PPGBV PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL - CB DEPARTAMENTO DE BOTANICA - CB Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
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  • ANA LUCIA GONCALVES DA SILVA
  • O papel da hibridização natural na complexidade sistemática de Cenostigma (Leguminosae): fluxo gênico entre C. laxiflorum e C. microphyllum revelado por SSRs e morfometria

  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
  • RODRIGO CESAR GONCALVES DE OLIVEIRA
  • Data: 30/01/2024

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  • A hibridação pode contribuir para especiação e adaptação de espécies, embora torne complexa sua taxonomia. O gênero Cenostigma apresenta baixa resolução filogenética, devido à sua origem recente e/ou à ocorrência de híbridos. A hipótese de hibridização é sustentada pela observação de indivíduos com morfologia intermediária entre espécies simpátricas no Nordeste do Brasil, e corroborada entre C. microphyllum e C. pyramidale por uma análise molecular. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a abrangência dos eventos de hibridação no gênero, testando a ocorrência de híbridos naturais entre C. laxiflorum e C. microphyllum. Foram coletados de dois a 14 indivíduos de 11 populações em áreas de distribuição natural dessas espécies. Análises morfométricas e moleculares de locos plastidiais (cpSSR) e nucleares (nuSSR) de microssatélites foram realizadas. A análise morfométrica revelou ampla plasticidade nos tamanhos dos folíolos nas populações simpáticas. Os alelos cpSSR definiram 11 haplótipos que apresentaram uma estruturação geográfica compatível a das populações analisadas, sugerindo haplótipos espécie-específicos. A análise dos nuSSRs revelou estruturação das populações em dois grupos genéticos relativo às duas espécies. No entanto, as populações intermediárias apresentaram indivíduos geneticamente relacionados à C. microphyllum, e indivíduos possivelmente híbridos também foram observados em populações alopátricas. As análises sugerem a ocorrência de hibridização entre as duas espécies, contribuindo para a baixa diferenciação morfológica entre elas.


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  • A hibridação pode contribuir para especiação e adaptação de espécies , embora torne complexa sua taxonomia. O gênero Cenostigma apresenta baixa resolução filogenética, devido à sua origem recente e/ou à ocorrência de híbridos. A hipótese de hibridização é sustentada pela observação de indivíduos com morfologia intermediária entre espécies simpátricas no Nordeste do Brasil, e corroborada entre C. microphyllum e C. pyramidale por uma análise molecular. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a abrangência dos eventos de hibridação no gênero, testando a ocorrência de híbridos naturais entre C. laxiflorum e C. microphyllum. Foram coletados de dois a 14 indivíduos de 11 populações em áreas de distribuição natural dessas espécies. Análises de locos cpSSR, nuSSR e morfométricas foram realizadas. A análise morfométrica revelou ampla plasticidade nos tamanhos dos folíolos nas populações simpátricas. Os alelos observados nos locos cpSSR permitiram a identificação de 11 haplótipos que apresentaram uma estruturação geográfica compatível a das populações analisadas, indicando haplótipos espécie-específicos. Já com relação aos dados nucleares, foi possível observar uma clara diferenciação entre as populações analisadas. No entanto, o índice elevado de dados faltantes para dois dos quatro nuSSR analisados até o momento influenciou os índices de diversidade. A hipótese de hibridação inferida aqui deverá ser testada pela ampliação da análise de SSRs nucleares, que permitirá uma melhor elucidação da história evolutiva e fluxo gênico recente desse complexo grupo de espécies do gênero.

2
  • VITORIA DA FONSECA DIAS
  • Sinais florais e biologia reprodutiva na bromélia Cryptanthus bahianus: néctar ou perfume como recurso?

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS EDUARDO PEREIRA NUNES
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • JOSÉ ALVES DE SIQUEIRA FILHO
  • Data: 21/02/2024

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  • Flores de perfume ofertam a polinizadores especializados odores como recurso, já constatadas em algumas poucas espécies de Cryptanthus (Bromeliaceae). Nesta dissertação investigamos se C. bahianus também se enquadraria como flor de perfume, analisando sua biologia floral e interação com polinizadores. Em populações naturais, indivíduos foram marcados para a realização de protocolos usuais em biologia reprodutiva, observações para registro da frequência e do comportamento dos visitantes florais, análises de reflectância, bem como extrações para análises químicas de voláteis florais. As flores de C. bahianus são diurnas, abrindo às 5:00h, quando já se observa produção de néctar. Há dois tipos de flores, estaminadas e hermafroditas, caracterizando andromonoicia, havendo diferença significativa em relação à morfometria das estruturas comuns nos dois tipos. A análise química do odor floral revelou que álcool benzílico, (Z) e (E)-3-Metil-4-ácido decenóico foram os compostos majoritários. Abelhas e várias espécies de borboletas foram observadas nas flores em busca de néctar. Embora tenham sido observados machos de Euglossini, estes não apresentaram o comportamento estereotipado de coleta de perfume floral, diferente do observado nas espécies de Cryptanthus já estudadas, muito provavelmente devido a inexistência, em C. bahianus, de compostos responsáveis pela mediação dessa prática. Concluímos, portanto, que C. bahianus oferece apenas néctar como recurso e abordamos no trabalho uma possível evolução da síndrome de flores de perfume no gênero, a partir de espécies filogeneticamente mais basais e generalistas como C. bahianus.


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  • Flores de perfume são caracterizadas por ofertarem a polinizadores especializados odores como recurso, mecanismo esse que já foi constatado em alguns representantes do gênero Cryptanthus (Bromeliaceae). Nesse trabalho, portanto, C. bahianus foi escolhida como modelo para investigar a biologia floral, o sistema de polinização e verificar se essa espécie também ofertaria odor floral como recurso. Em populações naturais, indivíduos foram marcados para a realização de protocolos de biologia floral e reprodutiva, com observações para registro da frequência e do comportamento dos visitantes florais, bem como para fazer extrações nas flores para análise química. As flores de C. bahianus são diurnas, abrindo às 5:00h, quando já se observa produção de néctar. Há dois tipos de flores, estaminadas e hermafroditas, caracterizando andromonoicia, sendo observada uma diferença significativa com relação a morfometria das estruturas comuns nos dois tipos. Evidenciou-se conservação nos atributos florais de C. bahianus quando comparado a outros representantes do gênero. Abelhas e várias espécies de borboletas foram observadas nas flores em busca de néctar, único recurso floral. Embora tenham sido observados machos de euglossine, estes não apresentaram o comportamento estereotipado de coleta de perfume floral, diferente do observado em outras espécies do gênero. Finalmente, conforme estudos filogenéticos para gênero observou-se que C. bahianus é mais basal de em relação a outras espécies do gênero que produzem perfume floral como recompensa, sugerindo que sistemas generalistas são ancestrais no grupo.

3
  • KAMILA ERMINA FELIX DA SILVA
  • INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE CAPRINOS SOBRE A FENOLOGIA REPRODUTIVA DE DUAS ESPÉCIES DE  LEGUMINOSAE EM UMA FLORESTA SECA DE CAATINGA NO BRASIL

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • DAVID JOSE DOS SANTOS
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 22/02/2024

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  • A presença de grandes herbívoros em florestas secas pode comprometer, em termos populacionais, o crescimento de plântulas, a fenologia e o sucesso reprodutivo de plantas, entre outros processos vitais. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da presença de caprinos sobre a fenologia reprodutiva de duas espécies de Leguminosae em área de floresta seca de Caatinga. Testamos a hipótese de que a presença dos caprinos teria efeitos sobre o padrão e sincronia de floração e frutificação em Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum em área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, nordeste do Brasil. Foram acompanhados 30 indivíduos de cada espécie distribuídos em seis parcelas de livre acesso e seis sem a presença dos caprinos, totalizando 120 indivíduos, para o acompanhamento mensal da fenologia reprodutiva, durante 12 meses (agosto/2022 a julho/2023). As duas espécies apresentaram padrão de floração subanual tanto nas parcelas de livre acesso, como nas parcelas sem caprinos. A frutificação de P. moniliformis também foi subanual, enquanto C. microphyllum apresentou o padrão anual. A sincronia dos eventos (floração e frutificação) foi baixa para todos os indivíduos acompanhados. Estatisticamente, nossos resultados mostraram que não existe diferença significativa entre o padrão encontrado nas duas espécies nas parcelas de livre e parcelas sem caprinos. Essa similaridade no padrão de floração e frutificação, pode ser explicada pela resiliência que as espécies estudadas têm em relação às perturbações, bem como a sazonalidade que espécies adaptadas a ambientes semiáridos apresentam.


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  • A herbivoria pode comprometer, em termos populacionais, o crescimento de plântulas, a fenologia e o sucesso reprodutivo de plantas, entre outros processos vitais. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da herbivoria por caprinos sobre a fenologia reprodutiva e interação planta-polinizador em duas espécies de Leguminosae em área de floresta seca de Caatinga. Testamos a hipótese de que a herbivoria teria efeitos sobre o padrão de floração e frutificação e sobre a interação planta-polinizador em Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum em área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, nordeste do Brasil. Foram marcados 30 indivíduos de cada espécie distribuídos em seis parcelas com e seis sem a presença de caprinos, totalizando 120 indivíduos, para o acompanhamento mensal da fenologia reprodutiva (floração e frutificação) durante 12 meses (agosto/2022 a julho/2023). Nossos resultados mostraram que o período de floração e frutificação não diferiu entre os tratamentos para ambas as espécies, os dados para frequência de visitantes florais estão em fase de coleta. A similaridade no padrão de floração e frutificação pode ser explicado pela sazonalidade que espécies adaptadas a florestas secas apresentam. Dessa forma, a herbivoria de caprinos não interfere no padrão fenológico de P. moniliformis e C. microphyllum, no entanto dados coletados por nossa equipe demostraram que o sucesso reprodutivo de P. moniliformis é maior nas áreas com a presença de caprinos, dessa forma podemos inferir que a herbivoria desempenhada por estes animais atua de forma complexa sobre populações de plantas lenhosas em florestas secas.

4
  • GABRIELA FERREIRA PACHECO
  • Efeitos da criação extensiva de caprinos sobre as interações e o serviço de proteção anti-herbivoria promovido por formigas a plantas com nectários extraflorais

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANSELMO NOGUEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • ROBERTH FAGUNDES DE SOUZA
  • Data: 23/02/2024

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  • A criação extensiva de caprinos é uma das atividades mais praticadas e uma das principais fontes de renda em florestas secas, podendo resultar em cascatas ecológicas com consequências para a manutenção de serviços ecossistêmicos. O objetivo desta dissertação foi investigar o impacto da criação extensiva de caprinos nas interações entre formigas e plantas com nectários extraflorais (NEFs) e no serviço de proteção contra insetos herbívoros mediados pela produção de néctar extrafloral na Caatinga. Utilizamos um experimento pareado de longo prazo com parcelas de exclusão e de livre acesso de caprinos nos quais avaliamos atributos dos NEFs e do néctar extrafloral, interações, formigas visitantes dos NEFs, efetividade da proteção promovida por formigas e dano foliar causado por insetos herbívorosem indivíduos de Pityrocarpa moniliformis. No geral, não encontramos diferenças em relação aos atributos dos NEFs e do néctar extrafloral, no entanto, encontramos evidências de que a exclusão de caprinos resultou em um número maior de interações entre formigas e NEFs no tratamento de exclusão de caprinos. Contudo, o maior número de interações não resultou no aumento da efetividade de proteção anti-herbivoria ou na redução do dano foliar causado por insetos herbívoros. Nossos resultados sugerem que a exclusão de caprinos no longo prazo permite a recuperação das interações entre formigas e NEFs, mas não influencia na efetividade do serviço de proteção promovido por formigas a plantas com NEFs.


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  • A criação extensiva de caprinos é uma das principais fontes de renda no semiárido que mais impactam a Caatinga podendo influenciar interações mutualísticas de proteção entre formigas e plantas com nectários extraflorais (NEF’s) através da indução da produção do néctar como forma de aumento de defesa de plantas. Neste estudo, examinamos como a criação extensiva de caprinos impacta este serviço de proteção. Em um experimento de exclusão pareado estabelecido há nove anos com 14 parcelas – 7 com exclusão e 7 com livre acesso de caprinos – foram avaliados: (1) a produção e a qualidade do néctar extrafloral e (2) o tamanho dos NEF’s, (3) o número de interações entre formigas e NEF’s, e (4) a efetividade da proteção utilizando como modelo indivíduos de plantas da espécie Pityrocarpa moniliformis. Contrariamente às nossas expectativas, não encontramos diferenças significativas entre os tratamentos de exclusão e livre acesso de caprinos. Estes resultados sugerem que caprinos não impactam os serviços de proteção promovido por formigas a plantas de P. moniliformis. Propomos que estes resultados podem ser consequência da alta adaptabilidade da P. moniliformis a ambientes perturbados, além da sazonalidade e intercorrência do pastoreio de caprinos que poderia conferir tempo suficiente de recuperação para as plantas não causando impactos nestas interações. Concluímos que o pastejo de caprinos pode ter pouco/nenhum impacto sobre interações entre plantas e formigas na Caatinga e pode ser gerido de forma sustentável.

5
  • THAIS CAROLINE DE MACEDO ANDRADE
  • REDE DE INTERAÇÕES ENTRE POLINIZADORES E LEGUMINOSAE ARBÓREAS E MELITÓFILAS OCORRENTES EM ECOSSISTEMAS URBANOS DO RECIFE

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • DANIELE REGINA PARIZOTTO
  • OSWALDO CRUZ NETO
  • Data: 23/02/2024

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  • A urbanização altera inúmeros fatores ambientais e biológicos, entre eles as interações ecológicas entre plantas e animais. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da urbanização nas redes de interações entre Leguminosae melitófilas e seus visitantes florais. Especificamente, investigamos como a urbanização e o tamanho da área verde afetam as métricas de rede: índice de especialização (H2’), índice de especialização (d’); generalidade ponderada (Gw), vulnerabilidade ponderada (Vw) e uniformidade da interação (IE), assim como o número de interações e diversidade efetiva de visitantes florais.  O estudo foi realizado em espaços verdes urbanos de Recife, com 10 espécies de Leguminosae. Foram realizadas cerca de 15hs de observação para cada espécie, em cada local. Os resultados mostraram que a urbanização diminui o número de interações e que o tamanho da área verde favorece o aumento no número de interações, assim como a generalidade da rede e quando avaliada apenas a rede com espécies de Leguminosae exóticas, o tamanho da área verde favoreceu a diversidade de visitantes florais. Além disso, espécies nativas apresentaram maior especialização que espécies exóticas. A manutenção e conservação das populações de abelhas nos ecossistemas urbanos é imprescindível não só para a biodiversidade local, mas também para a polinização da agricultura urbana. Em conclusão, reforçamos que a utilização da abordagem de redes de interações é importante para entender a estrutura e dinâmica dos sistemas ecológicos em áreas urbanas.


