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Dissertações |
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ANA LUCIA GONCALVES DA SILVA
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O papel da hibridização natural na complexidade sistemática de Cenostigma (Leguminosae): fluxo gênico entre C. laxiflorum e C. microphyllum revelado por SSRs e morfometria
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Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA PEDROSA HARAND
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CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
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RODRIGO CESAR GONCALVES DE OLIVEIRA
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Data: 30/01/2024
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A hibridação pode contribuir para especiação e adaptação de espécies, embora torne complexa sua taxonomia. O gênero Cenostigma apresenta baixa resolução filogenética, devido à sua origem recente e/ou à ocorrência de híbridos. A hipótese de hibridização é sustentada pela observação de indivíduos com morfologia intermediária entre espécies simpátricas no Nordeste do Brasil, e corroborada entre C. microphyllum e C. pyramidale por uma análise molecular. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a abrangência dos eventos de hibridação no gênero, testando a ocorrência de híbridos naturais entre C. laxiflorum e C. microphyllum. Foram coletados de dois a 14 indivíduos de 11 populações em áreas de distribuição natural dessas espécies. Análises morfométricas e moleculares de locos plastidiais (cpSSR) e nucleares (nuSSR) de microssatélites foram realizadas. A análise morfométrica revelou ampla plasticidade nos tamanhos dos folíolos nas populações simpáticas. Os alelos cpSSR definiram 11 haplótipos que apresentaram uma estruturação geográfica compatível a das populações analisadas, sugerindo haplótipos espécie-específicos. A análise dos nuSSRs revelou estruturação das populações em dois grupos genéticos relativo às duas espécies. No entanto, as populações intermediárias apresentaram indivíduos geneticamente relacionados à C. microphyllum, e indivíduos possivelmente híbridos também foram observados em populações alopátricas. As análises sugerem a ocorrência de hibridização entre as duas espécies, contribuindo para a baixa diferenciação morfológica entre elas.
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A hibridação pode contribuir para especiação e adaptação de espécies , embora torne complexa sua taxonomia. O gênero Cenostigma apresenta baixa resolução filogenética, devido à sua origem recente e/ou à ocorrência de híbridos. A hipótese de hibridização é sustentada pela observação de indivíduos com morfologia intermediária entre espécies simpátricas no Nordeste do Brasil, e corroborada entre C. microphyllum e C. pyramidale por uma análise molecular. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a abrangência dos eventos de hibridação no gênero, testando a ocorrência de híbridos naturais entre C. laxiflorum e C. microphyllum. Foram coletados de dois a 14 indivíduos de 11 populações em áreas de distribuição natural dessas espécies. Análises de locos cpSSR, nuSSR e morfométricas foram realizadas. A análise morfométrica revelou ampla plasticidade nos tamanhos dos folíolos nas populações simpátricas. Os alelos observados nos locos cpSSR permitiram a identificação de 11 haplótipos que apresentaram uma estruturação geográfica compatível a das populações analisadas, indicando haplótipos espécie-específicos. Já com relação aos dados nucleares, foi possível observar uma clara diferenciação entre as populações analisadas. No entanto, o índice elevado de dados faltantes para dois dos quatro nuSSR analisados até o momento influenciou os índices de diversidade. A hipótese de hibridação inferida aqui deverá ser testada pela ampliação da análise de SSRs nucleares, que permitirá uma melhor elucidação da história evolutiva e fluxo gênico recente desse complexo grupo de espécies do gênero.
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VITÓRIA DA FONSECA DIAS
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Sinais florais e biologia reprodutiva na bromélia Cryptanthus bahianus: néctar ou perfume como recurso?
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Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS EDUARDO PEREIRA NUNES
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ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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JOSÉ ALVES DE SIQUEIRA FILHO
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Data: 21/02/2024
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Flores de perfume ofertam a polinizadores especializados odores como recurso, já constatadas em algumas poucas espécies de Cryptanthus (Bromeliaceae). Nesta dissertação investigamos se C. bahianus também se enquadraria como flor de perfume, analisando sua biologia floral e interação com polinizadores. Em populações naturais, indivíduos foram marcados para a realização de protocolos usuais em biologia reprodutiva, observações para registro da frequência e do comportamento dos visitantes florais, análises de reflectância, bem como extrações para análises químicas de voláteis florais. As flores de C. bahianus são diurnas, abrindo às 5:00h, quando já se observa produção de néctar. Há dois tipos de flores, estaminadas e hermafroditas, caracterizando andromonoicia, havendo diferença significativa em relação à morfometria das estruturas comuns nos dois tipos. A análise química do odor floral revelou que álcool benzílico, (Z) e (E)-3-Metil-4-ácido decenóico foram os compostos majoritários. Abelhas e várias espécies de borboletas foram observadas nas flores em busca de néctar. Embora tenham sido observados machos de Euglossini, estes não apresentaram o comportamento estereotipado de coleta de perfume floral, diferente do observado nas espécies de Cryptanthus já estudadas, muito provavelmente devido a inexistência, em C. bahianus, de compostos responsáveis pela mediação dessa prática. Concluímos, portanto, que C. bahianus oferece apenas néctar como recurso e abordamos no trabalho uma possível evolução da síndrome de flores de perfume no gênero, a partir de espécies filogeneticamente mais basais e generalistas como C. bahianus.
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Flores de perfume são caracterizadas por ofertarem a polinizadores especializados odores como recurso, mecanismo esse que já foi constatado em alguns representantes do gênero Cryptanthus (Bromeliaceae). Nesse trabalho, portanto, C. bahianus foi escolhida como modelo para investigar a biologia floral, o sistema de polinização e verificar se essa espécie também ofertaria odor floral como recurso. Em populações naturais, indivíduos foram marcados para a realização de protocolos de biologia floral e reprodutiva, com observações para registro da frequência e do comportamento dos visitantes florais, bem como para fazer extrações nas flores para análise química. As flores de C. bahianus são diurnas, abrindo às 5:00h, quando já se observa produção de néctar. Há dois tipos de flores, estaminadas e hermafroditas, caracterizando andromonoicia, sendo observada uma diferença significativa com relação a morfometria das estruturas comuns nos dois tipos. Evidenciou-se conservação nos atributos florais de C. bahianus quando comparado a outros representantes do gênero. Abelhas e várias espécies de borboletas foram observadas nas flores em busca de néctar, único recurso floral. Embora tenham sido observados machos de euglossine, estes não apresentaram o comportamento estereotipado de coleta de perfume floral, diferente do observado em outras espécies do gênero. Finalmente, conforme estudos filogenéticos para gênero observou-se que C. bahianus é mais basal de em relação a outras espécies do gênero que produzem perfume floral como recompensa, sugerindo que sistemas generalistas são ancestrais no grupo.
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KAMILA ERMINA FELIX DA SILVA
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INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE CAPRINOS SOBRE A FENOLOGIA REPRODUTIVA DE DUAS ESPÉCIES DE LEGUMINOSAE EM UMA FLORESTA SECA DE CAATINGA NO BRASIL
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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DAVID JOSE DOS SANTOS
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MARCELO TABARELLI
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Data: 22/02/2024
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A presença de grandes herbívoros em florestas secas pode comprometer, em termos populacionais, o crescimento de plântulas, a fenologia e o sucesso reprodutivo de plantas, entre outros processos vitais. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da presença de caprinos sobre a fenologia reprodutiva de duas espécies de Leguminosae em área de floresta seca de Caatinga. Testamos a hipótese de que a presença dos caprinos teria efeitos sobre o padrão e sincronia de floração e frutificação em Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum em área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, nordeste do Brasil. Foram acompanhados 30 indivíduos de cada espécie distribuídos em seis parcelas de livre acesso e seis sem a presença dos caprinos, totalizando 120 indivíduos, para o acompanhamento mensal da fenologia reprodutiva, durante 12 meses (agosto/2022 a julho/2023). As duas espécies apresentaram padrão de floração subanual tanto nas parcelas de livre acesso, como nas parcelas sem caprinos. A frutificação de P. moniliformis também foi subanual, enquanto C. microphyllum apresentou o padrão anual. A sincronia dos eventos (floração e frutificação) foi baixa para todos os indivíduos acompanhados. Estatisticamente, nossos resultados mostraram que não existe diferença significativa entre o padrão encontrado nas duas espécies nas parcelas de livre e parcelas sem caprinos. Essa similaridade no padrão de floração e frutificação, pode ser explicada pela resiliência que as espécies estudadas têm em relação às perturbações, bem como a sazonalidade que espécies adaptadas a ambientes semiáridos apresentam.
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A herbivoria pode comprometer, em termos populacionais, o crescimento de plântulas, a fenologia e o sucesso reprodutivo de plantas, entre outros processos vitais. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da herbivoria por caprinos sobre a fenologia reprodutiva e interação planta-polinizador em duas espécies de Leguminosae em área de floresta seca de Caatinga. Testamos a hipótese de que a herbivoria teria efeitos sobre o padrão de floração e frutificação e sobre a interação planta-polinizador em Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum em área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, nordeste do Brasil. Foram marcados 30 indivíduos de cada espécie distribuídos em seis parcelas com e seis sem a presença de caprinos, totalizando 120 indivíduos, para o acompanhamento mensal da fenologia reprodutiva (floração e frutificação) durante 12 meses (agosto/2022 a julho/2023). Nossos resultados mostraram que o período de floração e frutificação não diferiu entre os tratamentos para ambas as espécies, os dados para frequência de visitantes florais estão em fase de coleta. A similaridade no padrão de floração e frutificação pode ser explicado pela sazonalidade que espécies adaptadas a florestas secas apresentam. Dessa forma, a herbivoria de caprinos não interfere no padrão fenológico de P. moniliformis e C. microphyllum, no entanto dados coletados por nossa equipe demostraram que o sucesso reprodutivo de P. moniliformis é maior nas áreas com a presença de caprinos, dessa forma podemos inferir que a herbivoria desempenhada por estes animais atua de forma complexa sobre populações de plantas lenhosas em florestas secas.
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GABRIELA FERREIRA PACHÊCO
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Efeitos da criação extensiva de caprinos sobre as interações e o serviço de proteção anti-herbivoria promovido por formigas a plantas com nectários extraflorais
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Orientador : INARA ROBERTA LEAL
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MEMBROS DA BANCA :
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ANSELMO NOGUEIRA
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INARA ROBERTA LEAL
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ROBERTH FAGUNDES DE SOUZA
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Data: 23/02/2024
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A criação extensiva de caprinos é uma das atividades mais praticadas e uma das principais fontes de renda em florestas secas, podendo resultar em cascatas ecológicas com consequências para a manutenção de serviços ecossistêmicos. O objetivo desta dissertação foi investigar o impacto da criação extensiva de caprinos nas interações entre formigas e plantas com nectários extraflorais (NEFs) e no serviço de proteção contra insetos herbívoros mediados pela produção de néctar extrafloral na Caatinga. Utilizamos um experimento pareado de longo prazo com parcelas de exclusão e de livre acesso de caprinos nos quais avaliamos atributos dos NEFs e do néctar extrafloral, interações, formigas visitantes dos NEFs, efetividade da proteção promovida por formigas e dano foliar causado por insetos herbívorosem indivíduos de Pityrocarpa moniliformis. No geral, não encontramos diferenças em relação aos atributos dos NEFs e do néctar extrafloral, no entanto, encontramos evidências de que a exclusão de caprinos resultou em um número maior de interações entre formigas e NEFs no tratamento de exclusão de caprinos. Contudo, o maior número de interações não resultou no aumento da efetividade de proteção anti-herbivoria ou na redução do dano foliar causado por insetos herbívoros. Nossos resultados sugerem que a exclusão de caprinos no longo prazo permite a recuperação das interações entre formigas e NEFs, mas não influencia na efetividade do serviço de proteção promovido por formigas a plantas com NEFs.
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A criação extensiva de caprinos é uma das principais fontes de renda no semiárido que mais impactam a Caatinga podendo influenciar interações mutualísticas de proteção entre formigas e plantas com nectários extraflorais (NEF’s) através da indução da produção do néctar como forma de aumento de defesa de plantas. Neste estudo, examinamos como a criação extensiva de caprinos impacta este serviço de proteção. Em um experimento de exclusão pareado estabelecido há nove anos com 14 parcelas – 7 com exclusão e 7 com livre acesso de caprinos – foram avaliados: (1) a produção e a qualidade do néctar extrafloral e (2) o tamanho dos NEF’s, (3) o número de interações entre formigas e NEF’s, e (4) a efetividade da proteção utilizando como modelo indivíduos de plantas da espécie Pityrocarpa moniliformis. Contrariamente às nossas expectativas, não encontramos diferenças significativas entre os tratamentos de exclusão e livre acesso de caprinos. Estes resultados sugerem que caprinos não impactam os serviços de proteção promovido por formigas a plantas de P. moniliformis. Propomos que estes resultados podem ser consequência da alta adaptabilidade da P. moniliformis a ambientes perturbados, além da sazonalidade e intercorrência do pastoreio de caprinos que poderia conferir tempo suficiente de recuperação para as plantas não causando impactos nestas interações. Concluímos que o pastejo de caprinos pode ter pouco/nenhum impacto sobre interações entre plantas e formigas na Caatinga e pode ser gerido de forma sustentável.
