo cru pesado impregnado nas rochas. Foi visto que é necessário adotar análises múltiplas para identificação de impacto sobre comunidades macobentônicas afetadas por derrame de óleo. Os resíduos de óleo monitorados ao longo de um ano demonstram que o material está sendo intemperizado. A espécie Chthamalus bisinuatus foi utilizada como organismo sentinela. Os resultados indicam que apesar de terem sido afetadas pelo derrame de óleo, as populações de Chthamalus bisinuatus monitoradas apresentaram uma possível recuperação. O acompanhamento a longo prazo de áreas impactadas pelo óleo é essencial para avaliação dos efeitos crônicos nos organismos afetados.
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LUCAS INÁCIO SILVA DOS SANTOS
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A ZONA DE MÍNIMO DE OXIGÊNIO E PARÂMETROS OCEANOGRÁFICOS NA ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE, ATLÂNTICO SUL SUBTROPICAL
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Orientador : MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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MEMBROS DA BANCA :
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MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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ALEX COSTA DA SILVA
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VITOR GONSALEZ CHIOZZINI
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Data: 25/11/2022
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A Elevação do Rio Grande é considerada uma extensão do continente sul-americano no Oceano Atlântico Sul Subtropical, e por isso desempenha papel muito estratégico no desenvolvimento sócio/econômico/ambiental do país. A criação de uma linha de base ambiental para a região foi um dos propulsores do presente trabalho, que teve também como objetivo a descrição e avaliação das condicionantes oceanográficas, sobretudo, a caracterização hidrológica da área. A partir de então, o estudo acerca da presença de uma Zona de Mínimo de Oxigênio teve como base a observação e interpretação dos parâmetros hidroceanograficos do local. Com dados in situ para os anos de 2018 e 2020, a análise do diagrama TS e da faixa de intervalos de densidade demonstrou a presença de um gradiente para até seis massas d’água na região. Estas foram: Água Tropical (AT), Água Central do Atlântico Sul (ACAS), Água Intermediária Antártica (AIA), Água Profunda Circumpolar Superior (UCDW), onde se deu o núcleo da Zona de Mínimo de Oxigênio (ZMO), Água Profunda do Atlântico Norte (APAN), sendo esta a com maior extensão na coluna d’água, e por final, a Água de Fundo Antártica (AFA), identificada a partir da utilização do Oxigênio Dissolvido (OD) como proxy. Apesar da forte interação com a atmosfera, o pico de OD (251.84 µmol.kg-1) não foi encontrado nas águas superficiais (<50 m) que permanecem a maior parte do tempo saturadas, mas sim próximo à base da termoclina sazonal, deslocado logo acima do pico de clorofila. Alcançando valores típicos para oceano aberto, a clorofila teve máxima concentração (0.6 mg.kg-1) em cerca de 100 m de profundidade e foi circundada pelo aumento nos valores de OD, sugerindo um incremento no parâmetro. Característico de águas tropicais, a ACAS apresentou o primeiro mínimo de OD seguido de um incremento conhecido como “high-oxygen tongue” das oxigenadas águas da AIA, porém, sem aumento na taxa de saturação. A massa d’agua detentora dos menores valores de OD, que descrevem uma zona com valores mínimos de oxigênio, foi a UCDW com extensão de cerca de 700 m e taxa de saturação atingindo valores mínimos de 49%. A contextualização dos fatores como idade da massa d’água, assim como os processos biogeoquímicos que acontecem ao longo da história da circulação oceânica da UCDW foram os principais argumentos que sustentaram a expressão deficitária do OD para a massa d’agua. Por final, os perfis climatológicos corroboraram com as observações in situ quando apresentaram uma estrutura de termoclina permanente com desenvolvimento em águas intermediárias, e uma clara estabilidade térmica na maior parcela de água mais profunda, ocupada majoritariamente pela APAN. Em relação as quantidades de OD, a UCDW foi detentora da zona com mínimo valores de oxigênio, com núcleo de até 190 µmol.kg-1 nos 1400 m de profundidade.
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A Elevação do Rio Grande é considerada uma extensão do continente sul-americano no Oceano Atlântico Sul Subtropical, e por isso desempenha papel muito estratégico no desenvolvimento sócio/econômico/ambiental do país. A criação de uma linha de base ambiental para a região foi um dos propulsores do presente trabalho, que teve também como objetivo a descrição e avaliação das condicionantes oceanográficas, sobretudo, a caracterização hidrológica da área. A partir de então, o estudo acerca da presença de uma Zona de Mínimo de Oxigênio teve como base a observação e interpretação dos parâmetros hidroceanograficos do local. Com dados in situ para os anos de 2018 e 2020, a análise do diagrama TS e da faixa de intervalos de densidade demonstrou a presença de um gradiente para até seis massas d’água na região. Estas foram: Água Tropical (AT), Água Central do Atlântico Sul (ACAS), Água Intermediária Antártica (AIA), Água Profunda Circumpolar Superior (UCDW), onde se deu o núcleo da Zona de Mínimo de Oxigênio (ZMO), Água Profunda do Atlântico Norte (APAN), sendo esta a com maior extensão na coluna d’água, e por final, a Água de Fundo Antártica (AFA), identificada a partir da utilização do Oxigênio Dissolvido (OD) como proxy. Apesar da forte interação com a atmosfera, o pico de OD (251.84 µmol.kg-1) não foi encontrado nas águas superficiais (<50 m) que permanecem a maior parte do tempo saturadas, mas sim próximo à base da termoclina sazonal, deslocado logo acima do pico de clorofila. Alcançando valores típicos para oceano aberto, a clorofila teve máxima concentração (0.6 mg.kg-1) em cerca de 100 m de profundidade e foi circundada pelo aumento nos valores de OD, sugerindo um incremento no parâmetro. Característico de águas tropicais, a ACAS apresentou o primeiro mínimo de OD seguido de um incremento conhecido como “high-oxygen tongue” das oxigenadas águas da AIA, porém, sem aumento na taxa de saturação. A massa d’agua detentora dos menores valores de OD, que descrevem uma zona com valores mínimos de oxigênio, foi a UCDW com extensão de cerca de 700 m e taxa de saturação atingindo valores mínimos de 49%. A contextualização dos fatores como idade da massa d’água, assim como os processos biogeoquímicos que acontecem ao longo da história da circulação oceânica da UCDW foram os principais argumentos que sustentaram a expressão deficitária do OD para a massa d’agua. Por final, os perfis climatológicos corroboraram com as observações in situ quando apresentaram uma estrutura de termoclina permanente com desenvolvimento em águas intermediárias, e uma clara estabilidade térmica na maior parcela de água mais profunda, ocupada majoritariamente pela APAN. Em relação as quantidades de OD, a UCDW foi detentora da zona com mínimo valores de oxigênio, com núcleo de até 190 µmol.kg-1 nos 1400 m de profundidade.