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  • A urbanização altera inúmeros fatores ambientais e biológicos, entre eles as interações ecológicas entre plantas e animais. O objetivo desta dissertação foi caracterizar a rede de interação entre árvores da família Leguminosae que apresentam sistema de polinização por abelhas e os seus visitantes florais em áreas verdes urbanas e avaliar o efeito da urbanização e tamanho da área sobre as métricas de rede. O estudo foi realizado em espaços verdes urbanos do Recife, com dez espécies de Leguminosae. Foram realizadas ca. de 15hs de observação para cada espécie, em cada local de estudo. As áreas verdes urbanas foram vetorizadas considerando a presença e área de cobertura vegetal e superfícies impermeáveis; sua representatividade (%) em cada célula foi estabelecida para obter o índice de urbanização de cada local de estudo através de uma PCA. O artigo investigou como a rede de interação entre planta-visitante floral está caracterizada e como a urbanização e o tamanho da área afetam as métricas de rede e o número de interações. Os resultados mostraram que a urbanização diminui o número de interações entre Leguminosae arbóreas e visitantes florais em áreas verdes urbanas e que o tamanho da área verde favorece o aumento no número de interações. Nosso estudo sugere que as áreas verdes urbanas apresentam um enorme potencial para a conservação de abelhas, sendo capazes de contribuir com a manutenção da biodiversidade local.

6
  • MIKAEL ALVES DE CASTRO
  • DA DISPERSÃO À PROTEÇÃO DE SEMENTES: IMPACTO DE CAPRINOS NAS INTERAÇÕES ENTRE FORMIGAS E PLANTAS EM UMA FLORESTA SECA DE CAATINGA

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INARA ROBERTA LEAL
  • LAYS KLÉCIA SILVA LINS
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 23/02/2024

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  • O pastoreio extensivo de animais domésticos é uma prática comum e importante em todo o globo, mas impõe impactos significativos em vários grupos de organismos e níveis de organização biológica devido ao consumo da vegetação e pisoteio do solo. Essa dissertação aborda impactos da criação extensiva de caprinos na Caatinga quanto à dispersão e proteção de sementes mediadas por formigas. Realizamos experimentos em parcelas com e sem a presença de caprinos, avaliando as interações entre formigas e sementes de Jatropha mutabilis e Commiphora leptophloeos, incluindo consumo do elaiossomo, taxa e distância de remoção, destino das sementes. Avaliamos também abundância e viabilidade das sementes em ninhos de Dinoponera quadriceps e arredores (controle). O pastejo caprino afetou negativamente a taxa de remoção das sementes de C. leptophloeos, com maiores distâncias de remoção para os ninhos de D. quadriceps em áreas de exclusão. D. quadriceps apresentou os maiores números de interação e taxas de remoção de sementes, atingindo distâncias de até 30 metros. Enquanto a abundância de sementes nos ninhos de D. quadriceps e arredores foi semelhante, a viabilidade foi negativamente impactada pela presença caprina. Esses resultados sugerem que a criação extensiva de caprinos pode influenciar a regeneração da vegetação, reduzindo as chances de sementes serem removidas de baixo da planta-mãe e germinarem em locais favoráveis para novos recrutamentos. Esse efeito dificulta a regeneração das florestas secas em ambientes modificados pela ação humana.


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  • A criação extensiva de animais domésticos é muito comum e importante para muitas famílias em todo o globo. No entanto, taxas de lotação mais altas que o recomendado, como observado na Caatinga, podem impactar solo e vegetação, e essas alterações podem culminar com efeitos negativos sobre a comunidade de animais e suas interações ecológicas mutualísticas com plantas. Essa dissertação aborda os efeitos da criação extensiva de caprinos na Caatinga em relação a dispersão e proteção de sementes mediadas por formigas. Utilizamos um experimento de exclusão estabelecido em 2015, como parte do Projeto Ecológico de Longa Duração PELD Catimbau, no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. O estudo foi conduzido em 14 pares de parcelas (20 X 20m), cada par constituído por uma parcela cercada com arame, impedindo a entrada dos caprinos, e outra com o livre acesso destes animais. Avaliamos interações totais, consumo do elaiossomo, taxa e distância de remoção, bem como o destino de sementes de Jatropha mutabilis e Commiphora leptophloeos. Avaliamos também a abundância e viabilidade das sementes em ninhos de Dinoponera quadriceps e áreas controle distantes dos ninhos. A criação extensiva de caprinos afetou negativamente a taxa de remoção das sementes de C. leptophloeos e a distância da remoção foi significativamente maior para os ninhos de D. quadriceps em áreas de exclusão de caprinos. Já para J. mutabilis foram observadas diferenças, apenas nas interações totais, maiores nas áreas de exclusão, não havendo alterações nos demais mecanismos estudados. A formiga D. quadriceps apresentou o maior número de interações e taxas de remoção de sementes, alcançando distâncias que chegaram até 30 metros. Além disso, a disponibilidade e a viabilidade de sementes em ninhos de D. quadriceps e nos arredores, parece ser negativamente afetada pelo livre acesso dos caprinos. Nossos resultados indicam que a criação extensiva de caprinos pode influenciar negativamente a dispersão de sementes de uma espécie ornitocórica, enquanto praticamente não influencia a interação das formigas com sementes mirmecocóricas. A disponibilidade e viabilidade de sementes em ninhos de D. quadriceps e arredores também é impactada pelos caprinos. Esses resultados indicam que a criação extensiva de caprinos pode afetar negativamente a regeneração da vegetação, uma vez que as chances de uma semente ser removida debaixo da planta-mãe e germinar em locais favoráveis para o recrutamento de novos indivíduos são reduzidas com o pastejo destes animais, retardando a regeneração de florestas secas em ambientes modificados pela ação humana.

7
  • ANNA CRISTINA FERREIRA DE ARAUJO
  • AVALIAÇÃO ATUAL E FUTURA DA DISTRIBUIÇÃO E ESTRUTURA FUNCIONAL DE MUSGOS (BRYOPHYTA) ENDÊMICOS DA FLORESTA ATLÂNTICA

  • Orientador : KATIA CAVALCANTI PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MERCIA PATRICIA PEREIRA SILVA
  • NIVEA DIAS DOS SANTOS
  • OSWALDO CRUZ NETO
  • Data: 26/02/2024

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  • Espécies endêmicas apresentam uma distribuição limitada e, consequentemente, apresentam nicho ecológico restrito. Assim, pequenas alterações ambientais afetam essas comunidades, impactando negativamente tanto a distribuição das espécies quanto sua estrutura funcional. Devido à alta representatividade de musgos endêmicos na Floresta Atlântica e sua sensibilidade a alterações ambientais, esta dissertação objetiva: determinar áreas com maior riqueza e diversidade funcional de musgos endêmicos deste Domínio; verificar se as áreas de endemismo de musgos são consistentes com centros de endemismo anteriores descritos na literatura; avaliar se o atual sistema de rede de áreas protegidas na Floresta Atlântica é eficaz na conservação de musgos endêmicos (Capítulo I); e avaliar como os atributos das espécies deste Domínio fitogeográfico respondem a longo prazo, frente às mudanças climáticas (Capítulo II). A riqueza de espécies, divergência e equidade funcional apresentaram relação positiva com a latitude. Todas as áreas consensuais de endemismo foram registradas na região Sudeste. Cento e onze Unidades de Conservação (11%) se sobrepuseram com áreas de endemismo. Comparado com o cenário atual, a área de adequabilidade ambiental >50% de todas as entidades funcionais irá aumentar no futuro, tanto para o cenário otimista quanto para o pessimista, apesar de não haver diferença significativa. O entendimento dos padrões de distribuição e diversidade funcional de musgos endêmicos da Floresta Atlântica, no tempo atual e futuro, está relacionado a um conjunto de fatores ambientais e de uso da terra no Brasil.


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  • Espécies endêmicas apresentam uma distribuição limitada e, consequentemente, tendem a apresentar nicho ecológico mais restrito. Assim, até pequenas alterações ambientais são capazes de afetar essas comunidades, impactando negativamente tanto a distribuição das espécies quanto sua estrutura funcional. Devido a alta representatividade de musgos endêmicos na Floresta Atlântica e sua comprovada sensibilidade a alterações ambientais, este trabalho objetiva: 1) avaliar como os atributos das espécies deste Domínio fitogeográfico respondem a longo prazo, frente às mudanças climáticas; 2) determinar áreas com maior riqueza e diversidade funcional de musgos endêmicos deste Domínio; 3) verificar se as áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica são consistentes com centros de endemismo anteriores descritos na literatura; e 4) avaliar se o atual sistema de rede de áreas protegidas na Mata Atlântica é eficaz na conservação de musgos endêmicos. Análises de modelagem de distribuição potencial foram baseadas na ocorrência dos atributos funcionais das espécies. Comparado com o cenário atual, a área de adequabilidade ambiental de todos os traços observados irá aumentar no futuro, tanto para o cenário otimista quanto para o pessimista. A riqueza de espécies, divergência funcional e equidade funcional apresentaram relação positiva com a latitude. Nenhuma área consensual de endemismo foi evidenciada para as regiões Central e Nordeste da Floresta Atlântica. Além disso, cento e onze Unidades de Conservação se sobrepuseram em áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica.

8
  • WANESSA SILVA DE CARVALHO
  • MORFOLOGIA RADICULAR E ALOCAÇÃO DE CARBOIDRATOS EM UMA ESPÉCIE LENHOSA NATIVA DE FLORESTA  SECA SOB DEFICIÊNCIA HÍDRICA

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HIRAM MARINHO FALCAO
  • MARCUS VINÍCIUS LOSS SPERANDIO
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 26/02/2024

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  • Para as espécies lenhosas decíduas nativas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS), o sistema radicular apresenta grande importância, sendo importante entender as características morfológicas da raiz sob contextos de seca e a relação com o armazenamento de CNEs. Logo, o objetivo do estudo consistiu em avaliar a relação entre a morfologia radicular, alocação e reserva de CNEs radiculares e o efeito de eventos recorrentes de déficit hídrico, usando a Cenostigma microphyllum. As plantas foram submetidas a três tratamentos: Controle, Seca Posterior (SP) – cinco meses com rega normal e depois suspensão total de rega e Seca Crônica (SC) regado a cada quinze dias e depois suspensão total de água. Na coleta 1, foram feitas medidas e coletas para Conteúdo Hídrico Relativo (CHR), condutância estomática (gs), bioquímica de todos os tecidos, umidade do solo, crescimento e biomassa. Tais análises essas repetidas na coleta 2, junto com coletas para análise da morfologia radicular. Após isso, as plantas foram reidratadas para a coleta 3, sendo coletadas para as mesmas análises citadas anteriormente, exceto morfologia radicular. Os tratamentos SP e SC apresentaram a tendência de: 1) priorização de alocação de carboidratos para as raízes grossas de >2mm; 2) Diminuição da concentração total de carboidratos da primeira para a terceira coleta, mesmo com as mesmas estando reidratadas na última coleta; 3) Raízes com o tecido radicular mais denso. A SC em específico, apresentou um CHR mais eficiente, porém, desde a primeira coleta já apresentava uma concentração menor quando comparado com o SP e Controle.


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  • Espécies lenhosas decíduas nativas da Caatinga, uma Floresta Tropical Sazonalmente Seca (FTSS) tem alta capacidade de manter a produção de Carboidratos Não Estruturais (CNEs) mesmo sob déficit hídrico, proporcionando o armazenamento desses carboidratos nas raízes. Assim como, morfologicamente, as raízes finas podem representar uma estratégia viável para aumentar a área de superfície no solo. Logo, o sistema radicular apresenta grande importância para espécies lenhosas decíduas, sendo importante entender as características morfológicas da raiz sob contextos de seca e a relação com o armazenamento de CNEs. Logo, o objetivo do trabalho consistiu em avaliar como a morfologia radicular influenciam na alocação de CNEs em Cenostigma microphyllum, espécie endêmica em uma FTSS. As plantas foram submetidas a três tratamentos: Controle, Seca Posterior (SP) – cinco meses com rega normal e depois suspensão total de rega e Seca Crônica (SC) regado a cada quinze dias e depois suspensão total de água. Na coleta 1, foram feitas medidas e coletas para Conteúdo Hídrico Relativo (CHR), condutância estomática (gs), bioquímica (foliar, caulinar e radicular), umidade do solo, crescimento e biomassa. Tais análises essas repetidas na coleta 2, junto com coletas para análise da morfologia radicular. Após isso, as plantas foram reidratadas para a coleta 3, sendo coletadas para as mesmas análises citadas anteriormente, exceto morfologia radicular. Os tratamentos SP e SC apresentaram algumas respostas ‘clássicas’ de tolerância a seca, como redução do CHR, gs e crescimento. Como também, apresentou reduções no Comprimento Específico de Raiz (CER), Área Superficial radicular (AS) e Densidade do Tecido radicular (DT) maiores. Períodos sucessivos de seca (SC) em C. microphyllum trazem algumas respostas diferentes ao déficit hídrico total (1ª e 2ª coleta), como uma redução mais eficiente do CHR, um maior diâmetro médio das raízes finas e manutenção de AST e amido não somente nas raízes grossas, como também, nas raízes finas, apontando que eventos de seca prévios podem possibilitar a planta à adquirir uma aclimatação prévia ao estresse.

9
  • NATALIA MARIA DE SOUZA CASTRO
  • O PAPEL DO AMBIENTE NA DIVERSIFICAÇÃO GENÔMICA DE ESPÉCIES DO GÊNERO Erythrostemon (Klotzsch) Gagnon & G.P. Lewis (Leguminosae)

  • Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • UEDSON PEREIRA JACOBINA
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • TIAGO RIBEIRO BARROS DOS SANTOS
  • Data: 27/02/2024

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  • A complexa interação genoma-ambiente é um tópico intrigante da biologia  evolutiva. Para discutir isso utilizamos duas abordagens: (capítulo 1) uma revisão teórica  e metodológica de ecologia do genoma; (capítulo 2) estabelecimento do gênero  Erythrostemon (Leguminosae) como um modelo para discutir a interação genoma  ambiente. Para o capítulo 1 são apresentadas as principais métricas ecológicas aplicáveis  em análises genômicas comparativas dos elementos repetitivos. Para o capítulo 2  realizamos um estudo de caso, com uma análise repeatomica comparativa de 18 espécies  de Erythrostemon. Detectamos uma heterogeneidade na composição dos repeatomas,  com alta abundância do elemento transponível (TE) LTR Ty3/gypsy Tekay e de DNAs  satélite, nas espécies da América do Sul e Mesoamérica (subclado MA-stricto sensu),  respectivamente. Nossos dados revelam que a abundância de LTRs apresentou correlação  inversa com a abundância de DNAsat, assim como demonstrado em outros grupos de  plantas. Historicamente, o subclado MA-stricto sensu apresentou uma forte diferenciação  genômica (expansão dos DNAsat e retração dos Tekay) associada à colonização da  América Central há 20 milhões. Ecologicamente, detectamos que os elementos Tekay  apresentam uma alta correlação com a variável ecológica de temperatura mínima do mês  mais frio. Isso sugere que a interação genoma-ambiente pode ter atuado ativamente na  diferenciação desses genomas desde a origem do gênero. Considerando o protagonismo  dos elementos Tekay nos genomas de Erythrostemon, hipotetizamos que ele pode ser o  principal responsável pelas correlações genoma-ambiente previamente descritas no grupo Caesalpinia.


