IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS BIOMARCADORES PARA INFECCIOSIDADE, PATOGENIA E TRANSMISSIBILIDADE DA COVID-19
Biomarcador. COVID-19. NSE. Neurodegeneração. S100B
Diferentes pesquisas investigam a associação dos sintomas induzidos pela contaminação pelo vírus SARS-CoV2 e as consequências ao metabolismo. Alguns dos sintomas da COVID-19 são leves, como tosse seca, febre, até quadros mais graves de pneumonia viral, com insuficiência respiratória aguda. É recorrente os relatos de casos da doença com manifestações neurológicas associadas como dor de cabeça, perda de olfato e paladar, confusão mental, dificuldade na concentração, encefalite, entre outros. Para abordagens mais complexas sobre as complicações neurológicas dessa doença destaca-se a análise de diversos biomarcadores descritos na literatura nos últimos anos como a proteína B de ligação ao cálcio (S100B) e enolase específica à neurônios (NSE). A NSE é uma enzima glicolítica localizada no citoplasma de células neurológicas e neuroendócrinas. Já a S100B é encontrada em células do sistema nervoso como os astrócitos, e possui um valor preditivo como biomarcador de algumas patologias neurais. Frente a isso, o presente estudo visou determinar os níveis sorológicos da S100B e NSE por Elisa em um grupo de 141 indivíduos para COVID-19 e 36 controles saudáveis e correlacionar com dados clínicos e demográficos dos grupos. Os grupos de estudo foram divididos entre o grupo controle (G1), indivíduos positivos para a COVID-19 que apresentaram apenas sintomas leves (G2) e os indivíduos positivos para COVID-19 que apresentaram um quadro respiratório agudo com necessidade de internação na UTI (G3). Foi visto que indivíduos do G3 obtiveram um aumento significativo da NSE e S100B quando comparados aos indivíduos dos grupos G2 e G1. Esses aumentos não tiveram correlação com os sintomas neurológicos (dor de cabeça, mialgia, anosmia, ageusia) e respiratório (dispneia) analisados. Indivíduos do sexo masculino apresentaram maiores valores para NSE, enquanto que valores da S100B aumentaram significativamente com a idade no grupo de positivos para COVID-19. Foi possível realizar um estudo de coorte segmentado com 23 desses pacientes positivos para COVID-19. O estudo de segmento apontou uma diminuição dos níveis da NSE em um período de 21 dias após a fase aguda da COVID-19.