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RAFAEL VIANA PESTANA
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VARIAÇÃO DE CURTO PRAZO DO FITOPLÂNCTON EM UM ECOSSISTEMA RECIFAL DO ATLÂNTICO TROPICAL (TAMANDARÉ, PE - BRASIL)
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Orientador : PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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GISLAYNE CRISTINA PALMEIRA BORGES
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Data: 30/11/2022
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O fitoplâncton é um elemento primordial nos ecossistemas aquáticos e integra a base da pirâmide de produtividade, além disso, ele define o fluxo e a ciclagem da matéria orgânica e é indicador do estado trófico de tais ecossistemas. Alterações na composição e na estrutura de sua comunidade podem, como efeito, ocasionar profundas mudanças em todos os níveis tróficos, uma vez que o fitoplâncton apresenta um caráter muito dinâmico, por possuir elevadas taxas de reprodução, com ciclos de vida variando em torno de horas, dias ou semanas. Nesse sentido, os processos que influenciam o crescimento do fitoplâncton ocorrem ao longo de uma gama de escalas de tempo, mas muitos modelos conceituais e numéricos da dinâmica de produção do fitoplâncton negligenciam os mecanismos que ocorrem nas escalas de tempo mais curtas. Dentro desse contexto, os sistemas recifais mostram-se como um dos ambientes costeiros mais produtivos em termos de biomassa, e, embora eles pareçam um “sistema ecológico fechado”, sua produtividade é mantida pela característica do ambiente circundante. O presente estudo busca caracterizar a estrutura e da composição do fitoplâncton de Tamandaré ao longo de um ano em resposta à dinâmica hidrológica em curta escala, permitindo uma melhor compreensão desse ecossistema. Para isto foram realizadas 19 coletas quinzenais, de novembro de 2020 a outubro de 2021. Os valores de precipitação pluviométrica mensais registrados no período estudado se apresentaram mais altos entre os meses de março e agosto de 2020 caracterizando o período chuvoso, sendo o mês de maio o de maior precipitação. O período de estiagem foi marcado por menores valores pluviométricos entre os meses de novembro de 2020 a fevereiro de 2021 e de setembro e outubro de 2021, sendo o mês de fevereiro o de menor quantidade de chuva registrado. A biomassa total durante o período de estiagem apresentou valores que variaram entre 0,13 mg.m-3 e 0,62 mg.m-3. No período chuvoso a variação foi de 0,35 mg.m-3 a 2,50 mg.m-3. Foram observadas diferenças significativas entre os períodos (M-W; p<0,05). Durante o estudo foram obtidos resultados detalhados sobre a variação em curta escala dos atributos da comunidade fitoplanctônica diante das diferentes condições ambientais, destacando a importância de estudos em curta escala de tempo para a avaliação dos ambientes costeiros.
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O fitoplâncton é um elemento primordial nos ecossistemas aquáticos e integra a base da pirâmide de produtividade, além disso, ele define o fluxo e a ciclagem da matéria orgânica e é indicador do estado trófico de tais ecossistemas. Alterações na composição e na estrutura de sua comunidade podem, como efeito, ocasionar profundas mudanças em todos os níveis tróficos, uma vez que o fitoplâncton apresenta um caráter muito dinâmico, por possuir elevadas taxas de reprodução, com ciclos de vida variando em torno de horas, dias ou semanas. Nesse sentido, os processos que influenciam o crescimento do fitoplâncton ocorrem ao longo de uma gama de escalas de tempo, mas muitos modelos conceituais e numéricos da dinâmica de produção do fitoplâncton negligenciam os mecanismos que ocorrem nas escalas de tempo mais curtas. Dentro desse contexto, os sistemas recifais mostram-se como um dos ambientes costeiros mais produtivos em termos de biomassa, e, embora eles pareçam um “sistema ecológico fechado”, sua produtividade é mantida pela característica do ambiente circundante. O presente estudo busca caracterizar a estrutura e da composição do fitoplâncton de Tamandaré ao longo de um ano em resposta à dinâmica hidrológica em curta escala, permitindo uma melhor compreensão desse ecossistema. Para isto foram realizadas 19 coletas quinzenais, de novembro de 2020 a outubro de 2021. Os valores de precipitação pluviométrica mensais registrados no período estudado se apresentaram mais altos entre os meses de março e agosto de 2020 caracterizando o período chuvoso, sendo o mês de maio o de maior precipitação. O período de estiagem foi marcado por menores valores pluviométricos entre os meses de novembro de 2020 a fevereiro de 2021 e de setembro e outubro de 2021, sendo o mês de fevereiro o de menor quantidade de chuva registrado. A biomassa total durante o período de estiagem apresentou valores que variaram entre 0,13 mg.m-3 e 0,62 mg.m-3. No período chuvoso a variação foi de 0,35 mg.m-3 a 2,50 mg.m-3. Foram observadas diferenças significativas entre os períodos (M-W; p<0,05). Durante o estudo foram obtidos resultados detalhados sobre a variação em curta escala dos atributos da comunidade fitoplanctônica diante das diferentes condições ambientais, destacando a importância de estudos em curta escala de tempo para a avaliação dos ambientes costeiros.