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  • A complexa interação entre genomas e ambiente é um tópico intrigante da biologia evolutiva. Para discutir isso utilizamos duas abordagens: (capítulo 1) uma revisão teórica e metodológica de ecologia do genoma; (capítulo 2) estabelecimento do gênero Erythrostemon (Leguminosae) como um modelo para discutir a interação genoma-ambiente, dada sua origem antiga (~33 milhões de anos), conservadorismo de nicho, diversidade (31 espécies) e distribuição disjunta. Para o capítulo 1 são apresentadas as principais métricas ecológicas viáveis para uma análise genômica comparativa, com foco em índices de riqueza/diversidade e sinal filogenético dos elementos repetitivos. Para o capítulo 2 realizamos uma análise repeatomica comparativa de 11 espécies de Erythrostemon. A composição dos repeatomas foi diversa, com alta abundância do elemento transponível (TE) Ty3/gypsy-Tekay e DNA satélite, nas espécies da América do Sul e Mesoamérica, respectivamente. Os clados Sul- e Mesoamericanos puderam ser discriminados a partir de diferentes abordagens (PcoA e filogenia de abundância de repeats). A β-diversidade foi maior nas espécies da América do Sul, sugerindo que sua origem mais antiga pode ter propiciado um maior turnover nos repeatomas. As variáveis ecológicas apresentaram uma forte influência nas abundâncias de repeats, especialmente nos LTRs Ty1/copia. Por outro lado, os LTRs Ty3/gypsy mostraram sinais filogenéticos significativos nas linhagens mais abundantes. Sugerimos que essas duas linhagens podem apresentar tendências evolutivas distintas correlacionadas com sua localização preferencial próxima a genes (Copia) ou em heterocromatina (Gypsy).

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  • AMANDA BEZERRA DA SILVA
  • FILOGENIA E EVOLUÇÃO DE ESTADOS DE CARÁTER ANCESTRAL DO COMPLEXO GRAVISIA (BROMELIOIDEAE, BROMELIACEAE)

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO SOTERO DE BARROS PINANGÉ
  • GEYNER ALVES DOS SANTOS CRUZ
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 27/02/2024

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  • As bromélias constituem uma das famílias de plantas com flores mais diversos e ecologicamente importantes da região neotropical. A subfamília Bromelioideae sofreu radiação recente e diversificou-se principalmente na região da floresta atlântica. Em consequência do elevado número de caracteres homoplásicos de baixo valor na delimitação dos gêneros e a baixa variação molecular, resultam em grandes desafios na sua resolução taxonômica. Dentro desta subfamília encontra-se o Complexo Gravisia, que compreende um conjunto de espécies pertencentes ao gênero Aechmea subg. Aechmea com características morfológicas de inflorescência similares, distribuídas na região nordeste da floresta atlântica. Sob este cenário, hipotetizamos que o complexo Gravisia é formado por espécies geograficamente próximas e seus caracteres diagnósticos são homoplásicos. Nesse estudo, realizamos uma análise filogenética utilizando três marcadores nucleares (AGT1, ETS, phyC) e um marcador plastidial (matK), juntamente com uma reconstrução dos estados de caráter ancestrais e exploramos sua biogeografia. Nossos resultados revelaram que o complexo Gravisia não é monofilético, consistindo em uma linhagem com clados distintos que incluem táxons dos gêneros Aechmea, Portea e Canistrum.O pólen pantoporado é um caráter ancestral de todas as espécies dessa linhagem, a cor da pétala/sépala amarelo/alaranjado surge em outras linhagens de bromelioide, no entanto, se levado em consideração sua distribuição geográfica, apresentam validade taxonômica. Todas as espécies nesta linhagem estão concentradas na região nordeste da floresta atlântica, exibem um elevado grau de endemismo, sugerindo uma possível influência dos eventos do holo-pleistoceno em sua diversificação. Este estudo ressalta a complexidade e a importância da análise filogenética integrada com dados morfológicos e biogeografia para uma compreensão mais profunda da diversidade e evolução das bromélias, especialmente no contexto do Complexo Gravisia.


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  • As bromélias constituem um dos grupos mais diversos de plantas endêmicas da região neotropical, representando um notável exemplo de radiação adaptativa nesta região. A subfamília Bromelioideae, a segunda mais diversa, tem apresentado desafios taxonômicos devido à falta de caracteres úteis na delimitação dos gêneros e à baixa variação molecular que dificulta a resolução filogenética. A maioria dos problemas taxonômicos dentro da Bromelioideae está relacionada ao gênero polifilético Aechmea, que abriga a maior parte das espécies da subfamília. Nosso estudo concentra-se no Grupo Gravisia, composto por espécies do gênero Aechmea subg. Aechmea, que possuem similaridade na morfologia da inflorescência. Entretanto, a análise filogenética mais recente do grupo, utilizando dados de AFLP e com baixo suporte estatístico, indicou que Gravisia não forma um grupo monofilético. Em busca de melhorar a resolução filogenética do grupo, propomos uma análise filogenética baseada em marcadores moleculares multiestado e avaliamos a validade dos caracteres taxonômicos usados para caracterizar o grupo. Além disso, fornecemos um breve estudo sobre a distribuição biogeográfica do grupo. Nossos resultados sugerem que Gravisia é um linhagem composta por quatro clados distintos e que os caracteres usados para circunscrever o grupo surgiram diversas vezes em Bromelioideae. Além disso, nossa análise da distribuição destacou um alto nível de endemismo, indicando que as espécies compõem uma parte significativa da flora de bromélias no centro de endemismo de Pernambuco.

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  • JOANA SHERYLYN NICODEMOS CORDEIRO
  • EFEITOS DE CICLOS RECORRENTES DE SECA NA DINÂMICA DE CARBONO, RELAÇÕES HÍDRICAS E A INFLUÊNCIA DA  FOTOSSÍNTESE CORTICULAR EM UMA ESPÉCIE NATIVA DE FLORESTA SECA

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO MAIA SOUZA
  • CAMILA DIAS BARROS MEDEIROS
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 27/02/2024

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  • Ambientes secos são caracterizados por apresentar baixa disponibilidade de água devido à  irregularidade das chuvas, o que está diretamente relacionado com o desenvolvimento das espécies  vegetais. Ao longo da evolução, as plantas desenvolveram estratégias que promovem sua  sobrevivência frente a condições ambientais estressantes, como uma dinâmica específica de  carboidratos, capacidade fotossintética em tecido lenhoso, assim como uma capacidade de  “memorizar” eventos de estresse passado, garantindo melhor eficiência em eventos futuros. O estudo  investigou as estratégias ecofisiológicas adotadas por uma espécie de caule verde nativa de ambiente  seco em resposta a ciclos recorrentes de seca. Um experimento controlado foi realizado com plantas  jovens da espécie divididas em quatro tratamentos: controle (CO), controle + exclusão de luz no caule  (CE), déficit hídrico (D) e déficit + exclusão de luz no caule (DE) e submetidas a dois ciclos de seca  recorrente. Foram avaliados parâmetros de crescimento (altura, número de folhas e diâmetro do caule),  conteúdo hídrico foliar (CHR), umidade do solo (URS), condutância estomática (gs), fluorescência da  clorofila, pigmentos fotossintéticos e dosagem de carboidratos não estruturais (CNE) em diferentes  tecidos (folha, caule, raiz e raiz secundária). Não houve diferença significativa entre os indivíduos dos  diferentes tratamentos para os parâmetros de crescimento avaliados. O CHR se manteve elevado  (acima de 70%) e estável em todos os tratamentos, mesmo quando a URS reduziu em 90% no  tratamento de déficit hídrico em relação ao controle durante o segundo ciclo. As plantas submetidas  ao déficit hídrico, durante o primeiro ciclo, reduziram a gs após três dias sem rega, enquanto no  segundo ciclo, essa redução ocorreu mais tardiamente (após nove dias de suspensão hídrica), indicando  uma estratégia de memória ao estresse anterior. O caule das plantas que tiveram acesso à luz durante  o segundo ciclo, apresentam valores de fluorescência da clorofila a semelhantes aos do tratamento  controle, mesmo sob condições de déficit hídrico. Assim como, há uma concentração considerável dos  pigmentos fotossintéticos presentes no caule, mesmo que as folhas apresentem teores mais altos, o que  evidencia a capacidade fotossintética do tecido lenhoso da espécie. A concentração de CNE durante o  segundo ciclo é 63% menor nos tratamentos de déficit (D e DE) quando comparados com os  tratamentos controles (CO e CE). Em contrapartida, o particionamento desses carboidratos entre os  diferentes órgãos não muda durante todo experimento, sendo preferencialmente alocado para caule e  raiz. Em resumo, a espécie demonstrou múltiplas respostas ecofisiológicas para tolerar e sobreviver a  condições de seca no solo, mostrando eficiência diante de ciclos recorrentes de déficit hídrico.


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  • Ambientes secos, com baixa disponibilidade hídrica devido a irregularidade das chuvas, influenciam o desenvolvimento das espécies vegetais que, ao longo da evolução, desenvolveram adaptações para sobrevivência a condições estressantes, como uma dinâmica específica de carboidratos assim como uma capacidade de “memorizar” eventos de estresse. O estudo investigou as estratégias ecofisiológicas adotadas por uma espécie nativa de ambiente seco em resposta a dois ciclos recorrentes de seca. Um experimento foi realizado dividindo plantas da espécie em quatro tratamentos: controle (CO), controle+exclusão de luz no caule (CE), déficit hídrico (D) e déficit+exclusão de luz no caule (DE). Foram avaliados parâmetros de crescimento, conteúdo hídrico foliar (CHR), umidade do solo (US), condutância estomática (gs), fluorescência e quantificação da clorofila e dosagem de carboidratos não estruturais - CNE em diferentes órgãos. O CHR se manteve elevado em todos os tratamentos, mesmo quando a US reduziu em 90% no tratamento de déficit hídrico com relação ao controle. Plantas submetidas ao déficit, durante o primeiro ciclo, reduziram a gs após um curto período sem rega, enquanto no segundo ciclo, essa redução ocorreu mais tardia, indicando uma estratégia de memória ao estresse anterior. Não houve diferenças nos parâmetros de crescimento, exceto no número de folhas durante o ciclo 1, onde o tratamento CE apresentou um número 3x maior em comparação com os tratamentos D e DE. Os pigmentos fotossintéticos tinham concentrações significativamente maiores nas folhas que em caules. Durante o primeiro ciclo, a partição de CNE foi maior nas folhas em todos os tratamentos, enquanto no período de reidratação e segundo ciclo priorizaram folha, caule e raiz principal em relação às raízes secundárias. A espécie demonstrou múltiplas respostas para sobreviver a condições de seca no solo, incluindo a estratégia da fotossíntese no caule, mostrando eficiência diante ciclos recorrentes de seca.

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  • EMANUEL EVARISTO DE SOUSA
  • O gênero Chamaecrista (L.) Moench (Fabaceae, Caesalpinioideae) no Planalto da Borborema, Nordeste do Brasil

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLY DA SILVA LUCENA
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • RUBENS TEIXEIRA DE QUEIROZ
  • Data: 28/02/2024

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  • O Planalto da Borborema, situado entre Caatinga e Mata Atlântica, abrange partes dos estados do Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB), Pernambuco (PE) e Alagoas (AL). Nesta região, com altitudes entre 200 e 1200 metros e fitofisionomias diversas, muitas espécies de Chamaecrista (Caesalpinioideae, Fabaceae) estão mal representadas, com poucas e antigas coletas. Portanto, foi efetuado o estudo taxonômico do gênerono Planalto, para aprimorar o conhecimento do grupo no Nordeste brasileiro. Para isso, foram analisadas coleções de 26 herbários (CSTR, EAN, HST, IPA, JPB, MAC, MOSS, NY, PEUFR, UFP, ALCB, ASE, BHCB, CEN, EAC, ESA, FLOR, HVASF, HUEFS, HURB, MBM, SPSF, UEC, UFMT, UFRN, US), presencial, virtualmente ou por empréstimo de espécimes. Foram efetuadas coletas em oito áreas em Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Registramos 20 espécies e oito variedades, sendo oito endêmicas (do Brasil, Nordeste ou Caatinga) e as demais amplamente distribuídas. Os táxons mais bem amostrados foram Chamaecrista nictitans (92 exsicatas) e C. rotundifolia (78 exsicatas, incluindo as duas variedades), sendo encontrados em todas as fitofisionomias, enquanto C. barbata, C. brevicalyx e C. ensiformis, estavam restritas aos Brejos de Altitude. São apontadas duas novas ocorrências para a área (C. desvauxii em Alagoas e C. swainsonii na Paraíba e Pernambuco). Elaboramos descrições, comentários, chave de identificação, pranchas fotográficas e mapas de distribuição geográfica. Assim, este estudo fornece dados taxonômicos e ecológicos, aprimorando a compreensão sobre Chamaecrista no Nordeste.


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  • O Planalto da Borborema, situado entre Caatinga e Mata Atlântica, compreende parte dos estados do RN, PB, PE e AL. Foi efetuado o estudo taxonômico de Chamaecrista no Planalto, objetivando expandir o conhecimento do grupo no Nordeste brasileiro. Presencial e/ou virtualmente, ou por empréstimos de exsicatas, foram analisadas coleções de 24 herbários nacionais (CSTR, EAN, HST, IPA, JPB, MAC, MOSS, PEUFR, UFP, ALCB, ASE, BHCB, CEN, EAC, ESA, FLOR, HVASF, HUEFS, HURB, MBM, SPSF, UEC, UFMT, UFRN) e dois internacionais (NY, US). Ocorreram visitas em oito áreas, para efetuação de coletas. Foram registradas 20 espécies e oito variedades, oito delas endêmicas do Brasil, Nordeste ou Caatinga e as demais amplamente distribuídas (na América do Sul, nas Américas ou nos Trópicos). As seções mais representativas foram C. sect. Chamaecrista (14 spp.), C. sect. Absus (5 spp.) e C. sect. Apoucouita (uma sp). Os hábitos mais encontrados foram o subarbustivo (57 %), o herbáceo (24 %), o arbustivo (14 %) e o arbóreo (5 %). C. nictitans foi o táxon mais bem amostrado (92 exsicatas), acompanhada de C. rotundifolia (78 exsicatas, incluindo as duas variedades). Foi confirmada a ocorrência de dois taxa para áreas do Planalto em PE e PB e duas ampliações de distribuição geográfica. Descrições, comentários taxonômicos, fenológicos e sobre distribuição geográfica e habitats preferenciais foram apresentados. Foram confeccionados, ainda, chave de identificação, pranchas fotográficas e mapas de distribuição.