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THAIS CAROLINE DE MACEDO ANDRADE
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REDE DE INTERAÇÕES ENTRE POLINIZADORES E LEGUMINOSAE ARBÓREAS E MELITÓFILAS OCORRENTES EM ECOSSISTEMAS URBANOS DO RECIFE
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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DANIELE REGINA PARIZOTTO
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OSWALDO CRUZ NETO
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Data: 23/02/2024
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A urbanização altera inúmeros fatores ambientais e biológicos, entre eles as interações ecológicas entre plantas e animais. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da urbanização nas redes de interações entre Leguminosae melitófilas e seus visitantes florais. Especificamente, investigamos como a urbanização e o tamanho da área verde afetam as métricas de rede: índice de especialização (H2’), índice de especialização (d’); generalidade ponderada (Gw), vulnerabilidade ponderada (Vw) e uniformidade da interação (IE), assim como o número de interações e diversidade efetiva de visitantes florais. O estudo foi realizado em espaços verdes urbanos de Recife, com 10 espécies de Leguminosae. Foram realizadas cerca de 15hs de observação para cada espécie, em cada local. Os resultados mostraram que a urbanização diminui o número de interações e que o tamanho da área verde favorece o aumento no número de interações, assim como a generalidade da rede e quando avaliada apenas a rede com espécies de Leguminosae exóticas, o tamanho da área verde favoreceu a diversidade de visitantes florais. Além disso, espécies nativas apresentaram maior especialização que espécies exóticas. A manutenção e conservação das populações de abelhas nos ecossistemas urbanos é imprescindível não só para a biodiversidade local, mas também para a polinização da agricultura urbana. Em conclusão, reforçamos que a utilização da abordagem de redes de interações é importante para entender a estrutura e dinâmica dos sistemas ecológicos em áreas urbanas.
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A urbanização altera inúmeros fatores ambientais e biológicos, entre eles as interações ecológicas entre plantas e animais. O objetivo desta dissertação foi caracterizar a rede de interação entre árvores da família Leguminosae que apresentam sistema de polinização por abelhas e os seus visitantes florais em áreas verdes urbanas e avaliar o efeito da urbanização e tamanho da área sobre as métricas de rede. O estudo foi realizado em espaços verdes urbanos do Recife, com dez espécies de Leguminosae. Foram realizadas ca. de 15hs de observação para cada espécie, em cada local de estudo. As áreas verdes urbanas foram vetorizadas considerando a presença e área de cobertura vegetal e superfícies impermeáveis; sua representatividade (%) em cada célula foi estabelecida para obter o índice de urbanização de cada local de estudo através de uma PCA. O artigo investigou como a rede de interação entre planta-visitante floral está caracterizada e como a urbanização e o tamanho da área afetam as métricas de rede e o número de interações. Os resultados mostraram que a urbanização diminui o número de interações entre Leguminosae arbóreas e visitantes florais em áreas verdes urbanas e que o tamanho da área verde favorece o aumento no número de interações. Nosso estudo sugere que as áreas verdes urbanas apresentam um enorme potencial para a conservação de abelhas, sendo capazes de contribuir com a manutenção da biodiversidade local.
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MIKAEL ALVES DE CASTRO
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DA DISPERSÃO À PROTEÇÃO DE SEMENTES: IMPACTO DE CAPRINOS NAS INTERAÇÕES ENTRE FORMIGAS E PLANTAS EM UMA FLORESTA SECA DE CAATINGA
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Orientador : INARA ROBERTA LEAL
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MEMBROS DA BANCA :
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INARA ROBERTA LEAL
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LAYS KLÉCIA SILVA LINS
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MARCELO TABARELLI
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Data: 23/02/2024
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O pastoreio extensivo de animais domésticos é uma prática comum e importante em todo o globo, mas impõe impactos significativos em vários grupos de organismos e níveis de organização biológica devido ao consumo da vegetação e pisoteio do solo. Essa dissertação aborda impactos da criação extensiva de caprinos na Caatinga quanto à dispersão e proteção de sementes mediadas por formigas. Realizamos experimentos em parcelas com e sem a presença de caprinos, avaliando as interações entre formigas e sementes de Jatropha mutabilis e Commiphora leptophloeos, incluindo consumo do elaiossomo, taxa e distância de remoção, destino das sementes. Avaliamos também abundância e viabilidade das sementes em ninhos de Dinoponera quadriceps e arredores (controle). O pastejo caprino afetou negativamente a taxa de remoção das sementes de C. leptophloeos, com maiores distâncias de remoção para os ninhos de D. quadriceps em áreas de exclusão. D. quadriceps apresentou os maiores números de interação e taxas de remoção de sementes, atingindo distâncias de até 30 metros. Enquanto a abundância de sementes nos ninhos de D. quadriceps e arredores foi semelhante, a viabilidade foi negativamente impactada pela presença caprina. Esses resultados sugerem que a criação extensiva de caprinos pode influenciar a regeneração da vegetação, reduzindo as chances de sementes serem removidas de baixo da planta-mãe e germinarem em locais favoráveis para novos recrutamentos. Esse efeito dificulta a regeneração das florestas secas em ambientes modificados pela ação humana.
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A criação extensiva de animais domésticos é muito comum e importante para muitas famílias em todo o globo. No entanto, taxas de lotação mais altas que o recomendado, como observado na Caatinga, podem impactar solo e vegetação, e essas alterações podem culminar com efeitos negativos sobre a comunidade de animais e suas interações ecológicas mutualísticas com plantas. Essa dissertação aborda os efeitos da criação extensiva de caprinos na Caatinga em relação a dispersão e proteção de sementes mediadas por formigas. Utilizamos um experimento de exclusão estabelecido em 2015, como parte do Projeto Ecológico de Longa Duração PELD Catimbau, no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. O estudo foi conduzido em 14 pares de parcelas (20 X 20m), cada par constituído por uma parcela cercada com arame, impedindo a entrada dos caprinos, e outra com o livre acesso destes animais. Avaliamos interações totais, consumo do elaiossomo, taxa e distância de remoção, bem como o destino de sementes de Jatropha mutabilis e Commiphora leptophloeos. Avaliamos também a abundância e viabilidade das sementes em ninhos de Dinoponera quadriceps e áreas controle distantes dos ninhos. A criação extensiva de caprinos afetou negativamente a taxa de remoção das sementes de C. leptophloeos e a distância da remoção foi significativamente maior para os ninhos de D. quadriceps em áreas de exclusão de caprinos. Já para J. mutabilis foram observadas diferenças, apenas nas interações totais, maiores nas áreas de exclusão, não havendo alterações nos demais mecanismos estudados. A formiga D. quadriceps apresentou o maior número de interações e taxas de remoção de sementes, alcançando distâncias que chegaram até 30 metros. Além disso, a disponibilidade e a viabilidade de sementes em ninhos de D. quadriceps e nos arredores, parece ser negativamente afetada pelo livre acesso dos caprinos. Nossos resultados indicam que a criação extensiva de caprinos pode influenciar negativamente a dispersão de sementes de uma espécie ornitocórica, enquanto praticamente não influencia a interação das formigas com sementes mirmecocóricas. A disponibilidade e viabilidade de sementes em ninhos de D. quadriceps e arredores também é impactada pelos caprinos. Esses resultados indicam que a criação extensiva de caprinos pode afetar negativamente a regeneração da vegetação, uma vez que as chances de uma semente ser removida debaixo da planta-mãe e germinar em locais favoráveis para o recrutamento de novos indivíduos são reduzidas com o pastejo destes animais, retardando a regeneração de florestas secas em ambientes modificados pela ação humana.
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ANNA CRISTINA FERREIRA DE ARAUJO
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AVALIAÇÃO ATUAL E FUTURA DA DISTRIBUIÇÃO E ESTRUTURA FUNCIONAL DE MUSGOS (BRYOPHYTA) ENDÊMICOS DA FLORESTA ATLÂNTICA
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Orientador : KATIA CAVALCANTI PORTO
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MEMBROS DA BANCA :
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MERCIA PATRICIA PEREIRA SILVA
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NIVEA DIAS DOS SANTOS
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OSWALDO CRUZ NETO
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Data: 26/02/2024
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Espécies endêmicas apresentam uma distribuição limitada e, consequentemente, apresentam nicho ecológico restrito. Assim, pequenas alterações ambientais afetam essas comunidades, impactando negativamente tanto a distribuição das espécies quanto sua estrutura funcional. Devido à alta representatividade de musgos endêmicos na Floresta Atlântica e sua sensibilidade a alterações ambientais, esta dissertação objetiva: determinar áreas com maior riqueza e diversidade funcional de musgos endêmicos deste Domínio; verificar se as áreas de endemismo de musgos são consistentes com centros de endemismo anteriores descritos na literatura; avaliar se o atual sistema de rede de áreas protegidas na Floresta Atlântica é eficaz na conservação de musgos endêmicos (Capítulo I); e avaliar como os atributos das espécies deste Domínio fitogeográfico respondem a longo prazo, frente às mudanças climáticas (Capítulo II). A riqueza de espécies, divergência e equidade funcional apresentaram relação positiva com a latitude. Todas as áreas consensuais de endemismo foram registradas na região Sudeste. Cento e onze Unidades de Conservação (11%) se sobrepuseram com áreas de endemismo. Comparado com o cenário atual, a área de adequabilidade ambiental >50% de todas as entidades funcionais irá aumentar no futuro, tanto para o cenário otimista quanto para o pessimista, apesar de não haver diferença significativa. O entendimento dos padrões de distribuição e diversidade funcional de musgos endêmicos da Floresta Atlântica, no tempo atual e futuro, está relacionado a um conjunto de fatores ambientais e de uso da terra no Brasil.
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Espécies endêmicas apresentam uma distribuição limitada e, consequentemente, tendem a apresentar nicho ecológico mais restrito. Assim, até pequenas alterações ambientais são capazes de afetar essas comunidades, impactando negativamente tanto a distribuição das espécies quanto sua estrutura funcional. Devido a alta representatividade de musgos endêmicos na Floresta Atlântica e sua comprovada sensibilidade a alterações ambientais, este trabalho objetiva: 1) avaliar como os atributos das espécies deste Domínio fitogeográfico respondem a longo prazo, frente às mudanças climáticas; 2) determinar áreas com maior riqueza e diversidade funcional de musgos endêmicos deste Domínio; 3) verificar se as áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica são consistentes com centros de endemismo anteriores descritos na literatura; e 4) avaliar se o atual sistema de rede de áreas protegidas na Mata Atlântica é eficaz na conservação de musgos endêmicos. Análises de modelagem de distribuição potencial foram baseadas na ocorrência dos atributos funcionais das espécies. Comparado com o cenário atual, a área de adequabilidade ambiental de todos os traços observados irá aumentar no futuro, tanto para o cenário otimista quanto para o pessimista. A riqueza de espécies, divergência funcional e equidade funcional apresentaram relação positiva com a latitude. Nenhuma área consensual de endemismo foi evidenciada para as regiões Central e Nordeste da Floresta Atlântica. Além disso, cento e onze Unidades de Conservação se sobrepuseram em áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica.
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WANESSA SILVA DE CARVALHO
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MORFOLOGIA RADICULAR E ALOCAÇÃO DE CARBOIDRATOS EM UMA ESPÉCIE LENHOSA NATIVA DE FLORESTA SECA SOB DEFICIÊNCIA HÍDRICA
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Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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HIRAM MARINHO FALCAO
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MARCUS VINÍCIUS LOSS SPERANDIO
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MAURO GUIDA DOS SANTOS
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Data: 26/02/2024
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Para as espécies lenhosas decíduas nativas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS), o sistema radicular apresenta grande importância, sendo importante entender as características morfológicas da raiz sob contextos de seca e a relação com o armazenamento de CNEs. Logo, o objetivo do estudo consistiu em avaliar a relação entre a morfologia radicular, alocação e reserva de CNEs radiculares e o efeito de eventos recorrentes de déficit hídrico, usando a Cenostigma microphyllum. As plantas foram submetidas a três tratamentos: Controle, Seca Posterior (SP) – cinco meses com rega normal e depois suspensão total de rega e Seca Crônica (SC) regado a cada quinze dias e depois suspensão total de água. Na coleta 1, foram feitas medidas e coletas para Conteúdo Hídrico Relativo (CHR), condutância estomática (gs), bioquímica de todos os tecidos, umidade do solo, crescimento e biomassa. Tais análises essas repetidas na coleta 2, junto com coletas para análise da morfologia radicular. Após isso, as plantas foram reidratadas para a coleta 3, sendo coletadas para as mesmas análises citadas anteriormente, exceto morfologia radicular. Os tratamentos SP e SC apresentaram a tendência de: 1) priorização de alocação de carboidratos para as raízes grossas de >2mm; 2) Diminuição da concentração total de carboidratos da primeira para a terceira coleta, mesmo com as mesmas estando reidratadas na última coleta; 3) Raízes com o tecido radicular mais denso. A SC em específico, apresentou um CHR mais eficiente, porém, desde a primeira coleta já apresentava uma concentração menor quando comparado com o SP e Controle.