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THIAGO DE OLIVEIRA CAMINHA
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CARACTERIZAÇÃO DO CARBONO INORGÂNICO DISSOLVIDO NA REGIÃO PELÁGICA DO ATLÂNTICO SUL: A ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE.
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Orientador : MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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MEMBROS DA BANCA :
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MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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LETÍCIA COTRIM DA CUNHA
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Data: 13/12/2022
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Montes submarinos interagem com a circulação local afetando a distribuição vertical de importantes solutos como nutrientes, parâmetros do sistema carbonato e oxigênio, promovendo diversas alterações na biogeoquímica local. Entretanto, a compreensão do impacto de montes submarinos sobre o sistema carbonato local ainda é insipiente. Este trabalho investiga estes efeitos impostos pela Elevação do Rio Grande, um monte submarino intermediário (atinge a base da picnoclina permanente, mas não a zona eufótica) com topografia complexa. A hidrologia vertical e a distribuição de propriedades físicas e químicas são estudadas em três campanhas oceanográficas sobre a Elevação do Rio Grande em 2018 e 2020, as quais geraram dois desenhos amostrais discutidos em dois capítulos separadamente. Os resultados mostram que mudanças da estrutura hidrológica e das propriedades biogeoquímicas da coluna d’água do fortemente estratificado Oceano Atlântico Sul estão claramente associadas com a presença desta proeminência topográfica complexa, principalmente nos entornos de seus picos alongados e rifte. As perturbações rasas da estrutura termohalina observadas aparentam serem causadas por ondas internas geradas localmente, as quais promovem deslocamentos verticais na biogeoquímica de subsuperfície. Soerguimentos de águas em profundidade seguindo as cristas das ondas internas transportam águas ricas em CO2 para a subsuperfície e superfície. Este processo afeta a dinâmica de CO2 da interface oceano-atmosfera. São mostrados sinais de ressurgência de águas de subsuperfície nas imediações dos picos da Elevação do Rio Grande, as quais são suficientemente ricas em CO2 para mudar o caráter de águas superficiais de sumidouro para fonte de CO2 para a atmosfera. Ademais, uma célula de circulação fechada similar a um cone de Taylor foi detectada próximo a um dos picos, estendendo-se até a base da picnoclina permanente. Devido à proximidade desta perturbação hidrodinâmica com o fundo do pico, nós hipotetizamos que a ressuspensão e retenção de materiais de fundo dentro da célula de circulação fechada promove condições favoráveis para um consumo de alcalinidade total via nitrificação e consequente enfraquecimento da capacidade de tamponamento da água. Além disso, considerando os soerguimentos claros de isopicnas e padrões de circulação opostos indicativos do desenvolvimento de um cone de Taylor, estas alterações biogeoquímicas podem estar sujeitas a ser introduzidas na base da picnoclina via advecção vertical e mistura diapicnal, com possíveis mudanças para a remineralização da matéria orgânica comumente retida nestes níveis. Por fim, a canalização da corrosiva Água Profunda Circumpolar Superior através do rifte principal da Elevação do Rio Grande a profundidades de aproximadamente 1500 m representa um possível importante papel para a biogeoquímica profunda local. A exposição de sedimentos calcáreos de fundo a estas águas acelera a reciclagem de carbono do fundo, atuando como uma fonte adicional de carbono para as águas profundas do Oceano Atlântico Sul. Nós propomos que a Elevação do Rio Grande pode representar papel importante na compreensão da troca de carbono entre os diversos compartimentos do Oceano Atlântico Sul. Isto, aliado à grande complexidade ambiental da região, evidencia a necessidade de realização de mais estudos para investigar os processos aqui descritos.