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  • SABRINA SILVA OLIVEIRA
  • EFEITO DE CAPRINOS SOBRE ATRIBUTOS REPRODUTIVOS DE ESPÉCIES LENHOSAS Leguminosae DA CAATINGA

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • OSWALDO CRUZ NETO
  • Data: 29/02/2024

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  • O uso de áreas de florestas para pastagens por grandes herbívoros domésticos, como os caprinos, pode afetar negativamente a reprodução de plantas por meio de alterações no tamanho e quantidade de flores, grãos de pólen, óvulos, frutos e sementes, podendo comprometer o seu sucesso reprodutivo. Neste estudo, avaliamos o efeito da presença de caprinos sobre atributos reprodutivos de Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum, Leguminosae lenhosas e nativas da floresta seca da Caatinga.Testamos a hipótese de que a presença de caprinos afetará negativamente os atributos reprodutivos e o sucesso reprodutivo feminino das espécies investigadas, de modo que, em áreas com a presença de caprinos o tamanho e a quantidade de atributos reprodutivos serão reduzidos em relação às áreas sem acesso de caprinos. A coleta dos dados ocorreu no experimento de exclusão de caprinos, composto por pares de parcelas pareadas com a presença e ausência de caprinos estabelecidas no Parque Nacional do Catimbau (PE), Nordeste do Brasil. Primeiramente, foi registrada a abundância de indivíduos destas espécies em todas as parcelas em que ocorriam. Para a coleta dos dados reprodutivos, foram amostrados 44 indivíduos de Pityrocarpa moniliformis e 20 de Cenostigma microphyllum, dos quais foram registrados altura e área basal.  Em cada par de parcelas, exclusão e livre acesso de caprinos, foram avaliados comprimento e área das inflorescências, área da corola, pétala estandarte e anteras, número de flores por inflorescência, número de grãos de pólen e óvulos por botão flora, razão pólen/óvulo e sucesso reprodutivo feminino (número de frutos por inflorescência e razão fruto/flor) de cada indivíduo. A abundância, altura e área basal de indivíduos de ambas as espécies não foram afetados pela presença de bodes.Ao contrário do esperado, a presença de caprinos afeta positivamente 62,5% dos atributos reprodutivos de P. moniliformis, de modo que, o número de flores por inflorescência, o comprimento e área da inflorescência, número de frutos por inflorescência e sucesso reprodutivo foram, respectivamente, 55,87%, 11,1%, 11,6%, 74,53% e 50% maiores nas parcelas de livre acesso de caprinos em relação às parcelas de exclusão de caprinos, enquanto número de grãos de pólen e razão pólen/óvulo foram, respectivamente, cerca de 12 vezes e 42,54% maiores nas parcelas de exclusão em relação às parcelas de livre acesso de caprinos. Já C. microphyllum parece ser afetada negativamente pela presença de caprinos, como esperado neste estudo, uma vez que apresentou área da corola, pétala estandarte, anteras e razão pólen/óvulo, respectivamente, 30%, 12%, 50% e 12,68% maiores nas parcelas de exclusão de caprinos em comparação às parcelas de acesso livre de caprinos. De modo geral, demonstramos que a presença de caprinos afetou de maneira divergente as espécies investigadas, sugerindo que plantas de florestas tropicais secas, mesmo com estratégias de vida semelhantes (vencedoras e pioneiras de crescimento rápido), apresentam padrões distintos de resposta à presença de caprinos, podendo ser afetada positivamente, como P. moniliformis ou negativamente, como C. microphyllum. Isso evidencia a necessidade de mais investigações sobre o papel dos caprinos na Caatinga, tendo em vista sua importância para a subsistência de inúmeras famílias de comunidades rurais.


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  • O uso de áreas de florestas para pastagens por grandes herbívoros domésticos, como os caprinos, pode afetar negativamente a reprodução de plantas por meio de alterações no tamanho e quantidade de flores, grãos de pólen, óvulos, frutos e sementes, podendo comprometer o seu sucesso reprodutivo. Neste estudo, avaliamos o efeito da presença de caprinos sobre atributos florais e reprodutivos de Pityrocarpa moniliformis e Cenostigma microphyllum, Leguminosae lenhosas e nativas da floresta seca da Caatinga. Testamos a hipótese de que em áreas com a presença de caprinos o tamanho e a quantidade de atributos reprodutivos serão reduzidos em relação às áreas sem acesso de caprinos. A coleta dos dados ocorreu no experimento de exclusão de caprinos, composto por pares de parcelas pareadas com a presença e ausência de caprinos estabelecidas em 2015 no Parque Nacional do Catimbau (PE), Nordeste do Brasil. Antes da coleta de dados reprodutivos das duas espécies avaliadas, foi registrado a abundância de indivíduos destas espécies em todas as parcelas em que ocorriam. Para a coleta dos dados reprodutivos, foram amostrados 44 indivíduos de Pityrocarpa moniliformis e 20 de Cenostigma microphyllum, dos quais foram registrados altura e área basal.  Em cada par de parcelas, com e sem caprinos, foram avaliados comprimento e área das inflorescências, área da corola, pétala estandarte e anteras, número de flores e frutos por inflorescência, número de grãos de pólen e óvulos por botão floral e sucesso reprodutivo de cada indivíduo. O número, altura e área basal de indivíduos de ambas as espécies não diferiu estatisticamente entre os tratamentos. As análises mostraram que a presença de caprinos, ao contrário do esperado, afeta positivamente alguns dos atributos reprodutivos de P. moniliformis, de modo que, o número de flores por inflorescência, o comprimento e área da inflorescência, número de frutos por inflorescência e sucesso reprodutivo foram, respectivamente, 55,87%, 11,1%, 11,6%, 74,53% e 50% maiores nas parcelas de livre acesso de caprinos em relação às parcelas de exclusão de caprinos, enquanto número de grãos de pólen e razão P/O foram, respectivamente, cerca de 12 vezes e 42,54% maiores nas parcelas de exclusão em relação às parcelas de livre acesso de caprinos. Já C. microphyllum parece ser favorecida pela ausência de caprinos, como esperado neste estudo, uma vez que apresentou área da corola, pétala estandarte, anteras e razão P/O, respectivamente, 30%, 12%, 50% e 12,68% maiores nas parcelas de exclusão de caprinos em comparação às parcelas de acesso livre de caprinos. De modo geral, demonstramos que a presença de caprinos afetou de maneira divergente as espécies investigadas, mas em resumo nossos resultados sugerem que as espécies de plantas de florestas tropicais secas com estratégias de vida semelhantes à P. moniliformis e C. microphyllum parecem estar adaptadas à presença de grandes herbívoros, como os caprinos, o que contribui para a resiliência da Caatinga e para as comunidades locais que dependem tanto dessas plantas quanto dos caprinos para sobrevivência.

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  • JECILÃINE EFIGENIA DA SILVA
  • Como o Crescimento e a Sobrevivência das Plântulas de Lenhosas de Áreas Ecotonais serão Impactados pela Redução da Disponibilidade de Água Prevista nos Modelos Climáticos para a Caatinga? 

  • Orientador : ELCIDA DE LIMA ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELCIDA DE LIMA ARAUJO
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • FLÁVIA DE BARROS PRADO MOURA
  • Data: 25/04/2024

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  • Mudanças do clima pode induzir avanço ou recuo nas florestas tropicais, fazendo-nos questionar se plantas de floresta úmida sobreviveriam às condições do clima de florestas secas e como suas respostas morfofisiológicas iriam refletir o efeito desse avanço. Considerando o histórico de precipitações passadas da caatinga, simulamos condições de eventos extremos (anos chuvosos e anos secos) e de anos medianos de chuvas, medimos o efeito da distribuição das chuvas no crescimento e na sobrevivência de Schinus terebinthifolius e elaboramos dois artigos: um sobre o efeito do avanço das condições do clima da caatinga no crescimento, alocação de biomassa e sobrevivência de plantas jovens da mata atlântica e o segundo sobre as respostas fisiológicas e bioquímicas. No geral, nossos achados mostraram que plantas da floresta úmidas poderão sobreviver com o avanço das condições do clima das florestas sazonalmente secas, mas com respostas diferenciadas e baixíssima taxa de sobrevivência em eventos extremos de anos secos. As principais respostas adaptativas foram redução de área foliar, redução de biomassa seca e aumento na frequência de vasos de xilema de menor tamanho. As respostas bioquímicas e fisiológicas refletiram o efeito da sazonalidade da distribuição das chuvas, mas com comportamento diferenciado nos eventos extremos de anos chuvosos e secos. A termorregulação foliar pode ser um importante mecanismo que possibilite a sobrevivência das plantas, mas em eventos extremos de anos muitos secos ou muitos chuvosos, precipitação não deverá ter poder preditivo sobre o comportamento da temperatura da foliar, embora mantenha correlação com a precipitação dos anos.


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  • Mudanças do clima pode induzir avanço ou recuo nas florestas tropicais, fazendo-nos questionar se plantas de floresta úmida sobreviveriam às condições do clima de florestas secas e como suas respostas morfofisiológicas iriam refletir o efeito desse avanço. Considerando o histórico de precipitações passadas da caatinga, simulamos condições de eventos extremos (anos chuvosos e anos secos) e de anos medianos de chuvas, medimos o efeito da distribuição das chuvas no crescimento e na sobrevivência de Schinus terebinthifolius e elaboramos dois artigos: um sobre o efeito do avanço das condições do clima da caatinga no crescimento, alocação de biomassa e sobrevivência de plantas jovens da mata atlântica e o segundo sobre as respostas fisiológicas e bioquímicas. No geral, nossos achados mostraram que plantas da floresta úmidas poderão sobreviver com o avanço das condições do clima das florestas sazonalmente secas, mas com respostas diferenciadas e baixíssima taxa de sobrevivência em eventos extremos de anos secos. As principais respostas adaptativas foram redução de área foliar, redução de biomassa seca e aumento na frequência de vasos de xilema de menor tamanho. As respostas bioquímicas e fisiológicas refletiram o efeito da sazonalidade da distribuição das chuvas, mas com comportamento diferenciado nos eventos extremos de anos chuvosos e secos. A termorregulação foliar pode ser um importante mecanismo que possibilite a sobrevivência das plantas, mas em eventos extremos de anos muitos secos ou muitos chuvosos, precipitação não deverá ter poder preditivo sobre o comportamento da temperatura da foliar, embora mantenha correlação com a precipitação dos anos.

Teses
1
  • FRANCISCA RAIMUNDA DE OLIVEIRA
  • EFEITOS DIRETOS E INDIRETOS DE FORMIGAS CORTADEIRAS NO SUCESSO REPRODUTIVO E PERFORMANCE VEGETATIVA DE PLANTAS DA CAATINGA

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INARA ROBERTA LEAL
  • CARLA RODRIGUES RIBAS
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • PEDRO ELIAS SANTOS NETO
  • Data: 30/01/2024

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  • As interações ecológicas exercem uma profunda influência na evolução dos organismos, na distribuição de espécies, na dinâmica populacional e na estrutura das comunidades. Dentre os herbívoros, os insetos desempenham um papel fundamental, e as formigas cortadeiras, em particular, destacam-se como os principais herbívoros na região neotropical. Exercendo impactos significativos no desempenho das plantas não apenas por meio da herbivoria, mas também através de alterações nas propriedades físico-químicas do solo, resultado de suas atividades como engenheiras de ecossistema. O objetivo desta tese foi investigar os efeitos da herbivoria e das mudanças nas propriedades do solo causadas pelas formigas cortadeiras da espécie Atta opaciceps no sucesso reprodutivo e na performance vegetativa de plantas da Caatinga. No primeiro manuscrito, examinamos o sucesso reprodutivo de duas espécies de plantas da (família Leguminosae), registrando a produção de botões florais, flores e frutos. Nossas descobertas indicam que os efeitos das formigas cortadeiras no desempenho das plantas são específicos da espécie e podem, em alguns casos, beneficiar a reprodução das plantas. No segundo manuscrito, monitoramos a performance vegetativa e a quantidade de nutrientes para quatro espécies de plantas da Caatinga cultivadas em solos provenientes de formigueiros e em solo controle. Para avaliar os efeitos da herbivoria, simulamos o corte em um grupo de plantas. Nossas descobertas evidenciam as complexas relações entre a engenharia do solo e a herbivoria das formigas cortadeiras, revelando respostas específicas da espécie e efeitos diferenciados nas propriedades do solo e na disponibilidade de nutrientes.


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  • As interações ecológicas podem influenciar a evolução de plantas e animais, distribuição de espécies, dinâmica populacional e estrutura de comunidades. Insetos são os herbívoros mais importantes, dentre os quais as formigas cortadeiras se destacam como os herbívoros mais vorazes da região neotropical. Estas podem influenciar o desempenho dos indivíduos vegetais de forma direta, por meio da herbivoria, e indiretamente, por meio de alterações nas propriedades físico-químicas dos solos. Esta tese objetiva investigar os efeitos de herbivoria e mudanças nas propriedades do solo provocadas por formigas cortadeiras da espécie Atta opaciceps no sucesso reprodutivo e na performance vegetativa de plantas da Caatinga. Para isso nós acompanhamos as fases reprodutivas duas espécies de plantas, Cenostigma pyramidale e Indigofera suffruticosa (família Leguminosae), contabilizamos a produção de botões florais, flores e frutos. Usamos solos de diferentes regiões de formigueiros para germinar sementes de cinco espécies de plantas presentes na Caatinga para investigar a influência dos solos na performance das plantas, também fizemos o corte simulando a herbivoria em um grupo de plantas a fim de verificar seu efeito no desenvolvimento. Nossos resultados indicam que os indivíduos que cresceram no ninho (murundu) apresentaram menor produção de flores em relação aos indivíduos que cresceram nos solos de lixeiras. Nosso estudo apresenta evidências de que solos de lixeiras de formigas cortadeiras têm efeito positivo no crescimento das plantas e que a herbivoria prejudica a produção de folhas.

2
  • YENNIFER CAROLINA MATA SUCRE
  • ORIGEM E EVOLUÇÃO DA HOLOCENTRICIDADE NA FAMILIA JUNCACEAE: UMA ABORDAGEM FILOGENÉTICA, CITO-MOLECULAR E GENÔMICA

  • Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
  • LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • REGINALDO DE CARVALHO
  • THAIS ELIAS ALMEIDA
  • Data: 02/02/2024

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  • A família Juncaceae historicamente foi caracterizada por possuir espécies holocêntricas. Porém, recentemente, um de seus gêneros mais diversos (Juncus, 332 spp.) foi descrito como monocêntrico. Assim, inicialmente investigamos a diversidade cariotípica e citomolecular no gênero Juncus, com análises originais de 12 espécies e compilação de dados da literatura. Essa análise revelou um número cromossômico ancestral x = 10 ou 20. A análise filogenética revelou relações não resolvidas em nível de secção, com incongruências entre topologias nucleares e plastidiais, sugerindo hibridização na história evolutiva do gênero. Depois, exploramos os repeatomas de Juncus, focando no potencial filogenéticos dos repeats, onde foram identificadas tendências clado-específicas na abundância dos repeats. Por fim, foi investigada a evolução dos repeatomas de Luzula, um gênero holocêntrico e irmão de Juncus. Adicionalmente, montamos o genoma completo de Luzula sylvatica, com o objetivo de caracterizar sua estrutura centromérica. Identificamos um DNA satélite (Lusy1) predominantemente associado a domínios centroméricos presente na maioria das espécies do gênero. Análises comparativas sugeriram que a redução no número de cromossomos em Luzula foi causada por várias fusões de cromossomos inteiros. Nós hipotetizamos que essas fusões foram seguidas pela manutenção de repeats centrômero-específicos nos cromossomos fusionados, o que pode estar relacionado à origem da holocentricidade em Luzula. Este estudo propõe uma evolução dinâmica do mono-holocentrômeros baseada na análise comparativa de repeatomas, fornecendo evidências para a transição de cromossomos monocêntricos para holocêntricos em plantas.


