Pandemia do Covid-19 e o Padrão de Evolução das Disparidades Regionais de Renda no
Brasil: Evidências a Partir de Diferentes Fontes de Renda
pandemia, COVID-19, desigualdade regional, fontes de renda.
Há poucas dúvidas a respeito dos efeitos econômicos negativos associados à pandemia do COVID-
19 no Brasil (o PIB do país diminuiu cerca de 3,9% entre 2019 e 2020, por exemplo). No entanto,
muito pouco é conhecido a respeito do impacto desta calamidade de saúde na desigualdade regional
de renda brasileira. Com mais precários serviços de saúde, estados mais pobres apresentam-se
menos capacitados para lidar com efeitos da pandemia sobre a saúde dos trabalhadores. Por outro
lado, com economias mais formalizadas e baseadas nos serviços, estados ricos tendem a sentir
primeiramente efeitos de paralizações e do lockdown. A tais condicionantes, potenciais efeitos da
reação da política pública à pandemia também devem ser adicionados, uma vez que, por exemplo, o
Auxílio Emergencial implicou substancial e sem precedentes transferências de renda aos
necessitados. Utilizando informações da PNADC entre 2012 e 2022 e técnicas tradicionais de
decomposição de índices de desigualdade, este trabalho documenta e decompõe a dinâmica da
desigualdade regional de renda no Brasil a partir de diferentes fontes de renda das famílias durante
no período pre e pós pandemia. Os resultados indicam que a pandemia contribuiu de forma
importante para atenuar as disparidades regionais de renda no Brasil, sendo importante tanto a
reação da política pública como a dinâmica das fontes de renda de mercado.