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Montes submarinos interagem com a circulação local afetando a distribuição vertical de importantes solutos como nutrientes, parâmetros do sistema carbonato e oxigênio, promovendo diversas alterações na biogeoquímica local. Entretanto, a compreensão do impacto de montes submarinos sobre o sistema carbonato local ainda é insipiente. Este trabalho investiga estes efeitos impostos pela Elevação do Rio Grande, um monte submarino intermediário (atinge a base da picnoclina permanente, mas não a zona eufótica) com topografia complexa. A hidrologia vertical e a distribuição de propriedades físicas e químicas são estudadas em três campanhas oceanográficas sobre a Elevação do Rio Grande em 2018 e 2020, as quais geraram dois desenhos amostrais discutidos em dois capítulos separadamente. Os resultados mostram que mudanças da estrutura hidrológica e das propriedades biogeoquímicas da coluna d’água do fortemente estratificado Oceano Atlântico Sul estão claramente associadas com a presença desta proeminência topográfica complexa, principalmente nos entornos de seus picos alongados e rifte. As perturbações rasas da estrutura termohalina observadas aparentam serem causadas por ondas internas geradas localmente, as quais promovem deslocamentos verticais na biogeoquímica de subsuperfície. Soerguimentos de águas em profundidade seguindo as cristas das ondas internas transportam águas ricas em CO2 para a subsuperfície e superfície. Este processo afeta a dinâmica de CO2 da interface oceano-atmosfera. São mostrados sinais de ressurgência de águas de subsuperfície nas imediações dos picos da Elevação do Rio Grande, as quais são suficientemente ricas em CO2 para mudar o caráter de águas superficiais de sumidouro para fonte de CO2 para a atmosfera. Ademais, uma célula de circulação fechada similar a um cone de Taylor foi detectada próximo a um dos picos, estendendo-se até a base da picnoclina permanente. Devido à proximidade desta perturbação hidrodinâmica com o fundo do pico, nós hipotetizamos que a ressuspensão e retenção de materiais de fundo dentro da célula de circulação fechada promove condições favoráveis para um consumo de alcalinidade total via nitrificação e consequente enfraquecimento da capacidade de tamponamento da água. Além disso, considerando os soerguimentos claros de isopicnas e padrões de circulação opostos indicativos do desenvolvimento de um cone de Taylor, estas alterações biogeoquímicas podem estar sujeitas a ser introduzidas na base da picnoclina via advecção vertical e mistura diapicnal, com possíveis mudanças para a remineralização da matéria orgânica comumente retida nestes níveis. Por fim, a canalização da corrosiva Água Profunda Circumpolar Superior através do rifte principal da Elevação do Rio Grande a profundidades de aproximadamente 1500 m representa um possível importante papel para a biogeoquímica profunda local. A exposição de sedimentos calcáreos de fundo a estas águas acelera a reciclagem de carbono do fundo, atuando como uma fonte adicional de carbono para as águas profundas do Oceano Atlântico Sul. Nós propomos que a Elevação do Rio Grande pode representar papel importante na compreensão da troca de carbono entre os diversos compartimentos do Oceano Atlântico Sul. Isto, aliado à grande complexidade ambiental da região, evidencia a necessidade de realização de mais estudos para investigar os processos aqui descritos.
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DJOIRKA MINTO DIMOUNE
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New insight of the West tropical Atlantic Circulation based on 25 years of satellite altimetry, PIRATA data and GLORYS ocean reanalysis
(Nova percepção da Circulação oceânica na borda oeste do Atlântico tropical baseada em 25 anos de dados de altimetria de satélite, de dados PIRATA e de reanálise GLORYS)
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Orientador : MOACYR CUNHA DE ARAUJO FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEX COSTA DA SILVA
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CARMEN MEDEIROS LIMONGI
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MARCUS ANDRE SILVA
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FABRICE HERNANDEZ
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BERNARD BOURLÈS
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AGRÉ KOUSSO SANDRINE DJAKOURÉ
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GBEKPO AUBAINS HOUNSOU-GBO
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Data: 27/01/2022
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A borda oeste do Atlântico tropical é uma das regiões mais dinâmicas de todo o oceano, para onde a maioria das correntes zonais vão, transportando massas de água e calor. A sua importância deve-se principalmente às suas interações com a atmosfera, que influenciam o clima regional e as precipitações das regiões circundantes. O principal objetivo dessa tese é aproveitar o maior banco de dados das correntes derivadas da altimetria e das reanálises GLORYS12V1 (G12V1) disponíveis durante o período 1993-2017 para revisitar a circulação na borda oeste e aprofundar o conhecimento sobre a variabilidade espaço-temporal das correntes nas escalas espacial e temporais. Para tal foram selecionadas 9 secções transversais das correntes a fim de avaliar a evolução da circulação e a redistribuição das massas de água em toda a porção tropical da bacia. Antes disso, a acurácia do modelo GLORYS12V1 foi testada, comparando as saídas numéricas com as 15 seções de dados de corrente obtidas durante os cruzeiros científicos das campanhas do Programa Prediction and Research Moored Array in the Tropical Atlantic, realizado pelo Brasil (PIRATA-BR). As simulações foram também comparadas com a climatologia obtida a partir de derivadores, com resultados satisfatórios em ambos os casos. De sul para norte, as correntes derivadas da altimetria mostram dois comportamentos diferentes da amplitude da Corrente Norte do Brasil (NBC). No hemisfério sul, o NBC mostra um ciclo anual com um máximo (mínimo) de 0,6 m/s (0,3 m/s) durante a Primavera boreal (Outono) sob a influência do ramo central da Corrente Sul Equatorial (cSEC) e da subcorrente Norte do Brasil (NBUC), enquanto no hemisfério norte, o seu ciclo inverte-se sob a influência do ramo norte da SEC (nSEC) e a sua amplitude quase duplica. Os nossos resultados também mostram que a retroflexão do NBC (NBCR) é permanente durante todo o ano, mas é fraca durante a Primavera boreal. Neste período observa-se um fluxo para leste na região equatorial, que combina com o fraco ramo retroflectado da NBC (rNBC) para restringir a nSEC para leste e manter uma circulação ciclônica entre 0°-5°N; 35°W-45°W. Durante o outono boreal, o NBCR intensifica-se, surgindo uma estrutura com dois núcleos que reduze o seu fluxo de setembro até ao final do ano. Na parte oriental, a rNBC está ligada à Contracorrente Norte Equatorial (NECC), que também mostra uma estrutura com dois núcleos, e até mesmo dois ramos separados no final do ano, influenciados pelo rotacional do vento. As diferentes secções verticais de G12V1 também mostram as mesmas características e as mesmas variabilidades sazonais em ambos os lados do equador. O transporte do NBC na camada superior (0-100m) durante a Primavera boreal indica um transporte da NBCR equatorial de 1,8 Sv, unido ao fluxo fraco da retroflexão do norte (4,6 Sv), mantendo a circulação ciclônica equatorial. A maior contribuição do NBCR para o NECC ocorre durante o outono boreal, com um transporte de 15,2 Sv para leste. Na camada inferior (100-35 m), a maior contribuição, tanto para a NBUC como para a Subcorrente equatorial (EUC), ocorre durante a primavera e o outono boreais (respectivamente 22,3 Sv e 20 Sv), quando a contribuição da Corrente Equatorial Norte (NEC) para o rNBC é também maior. A investigação das variações interanuais das correntes derivadas da altimetria (amplitude e deslocamento latitudinal), e da corrente NECC a 38°W (transporte e deslocamento latitudinal) mostra que a variabilidade da amplitude e da localização do NECC, a amplitude da NECC a 42°W, e o transporte da NECC a 38°W, estão associados às diferentes fases do Modo de variabilidade Meridional do Atlântico. Ao contrário, a 32°W, a amplitude e o deslocamento latitudinal da NECC, bem como o deslocamento latitudinal da NECC a 38°W, estão associados às fases do Modo de variabilidade Zonal do Atlântico.