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  • A família Juncaceae historicamente foi caracterizada por possuir espécies holocêntricas. Porém, recentemente, um de seus gêneros mais diversos (Juncus, 332 spp.) foi descrito como monocêntrico. Assim, inicialmente investigamos a diversidade cariotípica e citomolecular no gênero Juncus, com análises originais de 12 espécies e compilação de dados da literatura. Essa análise revelou um número cromossômico ancestral x = 20. A análise filogenética revelou relações não resolvidas em nível de secção, com incongruências entre topologias nucleares e plastidiais, sugerindo hibridização na história evolutiva do gênero. Depois, exploramos os repeatomas de Juncus, focando no potencial filogenéticos dos repeats e naqueles associados ao centrômero. Foram identificadas tendências clado-específicas na abundância dos repeats. Por fim, foi investigada a evolução dos repeatomas de Luzula, um gênero holocêntrico e irmão de Juncus. Adicionalmente, montamos o genoma completo de Luzula sylvatica, com o objetivo de caracterizar sua estrutura centromérica. Identificamos um DNA satélite (Lusy1) predominantemente associado a domínios centroméricos presente na maioria das espécies do gênero. Análises comparativas sugerem que a redução no número de cromossomos em Luzula foi causada por várias fusões de cromossomos inteiros. Nós hipotetizamos que essas fusões foram seguidas pela manutenção de repeats centrômero-específicos nos cromossomos fusionados, o que pode estar relacionado à origem da holocentricidade em Luzula. Este estudo propõe uma evolução dinâmica do mono-holocentrômeros baseada na análise comparativa de repeatomas, fornecendo evidências para a transição de cromossomos monocêntricos para holocêntricos em plantas.

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  • RAYZA HELEN GRACIANO DOS SANTOS
  • COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Myrcia loranthifolia DC. (MYRTACEAE) E SEU POTENCIAL BIOATIVO

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • IVONE ANTONIA DE SOUZA
  • JARCILENE SILVA DE ALMEIDA
  • MARIANA OLIVEIRA BARBOSA
  • SUZENE IZIDIO DA SILVA
  • Data: 19/02/2024

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  • A família botânica Myrtaceae no Brasil abriga uma diversidade de espécies produtoras de óleos essenciais, notáveis por suas propriedades farmacológicas distintivas, destacando-se o gênero Myrcia com cerca de 400 variedades. O presente estudo teve vários objetivos: revisar as espécies de Myrcia no Brasil e seu potencial bioativo, obter e caracterizar o óleo essencial foliar de M. loranthifolia em diferentes domínios fitogeográficos, avaliar seu potencial gastroprotetor, antinociceptivo e antipirético, além de comparar os óleos de diferentes regiões. Os óleos essenciais de Myrcia são ricos em sesquiterpenos e monoterpenos, influenciando suas propriedades biológicas. A pesquisa revisou a composição química desses óleos e seu potencial terapêutico em bases de dados acadêmicas. A extração do óleo essencial foi realizada por hidrodestilação, e sua composição foi analisada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os resultados apontaram diferenças na composição de óleos de diferentes regiões. Em testes com camundongos, o óleo essencial de M. loranthifolia demonstrou redução significativa na gravidade de lesões gástricas. Para o potencial antinociceptivo, o óleo reduziu a dor em vários testes, com efeitos comparáveis ou superiores a substâncias como indometacina, morfina e dipirona. Além disso, o óleo mostrou propriedades antipiréticas, reduzindo a febre em níveis semelhantes à dipirona. O estudo destaca o potencial terapêutico dos óleos essenciais de Myrcia, incluindo propriedades gastroprotetoras, antinociceptivas e antipiréticas.


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  • A família botânica Myrtaceae no Brasil abriga uma diversidade de espécies produtoras de óleos essenciais, notáveis por suas propriedades farmacológicas distintivas, destacando-se o gênero Myrcia com cerca de 400 variedades. O presente estudo teve vários objetivos: revisar as espécies de Myrcia no Brasil e seu potencial bioativo, obter e caracterizar o óleo essencial foliar de M. loranthifolia em diferentes domínios fitogeográficos, avaliar seu potencial gastroprotetor, antinociceptivo e antipirético, além de comparar os óleos de diferentes regiões. Os óleos essenciais de Myrcia são ricos em sesquiterpenos e monoterpenos, influenciando suas propriedades biológicas. A pesquisa revisou a composição química desses óleos e seu potencial terapêutico em bases de dados acadêmicas. A extração do óleo essencial foi realizada por hidrodestilação, e sua composição foi analisada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os resultados apontaram diferenças na composição de óleos de diferentes regiões. Em testes com camundongos, o óleo essencial de M. loranthifolia demonstrou redução significativa na gravidade de lesões gástricas. Para o potencial antinociceptivo, o óleo reduziu a dor em vários testes, com efeitos comparáveis ou superiores a substâncias como indometacina, morfina e dipirona. Além disso, o óleo mostrou propriedades antipiréticas, reduzindo a febre em níveis semelhantes à dipirona. O estudo destaca o potencial terapêutico dos óleos essenciais de Myrcia, incluindo propriedades gastroprotetoras, antinociceptivas e antipiréticas.

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  • FELICIDADE CAROLINE RODRIGUES
  • COMPOSIÇÃO QUIMÍCA E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Cordiera myrciifolia (K. SCHUM.) C.H. PERSS. & DELPRETE E Tocoyena formosa (CHAM. & SCHLTDL.) K. SCHUM. (RUBIACEAE)

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAIANY ALVES RIBEIRO
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • CICERA DATIANE DE MORAIS OLIVEIRA TINTINO
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MARIA DANIELA SILVA BUONAFINA PAZ
  • Data: 19/02/2024

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  • Este estudo visou caracterizar quimicamente extratos de Cordiera myrciifolia (CM) e Tocoyena formosa (TF), pertencentes à família Rubiaceae, para avaliar sua atividade antimicrobiana, potencializadora de drogas e antivirulência. Os extratos hexânico (HE) e etanólico (EE) dessas plantas foram testados contra bactérias padrões e multirresistentes, como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, usando o teste de microdiluição seriada. Também foram avaliados contra Candida spp. Além disso, foi determinado o efeito desses extratos na inibição de virulência de Candida spp. O HE de C. myrciifolia demonstrou atividade bacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, com concentrações de 8 e 16 µg/mL, respectivamente. O extrato EE de C. myrciifolia não mostrou atividade isolado, mas potencializou a ação do Norfloxacino contra E. coli, P. aeruginosa e S. aureus. Ambos os extratos de C. myrciifolia apresentaram atividade antifúngica significativa contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. No caso de T. formosa, o HE demonstrou atividade antibacteriana contra E. coli e S. aureus, enquanto o EE mostrou atividade apenas contra E. coli. Ambos os extratos apresentaram efeitos moderados na atividade antifúngica contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. Os resultados sugerem o potencial dessas espécies de Rubiaceae no desenvolvimento de formulações terapêuticas para o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, destacando suas atividades antimicrobianas e a capacidade de intensificar a ação de certos fármacos.


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  • Este estudo visou caracterizar quimicamente extratos de Cordiera myrciifolia (MC) e Tocoyena formosa (TF), pertencentes à família Rubiaceae, para avaliar sua atividade antimicrobiana. Os extratos hexânico (HE) e etanólico (EE) dessas plantas foram testados contra bactérias padrões e multirresistentes, como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, usando o teste de microdiluição seriada. Também foram avaliados contra Candida spp. Além disso, foi determinado o efeito desses extratos na inibição de virulência de Candida spp. O HE de C. myrciifolia demonstrou atividade bacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, com concentrações de 8 e 16 µg/mL, respectivamente. O extrato EE de C. myrciifolia não mostrou atividade intrínseca, mas potencializaram a ação da Norfloxacina contra E. coli, P. aeruginosa e S. aureus. Ambos os extratos de C. myrciifolia apresentaram atividade antifúngica significativa contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. No caso de T. formosa, o HE demonstrou atividade antibacteriana intrínseca contra E. coli e S. aureus, enquanto o EE mostrou atividade apenas contra E. coli. Ambos os extratos apresentaram efeitos moderados na atividade antifúngica contra Candida spp. e inibiram a virulência de Candida tropicalis. Os resultados sugerem o potencial dessas espécies de Rubiaceae no desenvolvimento de formulações terapêuticas para o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas, destacando suas atividades antimicrobianas e a capacidade de intensificar a ação de certos fármacos.

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  • CRISTINA ADRIANE DE SOUZA PONTES
  • AJUSTE MECÂNICO ENTRE FLORES E POLINIZADORES EM PLANTAS QUIROPTERÓFILAS: Análise de uma comunidade de Caatinga

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • LUIS MIGUEL PRIMO
  • MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
  • TARCILA CORREIA DE LIMA NADIA
  • TÚLIO FREITAS FILGUEIRA DE SÁ
  • Data: 19/02/2024

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  • O sucesso na transferência de pólen é essencial para a reprodução das plantas. No entanto, quando diferentes espécies partilham polinizadores em comum, essa interação pode resultar em processos de competição, interferindo no transporte de pólen para os estigmas, e resultando no recebimento de pólen interespecífico. Este trabalho teve como objetivo investigar como ocorre o ajuste morfológico entre flores e morcegos polinizadores em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE. No Capítulo 1, analisamos a morfologia floral de 11 espécies distribuídas em 10 gêneros e seis famílias de angiospermas. Encontramos uma predominância para os tipos “pincel" e "pseudo-pincel, caracterizados por múltiplos estames longos e deposição de pólen difusa no corpo dos polinizadores. Os locais mais utilizados na transferência dos grãos de pólen foram a face, pescoço e tórax. A inacurácia fundamental revelou diferenças na precisão da deposição de pólen nos estigmas entre as espécies, destacando a complexidade das interações planta-polinizador. No Capítulo 2, mapeamos o fluxo de pólen interespecífico e investigamos a tolerância ao bloqueio mecânico do estigma em duas espécies simpátricas de Bauhinia, cujas flores compartilham características morfológicas e os morcegos polinizadores. Conduzimos experimentos de bloqueio mecânico do estigma em campo e analisamos a formação de frutos e sementes. A reprodução das espécies foi afetada negativamente, com B. acuruana demonstrando maior tolerância do que B. pentandra. Nossos resultados destacam a importância das estratégias de isolamento reprodutivo para as plantas, especialmente quando compartilham polinizadores com espécies vizinhas.


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  • O sucesso na transferência de pólen é essencial para reprodução das plantas, no entanto, quando diferentes espécies partilham polinizadores em comum, essa interação pode resultar em processos de competição, ocasionando no recebimento de pólen interespecífico. Dessa forma, as plantas enfrentam um desafio constante no fornecimento de pólen evitando liberá-los em um meio que envolve transporte difuso. Morcegos são considerados polinizadores efetivos na transferência de pólen, devido à eficiência de seus pelos. Simultaneamente, são polinizadores generalistas, contribuindo para a competição interespecífica. Uma possível resposta a esse processo é que as espécies quiropterófilas apresentam alta diversidade de morfologias florais exibindo desde flores com numerosos estames e deposição de pólen difusa no corpo do animal, até flores que depositam o pólen numa região específica do corpo do polinizador. Nesta tese, apresentamos como as diferentes morfologias florais de plantas quiropterófilas podem exibir precisão na remoção e deposição de pólen no corpo dos morcegos, através do ajuste mecânico da flor ao polinizador; como as espécies evitam a sobreposição morfológica de pólen no corpo do mesmo polinizador através da divergência de atributos florais e distâncias operacionais das estruturas reprodutivas; e diferentes efeitos da interferência polínica promovido pelo fluxo de pólen interespecífico entre duas congêneres de Bauhinia (Fabaceae). Nossos resultados sugerem que as espécies quiropterófilas estão sob forte seleção em estruturas florais via ajuste mecânico, e isso pode contribuir para maximizar a aptidão floral dessas espécies.

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  • KARINE DE MATOS COSTA
  • COMO FLORES EM PINCEL AJUSTAM-SE A DIFERENTES POLINIZADORES? UM ESTUDO A PARTIR DE REPRESENTANTES DA FAMÍLIA CAPPARACEAE Juss.

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIGIA SILVEIRA FUNCH
  • CRISTIANE MARTINS LEANDRO
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • JOÃO MARCELO ROBAZZI BIGNELLI VALENTE AGUIAR
  • RAIMUNDO LUCIANO SOARES NETO
  • Data: 22/02/2024

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  • Flores com morfologia em pincel são comumente associadas a sistemas generalistas de polinização, devido à ausência de estruturas que restringem o acesso ao recurso floral e a falta de um evidente ajuste mecânico aos grupos de polinizadores. Este tipo floral pode ser encontrado em várias famílias de Angiospermas, dentre as quais destaca-se Capparaceae. Nesta tese objetivamos determinar diferentes mecanismos que permitem a interação de distintos polinizadores às flores em pincel usando Capparaceae como modelo. As abordagens dos três manuscritos envolveram: 1) Revisar sistematicamente os atributos florais e sistemas de polinização em Capparaceae; 2) Comparar o papel dos atributos florais na interação com polinizadores em um par de espécies sincronopátricas de Capparaceae, Neocalyptrocalyx longifolium e Cynophalla hastata; 3) Determinar a seleção fenotípica mediada por polinizadores em N. longifolium. Enquanto nós confirmamos o predomínio de flores em pincel na família, os demais atributos variam amplamente e propomos que estejam relacionados à diversidade de sistemas de polinização presente na família. As flores de N. longifolium e C. hastata possuem atributos florais relacionados a atração principalmente de abelhas e esfingídeos, sendo o comportamento dos visitantes e não o ajuste mecânico o principal determinante da atuação desses insetos como polinizadores. Identificamos a ocorrência de seleção disruptiva em N. longifolium, resultante da pressão exercida por diferentes guildas de polinizadores diurnos e noturnos, a qual se manteve mesmo após eventos de herbivoria com consumo dos frutos imaturos.


