ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO FÍSICO COMO UMA ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DA FADIGA E DA DOR NA COVID LONGA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO
COVID Longa, Síndrome Pós-COVID-19 Aguda, Fadiga, Dor, Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua
ntrodução: mesmo após o fim da emergência de saúde pública global, a COVID-19 continua a influenciar a rotina de milhões de pessoas. Com o tempo, observou-se que a doença resultava em impactos substanciais na saúde geral de alguns indivíduos mesmo após o fim da infecção, sendo denominada de COVID longa. Dentre os diversos sintomas associados à COVID longa, a fadiga e a dor são condições frequentes que estão associadas a um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados. Considerando que o exercício físico e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS, do inglês Transcranial Direct Current Stimulation) são utilizados no controle desses sintomas, presume-se que possam representar também uma alternativa terapêutica para o manejo dos sintomas da COVID longa. Objetivo: investigar se a tDCS combinada com exercício físico é capaz de reduzir os sintomas de fadiga e/ou dor da COVID longa. Métodos: através de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, multicêntrico, pessoas com sintomas de fadiga e/ou dor decorrente da COVID longa serão randomizadas e alocadas em um dos seguintes grupos: tDCS associada ao exercício físico ou tDCS sham associada ao exercício físico. A tDCS (ânodo; 2 mA; 0,057 mA/cm²) será aplicada sobre córtex motor primário esquerdo durante o exercício físico em esteira estacionária por 30min. As intervenções serão aplicadas cinco vezes na semana ao longo de duas semanas. Para avaliar a eficácia do tratamento, serão utilizados a Modified Fatigue Impact Scale (MFIS) e o Inventário Breve de Dor, juntamente com a Escala Visual Analógica para medir, respectivamente, fadiga e dor como desfechos primários. Adicionalmente, serão considerados desfechos secundários a força muscular (medida pela força de preensão manual), a percepção subjetiva de esforço (avaliada pela escala modificada de BORG) e a capacidade funcional dos participantes (avaliada pelo teste de caminhada de 6 minutos). As avaliações ocorrerão antes das sessões de intervenção, após 72 horas (reavaliação) e 20 dias (follow-up) do término da intervenção. Resultados esperados: estima-se que a tDCS em conjunto com o exercício físico irá reduzir os sintomas de fadiga e/ou dor em pessoas com COVID-longa.