A DEFESA DA LEVEDURA DEKKERA BRUXELLENSIS CONTRA ESTRESSE OXIDATIVO
estresse oxidativo. fermentação. nitrato. peróxido de hidrogênio. proteína quinase. tiorredoxina
A levedura Dekkera bruxellensis utilizada neste trabalho foi isolada do processo industrial de produção de etanol combustível. Desde então vem sendo estudada para se compreender os mecanismos celulares e moleculares de sua adaptação àquele ambiente, principalmente aquele relacionado com a tolerância a estresse. Em face do exposto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o mecanismo de defesa de D. bruxellensis contra estresse oxidativo usando peróxido de hidrogênio como modelo. Os resultados de concentração mínima inibitória e concentração mínima biocida mostraram que D. bruxellensis é mais sensível a estresse oxidativo do que Saccharomyces cerevisiae. Isso é decorrente da ausência de produção de proteínas sulfidriladas nas células cultivadas em glicose e amônio, que é não revertida pela adição de glutationa no meio de cultivo. Essas proteínas são produzidas quando a fonte de carbono é exclusivamente respirável, tornando as células resistentes. Os dados são corroborados pela indução dos genes GPX e SOD. Em nitrato, esse mecanismo de defesa é inibido, tornando as células novamente sensíveis. A ausência de indução de tolerância pela restrição calórica e pelo pré-tratamento com doses subletais indicou que não há sistema de indução de tolerância nessa levedura. Por fim, experimentos com o uso de inibidores das quinases das vias PKA e TOR, reguladoras do crescimento celular, revelaram que esse mecanismo de defesa antioxidante depende principalmente do mecanismo regulatório da via TOR e permitiram a proposição de um modelo regulatório ainda que preliminar sobre o controle do mecanismo de defesa antioxidante em D. bruxellensis dependente do sistema Sod-Gpx-tiorredoxina.