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A borda oeste do Atlântico tropical é uma das regiões mais dinâmicas de todo o oceano, para onde a maioria das correntes zonais vão, transportando massas de água e calor. A sua importância deve-se principalmente às suas interações com a atmosfera, que influenciam o clima regional e as precipitações das regiões circundantes. O principal objetivo dessa tese é aproveitar o maior banco de dados das correntes derivadas da altimetria e das reanálises GLORYS12V1 (G12V1) disponíveis durante o período 1993-2017 para revisitar a circulação na borda oeste e aprofundar o conhecimento sobre a variabilidade espaço-temporal das correntes nas escalas espacial e temporais. Para tal foram selecionadas 9 secções transversais das correntes a fim de avaliar a evolução da circulação e a redistribuição das massas de água em toda a porção tropical da bacia. Antes disso, a acurácia do modelo GLORYS12V1 foi testada, comparando as saídas numéricas com as 15 seções de dados de corrente obtidas durante os cruzeiros científicos das campanhas do Programa Prediction and Research Moored Array in the Tropical Atlantic, realizado pelo Brasil (PIRATA-BR). As simulações foram também comparadas com a climatologia obtida a partir de derivadores, com resultados satisfatórios em ambos os casos. De sul para norte, as correntes derivadas da altimetria mostram dois comportamentos diferentes da amplitude da Corrente Norte do Brasil (NBC). No hemisfério sul, o NBC mostra um ciclo anual com um máximo (mínimo) de 0,6 m/s (0,3 m/s) durante a Primavera boreal (Outono) sob a influência do ramo central da Corrente Sul Equatorial (cSEC) e da subcorrente Norte do Brasil (NBUC), enquanto no hemisfério norte, o seu ciclo inverte-se sob a influência do ramo norte da SEC (nSEC) e a sua amplitude quase duplica. Os nossos resultados também mostram que a retroflexão do NBC (NBCR) é permanente durante todo o ano, mas é fraca durante a Primavera boreal. Neste período observa-se um fluxo para leste na região equatorial, que combina com o fraco ramo retroflectado da NBC (rNBC) para restringir a nSEC para leste e manter uma circulação ciclônica entre 0°-5°N; 35°W-45°W. Durante o outono boreal, o NBCR intensifica-se, surgindo uma estrutura com dois núcleos que reduze o seu fluxo de setembro até ao final do ano. Na parte oriental, a rNBC está ligada à Contracorrente Norte Equatorial (NECC), que também mostra uma estrutura com dois núcleos, e até mesmo dois ramos separados no final do ano, influenciados pelo rotacional do vento. As diferentes secções verticais de G12V1 também mostram as mesmas características e as mesmas variabilidades sazonais em ambos os lados do equador. O transporte do NBC na camada superior (0-100m) durante a Primavera boreal indica um transporte da NBCR equatorial de 1,8 Sv, unido ao fluxo fraco da retroflexão do norte (4,6 Sv), mantendo a circulação ciclônica equatorial. A maior contribuição do NBCR para o NECC ocorre durante o outono boreal, com um transporte de 15,2 Sv para leste. Na camada inferior (100-35 m), a maior contribuição, tanto para a NBUC como para a Subcorrente equatorial (EUC), ocorre durante a primavera e o outono boreais (respectivamente 22,3 Sv e 20 Sv), quando a contribuição da Corrente Equatorial Norte (NEC) para o rNBC é também maior. A investigação das variações interanuais das correntes derivadas da altimetria (amplitude e deslocamento latitudinal), e da corrente NECC a 38°W (transporte e deslocamento latitudinal) mostra que a variabilidade da amplitude e da localização do NECC, a amplitude da NECC a 42°W, e o transporte da NECC a 38°W, estão associados às diferentes fases do Modo de variabilidade Meridional do Atlântico. Ao contrário, a 32°W, a amplitude e o deslocamento latitudinal da NECC, bem como o deslocamento latitudinal da NECC a 38°W, estão associados às fases do Modo de variabilidade Zonal do Atlântico.