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Espécies lenhosas decíduas nativas da Caatinga, uma Floresta Tropical Sazonalmente Seca (FTSS) tem alta capacidade de manter a produção de Carboidratos Não Estruturais (CNEs) mesmo sob déficit hídrico, proporcionando o armazenamento desses carboidratos nas raízes. Assim como, morfologicamente, as raízes finas podem representar uma estratégia viável para aumentar a área de superfície no solo. Logo, o sistema radicular apresenta grande importância para espécies lenhosas decíduas, sendo importante entender as características morfológicas da raiz sob contextos de seca e a relação com o armazenamento de CNEs. Logo, o objetivo do trabalho consistiu em avaliar como a morfologia radicular influenciam na alocação de CNEs em Cenostigma microphyllum, espécie endêmica em uma FTSS. As plantas foram submetidas a três tratamentos: Controle, Seca Posterior (SP) – cinco meses com rega normal e depois suspensão total de rega e Seca Crônica (SC) regado a cada quinze dias e depois suspensão total de água. Na coleta 1, foram feitas medidas e coletas para Conteúdo Hídrico Relativo (CHR), condutância estomática (gs), bioquímica (foliar, caulinar e radicular), umidade do solo, crescimento e biomassa. Tais análises essas repetidas na coleta 2, junto com coletas para análise da morfologia radicular. Após isso, as plantas foram reidratadas para a coleta 3, sendo coletadas para as mesmas análises citadas anteriormente, exceto morfologia radicular. Os tratamentos SP e SC apresentaram algumas respostas ‘clássicas’ de tolerância a seca, como redução do CHR, gs e crescimento. Como também, apresentou reduções no Comprimento Específico de Raiz (CER), Área Superficial radicular (AS) e Densidade do Tecido radicular (DT) maiores. Períodos sucessivos de seca (SC) em C. microphyllum trazem algumas respostas diferentes ao déficit hídrico total (1ª e 2ª coleta), como uma redução mais eficiente do CHR, um maior diâmetro médio das raízes finas e manutenção de AST e amido não somente nas raízes grossas, como também, nas raízes finas, apontando que eventos de seca prévios podem possibilitar a planta à adquirir uma aclimatação prévia ao estresse.
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NATALIA MARIA DE SOUZA CASTRO
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O PAPEL DO AMBIENTE NA DIVERSIFICAÇÃO GENÔMICA DE ESPÉCIES DO GÊNERO Erythrostemon (Klotzsch) Gagnon & G.P. Lewis (Leguminosae)
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Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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UEDSON PEREIRA JACOBINA
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LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
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TIAGO RIBEIRO BARROS DOS SANTOS
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Data: 27/02/2024
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A complexa interação genoma-ambiente é um tópico intrigante da biologia evolutiva. Para discutir isso utilizamos duas abordagens: (capítulo 1) uma revisão teórica e metodológica de ecologia do genoma; (capítulo 2) estabelecimento do gênero Erythrostemon (Leguminosae) como um modelo para discutir a interação genoma ambiente. Para o capítulo 1 são apresentadas as principais métricas ecológicas aplicáveis em análises genômicas comparativas dos elementos repetitivos. Para o capítulo 2 realizamos um estudo de caso, com uma análise repeatomica comparativa de 18 espécies de Erythrostemon. Detectamos uma heterogeneidade na composição dos repeatomas, com alta abundância do elemento transponível (TE) LTR Ty3/gypsy Tekay e de DNAs satélite, nas espécies da América do Sul e Mesoamérica (subclado MA-stricto sensu), respectivamente. Nossos dados revelam que a abundância de LTRs apresentou correlação inversa com a abundância de DNAsat, assim como demonstrado em outros grupos de plantas. Historicamente, o subclado MA-stricto sensu apresentou uma forte diferenciação genômica (expansão dos DNAsat e retração dos Tekay) associada à colonização da América Central há 20 milhões. Ecologicamente, detectamos que os elementos Tekay apresentam uma alta correlação com a variável ecológica de temperatura mínima do mês mais frio. Isso sugere que a interação genoma-ambiente pode ter atuado ativamente na diferenciação desses genomas desde a origem do gênero. Considerando o protagonismo dos elementos Tekay nos genomas de Erythrostemon, hipotetizamos que ele pode ser o principal responsável pelas correlações genoma-ambiente previamente descritas no grupo Caesalpinia.
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A complexa interação entre genomas e ambiente é um tópico intrigante da biologia evolutiva. Para discutir isso utilizamos duas abordagens: (capítulo 1) uma revisão teórica e metodológica de ecologia do genoma; (capítulo 2) estabelecimento do gênero Erythrostemon (Leguminosae) como um modelo para discutir a interação genoma-ambiente, dada sua origem antiga (~33 milhões de anos), conservadorismo de nicho, diversidade (31 espécies) e distribuição disjunta. Para o capítulo 1 são apresentadas as principais métricas ecológicas viáveis para uma análise genômica comparativa, com foco em índices de riqueza/diversidade e sinal filogenético dos elementos repetitivos. Para o capítulo 2 realizamos uma análise repeatomica comparativa de 11 espécies de Erythrostemon. A composição dos repeatomas foi diversa, com alta abundância do elemento transponível (TE) Ty3/gypsy-Tekay e DNA satélite, nas espécies da América do Sul e Mesoamérica, respectivamente. Os clados Sul- e Mesoamericanos puderam ser discriminados a partir de diferentes abordagens (PcoA e filogenia de abundância de repeats). A β-diversidade foi maior nas espécies da América do Sul, sugerindo que sua origem mais antiga pode ter propiciado um maior turnover nos repeatomas. As variáveis ecológicas apresentaram uma forte influência nas abundâncias de repeats, especialmente nos LTRs Ty1/copia. Por outro lado, os LTRs Ty3/gypsy mostraram sinais filogenéticos significativos nas linhagens mais abundantes. Sugerimos que essas duas linhagens podem apresentar tendências evolutivas distintas correlacionadas com sua localização preferencial próxima a genes (Copia) ou em heterocromatina (Gypsy).
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AMANDA BEZERRA DA SILVA
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FILOGENIA E EVOLUÇÃO DE ESTADOS DE CARÁTER ANCESTRAL DO COMPLEXO GRAVISIA (BROMELIOIDEAE, BROMELIACEAE)
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Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
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MEMBROS DA BANCA :
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DIEGO SOTERO DE BARROS PINANGÉ
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GEYNER ALVES DOS SANTOS CRUZ
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RAFAEL BATISTA LOUZADA
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Data: 27/02/2024
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As bromélias constituem uma das famílias de plantas com flores mais diversos e ecologicamente importantes da região neotropical. A subfamília Bromelioideae sofreu radiação recente e diversificou-se principalmente na região da floresta atlântica. Em consequência do elevado número de caracteres homoplásicos de baixo valor na delimitação dos gêneros e a baixa variação molecular, resultam em grandes desafios na sua resolução taxonômica. Dentro desta subfamília encontra-se o Complexo Gravisia, que compreende um conjunto de espécies pertencentes ao gênero Aechmea subg. Aechmea com características morfológicas de inflorescência similares, distribuídas na região nordeste da floresta atlântica. Sob este cenário, hipotetizamos que o complexo Gravisia é formado por espécies geograficamente próximas e seus caracteres diagnósticos são homoplásicos. Nesse estudo, realizamos uma análise filogenética utilizando três marcadores nucleares (AGT1, ETS, phyC) e um marcador plastidial (matK), juntamente com uma reconstrução dos estados de caráter ancestrais e exploramos sua biogeografia. Nossos resultados revelaram que o complexo Gravisia não é monofilético, consistindo em uma linhagem com clados distintos que incluem táxons dos gêneros Aechmea, Portea e Canistrum.O pólen pantoporado é um caráter ancestral de todas as espécies dessa linhagem, a cor da pétala/sépala amarelo/alaranjado surge em outras linhagens de bromelioide, no entanto, se levado em consideração sua distribuição geográfica, apresentam validade taxonômica. Todas as espécies nesta linhagem estão concentradas na região nordeste da floresta atlântica, exibem um elevado grau de endemismo, sugerindo uma possível influência dos eventos do holo-pleistoceno em sua diversificação. Este estudo ressalta a complexidade e a importância da análise filogenética integrada com dados morfológicos e biogeografia para uma compreensão mais profunda da diversidade e evolução das bromélias, especialmente no contexto do Complexo Gravisia.
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As bromélias constituem um dos grupos mais diversos de plantas endêmicas da região neotropical, representando um notável exemplo de radiação adaptativa nesta região. A subfamília Bromelioideae, a segunda mais diversa, tem apresentado desafios taxonômicos devido à falta de caracteres úteis na delimitação dos gêneros e à baixa variação molecular que dificulta a resolução filogenética. A maioria dos problemas taxonômicos dentro da Bromelioideae está relacionada ao gênero polifilético Aechmea, que abriga a maior parte das espécies da subfamília. Nosso estudo concentra-se no Grupo Gravisia, composto por espécies do gênero Aechmea subg. Aechmea, que possuem similaridade na morfologia da inflorescência. Entretanto, a análise filogenética mais recente do grupo, utilizando dados de AFLP e com baixo suporte estatístico, indicou que Gravisia não forma um grupo monofilético. Em busca de melhorar a resolução filogenética do grupo, propomos uma análise filogenética baseada em marcadores moleculares multiestado e avaliamos a validade dos caracteres taxonômicos usados para caracterizar o grupo. Além disso, fornecemos um breve estudo sobre a distribuição biogeográfica do grupo. Nossos resultados sugerem que Gravisia é um linhagem composta por quatro clados distintos e que os caracteres usados para circunscrever o grupo surgiram diversas vezes em Bromelioideae. Além disso, nossa análise da distribuição destacou um alto nível de endemismo, indicando que as espécies compõem uma parte significativa da flora de bromélias no centro de endemismo de Pernambuco.
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JOANA SHERYLYN NICODEMOS CORDEIRO
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EFEITOS DE CICLOS RECORRENTES DE SECA NA DINÂMICA DE CARBONO, RELAÇÕES HÍDRICAS E A INFLUÊNCIA DA FOTOSSÍNTESE CORTICULAR EM UMA ESPÉCIE NATIVA DE FLORESTA SECA
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Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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GUSTAVO MAIA SOUZA
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CAMILA DIAS BARROS MEDEIROS
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MAURO GUIDA DOS SANTOS
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Data: 27/02/2024
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Ambientes secos são caracterizados por apresentar baixa disponibilidade de água devido à irregularidade das chuvas, o que está diretamente relacionado com o desenvolvimento das espécies vegetais. Ao longo da evolução, as plantas desenvolveram estratégias que promovem sua sobrevivência frente a condições ambientais estressantes, como uma dinâmica específica de carboidratos, capacidade fotossintética em tecido lenhoso, assim como uma capacidade de “memorizar” eventos de estresse passado, garantindo melhor eficiência em eventos futuros. O estudo investigou as estratégias ecofisiológicas adotadas por uma espécie de caule verde nativa de ambiente seco em resposta a ciclos recorrentes de seca. Um experimento controlado foi realizado com plantas jovens da espécie divididas em quatro tratamentos: controle (CO), controle + exclusão de luz no caule (CE), déficit hídrico (D) e déficit + exclusão de luz no caule (DE) e submetidas a dois ciclos de seca recorrente. Foram avaliados parâmetros de crescimento (altura, número de folhas e diâmetro do caule), conteúdo hídrico foliar (CHR), umidade do solo (URS), condutância estomática (gs), fluorescência da clorofila, pigmentos fotossintéticos e dosagem de carboidratos não estruturais (CNE) em diferentes tecidos (folha, caule, raiz e raiz secundária). Não houve diferença significativa entre os indivíduos dos diferentes tratamentos para os parâmetros de crescimento avaliados. O CHR se manteve elevado (acima de 70%) e estável em todos os tratamentos, mesmo quando a URS reduziu em 90% no tratamento de déficit hídrico em relação ao controle durante o segundo ciclo. As plantas submetidas ao déficit hídrico, durante o primeiro ciclo, reduziram a gs após três dias sem rega, enquanto no segundo ciclo, essa redução ocorreu mais tardiamente (após nove dias de suspensão hídrica), indicando uma estratégia de memória ao estresse anterior. O caule das plantas que tiveram acesso à luz durante o segundo ciclo, apresentam valores de fluorescência da clorofila a semelhantes aos do tratamento controle, mesmo sob condições de déficit hídrico. Assim como, há uma concentração considerável dos pigmentos fotossintéticos presentes no caule, mesmo que as folhas apresentem teores mais altos, o que evidencia a capacidade fotossintética do tecido lenhoso da espécie. A concentração de CNE durante o segundo ciclo é 63% menor nos tratamentos de déficit (D e DE) quando comparados com os tratamentos controles (CO e CE). Em contrapartida, o particionamento desses carboidratos entre os diferentes órgãos não muda durante todo experimento, sendo preferencialmente alocado para caule e raiz. Em resumo, a espécie demonstrou múltiplas respostas ecofisiológicas para tolerar e sobreviver a condições de seca no solo, mostrando eficiência diante de ciclos recorrentes de déficit hídrico.
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Ambientes secos, com baixa disponibilidade hídrica devido a irregularidade das chuvas, influenciam o desenvolvimento das espécies vegetais que, ao longo da evolução, desenvolveram adaptações para sobrevivência a condições estressantes, como uma dinâmica específica de carboidratos assim como uma capacidade de “memorizar” eventos de estresse. O estudo investigou as estratégias ecofisiológicas adotadas por uma espécie nativa de ambiente seco em resposta a dois ciclos recorrentes de seca. Um experimento foi realizado dividindo plantas da espécie em quatro tratamentos: controle (CO), controle+exclusão de luz no caule (CE), déficit hídrico (D) e déficit+exclusão de luz no caule (DE). Foram avaliados parâmetros de crescimento, conteúdo hídrico foliar (CHR), umidade do solo (US), condutância estomática (gs), fluorescência e quantificação da clorofila e dosagem de carboidratos não estruturais - CNE em diferentes órgãos. O CHR se manteve elevado em todos os tratamentos, mesmo quando a US reduziu em 90% no tratamento de déficit hídrico com relação ao controle. Plantas submetidas ao déficit, durante o primeiro ciclo, reduziram a gs após um curto período sem rega, enquanto no segundo ciclo, essa redução ocorreu mais tardia, indicando uma estratégia de memória ao estresse anterior. Não houve diferenças nos parâmetros de crescimento, exceto no número de folhas durante o ciclo 1, onde o tratamento CE apresentou um número 3x maior em comparação com os tratamentos D e DE. Os pigmentos fotossintéticos tinham concentrações significativamente maiores nas folhas que em caules. Durante o primeiro ciclo, a partição de CNE foi maior nas folhas em todos os tratamentos, enquanto no período de reidratação e segundo ciclo priorizaram folha, caule e raiz principal em relação às raízes secundárias. A espécie demonstrou múltiplas respostas para sobreviver a condições de seca no solo, incluindo a estratégia da fotossíntese no caule, mostrando eficiência diante ciclos recorrentes de seca.