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  • Flores com morfologia em pincel são comumente associadas a sistemas generalistas de polinização, devido à ausência de estruturas que restringem o acesso ao recurso floral e a falta de um evidente ajuste mecânico aos grupos de polinizadores. Este tipo floral pode ser encontrado em várias famílias de Angiospermas, dentre as quais destaca-se Capparaceae. Nesta tese objetivamos determinar diferentes mecanismos que permitem a interação de distintos polinizadores às flores em pincel usando Capparaceae como modelo. As abordagens dos três manuscritos envolveram: 1) Revisar sistematicamente os atributos florais e sistemas de polinização em Capparaceae; 2) Comparar o papel dos atributos florais na interação com polinizadores em um par de espécies sincronopátricas de Capparaceae, Neocalyptrocalyx longifolium e Cynophalla hastata; 3) Determinar a seleção fenotípica mediada por polinizadores em N. longifolium. Enquanto nós confirmamos o predomínio de flores em pincel na família, os demais atributos variam amplamente e propomos que estejam relacionados à diversidade de sistemas de polinização presente na família. As flores de N. longifolium e C. hastata possuem atributos florais relacionados a atração principalmente de abelhas e esfingídeos, sendo o comportamento dos visitantes e não o ajuste mecânico o principal determinante da atuação desses insetos como polinizadores. Identificamos a ocorrência de seleção disruptiva em N. longifolium, resultante da pressão exercida por diferentes guildas de polinizadores diurnos e noturnos, a qual se manteve mesmo após eventos de herbivoria com consumo dos frutos imaturos.

7
  • WILLAMS COSTA DE OLIVEIRA
  • MACROECOLOGY OF PLANT-POLLINATOR INTERACTIONS OF FOOD PLANTS IN BRAZIL

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO GALETTO
  • VERA LUCIA IMPERATRIZ FONSECA
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 26/02/2024

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  • Esta tese teve como objetivo analisar o impacto das mudanças climáticas e das mudanças  no uso da terra sobre a polinização de plantas alimentícias no Brasil, com implicações  relevantes para a biodiversidade e a segurança alimentar. A estrutura da tese consiste em  sete capítulos. O primeiro capítulo descreveu o perfil das interações planta-polinizador  em plantas cultivadas no Brasil e analisou como a diminuição de polinizadores influencia  a polinização de cultivos nativos e exóticos em diversas ecorregiões brasileiras. No  capítulo 2, investigou-se o impacto da expansão das áreas agrícolas, especialmente  monoculturas, na diversidade reprodutiva dos cultivos. O terceiro capítulo avaliou como  as mudanças climáticas afetam a polinização de plantas alimentícias dependentes de  polinizadores, considerando as possíveis perdas nas interações planta-polinizador. No  capítulo 4, discutiu-se como a instabilidade política no Brasil contribuiu para a  insegurança alimentar e o retorno do país ao mapa mundial da fome. Nos capítulos 5 e 6,  examinou-se o efeito de perturbações antrópicas crônicas e da aridez nas comunidades de  plantas frutíferas na Caatinga, abordando florestas secundárias e primárias. Finalmente,  o capítulo 7 explorou a agricultura urbana como uma solução alternativa, capaz de manter  a biodiversidade, a polinização, a produção de alimentos e a segurança alimentar. Assim, esta tese ofereceu uma análise abrangente das interações complexas entre mudanças  climáticas, uso da terra e polinização de plantas alimentícias no Brasil, propondo  perspectivas promissoras para o uso sustentável dessas espécies.


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  • Esta tese teve como objetivo analisar o impacto das mudanças climáticas e das mudanças no uso da terra sobre a polinização de plantas alimentícias no Brasil, com implicações relevantes para a biodiversidade e a segurança alimentar. A estrutura da tese consiste em sete capítulos. O primeiro capítulo descreveu o perfil das interações planta-polinizador em plantas cultivadas no Brasil e analisou como a diminuição de polinizadores influencia a polinização de cultivos nativos e exóticos em diversas ecorregiões brasileiras. No capítulo 2, investigou-se o impacto da expansão das áreas agrícolas, especialmente monoculturas, na diversidade reprodutiva dos cultivos. O terceiro capítulo avaliou como as mudanças climáticas afetam a polinização de plantas alimentícias dependentes de polinizadores, considerando as possíveis perdas nas interações planta-polinizador. No capítulo 4, discutiu-se como a instabilidade política no Brasil contribuiu para a insegurança alimentar e o retorno do país ao mapa mundial da fome. Nos capítulos 5 e 6, examinou-se o efeito de perturbações antrópicas crônicas e da aridez nas comunidades de plantas frutíferas na Caatinga, abordando florestas secundárias e primárias. Finalmente, o capítulo 7 explorou a agricultura urbana como uma solução alternativa, capaz de manter a biodiversidade, a polinização, a produção de alimentos e a segurança alimentar. Assim, esta tese ofereceu uma análise abrangente das interações complexas entre mudanças climáticas, uso da terra e polinização de plantas alimentícias no Brasil, propondo perspectivas promissoras para o uso sustentável dessas espécies.

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  • AILZA MARIA DE LIMA NASCIMENTO
  • RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE POPULAÇÕES DE Cereus jamacaru DC (CACTACEAE) SUBMETIDAS A DIFERENTES TIPOS DE MANEJO TRADICIONAL EM ÁREAS DE CAATINGA

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • MARCELO TABARELLI
  • OSWALDO CRUZ NETO
  • Data: 27/02/2024

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  • Plantas manejadas podem apresentar modificações em características reprodutivas em resposta às interações humanas, influenciando o sucesso reprodutivo e processos ecológicos ligados a polinização. Assim, objetivamos investigar se o manejo de Cereus jamacaru DC (Cactaceae) na Caatinga tem impactos na ecologia da polinização, biologia reprodutiva, fenologia, disponibilidade de recursos florais e interações bióticas planta-inseto. Utilizamos métodos usuais de pesquisas em biologia floral reprodutiva. Vimos que práticas de manejo afetam diferencialmente a fenologia reprodutiva, frutificação e disponibilidade de néctar. Encontramos respostas adaptativas na morfologia floral, características reprodutivas (i.e., pólen e óvulos) e sucesso reprodutivo (i.e., frutos e sementes). Encontramos interações antagônicas, onde indivíduos não manejados estão mais sujeitos a ataques e desfiguração da forma floral. Diante disso, temos evidências suficientes para inferir que o manejo de Cereus jamacaru embora aparentemente positivo, possui grande influência na reprodução sexuada da espécie, através de mudanças que interferem na ecologia da polinização, biologia reprodutiva e interações bióticas planta-inseto. Onde os indivíduos simpátricos não manejados são desfavorecidos e existe a necessidade de evitar depressão por endogamia. As mudanças nas características florais e reprodutivas de Cereus jamacaru na Caatinga são uma dimensão independente dentro do espectro de uso da espécie. Desse modo, consideramos que é mais prudente interpretar nossos achados tomados em conjunto, por meio de uma abordagem sistêmica que considere as decisões humanas de manejar, a resposta das plantas ao manejo e as interações bióticas na comunidade.


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  • Plantas manejadas ao longo do tempo podem apresentar modificações em caráteres e atributos reprodutivos como resposta adaptativa às interações humanas. Tais modificações podem influenciar na manutenção da espécie localmente, através de efeitos sob o sucesso reprodutivo e sob processos ecológicos que dão funcionalidade à paisagem manejada. Diante disso, o objetivo da tese foi investigar se o manejo intencional de Cereus jamacaru DC (Cactaceae) na Caatinga ocasiona mudanças nas funções reprodutivas, interfere em aspectos da biologia reprodutiva, molda fenologia, disponibilidade de recursos florais e interações bióticas planta-inseto. Para isso, utilizamos métodos usuais de pesquisas em biologia floral reprodutiva. No capítulo I vimos que práticas de manejo afetaram diferencialmente a produção de botões florais, flores e frutos e néctar. No capítulo II, nossos resultados revelaram que C. jamacaru possui dimorfismo de altura anteras-estigmas e autoincompatibilidade. Duas espécies de esfingídeos do gênero Manduca (Sphingidae) foram os únicos visitantes e polinizadores efetivos. Encontramos grande variação de tamanho das flores, atributos florais e sucesso reprodutivo entre plantas manejadas e não manejadas. Indivíduos manejados exibiram flores significativamente maiores que os não manejados, assim como maior hercogamia (distância entre anteras e estigmas), quantidade de óvulos e grãos de pólen/flor e sementes por frutos. No capítulo III vimos que C. jamacaru foi alvo de diferentes interações antagônicas, presentes também na fase de botão floral. O besouro florívoro do gênero Cyclocephala foi o agente em maior atividade. O padrão natural de florivoria das pétalas foi predominantemente contínuo. Mas houve sobreposição com danos descontínuos e ataques ao pistilo. As flores das plantas não manejadas estão mais sujeitas a ataques e desfiguração da forma floral e a extensão do dano às pétalas não foi proporcional ao tamanho da corola. Tomados em conjunto nossos achados revelam um panorama complexo de adaptações reprodutivas em resposta ao manejo populacional. Os atributos morfológicos distintos entre as populações podem servir como uma barreira para o fluxo gênico, já que podem afetar o cruzamento, tornando as populações mais distintas entre si. Por outro lado, o manejo de C. jamacaru pode estar auxiliando na expressão de características de defesa e tolerância contra os ataques dos florívoros, expondo a espécie a distintas forças seletivas atuando em padrões diferenciais em plantas não manejadas. Assim, consequências evolutivas comunitárias são prováveis de estarem ocorrendo e os diferentes elos planta-polinizador sendo comprometidos pelas relações antagônicas principalmente nas plantas não manejadas. Encontramos evidências suficientes para inferir que o manejo de C. jamacaru embora não destrutivo possui grande influência na reprodução dos demais indivíduos que coocorrem na comunidade. Para que o manejo ser positivo, os benefícios precisam superar os custos em um equilíbrio delicado. Existe a necessidade de evitar impactos negativos mais severos como a depressão por endogamia das plantas não manejadas. Consideramos que é mais prudente interpretar nossos achados tomados em conjunto, por meio de uma abordagem sistêmica que considere as decisões humanas de manejar C. jamacaru, a resposta das plantas ao manejo e as interações bióticas na comunidade.

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  • MIRELA NATALIA SANTOS
  • PADRÃO DE USO DE PLANTAS MEDICINAIS LENHOSAS NA CAATINGA: ASPECTOS ECOLÓGICOS E EVOLUTIVOS

  • Orientador : ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUILLAUME ODONNE
  • PATRICIA MUNIZ DE MEDEIROS
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • SÉRGIO DE FARIA LOPES
  • ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
  • Data: 29/02/2024

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  • Plantas medicinais desempenham um papel significativo no tratamento de doenças em diversas culturas. A seleção de plantas para usos terapêuticos é um processo multifacetado, influenciado por combinações de fatores ecológicos, evolutivos, históricos e culturais. Este estudo visa oferecer uma estrutura robusta para elucidar a dinâmica de seleção de plantas medicinais em Florestas tropicais sazonalmente secas. Analisamos os padrões de diversidade filogenética α e β de espécies medicinais lenhosas selecionadas por 27 comunidades humanas, distribuídas ao longo de gradientes climáticos da Caatinga, para inferir os processos que moldam a estrutura e a composição das farmacopeias locais. Nossos resultados revelam que a seleção de plantas medicinais por comunidades humanas na Caatinga é aleatória. Essa descoberta desafia as expectativas anteriores, sugerindo que outros fatores, além das relações de parentesco entre espécies, impulsionam os usos terapêuticos das plantas. Paralelamente, identificamos que o clima atua como preditor dos padrões filogenéticos observados entre as comunidades. Essa associação sugere que os mecanismos subjacentes à montagem comunitária desempenham um papel crucial na seleção das espécies. Este estudo proporciona uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos ecológicos e evolutivos que moldam os padrões de semelhanças no uso de plantas medicinais entre culturas. Ao analisar a influência de filtros locais e regionais nos padrões de seleção, oferecemos insights valiosos para orientar esforços de conservação e promover a sustentabilidade das práticas de saúde em ambientes de florestas secas.


  • Mostrar Abstract
  • Plantas medicinais sempre tiveram um papel importante na saúde e sobrevivência das pessoas em seus respectivos contextos socioambientais. Compreender o padrão de uso de plantas na medicina popular é uma questão central em estudos etnobotânicos. Evidências empíricas sugerem que o padrão não aleatório do uso medicinal de plantas é explicado pelas relações de parentesco entre as espécies. Entretanto, acreditamos que além do contexto filogenético, variações ecogeográficas e adaptações ao ambiente florístico podem estar conduzindo o padrão de uso das plantas pelas populações. Portanto, utilizando um conjunto de dados de plantas medicinais lenhosas, investigamos se condições ecogeográficas (precipitação), que caracterizam a Caatinga, podem moldar o padrão filogenético de plantas lenhosas conhecidas como úteis para o tratamento de doenças. Enquanto inúmeras evidências sugerem que a filogenia, por si só, é preditora do padrão não aleatório dos usos medicinais, nossos resultados sugerem que não há relação entre o parentesco das espécies e o uso medicinal de plantas lenhosas. Em outras palavras, plantas são selecionadas por meio de um padrão aleatório nas comunidades. Além disso, não encontramos uma relação entre a precipitação e o padrão filogenético de plantas conhecidas medicinalmente nas comunidades. No entanto, nosso estudo sugere que a integração de aspectos ecológicos, evolutivos e, em última análise, culturais, podem fornecer insights sobre os processos subjacentes que moldam a dinâmica de seleção e uso de plantas medicinais.