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AURINETE OLIVEIRA NEGROMONTE
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Variação temporal de crustáceos capturados por armadilha luminosa na baía de Tamandaré, Pernambuco
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Orientador : JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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ELKENITA GUEDES SILVA
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GIRLENE FÁBIA SEGUNDO VIANA
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HENRIQUE GRANDE
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Data: 31/05/2022
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As armadilhas luminosas são um método de amostragem passivo capaz de capturar organismos vivos. É considerado uma ferramenta chave não somente para compreender as larvas, mas também organismos zooplanctônicos, nectônicos e invertebrados bentônicos migradores. O presente trabalho teve como objetivo analisar a diversidade de grandes grupos de crustáceos capturados com armadilha luminosa ao longo de 5 anos no ambiente recifal da praia de Tamandaré, em Pernambuco, descrever a diversidade de crustáceos bentônicos capturados, analisar a variação temporal das larvas de Brachyura e Anomura, além de verificar quais os fatores determinantes que influenciam a chegada delas na baía de tamandaré e descrever as espécies novas que ocorreram ao londo do estudo. As coletas foram realizadas mensalmente no período de outubro/2011 até abril/2016, através da técnica de captura por armadilhas de luz cônica do tipo CARE®. Foram marcados três pontos com 250 m de distância entre eles no complexo recifal da praia de Tamandaré. As armadilhas foram instaladas por três dias consecutivos no fim do pôr-do-sol, numa profundidade local de 8 a 12 metros, permanecendo aproximadamente 12h em subsuperfície de 1 m de profundidade, sendo assim retiradas ao amanhecer. Foram coletados dados abióticos de temperatura, pluviosidade, direção do vento, velocidade do vento, swell, luminosidade da lua e nebulosidade. Os grandes grupos foram classificados em: Amphipoda, Cumacea, Isopoda, Mysida, Axiidea, Caridea, Dendrobranchiata, Achelata, Portunidae, Megalopa, Zoea, Copepoda, Ostracoda e Stomatopoda. O grupo mais abundante foi Mysida e também o mais frequente. Houve diferenças significativas entre as estações do ano e os anos, mostrando que há uma padronização na distribuição temporal desses animais. O grupo dos bentônicos apresentaram 52 espécies, mostrando a grande eficácia das armadilhas luminosas para a captura de organismos bentônicos (epifauna, infauna e fossoriais). A ordem Isopoda obteve o maior número de espécies (19), sendo 1 novo registro para a costa de Pernambuco, Cymodoce barrerae. Os Amphipoda obteve 12 espécies, dentre elas 2 possíveis espécies novas de Metharpinia. As larvas identificadas ao menor nível taxonômico possível. A serie temporal mostrou que as larvas apresentam os picos em diferentes épocas do anos, cerca de 8 meses de intervalo de um pico para o outro. As megalopa de Pachygrapsus transversus foram as mais abundante, seguido da Zoea I de Epialthidae. A abundância das larvas apresentou relações significativas com a velocidade do vento, a presença de swell e a temperatura. Três novas espécies foram descritas, Cleantioides garciachartoni sp. nov., C. pandemus sp. nov. e C. tamandarensis sp. nov. Estas espécies são distinguidas pela forma do pleotelson e ornamentação dos pereiópodos. O gênero Cleantioides foi descrito pela primeira vez para o sudoeste do oceano Atlântico e a família Holognatidae foi registrada pela primeira vez para a costa brasileira. Esta tese fez contribuições pioneiras sobre a comunidades de crustáceos capturados com armadilhas luminosas no sudoeste do oceano Atlântico e em amebientes recifais de regiões tropicais, trazendo resultados podem elucidar mais sobre a dinâmica das comunidades de crustáceos. As armadilhas luminosas são muito eficientes para coletar crustáceos, possui um baixo custo e é capaz de fazer um monitoramento da biodiversidade local sem causar danos ao meio ambiente.
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BRENNO JANUARIO DA SILVA
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Análise do sistema carbonato e do estado trófico dos recifes da APA Costa dos Corais/Alagoas: Uma abordagem sazonal e experimental.
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Orientador : MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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MEMBROS DA BANCA :
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MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
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FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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GUILHERME ORTIGARA LONGO
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JOSEANE APARECIDA MARQUES
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LETÍCIA COTRIM DA CUNHA
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Data: 29/07/2022
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Os ambientes recifais são um dos ecossistemas mais produtivos e biodiversos do mundo, com grande importância ecológica e socioeconômica. Entretanto, estão constantemente susceptíveis aos impactos de escala global, como a acidificação oceânica (AO), e local, como a eutrofização. O monitoramento dos parâmetros abióticos dessas regiões e a aplicação de metodologias visando mitigar esses efeitos são cada vez mais essenciais. Diante disso, o presente trabalho apresentou como objetivos principais: Analisar a dinâmica sazonal do sistema carbonato e estado trófico em regiões recifais da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC), verificando a influência dos aportes continentais superficiais e subterrâneos; avaliar as respostas do metabolismo recifal diante de um experimento in situ de alcalinização. Águas superficiais dos recifes e rios, e águas intersticiais da linha de costa foram coletadas mensalmente ao longo de um ano, e posteriormente, um experimento de reversão da AO foi realizado em um recife da APACC. Os resultados mostram que a área recifal estudada é considerada oligotrófica, com a boa a ótima qualidade de água durante o ano todo e com condições favoráveis às atividades biológicas, como por exemplo, à calcificação. A clorofila-a da zona recifal foi significativamente correlacionada com a salinidade e radônio em excesso, indicando, respectivamente, a influência dos rios e da submarine groundwater discharge (SGD) na região, principalmente durante o período chuvoso, sendo assim, importantes fontes de nutrientes para a costa. No entanto, sinais de eutrofização foram registrados tanto nos rios, como nas águas intersticiais, caracterizando potenciais ameaças para os recifes. Além disso, com o experimento, o aumento do pH elevou 205.27 µmol kg-1 nos valores da alcalinidade total e 50% nos níveis de saturação de aragonita (Ωar) da zona recifal. Isso mostrou que a alcalinização em escala local influencia positivamente no sistema carbonato, podendo mitigar os efeitos da AO, e que o frequente monitoramento dos parâmetros abióticos de regiões recifais possibilita a identificação e caracterização de estressores ambientais.