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EMANUEL EVARISTO DE SOUSA
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O gênero Chamaecrista (L.) Moench (Fabaceae, Caesalpinioideae) no Planalto da Borborema, Nordeste do Brasil
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Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIELLY DA SILVA LUCENA
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MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
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RUBENS TEIXEIRA DE QUEIROZ
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Data: 28/02/2024
Ata de defesa assinada:
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O Planalto da Borborema, situado entre Caatinga e Mata Atlântica, abrange partes dos estados do Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB), Pernambuco (PE) e Alagoas (AL). Nesta região, com altitudes entre 200 e 1200 metros e fitofisionomias diversas, muitas espécies de Chamaecrista (Caesalpinioideae, Fabaceae) estão mal representadas, com poucas e antigas coletas. Portanto, foi efetuado o estudo taxonômico do gênerono Planalto, para aprimorar o conhecimento do grupo no Nordeste brasileiro. Para isso, foram analisadas coleções de 26 herbários (CSTR, EAN, HST, IPA, JPB, MAC, MOSS, NY, PEUFR, UFP, ALCB, ASE, BHCB, CEN, EAC, ESA, FLOR, HVASF, HUEFS, HURB, MBM, SPSF, UEC, UFMT, UFRN, US), presencial, virtualmente ou por empréstimo de espécimes. Foram efetuadas coletas em oito áreas em Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Registramos 20 espécies e oito variedades, sendo oito endêmicas (do Brasil, Nordeste ou Caatinga) e as demais amplamente distribuídas. Os táxons mais bem amostrados foram Chamaecrista nictitans (92 exsicatas) e C. rotundifolia (78 exsicatas, incluindo as duas variedades), sendo encontrados em todas as fitofisionomias, enquanto C. barbata, C. brevicalyx e C. ensiformis, estavam restritas aos Brejos de Altitude. São apontadas duas novas ocorrências para a área (C. desvauxii em Alagoas e C. swainsonii na Paraíba e Pernambuco). Elaboramos descrições, comentários, chave de identificação, pranchas fotográficas e mapas de distribuição geográfica. Assim, este estudo fornece dados taxonômicos e ecológicos, aprimorando a compreensão sobre Chamaecrista no Nordeste.
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O Planalto da Borborema, situado entre Caatinga e Mata Atlântica, compreende parte dos estados do RN, PB, PE e AL. Foi efetuado o estudo taxonômico de Chamaecrista no Planalto, objetivando expandir o conhecimento do grupo no Nordeste brasileiro. Presencial e/ou virtualmente, ou por empréstimos de exsicatas, foram analisadas coleções de 24 herbários nacionais (CSTR, EAN, HST, IPA, JPB, MAC, MOSS, PEUFR, UFP, ALCB, ASE, BHCB, CEN, EAC, ESA, FLOR, HVASF, HUEFS, HURB, MBM, SPSF, UEC, UFMT, UFRN) e dois internacionais (NY, US). Ocorreram visitas em oito áreas, para efetuação de coletas. Foram registradas 20 espécies e oito variedades, oito delas endêmicas do Brasil, Nordeste ou Caatinga e as demais amplamente distribuídas (na América do Sul, nas Américas ou nos Trópicos). As seções mais representativas foram C. sect. Chamaecrista (14 spp.), C. sect. Absus (5 spp.) e C. sect. Apoucouita (uma sp). Os hábitos mais encontrados foram o subarbustivo (57 %), o herbáceo (24 %), o arbustivo (14 %) e o arbóreo (5 %). C. nictitans foi o táxon mais bem amostrado (92 exsicatas), acompanhada de C. rotundifolia (78 exsicatas, incluindo as duas variedades). Foi confirmada a ocorrência de dois taxa para áreas do Planalto em PE e PB e duas ampliações de distribuição geográfica. Descrições, comentários taxonômicos, fenológicos e sobre distribuição geográfica e habitats preferenciais foram apresentados. Foram confeccionados, ainda, chave de identificação, pranchas fotográficas e mapas de distribuição.
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SABRINA SILVA OLIVEIRA
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EFEITO DE CAPRINOS SOBRE ATRIBUTOS REPRODUTIVOS DE ESPÉCIES LENHOSAS Leguminosae DA CAATINGA
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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OSWALDO CRUZ NETO
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Data: 29/02/2024
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O uso de áreas de florestas para pastagens por grandes herbívoros domésticos, como os caprinos, pode afetar negativamente a reprodução de plantas por meio de alterações no tamanho e quantidade de flores, grãos de pólen, óvulos, frutos e sementes, podendo comprometer o seu sucesso reprodutivo. Neste estudo, avaliamos o efeito da presença de caprinos sobre atributos reprodutivos de Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum, Leguminosae lenhosas e nativas da floresta seca da Caatinga.Testamos a hipótese de que a presença de caprinos afetará negativamente os atributos reprodutivos e o sucesso reprodutivo feminino das espécies investigadas, de modo que, em áreas com a presença de caprinos o tamanho e a quantidade de atributos reprodutivos serão reduzidos em relação às áreas sem acesso de caprinos. A coleta dos dados ocorreu no experimento de exclusão de caprinos, composto por pares de parcelas pareadas com a presença e ausência de caprinos estabelecidas no Parque Nacional do Catimbau (PE), Nordeste do Brasil. Primeiramente, foi registrada a abundância de indivíduos destas espécies em todas as parcelas em que ocorriam. Para a coleta dos dados reprodutivos, foram amostrados 44 indivíduos de Pityrocarpa moniliformis e 20 de Cenostigma microphyllum, dos quais foram registrados altura e área basal. Em cada par de parcelas, exclusão e livre acesso de caprinos, foram avaliados comprimento e área das inflorescências, área da corola, pétala estandarte e anteras, número de flores por inflorescência, número de grãos de pólen e óvulos por botão flora, razão pólen/óvulo e sucesso reprodutivo feminino (número de frutos por inflorescência e razão fruto/flor) de cada indivíduo. A abundância, altura e área basal de indivíduos de ambas as espécies não foram afetados pela presença de bodes.Ao contrário do esperado, a presença de caprinos afeta positivamente 62,5% dos atributos reprodutivos de P. moniliformis, de modo que, o número de flores por inflorescência, o comprimento e área da inflorescência, número de frutos por inflorescência e sucesso reprodutivo foram, respectivamente, 55,87%, 11,1%, 11,6%, 74,53% e 50% maiores nas parcelas de livre acesso de caprinos em relação às parcelas de exclusão de caprinos, enquanto número de grãos de pólen e razão pólen/óvulo foram, respectivamente, cerca de 12 vezes e 42,54% maiores nas parcelas de exclusão em relação às parcelas de livre acesso de caprinos. Já C. microphyllum parece ser afetada negativamente pela presença de caprinos, como esperado neste estudo, uma vez que apresentou área da corola, pétala estandarte, anteras e razão pólen/óvulo, respectivamente, 30%, 12%, 50% e 12,68% maiores nas parcelas de exclusão de caprinos em comparação às parcelas de acesso livre de caprinos. De modo geral, demonstramos que a presença de caprinos afetou de maneira divergente as espécies investigadas, sugerindo que plantas de florestas tropicais secas, mesmo com estratégias de vida semelhantes (vencedoras e pioneiras de crescimento rápido), apresentam padrões distintos de resposta à presença de caprinos, podendo ser afetada positivamente, como P. moniliformis ou negativamente, como C. microphyllum. Isso evidencia a necessidade de mais investigações sobre o papel dos caprinos na Caatinga, tendo em vista sua importância para a subsistência de inúmeras famílias de comunidades rurais.
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O uso de áreas de florestas para pastagens por grandes herbívoros domésticos, como os caprinos, pode afetar negativamente a reprodução de plantas por meio de alterações no tamanho e quantidade de flores, grãos de pólen, óvulos, frutos e sementes, podendo comprometer o seu sucesso reprodutivo. Neste estudo, avaliamos o efeito da presença de caprinos sobre atributos florais e reprodutivos de Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum, Leguminosae lenhosas e nativas da floresta seca da Caatinga. Testamos a hipótese de que em áreas com a presença de caprinos o tamanho e a quantidade de atributos reprodutivos serão reduzidos em relação às áreas sem acesso de caprinos. A coleta dos dados ocorreu no experimento de exclusão de caprinos, composto por pares de parcelas pareadas com a presença e ausência de caprinos estabelecidas em 2015 no Parque Nacional do Catimbau (PE), Nordeste do Brasil. Antes da coleta de dados reprodutivos das duas espécies avaliadas, foi registrado a abundância de indivíduos destas espécies em todas as parcelas em que ocorriam. Para a coleta dos dados reprodutivos, foram amostrados 44 indivíduos de Pityrocarpa moniliformis e 20 de Cenostigma microphyllum, dos quais foram registrados altura e área basal. Em cada par de parcelas, com e sem caprinos, foram avaliados comprimento e área das inflorescências, área da corola, pétala estandarte e anteras, número de flores e frutos por inflorescência, número de grãos de pólen e óvulos por botão floral e sucesso reprodutivo de cada indivíduo. O número, altura e área basal de indivíduos de ambas as espécies não diferiu estatisticamente entre os tratamentos. As análises mostraram que a presença de caprinos, ao contrário do esperado, afeta positivamente alguns dos atributos reprodutivos de P. moniliformis, de modo que, o número de flores por inflorescência, o comprimento e área da inflorescência, número de frutos por inflorescência e sucesso reprodutivo foram, respectivamente, 55,87%, 11,1%, 11,6%, 74,53% e 50% maiores nas parcelas de livre acesso de caprinos em relação às parcelas de exclusão de caprinos, enquanto número de grãos de pólen e razão P/O foram, respectivamente, cerca de 12 vezes e 42,54% maiores nas parcelas de exclusão em relação às parcelas de livre acesso de caprinos. Já C. microphyllum parece ser favorecida pela ausência de caprinos, como esperado neste estudo, uma vez que apresentou área da corola, pétala estandarte, anteras e razão P/O, respectivamente, 30%, 12%, 50% e 12,68% maiores nas parcelas de exclusão de caprinos em comparação às parcelas de acesso livre de caprinos. De modo geral, demonstramos que a presença de caprinos afetou de maneira divergente as espécies investigadas, mas em resumo nossos resultados sugerem que as espécies de plantas de florestas tropicais secas com estratégias de vida semelhantes à P. moniliformis e C. microphyllum parecem estar adaptadas à presença de grandes herbívoros, como os caprinos, o que contribui para a resiliência da Caatinga e para as comunidades locais que dependem tanto dessas plantas quanto dos caprinos para sobrevivência.
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JECILÃINE EFIGENIA DA SILVA
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Como o Crescimento e a Sobrevivência das Plântulas de Lenhosas de Áreas Ecotonais serão Impactados pela Redução da Disponibilidade de Água Prevista nos Modelos Climáticos para a Caatinga?
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Orientador : ELCIDA DE LIMA ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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ELCIDA DE LIMA ARAUJO
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MAURO GUIDA DOS SANTOS
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FLÁVIA DE BARROS PRADO MOURA
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Data: 25/04/2024
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Mudanças do clima pode induzir avanço ou recuo nas florestas tropicais, fazendo-nos questionar se plantas de floresta úmida sobreviveriam às condições do clima de florestas secas e como suas respostas morfofisiológicas iriam refletir o efeito desse avanço. Considerando o histórico de precipitações passadas da caatinga, simulamos condições de eventos extremos (anos chuvosos e anos secos) e de anos medianos de chuvas, medimos o efeito da distribuição das chuvas no crescimento e na sobrevivência de Schinus terebinthifolius e elaboramos dois artigos: um sobre o efeito do avanço das condições do clima da caatinga no crescimento, alocação de biomassa e sobrevivência de plantas jovens da mata atlântica e o segundo sobre as respostas fisiológicas e bioquímicas. No geral, nossos achados mostraram que plantas da floresta úmidas poderão sobreviver com o avanço das condições do clima das florestas sazonalmente secas, mas com respostas diferenciadas e baixíssima taxa de sobrevivência em eventos extremos de anos secos. As principais respostas adaptativas foram redução de área foliar, redução de biomassa seca e aumento na frequência de vasos de xilema de menor tamanho. As respostas bioquímicas e fisiológicas refletiram o efeito da sazonalidade da distribuição das chuvas, mas com comportamento diferenciado nos eventos extremos de anos chuvosos e secos. A termorregulação foliar pode ser um importante mecanismo que possibilite a sobrevivência das plantas, mas em eventos extremos de anos muitos secos ou muitos chuvosos, precipitação não deverá ter poder preditivo sobre o comportamento da temperatura da foliar, embora mantenha correlação com a precipitação dos anos.
