Avaliação do Potencial do Receptor Solúvel da Oncostatina M como Biomarcador para a Esclerose Sistêmica
Esclerose Sistêmica; Oncostatina M; OSMR; Fibrose
A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune complexa que atinge o tecido conjuntivo e é caracterizada por danos na microvasculara, desregulação do sistema imunológico e fibrose de pele e órgãos internos. A oncostatina M (OSM) é um mediador químico pertencente à família da IL-6. O receptor solúvel da oncostatina M (OSMRs), assim como a OSM têm sido associados a processos inflamatórios, fibróticos, e a manifestações clínicas em pacientes com ES. Estudos preliminares do nosso grupo revelaram níveis séricos do OSMRs aumentados no soro e associação com úlceras digitais e comprometimento esofágico em pacientes com ES. Diante deste contexto, o presente estudo buscou investigar a associação do OSMR em pacientes com esclerose sistêmica. A avaliação da acurácia foi realizada com o soro de 59 pacientes com ES [383.810,00 ng/mL (IQR 142.143,00)], 50 com artrite reumatoide [AR, 172.543,00 ng/mL (IQR 84.053,00)], 64 com lúpus eritematoso sistêmico [LES, 195.971,00 ng/mL (IQR 79.951,00)], 29 com fibromialgia [FM, 328.360,00 ng/mL (IQR 136.200,00)], 43 com osteoartrite [OA, 293.160,00 ng/mL (IQR 128.800,00)], e 61 controles sadios [243.810,00 ng/mL (IQR 107.648,00)], na qual foi observado que os níveis do OSMRs se apresentaram maiores em pacientes com ES comparado com as demais doenças e o grupo controle (p<0,0001). A análise de curva ROC apresentou um valor para a área sob a curva (AUC) de 0,838 [p<0,0001; IC 95% (0,760 a 0,899)] para o OSMRs em comparação com o grupo controle sadio. A AUC dos níveis de OSMRs em ES frente as outras doenças avaliadas (AR, LES, FM e OA) não se mostraram estatisticamente significante. Com base em resultados anteriores, bem como nos recentes achados, sugerimos o OSMRs como possível biomarcador na ES. Mais testes estão sendo conduzidos para verificar o papel do OSMR na ES.