2023
Dissertações
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  • RAFAELA SALES PEREIRA ROXO
  • O GÊNERO Malanea Aubl. (RUBIACEAE, GUETTARDEAE) NA MATA ATLÂNTICA

  • Orientador : MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RIVETE SILVA DE LIMA
  • JOMAR GOMES JARDIM
  • MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA
  • Data: 15/02/2023

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  • Malanea é um gênero neotropical de Rubiaceae, tribo Guettardeae, que possui cerca de 15 espécies reconhecidas no Brasil. Na Mata Atlântica, até então, são registradas nove espécies, sendo cinco endêmicas do domínio. Embora trabalhos locais e regionais tratem de forma pontual o gênero, não há um tratamento taxonômico detalhado de todas as espécies que ocorrem na Mata Atlântica. Diante disso, o objetivo principal desta pesquisa consiste no estudo taxonômico das espécies de Malanea registradas para a Mata Atlântica. Foram visitados 15 herbários brasileiros para análise do acervo; a identificação do material realizou-se através dos protólogos e literatura especializada. Foram reconhecidas sete espécies de Malanea, sendo seis endêmicas do domínio. Realizou-se a tipificação de quatro espécies e elaboração de chave de identificação, descrições detalhadas, ilustrações e mapas de distribuição, também foi analisado o status de conservação das espécies. Como resultados, a distribuição geográfica de quatro espécies foi ampliada, e o status de conservação revelou três espécies em perigo, três vulneráveis e uma em estado menos preocupante. A anatomia vegetal tem se revelado como uma importante ferramenta adicional para a taxonomia de diversos gêneros de Rubiaceae. Portanto, realizou-se também um estudo anatômico foliar de espécies de Malanea presentes no domínio, buscando caracteres micromorfológicos adicionais à sua taxonomia. Observou-se que tricomas, bordo foliar, domácias, nervura e pecíolo são caracteres distintivos para as espécies estudadas, contribuindo com novos elementos para subsidiar a sua delimitação


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  • Malanea é um gênero neotropical de Rubiaceae, tribo Guettardeae, que possui cerca de 15 espécies reconhecidas no Brasil. Na Mata Atlântica, até então, são registradas nove espécies, sendo cinco endêmicas do domínio. Embora trabalhos locais e regionais tratem de forma pontual o gênero, não há um tratamento taxonômico detalhado de todas as espécies que ocorrem na Mata Atlântica. Diante disso, o objetivo principal desta pesquisa consiste no estudo taxonômico das espécies de Malanea registradas para a Mata Atlântica. Foram visitados 15 herbários brasileiros para análise do acervo; a identificação do material realizou-se através dos protólogos e literatura especializada. Foram reconhecidas sete espécies de Malanea, sendo seis endêmicas do domínio. Realizou-se a tipificação de quatro espécies e elaboração de chave de identificação, descrições detalhadas, ilustrações e mapas de distribuição, também foi analisado o status de conservação das espécies. Como resultados, a distribuição geográfica de quatro espécies foi ampliada, e o status de conservação revelou três espécies em perigo, três vulneráveis e uma em estado menos preocupante. A anatomia vegetal tem se revelado como uma importante ferramenta adicional para a taxonomia de diversos gêneros de Rubiaceae. Portanto, realizou-se também um estudo anatômico foliar de espécies de Malanea presentes no domínio, buscando caracteres micromorfológicos adicionais à sua taxonomia. Observou-se que tricomas, bordo foliar, domácias, nervura e pecíolo são caracteres distintivos para as espécies estudadas, contribuindo com novos elementos para subsidiar a sua delimitação

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  • GUSTAVO DA SILVA GOMES
  • Estudo taxonômico e citogenético das espécies de Rodriguezia Ruiz & Pavón ocorrentes na Região Nordeste do Brasil.

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KELLY KOCH
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • Data: 24/02/2023

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  • Orchidaceae Juss. é a maior família de monocotiledôneas com 28 mil espécies distribuídas em 800 gêneros pantropicais excluindo os desertos gelados e quentes. Seus representantes possuem maior ocorrência na região Neotropical, onde são citados 207 gêneros com 2.387 espécies sendo 1.535 endêmicas para o Brasil. Na presente pesquisa apresentamos uma sinopse taxonômica completa das espécies de Rodriguezia Ruiz & Pávon do Nordeste do Brasil. Dos nove nomes aceitos na Flora e Funga do Brasil 2022, reconhecemos quatro espécies, duas são endêmicas (Rodriguezia bracteata e Rodriguezia rigida) da Mata Atlântica. O estado da Bahia é o mais rico em espécies (três), enquanto nos estados do Maranhão, Ceará, Alagoas, Paraíba e Pernambuco apenas uma espécie é registrada. Não foram encontrados registros do gênero para os estados do Piauí e Sergipe. Três nomes anteriormente reconhecidos como espécies distintas, R. venusta, R. pubescens e R. bahiensis, foram considerados sinônimos de R. bracteata. A presença de R. obtusifolia não está confirmada na região, os espécimes previamente identificados com este nome pertencem a R. rigida. Chave de identificação, comentários taxonômicos, mapas de distribuição geográfica e ilustrações são fornecidos. Foram realizadas contagens cromossômicas bem como bandeamento cromossômico. Bandas CMA+ foram localizadas em regiões proximais e terminais de pares cromossômicos de três acessos, sendo quatro terminais e duas proximais em cada amostra analisada. As contagens cromossômicas feitas nas espécies do complexo R. bracteata de diferentes acessos podem ser exploradas em futuros estudos taxonômicos, permitindo diferenciar entre espécies crípticas e populações divergentes recentes.


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  • Orchidaceae Juss. é a maior família de monocotiledôneas com 28 mil espécies distribuídas em 800 gêneros pantropicais excluindo os desertos gelados e quentes. Seus representantes possuem maior ocorrência na região Neotropical, onde são citados 207 gêneros com 2.387 espécies sendo 1.535 endêmicas para o Brasil. Na presente pesquisa apresentamos uma sinopse taxonômica completa das espécies de Rodriguezia Ruiz & Pávon do Nordeste do Brasil. Dos nove nomes aceitos na Flora e Funga do Brasil 2022, reconhecemos quatro espécies, duas são endêmicas (Rodriguezia bracteata e Rodriguezia rigida) da Mata Atlântica. O estado da Bahia é o mais rico em espécies (três), enquanto nos estados do Maranhão, Ceará, Alagoas, Paraíba e Pernambuco apenas uma espécie é registrada. Não foram encontrados registros do gênero para os estados do Piauí e Sergipe. Três nomes anteriormente reconhecidos como espécies distintas, R. venusta, R. pubescens e R. bahiensis, foram considerados sinônimos de R. bracteata. A presença de R. obtusifolia não está confirmada na região, os espécimes previamente identificados com este nome pertencem a R. rigida. Chave de identificação, comentários taxonômicos, mapas de distribuição geográfica e ilustrações são fornecidos. Foram realizadas contagens cromossômicas bem como bandeamento cromossômico. Bandas CMA+ foram localizadas em regiões proximais e terminais de pares cromossômicos de três acessos, sendo quatro terminais e duas proximais em cada amostra analisada. As contagens cromossômicas feitas nas espécies do complexo R. bracteata de diferentes acessos podem ser exploradas em futuros estudos taxonômicos, permitindo diferenciar entre espécies crípticas e populações divergentes recentes.

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  • DEIBSON PEREIRA BELO
  • Delimitação de espécies do complexo Jacquemontia evolvuloides (Moric.) Meisn. (Convolvulaceae Juss.)

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SARAH MARIA ATHIÊ DE SOUZA
  • JULIANA AURELIANO DE ALENCAR MONTEIRO
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 24/02/2023

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  • A incorreta delimitação de espécies pode subestimar ou superestimar a real diversidade biológica. Jacquemontia evolvuloides é considerada morfologicamente variável cuja classificação é controversa desde seu estabelecimento por Meisner. Este estudo objetivou avaliar a classificação atual de J. evolvuloides através de estudos anatômicos descritivos (capítulo 1) e análises morfométricas (capítulo 2), utilizando caracteres macro e micromorfológicos para responder questões sobre sua delimitação. Analisamos 22 populações no Brasil e Argentina nas localidades typus da espécie e nomes sinonimizados. O estudo anatômico separou as populações em cinco morfotipos, baseando-se principalmente nos tipos de tricomas, estômatos, mesofilos, e contorno do pecíolo. Identificamos, pela primeira vez no gênero, a presença de ceras epicuticulares e ocorrência dos estômatos anomocíticos e anomotetracíticos. A hipótese que apresentou o melhor suporte empírico no teste do Modelo Taxonômico, indicou seis entidades biológicas distintas. Através dos métodos estatísticos robustos, estudo anatômico e caracterização morfológica, restabelecemos J. agrestis e J. decumbens ao nível específico, e descrevemos três novas espécies. Como contribuição adicional ao conhecimento de Jacquemontia, esta dissertação ainda conta com dois manuscritos elaborados em paralelo, mas intimamente relacionados com o tema estudado e que tratam sobre: a delimitação de populações de J. nodiflora, onde restabelecemos J. confusa ao nível específico e uma nova espécie de Jacquemontia para a Amazônia. Reforçamos a importância de estudos populacionais com abordagens multidisciplinares, como ferramentas cruciais para subsidiar o entendimento e compreensão da flora brasileira.


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  • A incorreta delimitação de espécies pode subestimar ou superestimar a real diversidade biológica. Jacquemontia evolvuloides é considerada morfologicamente variável cuja classificação é controversa desde seu estabelecimento por Meisner. Este estudo objetivou avaliar a classificação atual de J. evolvuloides através de estudos anatômicos descritivos (capítulo 1) e análises morfométricas (capítulo 2), utilizando caracteres macro e micromorfológicos para responder questões sobre sua delimitação. Analisamos 22 populações no Brasil e Argentina nas localidades typus da espécie e nomes sinonimizados. O estudo anatômico separou as populações em cinco morfotipos, baseando-se principalmente nos tipos de tricomas, estômatos, mesofilos, e contorno do pecíolo. Identificamos, pela primeira vez no gênero, a presença de ceras epicuticulares e ocorrência dos estômatos anomocíticos e anomotetracíticos. A hipótese que apresentou o melhor suporte empírico no teste do Modelo Taxonômico, indicou seis entidades biológicas distintas. Através dos métodos estatísticos robustos, estudo anatômico e caracterização morfológica, restabelecemos J. agrestis e J. decumbens ao nível específico, e descrevemos três novas espécies. Como contribuição adicional ao conhecimento de Jacquemontia, esta dissertação ainda conta com dois manuscritos elaborados em paralelo, mas intimamente relacionados com o tema estudado e que tratam sobre: a delimitação de populações de J. nodiflora, onde restabelecemos J. confusa ao nível específico e uma nova espécie de Jacquemontia para a Amazônia. Reforçamos a importância de estudos populacionais com abordagens multidisciplinares, como ferramentas cruciais para subsidiar o entendimento e compreensão da flora brasileira.

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  • CHARLANE MOURA DA SILVA
  • PADRÕES DE DEPOSIÇÃO E CAPTAÇÃO DE PÓLEN E ESCOLHA DE FLORES MEDIADA POR POLINIZADORES EM Senna aversiflora (Herb.) H.S.Irwin & Barneby

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAPHAEL MATIAS DA SILVA
  • ANSELMO NOGUEIRA
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • Data: 27/02/2023

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  • O gênero Senna Mill. (Fabaceae) possui flores enantiostílicas, polimorfismo afetado pela variação e covariação fenotípica intraespecífica, influenciando tanto a atração como o encaixe morfológico das abelhas polinizadoras durante a coleta de pólen. Nesta Dissertação, organizada em dois capítulos, buscamos analisar efeitos da enantiostilia usando como modelo Senna aversiflora (Herb.) H.S.Irwin & Barneby, espécie enantiostílica monomórfica. No primeiro capítulo investigamos a dinâmica de deposição e captação de pólen no corpo de diferentes visitantes florais; e no segundo analisamos i) a relação das dimensões das estruturas reprodutivas com a quantidade de pólen ofertada e ii) o efeito do polimorfismo floral na atração dos polinizadores, bem como sobre o sucesso reprodutivo. O trabalho de campo foi realizado na ReBio de Pedra Talhada-AL. Acessamos o fenótipo floral por meio de imagens digitais das pétalas, estames e gineceu de flores pré-ensacadas. Realizamos simulações de visitas utilizando modelos que reproduzem a morfologia corporal das abelhas polinizadoras e um sonicador para verificar a deposição e captação de pólen no corpo de diferentes abelhas. Monitoramos a frequência, o comportamento e a riqueza de abelhas visitantes. Espécies dos gêneros Xylocopa, Eulaema, Bombus e Centris foram consideradas polinizadores, apresentando comportamento de visita e coleta de pólen semelhante. Após as simulações, verificamos que os locais e amplitudes de deposição e captação de pólen podem variar, a depender da espécie do visitante influenciados pelo ajuste morfológico e interação da abelha com a flor.


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  • O gênero Senna Mill. (Fabaceae) possui flores enantiostílicas, polimorfismo afetado pela variação e covariação fenotípica intraespecífica, influenciando tanto a atração como o encaixe morfológico das abelhas polinizadoras durante a coleta de pólen. Nesta Dissertação, organizada em dois capítulos, buscamos analisar efeitos da enantiostilia usando como modelo Senna aversiflora (Herb.) H.S.Irwin & Barneby, espécie enantiostílica monomórfica. No primeiro capítulo investigamos a dinâmica de deposição e captação de pólen no corpo de diferentes visitantes florais; e no segundo analisamos i) a relação das dimensões das estruturas reprodutivas com a quantidade de pólen ofertada e ii) o efeito do polimorfismo floral na atração dos polinizadores, bem como sobre o sucesso reprodutivo. O trabalho de campo foi realizado na ReBio de Pedra Talhada-AL. Acessamos o fenótipo floral por meio de imagens digitais das pétalas, estames e gineceu de flores pré-ensacadas. Realizamos simulações de visitas utilizando modelos que reproduzem a morfologia corporal das abelhas polinizadoras e um sonicador para verificar a deposição e captação de pólen no corpo de diferentes abelhas. Monitoramos a frequência, o comportamento e a riqueza de abelhas visitantes. Espécies dos gêneros Xylocopa, Eulaema, Bombus e Centris foram consideradas polinizadores, apresentando comportamento de visita e coleta de pólen semelhante. Após as simulações, verificamos que os locais e amplitudes de deposição e captação de pólen podem variar, a depender da espécie do visitante influenciados pelo ajuste morfológico e interação da abelha com a flor.

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  • YURI DE SOUZA VIEIRA COUCEIRO
  • ESTUDOS TAXONÔMICOS EM Pappophorum Schreb. ex Vahl (POACEAE: CHLORIDOIDEAE)

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CHRISTIAN DA SILVA
  • GUSTAVO HIROAKI SHIMIZU
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • Data: 27/02/2023

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  • Pappophorum Schreb. ex Vahl é um gênero com 10 espécies de distribuição entre zonas áridas e semiáridas das Américas. O táxon é monofilético e é suportado como grupo-irmão de Tridens Roem. & Schult., e o clado formado por estes dois é irmão de Neesiochloa Pilg. Alguns tratamentos reposicionaram táxons e indicaram sinonimizações que tornaram a taxonomia do gênero confusa. Um exemplo das múltiplas propostas de delimitação em Pappophorum envolve os limites morfológicos entre P. mucronulatum, P. subbulbosum e P. vaginatum. Neste primeiro capítulo, testamos as circunscrições das espécies como hipóteses taxonômicas, seguindo um framework estatístico que avalia a possibilidade de toda a variação encontrada nas amostras ser inclusive classificada como uma única espécie. Além disso, também foram detectadas instabilidades nomenclaturais entre os nomes associados às espécies e a necessidade de designação de amostras-tipo foi considerada, em um segundo capítulo. Para o teste de hipóteses taxonômicas, a rotina estatística integra análises uni-multivariadas, classificação bayesiana e modelos de classificação morfológica. Somados a isso, foram analisados os protólogos de nomes associados a Pappophorum e as respectivas coleções tipo. As amostras foram examinadas a partir de bancos de imagens virtuais e coleções de herbários. O principal resultado indicou que a classificação de três espécies foi o melhor modelo taxonômico (𝚫BIC = 0.0). Seis caracteres foram estatisticamente significativos para distinguir ao menos uma espécie do complexo. Nossos resultados indicam que P. subbulbosum deve ser reconhecida como uma espécie aceita, sendo proposto seu restabelecimento. Foram designados oito lectótipos com imagens dos espécimes associados aos respectivos nomes.