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Mudanças do clima pode induzir avanço ou recuo nas florestas tropicais, fazendo-nos questionar se plantas de floresta úmida sobreviveriam às condições do clima de florestas secas e como suas respostas morfofisiológicas iriam refletir o efeito desse avanço. Considerando o histórico de precipitações passadas da caatinga, simulamos condições de eventos extremos (anos chuvosos e anos secos) e de anos medianos de chuvas, medimos o efeito da distribuição das chuvas no crescimento e na sobrevivência de Schinus terebinthifolius e elaboramos dois artigos: um sobre o efeito do avanço das condições do clima da caatinga no crescimento, alocação de biomassa e sobrevivência de plantas jovens da mata atlântica e o segundo sobre as respostas fisiológicas e bioquímicas. No geral, nossos achados mostraram que plantas da floresta úmidas poderão sobreviver com o avanço das condições do clima das florestas sazonalmente secas, mas com respostas diferenciadas e baixíssima taxa de sobrevivência em eventos extremos de anos secos. As principais respostas adaptativas foram redução de área foliar, redução de biomassa seca e aumento na frequência de vasos de xilema de menor tamanho. As respostas bioquímicas e fisiológicas refletiram o efeito da sazonalidade da distribuição das chuvas, mas com comportamento diferenciado nos eventos extremos de anos chuvosos e secos. A termorregulação foliar pode ser um importante mecanismo que possibilite a sobrevivência das plantas, mas em eventos extremos de anos muitos secos ou muitos chuvosos, precipitação não deverá ter poder preditivo sobre o comportamento da temperatura da foliar, embora mantenha correlação com a precipitação dos anos.
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ACALENE GONÇALVEIS DE OLIVEIRA
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Diversidade genética em populações naturais de cajuizeiros (A. humile A. St.Hil.)
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Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA PEDROSA HARAND
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ARTEMISA NAZARE COSTA BORGES
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CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
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Data: 29/04/2024
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Anacardium humile A.St.-Hil., o cajuí, pertence à família Anacardiaceae, reconhecida por sua relevância econômica e ecológica. Para analisar a diversidade genética de A. humile, doze acessos foram avaliados quanto à variabilidade de caracteres morfoagronômicos, citogenéticos e moleculares. Apesar da variabilidade morfoagronômica observada, houve baixo polimorfismo nas sequências das regiões nucleares e plastidiais selecionadas, sendo pouco informativas inclusive para distinguir A. humile de acessos das espécies A. occidentale e A. othonianum, embora o gênero tenha sido monofilético. Análises citogenéticas conduzidas com onze desses acessos de A. humile, juntamente com um acesso de A. occidentale e dois de A. othonianum, indicaram estabilidade do número cromossômico (2n = 40), e a avaliação através do bandeamento CMA/DAPI revelou bandas CMA+/DAPI- na região terminal do braço curto de três pares de cromossomos das plantas analisadas. A hibridização in situ fluorescente (FISH) revelou a existência de três pares cromossômicos com sítios de DNAr 35S co-localizados com bandas CMA+ e um par outro par com sítios de DNAr 5S localizados na região subterminal do braço curto nos acessos das três espécies investigadas. Os tamanhos do genoma estimados para acessos de A. humile e A. othonianum são relativamente pequenos, com um valor médio de 0,44 pg/1C (434 Mbp) a 0,46 pg/1C (449 Mbp), respectivamente. Os dados sugerem ausência de poliploidia e de variação intra- e interespecífica significativa entre acessos das três espécies quanto aos caracteres citomoleculares investigados.
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A diversidade genética do germoplasma do cajuizeiro (A. humile A.St.-Hil.) pode ser acessada a partir de análises agronômicas, moleculares e citogenéticas. O gênero Anacardium L. tem sido cariotipicamente pouco estudado, limitando-se a poucas contagens cromossômicas para a espécie comercial A. occidentale L. Assim, o presente trabalho visa analisar a diversidade genética de cajuizeiros utilizando abordagens citogenéticas e agronômicas, a fim de compreender a evolução e diversificação dessa frutífera. A avaliação agronômica empregando descritores quali- e quantitativos para o pedúnculo (pseudofruto) e a castanha (fruto verdadeiro) em 12 acessos de cajuizeiros revelou a existência de variabilidade genética entre os germoplasmas estudados. Embora exista variabilidade entre os genótipos de cajuizeiros avaliados a análise citogenética realizada com 10 acessos mais diferentes morfologicamente de A. humile, além de um acesso de A. occidentale e A. othonianum, indicou estabilidade no número cromossômico (2n = 40). Adicionalmente, foram observadas bandas CMA+/DAPI- localizadas na região terminal do braço curto de três pares cromossômicos. A FISH realizada em A. humile, e em um acesso de A. occidentale e A. othonianum, revelou a existência de três pares de sítios de DNAr 35S co-localizados com as bandas CMA+/DAPI- localizados na região terminal do braço curto e um par de sítios de DNAr 5S localizados na região intersticial do braço curto de outro par cromossômico, sugerindo ausência de variação intra- e interespecífica entre os exemplares analisados. Os tamanhos dos genomas de A. humile e A. othonianum são relativamente pequenos, com 0.88 e 0.92 pg/2C, respectivamente. Não há variação citogenética intra- ou interespecífica significativa entre os acessos, nem indícios de poliploidia entre as matrizes estudadas. Análises moleculares estão sendo realizadas para melhor avaliar a contribuição genética para a variabilidade morfológica observada no cajuí.
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Teses |
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FRANCISCA RAIMUNDA DE OLIVEIRA
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EFEITOS DIRETOS E INDIRETOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS NO SUCESSO REPRODUTIVO E PERFORMANCE VEGETATIVA DE PLANTAS DA CAATINGA
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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INARA ROBERTA LEAL
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CARLA RODRIGUES RIBAS
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FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
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FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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PEDRO ELIAS SANTOS NETO
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Data: 30/01/2024
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As interações ecológicas exercem uma profunda influência na evolução dos organismos, na distribuição de espécies, na dinâmica populacional e na estrutura das comunidades. Dentre os herbívoros, os insetos desempenham um papel fundamental, e as formigas cortadeiras, em particular, destacam-se como os principais herbívoros na região neotropical. Exercendo impactos significativos no desempenho das plantas não apenas por meio da herbivoria, mas também através de alterações nas propriedades físico-químicas do solo, resultado de suas atividades como engenheiras de ecossistema. O objetivo desta tese foi investigar os efeitos da herbivoria e das mudanças nas propriedades do solo causadas pelas formigas cortadeiras da espécie Atta opaciceps no sucesso reprodutivo e na performance vegetativa de plantas da Caatinga. No primeiro manuscrito, examinamos o sucesso reprodutivo de duas espécies de plantas da (família Leguminosae), registrando a produção de botões florais, flores e frutos. Nossas descobertas indicam que os efeitos das formigas cortadeiras no desempenho das plantas são específicos da espécie e podem, em alguns casos, beneficiar a reprodução das plantas. No segundo manuscrito, monitoramos a performance vegetativa e a quantidade de nutrientes para quatro espécies de plantas da Caatinga cultivadas em solos provenientes de formigueiros e em solo controle. Para avaliar os efeitos da herbivoria, simulamos o corte em um grupo de plantas. Nossas descobertas evidenciam as complexas relações entre a engenharia do solo e a herbivoria das formigas cortadeiras, revelando respostas específicas da espécie e efeitos diferenciados nas propriedades do solo e na disponibilidade de nutrientes.
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As interações ecológicas podem influenciar a evolução de plantas e animais, distribuição de espécies, dinâmica populacional e estrutura de comunidades. Insetos são os herbívoros mais importantes, dentre os quais as formigas cortadeiras se destacam como os herbívoros mais vorazes da região neotropical. Estas podem influenciar o desempenho dos indivíduos vegetais de forma direta, por meio da herbivoria, e indiretamente, por meio de alterações nas propriedades físico-químicas dos solos. Esta tese objetiva investigar os efeitos de herbivoria e mudanças nas propriedades do solo provocadas por formigas cortadeiras da espécie Atta opaciceps no sucesso reprodutivo e na performance vegetativa de plantas da Caatinga. Para isso nós acompanhamos as fases reprodutivas duas espécies de plantas, Cenostigma pyramidale e Indigofera suffruticosa (família Leguminosae), contabilizamos a produção de botões florais, flores e frutos. Usamos solos de diferentes regiões de formigueiros para germinar sementes de cinco espécies de plantas presentes na Caatinga para investigar a influência dos solos na performance das plantas, também fizemos o corte simulando a herbivoria em um grupo de plantas a fim de verificar seu efeito no desenvolvimento. Nossos resultados indicam que os indivíduos que cresceram no ninho (murundu) apresentaram menor produção de flores em relação aos indivíduos que cresceram nos solos de lixeiras. Nosso estudo apresenta evidências de que solos de lixeiras de formigas cortadeiras têm efeito positivo no crescimento das plantas e que a herbivoria prejudica a produção de folhas.
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YENNIFER CAROLINA MATA SUCRE
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ORIGEM E EVOLUÇÃO DA HOLOCENTRICIDADE NA FAMILIA JUNCACEAE: UMA ABORDAGEM FILOGENÉTICA, CITO-MOLECULAR E GENÔMICA
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Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
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LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
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LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
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REGINALDO DE CARVALHO
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THAIS ELIAS ALMEIDA
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Data: 02/02/2024
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A família Juncaceae historicamente foi caracterizada por possuir espécies holocêntricas. Porém, recentemente, um de seus gêneros mais diversos (Juncus, 332 spp.) foi descrito como monocêntrico. Assim, inicialmente investigamos a diversidade cariotípica e citomolecular no gênero Juncus, com análises originais de 12 espécies e compilação de dados da literatura. Essa análise revelou um número cromossômico ancestral x = 10 ou 20. A análise filogenética revelou relações não resolvidas em nível de secção, com incongruências entre topologias nucleares e plastidiais, sugerindo hibridização na história evolutiva do gênero. Depois, exploramos os repeatomas de Juncus, focando no potencial filogenéticos dos repeats, onde foram identificadas tendências clado-específicas na abundância dos repeats. Por fim, foi investigada a evolução dos repeatomas de Luzula, um gênero holocêntrico e irmão de Juncus. Adicionalmente, montamos o genoma completo de Luzula sylvatica, com o objetivo de caracterizar sua estrutura centromérica. Identificamos um DNA satélite (Lusy1) predominantemente associado a domínios centroméricos presente na maioria das espécies do gênero. Análises comparativas sugeriram que a redução no número de cromossomos em Luzula foi causada por várias fusões de cromossomos inteiros. Nós hipotetizamos que essas fusões foram seguidas pela manutenção de repeats centrômero-específicos nos cromossomos fusionados, o que pode estar relacionado à origem da holocentricidade em Luzula. Este estudo propõe uma evolução dinâmica do mono-holocentrômeros baseada na análise comparativa de repeatomas, fornecendo evidências para a transição de cromossomos monocêntricos para holocêntricos em plantas.
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A família Juncaceae historicamente foi caracterizada por possuir espécies holocêntricas. Porém, recentemente, um de seus gêneros mais diversos (Juncus, 332 spp.) foi descrito como monocêntrico. Assim, inicialmente investigamos a diversidade cariotípica e citomolecular no gênero Juncus, com análises originais de 12 espécies e compilação de dados da literatura. Essa análise revelou um número cromossômico ancestral x = 20. A análise filogenética revelou relações não resolvidas em nível de secção, com incongruências entre topologias nucleares e plastidiais, sugerindo hibridização na história evolutiva do gênero. Depois, exploramos os repeatomas de Juncus, focando no potencial filogenéticos dos repeats e naqueles associados ao centrômero. Foram identificadas tendências clado-específicas na abundância dos repeats. Por fim, foi investigada a evolução dos repeatomas de Luzula, um gênero holocêntrico e irmão de Juncus. Adicionalmente, montamos o genoma completo de Luzula sylvatica, com o objetivo de caracterizar sua estrutura centromérica. Identificamos um DNA satélite (Lusy1) predominantemente associado a domínios centroméricos presente na maioria das espécies do gênero. Análises comparativas sugerem que a redução no número de cromossomos em Luzula foi causada por várias fusões de cromossomos inteiros. Nós hipotetizamos que essas fusões foram seguidas pela manutenção de repeats centrômero-específicos nos cromossomos fusionados, o que pode estar relacionado à origem da holocentricidade em Luzula. Este estudo propõe uma evolução dinâmica do mono-holocentrômeros baseada na análise comparativa de repeatomas, fornecendo evidências para a transição de cromossomos monocêntricos para holocêntricos em plantas.
