Avaliação do Potencial Antimicrobiano do Extrato da casca de Spondias mombin L. (Cajá) e a incorporação em um dermocosmético de uso tópico
antimicrobiano; cajá; forma tópica; cosméticos
A busca por ativos com atividades profilática, curativa, paliativa para o tratamento de algumas enfermidades é uma prática antiga e que ainda hoje é muito utilizada pela humanidade, que através do uso das plantas medicinais as quais constituem importantes fontes de compostos bioativos e atualmente têm sido incorporadas em diversas formulações farmacêuticas seja na indústria ou nas farmácias magistrais. Várias plantas têm sido pesquisadas entre elas o Spondias mombin (cajá), essa espécie é pertencente à família Anacardiacea. Onde pesquisas mostram que a cajazeira apresenta atividade antimicobriana, e agentes microbicidas no geral, apresentando também atividades antiviral, antiparasitária e antiprotozoária. Sendo bastante promissor do ponto de vista medicinal. Sendo assim o presente trabalho avaliou o potencial antimicrobiano do extrato da casca do cajá. Onde a casca da planta foi coletada em altinho, Pernamabuco, pelo qual foram processadas e submetidas a maceração com utilização de solventes com polaridade crescente (hexano, acetato de etila e metanol), obtendo-se três extratos secos. O rendimento dos extratos foi calculado em percentual, levando em consideração a quantidade da droga vegetal seca pulverizada e o peso dos extratos secos. Os rendimentos foram de 0,23% para o extrato hexânico, 1,0% para o acetato de etila e 10,4% para o metanólico, na extração direta. Já na extração subsequente, os rendimentos foram de 7,9% para o acetato de etila e 35,2% para o metanólico, enquanto o extrato hexânico não teve rendimento para ser analisado. A atividade antimicrobiana dos extratos foi avaliada utilizando a técnica de Concentração Inibitória Mínima (CIM). O extrato metanólico apresentou os resultados mais significativos, com uma CIM de 256 µg/mL para Staphylococcus aureus ATCC 6538, Escherichia coli ATCC 8739 A e Pseudomonas aeruginosa ATCC 19429, demonstrando atividade moderadamente ativa contra esses microorganismos. Na análise quantitativa, o extrato de metanolico apresentou uma concentração de 427,23 ±5,51 mg EC/g de derivados fenolicos. Já o teor de taninos 104,88 ± 4,21 mg EC/g, e flavanoides foi de 57,69 ± 6,96 mg mg EEstg/g. Presume-se que ambos os metabólitos secundários atuam atividade biológica. Com esses dados fizemos a incorporação do extrato em uma preparação de uso tópico, na forma farmacêutica semisolida. Foram realizadas a incorporação do extrato em uma forma farmacêutica,seguindo os compêndios oficiais e as boas práticas de fabricação. O produto final apresentou resultados dentro das especificações de boas práticas de fabricação. No entanto, são necessários estudos adicionais para melhor caracterizar os compostos presentes no extrato e avaliar seu potencial terapêutico. Essas investigações podem fornecer informações importantes para o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos derivados do cajá.