CONSTRUÇÃO DE PLATAFORMA IMUNOSSENSORA BASEADA EM NANOPARTÍCULA METÁLICA E POLÍMERO CONDUTOR PARA DETECÇÃO DE AFLATOXINA B1 EM ALIMENTOS
Imunossensor; NPsZnO, eletroquímica, aflatoxina B1
Aflatoxina B1 (AFB1), é uma micotoxina proveniente de metabolismo fúngico, sendo considerada potente agente carcinogênico, teratogênico, mutagênico e imunossupressor, que contamina principalmente o milho, amendoim, cereais antes ou após a colheita, e apresenta maior toxicidade quando comparada a outras micotoxinas. Os imunossensores eletroquímicos são biossensores que utilizam o sinal da biointeração entre antígeno e anticorpo. A construção de imunossensores é baseada em modificações químicas no eletrodo, através da formação de monocamadas automontadas (SAM), que tem por finalidade o favorecimento da transferência de elétrons, biocampatibilidade, sensibilidade e reprodutibilidade. O objetivo deste estudo foi o desenvolvimento de um imunossensor para detecção de AFB1 em alimentos, processo este caraterizado por meio da técnica eletroquímica de voltametria cíclica (VC) e espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE). Para o desenvolvimento deste sensor foi utilizado filme de poliaminotiofeno (PTAA), 1-[3-(dimetilamino) propil]-3-etilcarbodiimida (EDC), Nhidroxissuccinimida (NHS), nanopartícula de óxido de zinco (NPsZNO) e anticorpo anti-AFB1. Cada etapa de desenvolvimento do imunossensor foi caracterizada utilizando-se uma varredura de potencial de -0,2 a 0,7 V e velocidade de varredura de 50 mV.s-1 em solução de ferroferricianeto de potássio a 10mM (1:1). A plataforma imunossensora foi construída sobre a superfície de um eletrodo de ouro. Nas primeiras etapas da montagem, foram realizadas a eletropolimerização do filme de PTAA por meio da técnica de voltametria ciclíca e imobilização das nanopartículas de óxido de zinco (NPsZnO). Posteriormente, o anticorpo monoclonal antiaflatoxina B1 foi imobilizado quimicamente sobre o eletrodo por meio de acoplamento químico via glutaraldeído. A seguir, foram realizados ensaios de seletividade e sensibilidade com amostras de AFB1 (0,01 ng.mL-1 a 100 g/mL-1 ). Por meio das alterações no perfil voltamétrico e impedimétrico, foi possível caracterizar o comportamento eletroquímico do imunossensor. Inicialmente o eletrodo de ouro limpo demonstrou um comportamento eletroquímico limitado por difusão apresentando picos anódicos (Ipa) e catódicos (Ipc) bem definidos. Após a modificação do eletrodo com o filme de PTAA houve uma discreta diminuição das Ipa e Ipc. No entanto, a imobilização das NPsZnO, demonstrou um aumento na condutividade do eletrodo, característica essencial para visualização dos processos eletroquímicos de bioreconhecimento do biossensor. Foi comprovado o bioreconhecimento do biossensor ao seu analito através da modificação do Rct (Resistência a Transferência de Carga), refletido no aumento do diâmetro do semicírculo no EIE e queda da resposta amperométrica total do sistema; foram realizados também em amido de milho, o qual o sistema demonstrou-se com sensível a detecção. Portanto, o biodispositivo demonstrou ser uma ferramenta sensível e seletiva que pode favorecer a detecção de aflatoxina B1 em alimentos contaminados