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RAYZA HELEN GRACIANO DOS SANTOS
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Myrcia loranthifolia DC. (MYRTACEAE) E SEU POTENCIAL BIOATIVO
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Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
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JARCILENE SILVA DE ALMEIDA
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JOSÉ JAILSON LIMA BEZERRA
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MARIANA OLIVEIRA BARBOSA
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SUZENE IZIDIO DA SILVA
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Data: 19/02/2024
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A família botânica Myrtaceae no Brasil abriga uma diversidade de espécies produtoras de óleos essenciais, notáveis por suas propriedades farmacológicas distintivas, destacando-se o gênero Myrcia com cerca de 400 variedades. O presente estudo teve vários objetivos: revisar as espécies de Myrcia no Brasil e seu potencial bioativo, obter e caracterizar o óleo essencial foliar de M. loranthifolia em diferentes domínios fitogeográficos, avaliar seu potencial gastroprotetor, antinociceptivo e antipirético, além de comparar os óleos de diferentes regiões. Os óleos essenciais de Myrcia são ricos em sesquiterpenos e monoterpenos, influenciando suas propriedades biológicas. A pesquisa revisou a composição química desses óleos e seu potencial terapêutico em bases de dados acadêmicas. A extração do óleo essencial foi realizada por hidrodestilação, e sua composição foi analisada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os resultados apontaram diferenças na composição de óleos de diferentes regiões. Em testes com camundongos, o óleo essencial de M. loranthifolia demonstrou redução significativa na gravidade de lesões gástricas. Para o potencial antinociceptivo, o óleo reduziu a dor em vários testes, com efeitos comparáveis ou superiores a substâncias como indometacina, morfina e dipirona. Além disso, o óleo mostrou propriedades antipiréticas, reduzindo a febre em níveis semelhantes à dipirona. O estudo destaca o potencial terapêutico dos óleos essenciais de Myrcia, incluindo propriedades gastroprotetoras, antinociceptivas e antipiréticas.
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A família botânica Myrtaceae no Brasil abriga uma diversidade de espécies produtoras de óleos essenciais, notáveis por suas propriedades farmacológicas distintivas, destacando-se o gênero Myrcia com cerca de 400 variedades. O presente estudo teve vários objetivos: revisar as espécies de Myrcia no Brasil e seu potencial bioativo, obter e caracterizar o óleo essencial foliar de M. loranthifolia em diferentes domínios fitogeográficos, avaliar seu potencial gastroprotetor, antinociceptivo e antipirético, além de comparar os óleos de diferentes regiões. Os óleos essenciais de Myrcia são ricos em sesquiterpenos e monoterpenos, influenciando suas propriedades biológicas. A pesquisa revisou a composição química desses óleos e seu potencial terapêutico em bases de dados acadêmicas. A extração do óleo essencial foi realizada por hidrodestilação, e sua composição foi analisada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os resultados apontaram diferenças na composição de óleos de diferentes regiões. Em testes com camundongos, o óleo essencial de M. loranthifolia demonstrou redução significativa na gravidade de lesões gástricas. Para o potencial antinociceptivo, o óleo reduziu a dor em vários testes, com efeitos comparáveis ou superiores a substâncias como indometacina, morfina e dipirona. Além disso, o óleo mostrou propriedades antipiréticas, reduzindo a febre em níveis semelhantes à dipirona. O estudo destaca o potencial terapêutico dos óleos essenciais de Myrcia, incluindo propriedades gastroprotetoras, antinociceptivas e antipiréticas.
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FELICIDADE CAROLINE RODRIGUES
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COMPOSIÇÃO QUIMÍCA E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Cordiera myrciifolia (K. SCHUM.) C.H. PERSS. & DELPRETE E Tocoyena formosa (CHAM. & SCHLTDL.) K. SCHUM. (RUBIACEAE)
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Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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DAIANY ALVES RIBEIRO
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ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
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CICERA DATIANE DE MORAIS OLIVEIRA TINTINO
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EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
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MARIA DANIELA SILVA BUONAFINA PAZ
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Data: 19/02/2024
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Este estudo visou caracterizar quimicamente extratos de Cordiera myrciifolia (CM) e Tocoyena formosa (TF), pertencentes à família Rubiaceae, para avaliar sua atividade antimicrobiana, potencializadora de drogas e antivirulência. Os extratos hexânico (HE) e etanólico (EE) dessas plantas foram testados contra bactérias padrões e multirresistentes, como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, usando o teste de microdiluição seriada. Também foram avaliados contra Candida spp. Além disso, foi determinado o efeito desses extratos na inibição de virulência de Candida spp. O HE de C. myrciifolia demonstrou atividade bacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, com concentrações de 8 e 16 µg/mL, respectivamente. O extrato EE de C. myrciifolia não mostrou atividade isolado, mas potencializou a ação do Norfloxacino contra E. coli, P. aeruginosa e S. aureus. Ambos os extratos de C. myrciifolia apresentaram atividade antifúngica significativa contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. No caso de T. formosa, o HE demonstrou atividade antibacteriana contra E. coli e S. aureus, enquanto o EE mostrou atividade apenas contra E. coli. Ambos os extratos apresentaram efeitos moderados na atividade antifúngica contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. Os resultados sugerem o potencial dessas espécies de Rubiaceae no desenvolvimento de formulações terapêuticas para o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, destacando suas atividades antimicrobianas e a capacidade de intensificar a ação de certos fármacos.
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Este estudo visou caracterizar quimicamente extratos de Cordiera myrciifolia (MC) e Tocoyena formosa (TF), pertencentes à família Rubiaceae, para avaliar sua atividade antimicrobiana. Os extratos hexânico (HE) e etanólico (EE) dessas plantas foram testados contra bactérias padrões e multirresistentes, como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, usando o teste de microdiluição seriada. Também foram avaliados contra Candida spp. Além disso, foi determinado o efeito desses extratos na inibição de virulência de Candida spp. O HE de C. myrciifolia demonstrou atividade bacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, com concentrações de 8 e 16 µg/mL, respectivamente. O extrato EE de C. myrciifolia não mostrou atividade intrínseca, mas potencializaram a ação da Norfloxacina contra E. coli, P. aeruginosa e S. aureus. Ambos os extratos de C. myrciifolia apresentaram atividade antifúngica significativa contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. No caso de T. formosa, o HE demonstrou atividade antibacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, enquanto o EE mostrou atividade apenas contra E. coli. Ambos os extratos apresentaram efeitos moderados na atividade antifúngica contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. Os resultados sugerem o potencial dessas espécies de Rubiaceae no desenvolvimento de formulações terapêuticas para o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, destacando suas atividades antimicrobianas e a capacidade de intensificar a ação de certos fármacos.
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CRISTINA ADRIANE DE SOUZA PONTES
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AJUSTE MECÂNICO ENTRE FLORES E POLINIZADORES EM PLANTAS QUIROPTERÓFILAS: Análise de uma comunidade de Caatinga
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Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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MEMBROS DA BANCA :
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ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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LUIS MIGUEL PRIMO
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MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
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TARCILA CORREIA DE LIMA NADIA
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TÚLIO FREITAS FILGUEIRA DE SÁ
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Data: 19/02/2024
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O sucesso na transferência de pólen é essencial para a reprodução das plantas. No entanto, quando diferentes espécies partilham polinizadores em comum, essa interação pode resultar em processos de competição, interferindo no transporte de pólen para os estigmas, e resultando no recebimento de pólen interespecífico. Este trabalho teve como objetivo investigar como ocorre o ajuste morfológico entre flores e morcegos polinizadores em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE. No Capítulo 1, analisamos a morfologia floral de 11 espécies distribuídas em 10 gêneros e seis famílias de angiospermas. Encontramos uma predominância para os tipos “pincel" e "pseudo-pincel, caracterizados por múltiplos estames longos e deposição de pólen difusa no corpo dos polinizadores. Os locais mais utilizados na transferência dos grãos de pólen foram a face, pescoço e tórax. A inacurácia fundamental revelou diferenças na precisão da deposição de pólen nos estigmas entre as espécies, destacando a complexidade das interações planta-polinizador. No Capítulo 2, mapeamos o fluxo de pólen interespecífico e investigamos a tolerância ao bloqueio mecânico do estigma em duas espécies simpátricas de Bauhinia, cujas flores compartilham características morfológicas e os morcegos polinizadores. Conduzimos experimentos de bloqueio mecânico do estigma em campo e analisamos a formação de frutos e sementes. A reprodução das espécies foi afetada negativamente, com B. acuruana demonstrando maior tolerância do que B. pentandra. Nossos resultados destacam a importância das estratégias de isolamento reprodutivo para as plantas, especialmente quando compartilham polinizadores com espécies vizinhas.
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O sucesso na transferência de pólen é essencial para reprodução das plantas, no entanto, quando diferentes espécies partilham polinizadores em comum, essa interação pode resultar em processos de competição, ocasionando no recebimento de pólen interespecífico. Dessa forma, as plantas enfrentam um desafio constante no fornecimento de pólen evitando liberá-los em um meio que envolve transporte difuso. Morcegos são considerados polinizadores efetivos na transferência de pólen, devido à eficiência de seus pelos. Simultaneamente, são polinizadores generalistas, contribuindo para a competição interespecífica. Uma possível resposta a esse processo é que as espécies quiropterófilas apresentam alta diversidade de morfologias florais exibindo desde flores com numerosos estames e deposição de pólen difusa no corpo do animal, até flores que depositam o pólen numa região específica do corpo do polinizador. Nesta tese, apresentamos como as diferentes morfologias florais de plantas quiropterófilas podem exibir precisão na remoção e deposição de pólen no corpo dos morcegos, através do ajuste mecânico da flor ao polinizador; como as espécies evitam a sobreposição morfológica de pólen no corpo do mesmo polinizador através da divergência de atributos florais e distâncias operacionais das estruturas reprodutivas; e diferentes efeitos da interferência polínica promovido pelo fluxo de pólen interespecífico entre duas congêneres de Bauhinia (Fabaceae). Nossos resultados sugerem que as espécies quiropterófilas estão sob forte seleção em estruturas florais via ajuste mecânico, e isso pode contribuir para maximizar a aptidão floral dessas espécies.
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KARINE DE MATOS COSTA
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COMO FLORES EM PINCEL AJUSTAM-SE A DIFERENTES POLINIZADORES? UM ESTUDO A PARTIR DE REPRESENTANTES DA FAMÍLIA CAPPARACEAE Juss.
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Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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MEMBROS DA BANCA :
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LIGIA SILVEIRA FUNCH
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CRISTIANE MARTINS LEANDRO
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ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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JOÃO MARCELO ROBAZZI BIGNELLI VALENTE AGUIAR
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RAIMUNDO LUCIANO SOARES NETO
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Data: 22/02/2024
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Flores com morfologia em pincel são comumente associadas a sistemas generalistas de polinização, devido à ausência de estruturas que restringem o acesso ao recurso floral e a falta de um evidente ajuste mecânico aos grupos de polinizadores. Este tipo floral pode ser encontrado em várias famílias de Angiospermas, dentre as quais destaca-se Capparaceae. Nesta tese objetivamos determinar diferentes mecanismos que permitem a interação de distintos polinizadores às flores em pincel usando Capparaceae como modelo. As abordagens dos três manuscritos envolveram: 1) Revisar sistematicamente os atributos florais e sistemas de polinização em Capparaceae; 2) Comparar o papel dos atributos florais na interação com polinizadores em um par de espécies sincronopátricas de Capparaceae, Neocalyptrocalyx longifolium e Cynophalla hastata; 3) Determinar a seleção fenotípica mediada por polinizadores em N. longifolium. Enquanto nós confirmamos o predomínio de flores em pincel na família, os demais atributos variam amplamente e propomos que estejam relacionados à diversidade de sistemas de polinização presente na família. As flores de N. longifolium e C. hastata possuem atributos florais relacionados a atração principalmente de abelhas e esfingídeos, sendo o comportamento dos visitantes e não o ajuste mecânico o principal determinante da atuação desses insetos como polinizadores. Identificamos a ocorrência de seleção disruptiva em N. longifolium, resultante da pressão exercida por diferentes guildas de polinizadores diurnos e noturnos, a qual se manteve mesmo após eventos de herbivoria com consumo dos frutos imaturos.
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Flores com morfologia em pincel são comumente associadas a sistemas generalistas de polinização, devido à ausência de estruturas que restringem o acesso ao recurso floral e a falta de um evidente ajuste mecânico aos grupos de polinizadores. Este tipo floral pode ser encontrado em várias famílias de Angiospermas, dentre as quais destaca-se Capparaceae. Nesta tese objetivamos determinar diferentes mecanismos que permitem a interação de distintos polinizadores às flores em pincel usando Capparaceae como modelo. As abordagens dos três manuscritos envolveram: 1) Revisar sistematicamente os atributos florais e sistemas de polinização em Capparaceae; 2) Comparar o papel dos atributos florais na interação com polinizadores em um par de espécies sincronopátricas de Capparaceae, Neocalyptrocalyx longifolium e Cynophalla hastata; 3) Determinar a seleção fenotípica mediada por polinizadores em N. longifolium. Enquanto nós confirmamos o predomínio de flores em pincel na família, os demais atributos variam amplamente e propomos que estejam relacionados à diversidade de sistemas de polinização presente na família. As flores de N. longifolium e C. hastata possuem atributos florais relacionados a atração principalmente de abelhas e esfingídeos, sendo o comportamento dos visitantes e não o ajuste mecânico o principal determinante da atuação desses insetos como polinizadores. Identificamos a ocorrência de seleção disruptiva em N. longifolium, resultante da pressão exercida por diferentes guildas de polinizadores diurnos e noturnos, a qual se manteve mesmo após eventos de herbivoria com consumo dos frutos imaturos.
