RELAÇÃO DA DINÂMICA DA FLORAÇÃO E DO FLUXO POLÍNICO INTERESPECÍFICO ENTRE ESPÉCIES SINCRONOPÁTRICAS E ENANTIOSTÍLICAS DE CHAMAECRISTA MOENCH. (LEGUMINOSAE)
Fluxo polínico, funcionalidade morfológica, fenologia; polinização interespecífica.
Compreender a diversificação sexual nas plantas é um tema emergente na ecologia da polinização, especialmente para espécies que necessitam de cruzamentos intermorfos. Nós investigamos a relação da dinâmica da floração e com o fluxo de pólen intra e interespecífico nas espécies monomórficas Chamaecrista diphylla, C. flexuosa, C. ramosa e C. rotundifolia (Leguminosae). No capítulo 1, a fenologia foi amostrada durante o período (2019/2020). A contagem das flores com estilete voltado para a direita (D) e esquerda (E) em 40 indivíduos/espécie. Os indivíduos foram categorizados: funcionalmente direito (FD); funcionalmente esquerdo (FE) e, funcionalmente recíproco (REC), para representar a sequência temporal dos morfos. A isopletia e a sobreposição da floração foram confirmadas, embora indivíduos possam se comportar como anisopléticos durante os dias intercalados (exceto para C. ramosa). No capítulo 2, esperávamos que a deposição de pólen heteroespecífico reduzisse a formação dos frutos. Realizamos cruzamentos bidirecionais com mix de pólen: [pólen coespecífico (CP) + pólen heteroespecífico (HP)]. Sendo, a) 30% PC + 70% HP; b) 70%PC+30% HP. A polinização natural e a polinização manual (autopólen CP) foram acompanhadas. Os resultados indicam alta compatibilidade entre os quatro táxons, evidenciando que não existe um forte isolamento reprodutivo prézigótico. Entretanto, a morfologia floral favorece o fluxo de pólen direcionado entre os morfos, pois a deposição e captura de pólen é feita para lados opostos no polinizador, potencializando o fluxo de pólen legítimo e evitando o desperdício.