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RODOLFO JORGE VALE DE ARAUJO
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DINÂMICA COSTEIRA E PROCESSOS EROSIVOS: ALTERNATIVAS DE CONTROLE PARA O PONTAL SUL DA ILHA DE ITAMARACÁ – PE, BRASIL
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Orientador : TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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TEREZA CRISTINA MEDEIROS DE ARAUJO
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DORIS REGINA AIRES VELEDA
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MONICA FERREIRA DA COSTA
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ROBERTO LIMA BARCELLOS
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VALDIR DO AMARAL VAZ MANSO
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JOÃO LUIZ NICOLODI
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VENERANDO EUSTAQUIO AMARO
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Data: 26/10/2022
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A intensificação da pressão antrópica e as alterações dos padrões climáticos têm interferido sobremaneira nos processos físicos responsáveis pelo equilíbrio e variabilidade naturais dos ecossistemas costeiros, tornando cada vez mais evidentes e perceptíveis às populações litorâneas os problemas relacionados à erosão. De comparável importância, os padrões de uso e ocupação do litoral interferem na estabilidade e na morfologia da planície costeira, assumindo um importante papel em sua evolução. Através da combinação de um conjunto de dados formados por imagens de sensoriamento remoto, pontos geodésicos, séries temporais da linha de costa, reanálises globais e índices climáticos oceano-atmosfera, foram analisados e identificados os processos costeiros dominantes, o balanço sazonal dos estoques sedimentares, e as variações espaço-temporal e morfológica da linha de costa, das praias e dos bancos arenosos localizados na margem insular da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz, na Ilha de Itamaracá, Pernambuco – Brasil. Além disso, imagens e documentos históricos, instrumentos e diretrizes para gestão costeira foram utilizados para avaliar as estratégias de proteção às praias e os riscos ao patrimônio histórico. O trecho de praia mais abrigado do pontal sul da Ilha de Itamaracá, entre dez/2017 e dez/2018, apresentou balanço sedimentar positivo (+704,52 m³) enquanto o intermediário e o mais exposto, negativos (–5.009 e –14.110 m³, respectivamente). A variação espaço-temporal da linha de costa, na escala interanual 2011-2020, classificou todas as praias analisadas em erodida ou criticamente erodida, com taxas máximas de regressão de –6,78 e –8,55m/ano. Os períodos erosivos foram relacionados às fases mais energéticas da potência de onda, impulsionados, por sua vez, por eventos de La Niña, mais intensos a partir de 2006 e durante a estação chuvosa. Expostas a um severo processo erosivo, localizadas entre trechos de praia erodida e criticamente erodida, as estruturas remanescentes de um importante patrimônio histórico, o Forte Orange (de ~1633 até os dias atuais), serviram como registro das primeiras intervenções à erosão costeira. O enfrentamento, a convivência e o controle do processo erosivo, observado no pontal sul da Ilha de Itamaracá, irão depender de Políticas Públicas eficientes e a utilização de instrumentos de Gestão Integrada da Zona Costeira, que irão promover o compartilhamento de responsabilidades e a ampla participação nas decisões para o manejo sustentável dos recursos e dos sistemas do ambiente costeiro.
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Em áreas estuarinas de desembocadura de rios ou canais de maré, as praias arenosas estão expostas a variações no seu pacote sedimentar tanto de longo quanto de curto termo. O uso associado das tecnologias GNSS e RPA permite uma coleta de dados topográficos e de imagens aéreas com baixos custos, ambientalmente mais abrangente e menos invasiva, além de fornecer modelos digitais de ambientes costeiros de alta resolução e de boa acurácia. Neste estudo, a evolução espaço-temporal sedimentar, morfológica e topográfica de praias arenosas localizadas às margens de um canal de maré (ilha de Itamaracá, Pernambuco, Brasil) foi analisada através do uso simultâneo das tecnologias GNSS e RPA. Dessa forma foi possível gerar modelos digitais de elevação que permitiram analisar a variação sedimentar e morfológica das praias arenosas dos três trechos pesquisados no presente estudo. Para um melhor entendimento da incidência de ondas e ventos, que modulam a morfodinâmica costeira, foram utilizados os dados de reanálise ERA-Interim que demonstraram a predominância de ondas e de ventos do quadrante sudeste. Os métodos foram concordantes em seus resultados e ambos registraram que o Trecho 1 encontrava-se em acreção enquanto os Trechos 2 e 3 em erosão. Além disso, foi possível propor um modelo conceitual sobre o transporte sedimentar da área de estudo.