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WILLAMS COSTA DE OLIVEIRA
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MACROECOLOGY OF PLANT-POLLINATOR INTERACTIONS OF FOOD PLANTS IN BRAZIL
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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LEONARDO GALETTO
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VERA LUCIA IMPERATRIZ FONSECA
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ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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MARCELO TABARELLI
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Data: 26/02/2024
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Esta tese teve como objetivo analisar o impacto das mudanças climáticas e das mudanças no uso da terra sobre a polinização de plantas alimentícias no Brasil, com implicações relevantes para a biodiversidade e a segurança alimentar. A estrutura da tese consiste em sete capítulos. O primeiro capítulo descreveu o perfil das interações planta-polinizador em plantas cultivadas no Brasil e analisou como a diminuição de polinizadores influencia a polinização de cultivos nativos e exóticos em diversas ecorregiões brasileiras. No capítulo 2, investigou-se o impacto da expansão das áreas agrícolas, especialmente monoculturas, na diversidade reprodutiva dos cultivos. O terceiro capítulo avaliou como as mudanças climáticas afetam a polinização de plantas alimentícias dependentes de polinizadores, considerando as possíveis perdas nas interações planta-polinizador. No capítulo 4, discutiu-se como a instabilidade política no Brasil contribuiu para a insegurança alimentar e o retorno do país ao mapa mundial da fome. Nos capítulos 5 e 6, examinou-se o efeito de perturbações antrópicas crônicas e da aridez nas comunidades de plantas frutíferas na Caatinga, abordando florestas secundárias e primárias. Finalmente, o capítulo 7 explorou a agricultura urbana como uma solução alternativa, capaz de manter a biodiversidade, a polinização, a produção de alimentos e a segurança alimentar. Assim, esta tese ofereceu uma análise abrangente das interações complexas entre mudanças climáticas, uso da terra e polinização de plantas alimentícias no Brasil, propondo perspectivas promissoras para o uso sustentável dessas espécies.
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Esta tese teve como objetivo analisar o impacto das mudanças climáticas e das mudanças no uso da terra sobre a polinização de plantas alimentícias no Brasil, com implicações relevantes para a biodiversidade e a segurança alimentar. A estrutura da tese consiste em sete capítulos. O primeiro capítulo descreveu o perfil das interações planta-polinizador em plantas cultivadas no Brasil e analisou como a diminuição de polinizadores influencia a polinização de cultivos nativos e exóticos em diversas ecorregiões brasileiras. No capítulo 2, investigou-se o impacto da expansão das áreas agrícolas, especialmente monoculturas, na diversidade reprodutiva dos cultivos. O terceiro capítulo avaliou como as mudanças climáticas afetam a polinização de plantas alimentícias dependentes de polinizadores, considerando as possíveis perdas nas interações planta-polinizador. No capítulo 4, discutiu-se como a instabilidade política no Brasil contribuiu para a insegurança alimentar e o retorno do país ao mapa mundial da fome. Nos capítulos 5 e 6, examinou-se o efeito de perturbações antrópicas crônicas e da aridez nas comunidades de plantas frutíferas na Caatinga, abordando florestas secundárias e primárias. Finalmente, o capítulo 7 explorou a agricultura urbana como uma solução alternativa, capaz de manter a biodiversidade, a polinização, a produção de alimentos e a segurança alimentar. Assim, esta tese ofereceu uma análise abrangente das interações complexas entre mudanças climáticas, uso da terra e polinização de plantas alimentícias no Brasil, propondo perspectivas promissoras para o uso sustentável dessas espécies.
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AILZA MARIA DE LIMA DO NASCIMENTO
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RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE POPULAÇÕES DE Cereus jamacaru DC (CACTACEAE) SUBMETIDAS A DIFERENTES TIPOS DE MANEJO TRADICIONAL EM ÁREAS DE CAATINGA
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Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
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ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
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FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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MARCELO TABARELLI
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OSWALDO CRUZ NETO
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Data: 27/02/2024
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Plantas manejadas podem apresentar modificações em características reprodutivas em resposta às interações humanas, influenciando o sucesso reprodutivo e processos ecológicos ligados a polinização. Assim, objetivamos investigar se o manejo de Cereus jamacaru DC (Cactaceae) na Caatinga tem impactos na ecologia da polinização, biologia reprodutiva, fenologia, disponibilidade de recursos florais e interações bióticas planta-inseto. Utilizamos métodos usuais de pesquisas em biologia floral reprodutiva. Vimos que práticas de manejo afetam diferencialmente a fenologia reprodutiva, frutificação e disponibilidade de néctar. Encontramos respostas adaptativas na morfologia floral, características reprodutivas (i.e., pólen e óvulos) e sucesso reprodutivo (i.e., frutos e sementes). Encontramos interações antagônicas, onde indivíduos não manejados estão mais sujeitos a ataques e desfiguração da forma floral. Diante disso, temos evidências suficientes para inferir que o manejo de Cereus jamacaru embora aparentemente positivo, possui grande influência na reprodução sexuada da espécie, através de mudanças que interferem na ecologia da polinização, biologia reprodutiva e interações bióticas planta-inseto. Onde os indivíduos simpátricos não manejados são desfavorecidos e existe a necessidade de evitar depressão por endogamia. As mudanças nas características florais e reprodutivas de Cereus jamacaru na Caatinga são uma dimensão independente dentro do espectro de uso da espécie. Desse modo, consideramos que é mais prudente interpretar nossos achados tomados em conjunto, por meio de uma abordagem sistêmica que considere as decisões humanas de manejar, a resposta das plantas ao manejo e as interações bióticas na comunidade.
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Plantas manejadas ao longo do tempo podem apresentar modificações em caráteres e atributos reprodutivos como resposta adaptativa às interações humanas. Tais modificações podem influenciar na manutenção da espécie localmente, através de efeitos sob o sucesso reprodutivo e sob processos ecológicos que dão funcionalidade à paisagem manejada. Diante disso, o objetivo da tese foi investigar se o manejo intencional de Cereus jamacaru DC (Cactaceae) na Caatinga ocasiona mudanças nas funções reprodutivas, interfere em aspectos da biologia reprodutiva, molda fenologia, disponibilidade de recursos florais e interações bióticas planta-inseto. Para isso, utilizamos métodos usuais de pesquisas em biologia floral reprodutiva. No capítulo I vimos que práticas de manejo afetaram diferencialmente a produção de botões florais, flores e frutos e néctar. No capítulo II, nossos resultados revelaram que C. jamacaru possui dimorfismo de altura anteras-estigmas e autoincompatibilidade. Duas espécies de esfingídeos do gênero Manduca (Sphingidae) foram os únicos visitantes e polinizadores efetivos. Encontramos grande variação de tamanho das flores, atributos florais e sucesso reprodutivo entre plantas manejadas e não manejadas. Indivíduos manejados exibiram flores significativamente maiores que os não manejados, assim como maior hercogamia (distância entre anteras e estigmas), quantidade de óvulos e grãos de pólen/flor e sementes por frutos. No capítulo III vimos que C. jamacaru foi alvo de diferentes interações antagônicas, presentes também na fase de botão floral. O besouro florívoro do gênero Cyclocephala foi o agente em maior atividade. O padrão natural de florivoria das pétalas foi predominantemente contínuo. Mas houve sobreposição com danos descontínuos e ataques ao pistilo. As flores das plantas não manejadas estão mais sujeitas a ataques e desfiguração da forma floral e a extensão do dano às pétalas não foi proporcional ao tamanho da corola. Tomados em conjunto nossos achados revelam um panorama complexo de adaptações reprodutivas em resposta ao manejo populacional. Os atributos morfológicos distintos entre as populações podem servir como uma barreira para o fluxo gênico, já que podem afetar o cruzamento, tornando as populações mais distintas entre si. Por outro lado, o manejo de C. jamacaru pode estar auxiliando na expressão de características de defesa e tolerância contra os ataques dos florívoros, expondo a espécie a distintas forças seletivas atuando em padrões diferenciais em plantas não manejadas. Assim, consequências evolutivas comunitárias são prováveis de estarem ocorrendo e os diferentes elos planta-polinizador sendo comprometidos pelas relações antagônicas principalmente nas plantas não manejadas. Encontramos evidências suficientes para inferir que o manejo de C. jamacaru embora não destrutivo possui grande influência na reprodução dos demais indivíduos que coocorrem na comunidade. Para que o manejo ser positivo, os benefícios precisam superar os custos em um equilíbrio delicado. Existe a necessidade de evitar impactos negativos mais severos como a depressão por endogamia das plantas não manejadas. Consideramos que é mais prudente interpretar nossos achados tomados em conjunto, por meio de uma abordagem sistêmica que considere as decisões humanas de manejar C. jamacaru, a resposta das plantas ao manejo e as interações bióticas na comunidade.
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MIRELA NATALIA SANTOS
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PADRÃO DE USO DE PLANTAS MEDICINAIS LENHOSAS NA CAATINGA: ASPECTOS ECOLÓGICOS E EVOLUTIVOS
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Orientador : ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
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MEMBROS DA BANCA :
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GUILLAUME ODONNE
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PATRICIA MUNIZ DE MEDEIROS
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RAFAEL BATISTA LOUZADA
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SÉRGIO DE FARIA LOPES
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ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
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Data: 29/02/2024
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Plantas medicinais desempenham um papel significativo no tratamento de doenças em diversas culturas. A seleção de plantas para usos terapêuticos é um processo multifacetado, influenciado por combinações de fatores ecológicos, evolutivos, históricos e culturais. Este estudo visa oferecer uma estrutura robusta para elucidar a dinâmica de seleção de plantas medicinais em Florestas tropicais sazonalmente secas. Analisamos os padrões de diversidade filogenética α e β de espécies medicinais lenhosas selecionadas por 27 comunidades humanas, distribuídas ao longo de gradientes climáticos da Caatinga, para inferir os processos que moldam a estrutura e a composição das farmacopeias locais. Nossos resultados revelam que a seleção de plantas medicinais por comunidades humanas na Caatinga é aleatória. Essa descoberta desafia as expectativas anteriores, sugerindo que outros fatores, além das relações de parentesco entre espécies, impulsionam os usos terapêuticos das plantas. Paralelamente, identificamos que o clima atua como preditor dos padrões filogenéticos observados entre as comunidades. Essa associação sugere que os mecanismos subjacentes à montagem comunitária desempenham um papel crucial na seleção das espécies. Este estudo proporciona uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos ecológicos e evolutivos que moldam os padrões de semelhanças no uso de plantas medicinais entre culturas. Ao analisar a influência de filtros locais e regionais nos padrões de seleção, oferecemos insights valiosos para orientar esforços de conservação e promover a sustentabilidade das práticas de saúde em ambientes de florestas secas.
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Plantas medicinais sempre tiveram um papel importante na saúde e sobrevivência das pessoas em seus respectivos contextos socioambientais. Compreender o padrão de uso de plantas na medicina popular é uma questão central em estudos etnobotânicos. Evidências empíricas sugerem que o padrão não aleatório do uso medicinal de plantas é explicado pelas relações de parentesco entre as espécies. Entretanto, acreditamos que além do contexto filogenético, variações ecogeográficas e adaptações ao ambiente florístico podem estar conduzindo o padrão de uso das plantas pelas populações. Portanto, utilizando um conjunto de dados de plantas medicinais lenhosas, investigamos se condições ecogeográficas (precipitação), que caracterizam a Caatinga, podem moldar o padrão filogenético de plantas lenhosas conhecidas como úteis para o tratamento de doenças. Enquanto inúmeras evidências sugerem que a filogenia, por si só, é preditora do padrão não aleatório dos usos medicinais, nossos resultados sugerem que não há relação entre o parentesco das espécies e o uso medicinal de plantas lenhosas. Em outras palavras, plantas são selecionadas por meio de um padrão aleatório nas comunidades. Além disso, não encontramos uma relação entre a precipitação e o padrão filogenético de plantas conhecidas medicinalmente nas comunidades. No entanto, nosso estudo sugere que a integração de aspectos ecológicos, evolutivos e, em última análise, culturais, podem fornecer insights sobre os processos subjacentes que moldam a dinâmica de seleção e uso de plantas medicinais.
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WILLIAM MATZENAUER
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ESTUDOS TAXONÔMICOS EM Cyperus L. COM ÊNFASE EM C. sect. Luzuloidei (KUNTH) C.B. CLARKE
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Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDERSON ALVES ARAÚJO
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MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
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MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA
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RAFAEL TREVISAN
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SARAH MARIA ATHIÊ DE SOUZA
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Data: 29/04/2024
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Cyperus é um dos maiores e mais diversos gêneros dentro de Cyperaceae. O alto número de espécies descritas, aliado à grande redução nas estruturas reprodutivas e à alta variabilidade morfológica, resulta em um elevado número de táxons com delimitação duvidosa, e sua classificação infragenérica ainda não bem estabelecida. Investigando os limites taxonômicos e a nomenclatura para espécies do gênero, pudemos elucidar a identidade de táxons pouco conhecidos e propusemos uma nova circunscrição para uma de suas seções. Nosso primeiro capítulo, trouxemos a sinonimização de Cyperus pernambucensis em Cyperus ligularis, e alocamos Cyperus planifolius var. pickelii como novo sinônimo de Cyperus potiguar. Em análises de materiais de Cyperus para Norte e Nordeste do Brasil, evidências macro e micromorfológicas revelaram uma nova espécie, Cyperus microspermus sp. nov., descrita no segundo capítulo, relacionada a Cyperus tenuispica. No terceiro capítulo, investigamos a delimitação de Cyperus intricatus a partir de dados morfológicos, filogenéticos e de distribuição, que revelaram que a espécie como aceita atualmente compreende dois grupos distintos. Delimitamos assim C. intricatus como restrito a porção norte da sua distribuição previamente conhecida, e as populações ao sul como uma espécie distinta, Cyperus consanguineus. Ainda, esse estudo mostrou que três amostras do Sul do Brasil tratam-se de uma nova espécie, Cyperus relictus sp. nov. No último capítulo, nós propomos uma nova circunscrição para C. sect. Luzuloidei, incluindo nela quatro táxons antes alocados em seções distintas do gênero. A partir de nossa interpretação, a seção passa a conter 25 espécies exclusivas do continente americano. Designamos também 37 lectótipos, 1 neótipo e 1 epítipo, e sinonimizamos quatro espécies previamente citadas para a seção.
