Fatores associados violência escolar e qualidade de vida em adolescentes
Adolescente. Violência. Escolas. Qualidade de vida. Enfermagem. Educação em saúde.
A violência vem ganhado espaço no meio escolar e se configurado com frequência no cotidiano de crianças e adolescentes, repercutindo em mudanças no desenvolvimento social, afetivo, afetivo-sexual, psicológico, comportamental, biológico e na qualidade de vida. O conceito de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) tem sido definido como um constructo multidimensional e subjetivo, passando a abranger como o indivíduo se sente em relação aos diversos domínios da sua vida. Relacionar a violência escolar à qualidade de vida pode beneficiar a atuação de enfermeiros e demais membros da equipe multidisciplinar, assim como à professores e ao corpo escolar, na elaboração de projetos voltados a uma educação em saúde focada nas vulnerabilidades dos subgrupos com maior exposição à violência escolar e com menor qualidade de vida. À face do exposto, o objetivo da presente pesquisa é avaliar os fatores associados entre violência escolar e a qualidade de vida relacionando-os à saúde de adolescentes em escolas públicas na cidade de Recife/PE. A metodologia é definida como um estudo transversal, do tipo quantitativo, realizado com adolescentes dos 15 aos 18 anos e matriculados em escolas públicas da cidade de Recife (Pernambuco). Para correlacionar os indicadores de qualidade de vida relacionada à saúde e violência escolar, foram aplicados o Kidscreen-52 e a Escala de Violência Escolar, como também um questionário sociodemográfico elaborado pela autora. A análise dos dados foi realizada através do SPSS versão 21.0, onde verificou-se que tanto vítimas quanto agressores de bullying evidenciaram comprometimento nos escores de qualidade de vida, relacionados a implicações negativas quanto aos sentimentos de autopercepção, autonomia, relação com os pais e ambiente escolar. Também foi possível identificar o envolvimento de professores/funcionários da escola como emissores de avaliação depreciativa ao adolescente, comprometendo as relações de vínculo entre o aluno e a escola. Os achados reforçam a necessidade de envolvimento tanto das vítimas, quanto dos perpetradores, família e comunidade escolar em ações educativas para o enfrentamento desta injúria, como estratégia possível para mobilizar uma conscientização crítica e promover uma cultura de paz.