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JULIANNA DE LEMOS SANTANA
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AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E EFEITOS GENOTÓXICOS EM CRUSTÁCEOS DA INFRAORDEM BRACHYURA EXPOSTOS A SEDIMENTOS CONTAMINADOS POR HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS, ORGANOCLORADOS E METAIS TRAÇO EM AMBIENTES RECIFAIS
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Orientador : JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
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GILVAN TAKESHI YOGUI
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
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MARINA DE SA LEITAO CAMARA DE ARAUJO
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Data: 30/11/2022
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O presente estudo teve como objetivo realizar uma análise comparativa da contaminação do sedimento por Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), os compostos Organoclorados (OCs) e Metais Traço (MTs) e os efeitos destes compostos a saúde de braquiúros em quatro ambientes recifais de Alagoas e Pernambuco. Os impactos crônicos das áreas foram levados em consideração, como lançamento de esgoto, turismo intenso ou proximidade de rios que cortam regiões com usinas de cana de açúcar. Foram realizadas coletas trimestrais, entre Fevereiro/2019 e Fevereiro/2020 em quatro áreas recifais no nordeste do Brasil, sendo duas áreas em Alagoas: Ponta Verde – Maceió e Pontal do Coruripe – Coruripe e duas áreas no estado de Pernambuco: Gaibú – Cabo de Santo Agostinho, Praia dos Carneiros – Tamandaré. Foi capturado manualmente o maior número de caranguejos de duas espécies (Pachygrapsus transversus e Eriphia gonagra) durante duas horas. Os animais foram encaminhados vivos ao laboratório, onde foi realizada a punção da hemolinfa com uma seringa com solução anticoagulante, na articulação de um dos pereópodos. As células da hemolinfa foram analisadas quando a presença de células micronucleadas, que são indicadoras de estresse ambiental em potencial. Também foram coletadas amostras de sedimento para análise em laboratório, em formas de alumínio e sacos plásticos previamente limpos. Estas amostras foram transportadas em caixa térmica contendo gelo e armazenadas em freezer até o momento das análises. Em laboratório, foi realizada a extração de HPAs e OCs das amostras de sedimento. As análises de metais foram realizadas em amostras de sedimentos através da digestão ácida, e a identificação por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado. Durante o andamento do presente estudo, a partir do fim do mês de Agosto de 2019, foram observadas manchas com toneladas de óleo bruto em praias e estuários do nordeste e parte do sudeste brasileiro. Assim, a pesquisa apresenta dados anteriores ao derramamento de óleo e uma área que se manteve livre dos impactos relacionados ao óleo (Ponta Verde) para as análises comparativas. Como resultados, o estudo registrou alterações populacionais relacionadas a razão sexual da espécie Pachygrapsus transversus nas áreas atingidas pelo óleo e no tamanho dos espécimes desta espécie nas áreas com impactos crônicos de pisoteio (Ponta Verde). Para Eriphia gonagra, por outro lado, foram encontrados espécimes oleados e com alterações morfológicas após o derramamento de óleo. As frequências de células micronucleadas de ambas as espécies aumentaram significativamente em todas as áreas afetadas. Os dados de contaminação de HPA e OCs estão fortemente relacionados com essas alterações genotóxicas e morfológicas, indicando que o derramamento de óleo em si, e os impactos crônicos como aporte de pesticidas organoclorados através de rios, ou até aspectos sinérgicos destes contaminantes com outros, podem causar efeitos subletais as espécies que vivem expostas a variados impactos antrópicos. Além de gerar subsídios para ações de educação ambiental e dados sobre como as ações humanas afetam os organismos marinhos, espera-se que estes resultados ajudem a compreender como as espécies reagem a estes e outros estresses ambientais, não só na costa brasileira, mas em todo o planeta.
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ANA KAROLINE DUARTE DOS SANTOS
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INTRUSÃO SALINA E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E ESTADO TRÓFICO EM UM ESTUÁRIO DE MACROMARÉ (RIO ITAPECURU – GOLFÃO MARANHENSE)
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Orientador : FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDO ANTONIO DO NASCIMENTO FEITOSA
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PEDRO AUGUSTO MENDES DE CASTRO MELO
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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MARCUS ANDRE SILVA
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MAURO DE MELO JÚNIOR
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ANDREA CHRISTINA GOMES DE AZEVEDO CUTRIM
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FLAVIA MARISA PRADO SALDANHA CORREA
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Data: 14/12/2022
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A intrusão da água do mar em ambientes costeiros é um fenômeno hidrológico natural que caracteriza a dinâmica estuarina. Esses sistemas são altamente sensíveis ao aos efeitos da elevação do nível do mar, constituindo uma das causas mais importantes da salinização, responsável por alterar os padrões ecológicos de distribuição e estrutura das comunidades. Este trabalho foi desenvolvido em um estuário de macromaré (rio Itapecuru), localizado na Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental, que está sob constante perturbação antrópica e salinização de suas águas. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a variabilidade espaço-temporal da comunidade fitoplanctônica e do estado geral de eutrofização em respostas as alterações ambientais promovidas pela intrusão salina. Para tanto, variáveis físicas, químicas e biológicas foram coletadas ao longo do continuum rio-estuário, e os dados foram analisados usando duas abordagens. A primeira foi baseada nos indicadores ambientais, biológicos e em seus traços funcionais. A segunda abordagem utilizou modelos de avaliação do estado trófico estuarino (ASSETS e TRIX) baseados no framework Pressão, Estado e Resposta (PSR), técnicas de modelagem e métodos não lineares. Como resultados, foram selecionados 76 indicadores de fitoplâncton, com base em suas características funcionais específicas e no valor do indicador (IndVal). Polymyxus coronalis foi selecionado como um bom indicador do limite de intrusão da água do mar e análises multivariadas revelaram alta dispersão de espécies entre os setores estuarinos governados por variações na salinidade, material particulado em suspensão, tamanho das células e silicato. A distribuição das espécies de água doce no setor superior foi correlacionada com baixos valores de nutrientes e salinidade. As espécies marinhas foram transportadas entre os setores médio e inferior em condições opostas. O modelo de Avaliação do Estado Trófico Estuarino (ASSETS) indicou que a eutrofização é sazonal e depende da variação climática. Os eventos de La Niña (2019–2020) contribuíram para as concentrações de clorofila- a (Cl-a>40 μg L −1) e ortofosfato (PID>0,04 mg L −1), principalmente durante os períodos de baixa vazão do rio. Os baixos níveis de oxigênio dissolvido (OD<3 mg L −1) e altas concentrações de clorofila-a na zona de água do mar indicam que a porção inferior do estuário foi a mais suscetível. Além disso, o modelo de floresta aleatória selecionou a salinidade, DIP e Cl-a como os principais estressores que intensificaram a eutrofização nos sistemas de macromarés. De acordo com a classificação final do ASSETS (pior-alto) para a próxima década (2021-2031), as principais estratégias planejadas devem ser reduzir as contribuições antrópicas e melhorar as condições tróficas na IRE. A partir desses resultados, as interações e previsões de efeitos eco-hidrológicos podem facilitar a caracterização de riscos futuros e a gestão de sistemas estuarinos de macromarés, considerando que a intrusão salina afetou negativamente a comunidade fitoplanctônica.
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