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Cyperus é um dos maiores e mais diversos gêneros dentro de Cyperaceae. O alto número de espécies descritas, aliado à grande redução nas estruturas reprodutivas e à alta variabilidade morfológica, resulta em um elevado número de táxons com delimitação duvidosa, e sua classificação infragenérica ainda não bem estabelecida. Investigando os limites taxonômicos e a nomenclatura para espécies do gênero, pudemos elucidar a identidade de táxons pouco conhecidos e propusemos uma nova circunscrição para uma de suas seções. Nosso primeiro capítulo, trouxemos a sinonimização de Cyperus pernambucensis em Cyperus ligularis, e alocamos Cyperus appendiculatus var. pickelii como sinônimo de Cyperus potiguar. Em análises de materiais de Cyperus para Norte e Nordeste do Brasil, evidências macro e micromorfológicas revelaram uma nova espécie, Cyperus microspermus sp. nov., descrita no segundo capítulo, relacionada a Cyperus tenuispica. No terceiro capítulo, investigamos a delimitação de Cyperus intricatus a partir de dados morfológicos, filogenéticos e de distribuição, que revelaram que a espécie como aceita atualmente compreende dois grupos distintos. Delimitamos assim C. intricatus como restrito a porção norte da sua distribuição previamente conhecida, e as populações ao sul como uma espécie distinta, Cyperus consanguineus. Ainda, esse estudo mostrou que três coleções restritas a planície litorânea do Sul do Brasil trata-se de uma nova espécie, descrita aqui como Cyperus relictus sp. nov. No último capítulo, nós propomos uma nova circunscrição para sect. Luzuloidei, incluindo nela quatro táxons antes alocados em seções distintas do gênero. A partir de nossa interpretação, a seção passa a conter 25 espécies exclusivas do continente americano. Designamos também 37 lectótipos, 1 neótipo e 1 epítipo, e sinonimizamos quatro espécies previamente citadas para a seção.
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ALICE BATISTA DOS SANTOS
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EFEITOS DA AGRICULTURA DE CORTE E QUEIMA NA COMUNIDADE DE MICRORGANISMOS DO SOLO E PROCESSOS ECOSSISTÊMICOS EM UMA FLORESTA SECA NA CAATINGA
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Orientador : MARCELO TABARELLI
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MEMBROS DA BANCA :
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ERÁCLITO RODRIGUES DE SOUZA NETO
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GISELLE GOMES MONTEIRO FRACETTO
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INARA ROBERTA LEAL
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MARCELO TABARELLI
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RODRIGO FELIPE RODRIGUES DO CARMO
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Data: 29/04/2024
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Mudanças no uso da terra constituem uma das principais causas de degradação ambiental, contribuindo para as alterações climáticas e a perda de funções e serviços ecossistêmicos. Especificamente, a conversão de áreas florestais para uso agrícola representa uma das principais transformações nos solos das florestas tropicais. Isso se evidencia na agricultura de corte e queima, que, apesar de ser uma prática antiga, ainda desempenha um papel fundamental na subsistência de milhares de pessoas ao redor do mundo. Essas mudanças no uso do solo podem, consequentemente, afetar as propriedades do solo, afetando diretamente a estrutura da comunidade de microrganismos do solo. Os microrganismos do solo desempenham um papel essencial na regulação dos processos ecossistêmicos. Portanto, torna-se imperativo compreender como as mudanças no solo, decorrentes da agricultura de corte e queima os microrganismos, e como essas alterações impactam os processos ecossistêmicos associados. Com isso, esta tese está dividida em 3 capítulos. O 1° capítulo tem como objetivo entender como a agricultura de corte e queima afeta a estrutura e atividade dos microrganismos do solo, através da avaliação da abundância de genes de bactérias e fungos e, a abundância de genes funcionais de interesse. Além disso, avaliamos o carbono da biomassa microbiana, respiração basal do solo e indicadores da atividade microbiana no solo (qMic e qCO2). No 2° capítulo avaliamos como a agricultura de corte e queima afeta processos biogeoquímicos mediados pelos microrganismos. Especificamente, avaliamos as transformações do nitrogênio (N) no solo e transformações do carbono. Além disso, tentamos entender como mudanças na atividade e abundância dos microrganismos afetam esses processos. O 3° capítulo, por fim, teve como objetivo entender como a agricultura de corte e queima nessas florestas afetam os fluxos de gases do efeito estufa, buscando entender o papel dessas florestas secas nesse processo após perturbações. O trabalho foi realizado no Parque Nacional do Catimbau, através de um experimento de agricultura de corte e queima. Foram estabelecidos blocos pareados formados por uma parcela de vegetação inalterada e outra submetida ao corte, queima e plantio. Em geral, os resultados indicam que o corte e queima da vegetação não afetou diretamente para as variáveis obtidas, com efeitos presentes potencialmente associadas a mudanças nas características do solo ao longo do tempo.
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A conversão do uso do solo para agricultura, predominante em regiões tropicais é considerada uma das principais causas de degradação do solo. Nesse contexto, os microrganismos do solo desempenham um papel fundamental mediando processos ecossistêmicos associados aos ciclos biogeoquímicos. Nesse trabalho, investigamos como a agricultura de corte e queima praticada na Caatinga afetam a estrutura e atividade dos microrganismos do solo e como isso está associado a processos ecossistêmicos relacionados as transformações do C e N no solo. Para isso, a tese está dividida em 2 capítulos. No 1°) avaliamos como a agricultura afeta a abundância de genes funcionais relacionados aos ciclos do C e N, bem como a atividade microbiana. No 2°) investigamos como essas mudanças na estrutura dos microrganismos afetam processos biogeoquímicos do C e N no solo. Nossos resultados mostram, no geral, que os eventos de corte e queima da vegetação não causam mudanças abruptas na atividade microbiana e nas transformações do C e N no solo. No entanto, os principais efeitos da agricultura de corte e queima estão associados a mudanças nas características do solo após o abandono das áreas, tendo importantes implicações associadas as condições do solo para o estabelecimento de plantas no processo de regeneração natural da Caatinga.
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ADGLECIANNE DE SOUSA MELO
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PRODUÇÃO, ALOCAÇÃO E USO DE AÇÚCARES EM ESPÉCIES CADUCIFÓLIAS LENHOSAS NA CAATINGA, UMA FLORESTA TROPICAL SAZONALMENTE SECA
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Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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MAURO GUIDA DOS SANTOS
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MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
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CAMILA DIAS BARROS MEDEIROS
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CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
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HIRAM MARINHO FALCAO
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Data: 25/06/2024
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Com as previsões de intensificações de seca e aumento de temperatura global, esforços para prever como as florestas irão responder a essas novas condições têm sido incentivadas, especialmente em ambientes tipicamente secos como a Caatinga. Nesse contexto, o presente trabalho acessou informações sobre como espécies decíduas respondem a variação sazonal na Caatinga em termos de dinâmica de alocação de carboidratos. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau onde coletamos material vegetal de Commiphora leptophloeos, Peltogyne pauciflora, Cenostigma microphyllum e Pityrocarpa moniliformes para quantificação de carboidratos não estruturais (NSC) ao longo de oito meses de 2020 a 2021. A presente versão da tese está dividida em dois capítulos, onde no primeiro manuscrito confirmamos a existência de fotossíntese corticular para C. leptophloeos, estratégia que contribuiu para a manutenção do pool constante de NSC durante os períodos de seca. No segundo capítulo, testamos se as espécies decíduas sem a fotossíntese corticular variam drasticamente em relação à concentração de NSC apresentando maiores concentrações em períodos chuvosos e reduções nos períodos secos, devido ao uso das reservas nos períodos de limitação da fotossíntese. Os resultados refutam essa hipótese uma vez que para as três espécies o pool de NSC foi constante ao longo dos meses, não havendo reduções nem aumentos drásticos entre períodos secos e chuvosos. O principal aspecto observado foram respostas espécie-específica para as estratégias de alocação e particionamento dos NSC.
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Com as previsões de intensificações de seca e aumento de temperatura global, esforços para prever como as florestas irão responder a essas novas condições têm sido incentivados, especialmente em ambientes tipicamente secos como a Caatinga. Nesse contexto, o presente trabalho acessou informações sobre como espécies decíduas respondem a variação sazonal na Caatinga em termos de dinâmica de alocação de carboidratos. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau onde coletamos material vegetal de Commiphora leptophloeos, Peltogyne pauciflora, Cenostigma microphyllum e Pityrocarpa moniliformes para quantificação de carboidratos não estruturais (NSC) ao longo de oito meses de 2020 a 2021. A presente versão da tese está dividida em dois capítulos, onde no primeiro manuscrito confirmamos a existência de fotossíntese corticular para C. leptophloeos, estratégia que contribuiu para a manutenção do pool constante de NSC durante os períodos de seca. No segundo capítulo, testamos se as espécies decíduas sem a fotossíntese corticular variam drasticamente em relação à concentração de NSC apresentando maiores concentrações em períodos chuvosos e reduções nos períodos secos, devido ao uso das reservas nos períodos de limitação da fotossíntese. Os resultados refutam essa hipótese uma vez que para as três espécies o pool de NSC foi constante ao longo dos meses, não havendo reduções nem aumentos drásticos entre períodos secos e chuvosos. O principal aspecto observado foram respostas espécie-específica para as estratégias de alocação e particionamento dos NSC.
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THATIANY TEIXEIRA BEZERRA
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RELAÇÃO DA DINÂMICA DA FLORAÇÃO E DO FLUXO POLÍNICO ENTRE ESPÉCIES SINCRONOPÁTRICAS E ENANTIOSTÍLICAS DE Chamaecrista MOENCH. (FABACEAE)
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Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANSELMO NOGUEIRA
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ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
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MARIA TERESA AURELIANO BURIL VITAL RODRIGUES
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NATHÁLIA SUSIN STREHER
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TÚLIO FREITAS FILGUEIRA DE SÁ
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Data: 20/12/2024
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A diversificação sexual em plantas é um tema central na ecologia da polinização, especialmente em espécies com necessidade de cruzamento entre morfos, como na enantiostilia. Investigamos as influências da dinâmica de produção de morfos e da sincronopatria na fenologia da floração e na reprodução de espécies enantiostílicas, além de verificar a presença e os efeitos da interferência do pólen heteroespecífico (HP) na formação de frutos e sementes em quatro espécies de Chamaecrista (Fabaceae) ocorrentes na Reserva do Patrimônio Natural de Maracaípe, PE. No primeiro capítulo, acompanhamos a fenologia e a produção de morfos florais ao longo de dezoito meses e verificamos a ocorrência de isopletia em indivíduos e populações de Chamaecrista diphylla, C. flexuosa, C. ramosa e C. rotundifolia. Observamos proporções gerais de morfos semelhantes às descritas em estudos prévios. No entanto, em nível individual, encontramos variações funcionais nos morfos, relacionadas ao número de flores, sugerindo adaptações ainda pouco compreendidas. No segundo capítulo, testamos a influência de pólen heteroespecífico no sucesso reprodutivo das mesmas espécies de Chamaecrista. Confirmamos que o HP reduz o fitness reprodutivo, variando conforme as espécies e os morfos envolvidos. Cruzamentos coespecíficos favorecem a frutificação, reforçando o papel da enantiostilia como barreira reprodutiva. Além disso, espécies coflorescentes influenciam a deposição de pólen de forma complexa, dependendo da proporção de mistura de pólen e características florais. Os resultados destacam os mecanismos de isolamento reprodutivo e estratégias adaptativas em ambientes biodiversos, avançando no entendimento da interação planta-polinizador.
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Compreender a diversificação sexual nas plantas é um tema emergente na ecologia da polinização, especialmente para espécies que necessitam de cruzamentos intermorfos. Nós investigamos a relação da dinâmica da floração e com o fluxo de pólen intra e interespecífico nas espécies monomórficas Chamaecrista diphylla, C. flexuosa, C. ramosa e C. rotundifolia (Leguminosae). No capítulo 1, a fenologia foi amostrada durante o período (2019/2020). A contagem das flores com estilete voltado para a direita (D) e esquerda (E) em 40 indivíduos/espécie. Os indivíduos foram categorizados: funcionalmente direito (FD); funcionalmente esquerdo (FE) e, funcionalmente recíproco (REC), para representar a sequência temporal dos morfos. A isopletia e a sobreposição da floração foram confirmadas, embora indivíduos possam se comportar como anisopléticos durante os dias intercalados (exceto para C. ramosa). No capítulo 2, esperávamos que a deposição de pólen heteroespecífico reduzisse a formação dos frutos. Realizamos cruzamentos bidirecionais com mix de pólen: [pólen coespecífico (CP) + pólen heteroespecífico (HP)]. Sendo, a) 30% PC + 70% HP; b) 70%PC+30% HP. A polinização natural e a polinização manual (autopólen CP) foram acompanhadas. Os resultados indicam alta compatibilidade entre os quatro táxons, evidenciando que não existe um forte isolamento reprodutivo prézigótico. Entretanto, a morfologia floral favorece o fluxo de pólen direcionado entre os morfos, pois a deposição e captura de pólen é feita para lados opostos no polinizador, potencializando o fluxo de pólen legítimo e evitando o desperdício.
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