ASSOCIAÇÃO ENTRE A CATASTROFIZAÇÃO DA DOR, QUALIDADE DE VIDA E CINESIOFOBIA EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO E QUADRIL: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Osteoartrite; Catastrofização da dor; Qualidade de vida; Cinesiofobia; Desempenho Físico Funcional.
Introdução: A osteoartrite de joelho e quadril possui alta prevalência mundial, sobretudo na população idosa. A dor é o principal sintoma, resultando frequentemente em prejuízos à qualidade de vida. Fatores psicossociais, tais como a catastrofização da dor e a cinesiofobia podem estar associados à sintomatologia dolorosa, influenciando os impactos da doença em diferentes aspectos. Objetivo: Investigar a associação entre catastrofização da dor, qualidade de vida, cinesiofobia, desempenho físico e nível de atividade física de indivíduos com osteoartrite de joelho e quadril. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado no Laboratório de Aprendizagem e Controle Motor (LACOM) e na Clínica-escola de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A amostra foi composta por indivíduos com diagnóstico autorrelatado de osteoartrite de joelho e/ou de quadril, de ambos os sexos, com idade a partir de 40 anos. Foram avaliados os seguintes desfechos: características sociodemográficas e clínicas [ficha de avaliação sociodemográfica e clínica]; catastrofização da dor [Escala de catastrofização da dor]; qualidade de vida [Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC)]; cinesiofobia [Escala TAMPA para Cinesiofobia]; nível de atividade física [Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) - versão curta]; desempenho físico [Short Physical Performance Battery (SPPB) e flexibilidade muscular pelo Teste de sentar e alcançar]. Os dados coletados foram armazenados e tabulados por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 28.0. Utilizou-se o teste de comparação de médias para comparar os grupos com e sem catastrofização clinicamente relevante quanto aos escores de qualidade de vida, cinesiofobia, desempenho físico, nível de atividade física e flexibilidade. O tamanho de efeito foi calculado através do d de Cohen. As variáveis que se associaram à catastrofização da dor no teste de comparação de médias foram incluídas em modelos de regressão linear, nos quais testou-se a catastrofização como variável preditora dos demais desfechos avaliados. Os resultados foram expressos com IC 95% e considerados estatisticamente significativos quando p<0,05. Resultados: A amostra foi composta por 39 indivíduos, com idade média de 67,08 (±10,25) anos, com predomínio de mulheres (92,3%), com sobrepeso (27,97 Kg/m²) e tempo de diagnóstico médio de osteoartrite de 8 anos. A catastrofização da dor clinicamente relevante (PCS>30) esteve presente em 20% da amostra e se associou a piores escores de qualidade de vida geral (d = 1,06), subitens dor (d = 0,82), rigidez (d = 1,24) e função física física do WOMAC (d = 1,17) e ainda a maiores níveis de cinesiofobia (d = 1,82). Os modelos de regressão linear confirmaram a catastrofização da dor como variável preditora da qualidade de vida (geral e por subitens do WOMAC) e da cinesiofobia (p <0,05). Conclusão: Piores escores de catastrofização da dor estiveram associados a piores índices de qualidade de vida e maior nível de cinesiofobia. A catastrofização não influenciou o desempenho físico nem o nível de atividade física de indivíduos com osteoartrite de joelho e quadril.