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  • Pappophorum Schreb. ex Vahl é um gênero com 10 espécies de distribuição entre zonas áridas e semiáridas das Américas. O táxon é monofilético e é suportado como grupo-irmão de Tridens Roem. & Schult., e o clado formado por estes dois é irmão de Neesiochloa Pilg. Alguns tratamentos reposicionaram táxons e indicaram sinonimizações que tornaram a taxonomia do gênero confusa. Um exemplo das múltiplas propostas de delimitação em Pappophorum envolve os limites morfológicos entre P. mucronulatum, P. subbulbosum e P. vaginatum. Neste primeiro capítulo, testamos as circunscrições das espécies como hipóteses taxonômicas, seguindo um framework estatístico que avalia a possibilidade de toda a variação encontrada nas amostras ser inclusive classificada como uma única espécie. Além disso, também foram detectadas instabilidades nomenclaturais entre os nomes associados às espécies e a necessidade de designação de amostras-tipo foi considerada, em um segundo capítulo. Para o teste de hipóteses taxonômicas, a rotina estatística integra análises uni-multivariadas, classificação bayesiana e modelos de classificação morfológica. Somados a isso, foram analisados os protólogos de nomes associados a Pappophorum e as respectivas coleções tipo. As amostras foram examinadas a partir de bancos de imagens virtuais e coleções de herbários. O principal resultado indicou que a classificação de três espécies foi o melhor modelo taxonômico (𝚫BIC = 0.0). Seis caracteres foram estatisticamente significativos para distinguir ao menos uma espécie do complexo. Nossos resultados indicam que P. subbulbosum deve ser reconhecida como uma espécie aceita, sendo proposto seu restabelecimento. Foram designados oito lectótipos com imagens dos espécimes associados aos respectivos nomes.

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  • LETÍCIA ELIAS
  • INDICADORES QUÍMICOS E ANATÔMICOS COMO PREDITORES DA SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS LENHOSAS NA CAATINGA

  • Orientador : ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JARCILENE SILVA DE ALMEIDA
  • ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
  • WASHINGTON SOARES FERREIRA JÚNIOR
  • Data: 27/02/2023

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  • Os estudos sobre como as pessoas selecionam suas plantas medicinais têm se concentrado em aspectos químicos, ecológicos e culturais, mas existe pouco conhecimento sobre a ecologia comportamental. Observamos que as plantas lenhosas da Caatinga são frequentemente escolhidas e nos perguntamos se a seleção se baseia nas características anatômicas da casca do caule que facilitariam o forrageio. Para investigar isso, analisamos a anatomia da casca de 20 plantas lenhosas, dez com maior versatilidade e dez com menor versatilidade. Não encontramos evidências de que as características anatômicas influenciam a escolha das plantas medicinais. Em vez disso, descobrimos que outros fatores, como a química das plantas, são mais importantes. A revisão sistemática que realizamos evidenciou que as plantas mais versáteis possuem uma maior variedade de compostos químicos. Portanto, é provável que a química seja o principal “driver” na seleção de plantas medicinais na Caatinga, em vez das características anatômicas.


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  • Os estudos sobre como as pessoas selecionam suas plantas medicinais têm se concentrado em aspectos químicos, ecológicos e culturais, mas existe pouco conhecimento sobre a ecologia comportamental. Observamos que as plantas lenhosas da Caatinga são frequentemente escolhidas e nos perguntamos se a seleção se baseia nas características anatômicas da casca do caule que facilitariam o forrageio. Para investigar isso, analisamos a anatomia da casca de 20 plantas lenhosas, dez com maior versatilidade e dez com menor versatilidade. Não encontramos evidências de que as características anatômicas influenciam a escolha das plantas medicinais. Em vez disso, descobrimos que outros fatores, como a química das plantas, são mais importantes. A revisão sistemática que realizamos evidenciou que as plantas mais versáteis possuem uma maior variedade de compostos químicos. Portanto, é provável que a química seja o principal “driver” na seleção de plantas medicinais na Caatinga, em vez das características anatômicas.

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  • PIETRA ROLIM ALENCAR MARQUES COSTA
  • A FLORESTA DE TABULEIRO NO LITORAL DO NORDESTE BRASILEIRO: diversidade florística e implicações para conservação da flora arbórea.

  • Orientador : MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL PIOTTO
  • MARIA JESUS NOGUEIRA RODAL
  • WILLIAM WAYT THOMAS
  • Data: 31/03/2023

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  • s tabuleiros, principal representante geomorfológico da Formação Barreiras, apresentam uma cobertura vegetal predominantemente florestal. Na Região Nordeste, os remanescentes da floresta dos tabuleiros foram estudados principalmente através de levantamentos florísticos pontuais e alguns levantamentos fitossociológicos. Estudos sobre a influência de variáveis climáticas na diversidade vegetal concentram-se na região subtropical da floresta atlântica. Neste trabalho analisamos a diversidade florística e estrutural do componente arbóreo da floresta dos tabuleiros na região Nordeste do Brasil; calculamos a beta diversidade entre as comunidades arbóreas, a fim de identificar os fatores que estruturam essas comunidades; e identificamos quais são as variáveis ambientais que influenciam na composição, riqueza e área basal das árvores da floresta dos tabuleiros nesta região. Foi utilizado o método de ponto quadrante e analisadas 27 áreas florestais remanescentes, distribuídas ao longo da costa, entre o Rio Grande do Norte e Bahia. Os 2700 indivíduos arbóreos amostrados estão distribuídos em 63 famílias e 612 espécies. A área com maior riqueza encontra-se no sul da Bahia, em Pedras de Una. Eschweilera ovata, Protium heptaphyllum, Thyrsodium spruceanum e Tapirira guianensis apresentaram mais de 60 indivíduos cada, representando cerca de 13% da densidade relativa e 12% de dominância relativa. A partição da diversidade beta indica que a composição das espécies arbóreas está estruturada a partir de um turnover, havendo substituição de espécies em razão de um gradiente de condições ambientais associado principalmente à precipitação. A riqueza, área basal e a composição de espécies estão associadas majoritariamente às condições de precipitação da região.



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  • s tabuleiros, principal representante geomorfológico da Formação Barreiras, apresentam uma cobertura vegetal predominantemente florestal. Na Região Nordeste, os remanescentes da floresta dos tabuleiros foram estudados principalmente através de levantamentos florísticos pontuais e alguns levantamentos fitossociológicos. Estudos sobre a influência de variáveis climáticas na diversidade vegetal concentram-se na região subtropical da floresta atlântica. Neste trabalho analisamos a diversidade florística e estrutural do componente arbóreo da floresta dos tabuleiros na região Nordeste do Brasil; calculamos a beta diversidade entre as comunidades arbóreas, a fim de identificar os fatores que estruturam essas comunidades; e identificamos quais são as variáveis ambientais que influenciam na composição, riqueza e área basal das árvores da floresta dos tabuleiros nesta região. Foi utilizado o método de ponto quadrante e analisadas 27 áreas florestais remanescentes, distribuídas ao longo da costa, entre o Rio Grande do Norte e Bahia. Os 2700 indivíduos arbóreos amostrados estão distribuídos em 63 famílias e 612 espécies. A área com maior riqueza encontra-se no sul da Bahia, em Pedras de Una. Eschweilera ovata, Protium heptaphyllum, Thyrsodium spruceanum e Tapirira guianensis apresentaram mais de 60 indivíduos cada, representando cerca de 13% da densidade relativa e 12% de dominância relativa. A partição da diversidade beta indica que a composição das espécies arbóreas está estruturada a partir de um turnover, havendo substituição de espécies em razão de um gradiente de condições ambientais associado principalmente à precipitação. A riqueza, área basal e a composição de espécies estão associadas majoritariamente às condições de precipitação da região.


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  • BYANCA NILDA TAVARES CAVALCANTE
  • CLIMA E BIOMA DETERMINAM OS EFEITOS DELETÉRIOS DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS SOBRE A DISPERSÃO DE SEMENTES POR FORMIGAS


  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO VINÍCIUS ANJOS SILVA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • ROBERTH FAGUNDES DE SOUZA
  • Data: 28/07/2023

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  • Perturbações antrópicas acometem diversos ecossistemas globais, e seus impactos são refletidos em perda de biodiversidade, mudanças em interações ecológicas e consequentemente em redução de serviços ecossistêmicos. Muitos trabalhos experimentais em ambientes naturais têm sido realizados para entender os efeitos das perturbações sobre a taxa de remoção e distância de dispersão de sementes por formigas, uma vez que são partes fundamentais da dispersão e sua redução implica em desfalque nesse processo. A dissertação concentrou-se em entender como as perturbações afetam a dispersão de sementes por formiga a partir de uma metodologia meta-analítica. Com isso, observamos que de maneira geral as perturbações influenciam negativamente na taxa de remoção de sementes, mas não na distância que as sementes são carregadas. Mas como revelado por análises de moderadores, a taxa e distância de dispersão são mais negativamente afetadas pelas perturbações com o aumento da precipitação anual, assim como mais negativamente afetadas em Florestas Tropicais e Subtropicais Úmidas de Folhas Largas. Assim como as sementes não mirmecocóricas também tem suas distâncias afetadas negativamente pelas perturbações. Dessa forma, nosso estudo relata dados importantes sobre como a dispersão por formigas pode ser afetada por mudanças antrópicas, alertando para o risco que essa importante interação sofre e para a necessidade de conservação de ambientes naturais, em especial florestas úmidas e locais com maiores índices de precipitação do globo.


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  • Perturbações antrópicas afetam diversos ecossistemas do planeta e podem afetar muitas interações ecológicas importantes para a manutenção de comunidades vegetais, como a dispersão de sementes por formigas. A natureza da perturbação antrópica, as características da síndrome de dispersão das sementes, o tipo de bioma e as características climáticas são alguns dos fatores que podem influenciar na dispersão de sementes realizada pelas formigas e, portanto, tem potencial de mediar o impacto que as perturbações exercem sobre essa dispersão. Utilizamos uma metodologia meta-analítica para levantar padrões gerais a partir de resultados de trabalhos que avaliaram os impactos das perturbações antrópicas em ambientes naturais sobre a dispersão de sementes por formigas. Com isso, observamos que de maneira geral as perturbações influenciam negativamente na taxa de remoção de sementes, mas não na distância que as sementes são carregadas. Contudo, a análise dos moderadores revelou que a taxa de remoção e a distância de dispersão são mais negativamente afetadas pelas perturbações com o aumento da precipitação anual, assim como mais negativamente afetadas em Florestas Tropicais e Subtropicais Úmidas de Folhas Largas. Além disso, sementes não mirmecocóricas têm suas distâncias de dispersão afetadas negativamente pelas perturbações. Dessa forma, nosso estudo alerta para o risco que essa importante interação sofre frente a perturbações e para a necessidade de conservação de ambientes naturais, em especial em florestas úmidas e locais com maiores índices de precipitação do globo.

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  • ANTÔNIA LARISSA DA SILVA MAIA
  • DELIMITAÇÃO DE ESPÉCIES E ESTRUTURA GENÉTICA DO COMPLEXO Cryptanthus pickelii L.B.Sm. (BROMELIACEAE)

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BÁRBARA SIMÕES SANTOS LEAL
  • DIEGO SOTERO DE BARROS PINANGÉ
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 31/07/2023

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  • O gênero Cryptanthus Otto & A.Dietr. (Bromeliaceae - Bromelioideae) é endêmico do  Brasil, e inclui cerca de 68 espécies distribuídas ao longo da costa leste do país.  Cryptanthus pickelii L.B.Sm., C. alagoanus Leme & J.A. Siqueira e C. pirambuensis D.M.C. Ferreira & Louzada estão restritas à Floresta Atlântica do Nordeste brasileiro e  apresentam sobreposição de caracteres morfológicos que contribuem para que os limites  interespecíficos não sejam bem definidos, classificando-as em um complexo de espécies.  Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo realizar a delimitação das espécies,  por meio de parâmetros morfométricos, e da análise e caracterização da estrutura e  diversidade genética. Para isso, foram realizados teste de amplificação cruzada em C.  pickelii, C. alagoanus e C. pirambuensis, utilizando 17 locos de microssatélites nucleares  desenvolvidos originalmente para espécies de diferentes subfamílias de Bromeliaceae.  Desses, quatro foram selecionados para amplificação e genotipagem em seis populações  do complexo. Análises morfométricas de 24 caracteres vegetativos e reprodutivos foram  realizadas em 82 indivíduos. Os resultados evidenciaram três grupos mais prováveis. C.  alagoanus e C. pirambuensis são dois nomes dados a mesma espécie. Foi detectado uma  estruturação genética distinta em duas populações de C. alagoanus, onde uma população  passa a ser considerada como C. pickelii, e outra está em processo de especiação hibrida  com C. zonatus. Esses resultados evidenciam a importância da hibridação para  entendimento das relações evolutivas responsáveis pela diversificação e especiação em Bromeliaceae.


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  • O gênero Cryptanthus Otto & A.Dietr. (Bromeliaceae - Bromelioideae) é endêmico do Brasil, e inclui cerca de 68 espécies distribuídas ao longo da costa leste do país. Cryptanthus pickelii L.B.Sm., C. alagoanus Leme & J.A. Siqueira e C. pirambuensis D.M.C. Ferreira & Louzada estão restritas à Floresta Atlântica do Nordeste brasileiro e apresentam sobreposição de caracteres morfológicos que contribuem para que os limites interespecíficos não sejam bem definidos, classificando-as em um complexo de espécies. O presente projeto tem como objetivo realizar a delimitação das espécies, por meio de parâmetros morfométricos, e da análise e caracterização da estrutura e diversidade genética. Foram realizados teste de amplificação cruzada em C. pickelii, C. alagoanus e C. pirambuensis, utilizando 17 locos de microssatélites nucleares desenvolvidos originalmente para espécies de diferentes subfamílias de Bromeliaceae. Dos 17 locos testados, 10 foram polimórficos, e seis foram selecionados para amplificação e genotipagem em seis populações do complexo. Análises morfométricas de 24 caracteres vegetativos e reprodutivos foram realizadas em 82 indivíduos. Análises multivariadas foram usadas para delimitar as populações do complexo. Os resultados morfométricos mostraram cinco agrupamentos, confirmando a atual circunscrição de C. pickelii e C. pirambuensis. Foi evidenciado que atualmente existem três entidades biológicas sendo tratadas sob um mesmo nome (C. alagoanus). Para a tomada de decisões taxonômicas, é necessário integrar os resultados obtidos na análise morfométrica, com os dados moleculares que se encontram em desenvolvimento.

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  • MARIA IZABEL SILVA DE LIMA PAIVA
  • ESTUDOS MOLECULARES NO GRUPO “Orthophytum disjunctum”: Um caso de microendesmismo em uma porção do nordeste do Brasil

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO SOTERO DE BARROS PINANGÉ
  • JEFFERSON RODRIGUES MACIEL
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 27/09/2023

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  • As relações das espécies com seus ancestrais em comum juntamente com os limites existentes entre as entidades são alguns dos principais pontos de debate do pensamento biológico. Dado que a especiação nem sempre é acompanhada por mudanças morfológicas, os estudos que apresentam abordagens moleculares são capazes de auxiliar na compreensão de espécies consideradas problemáticas quanto a sua delimitação.Bromeliaceae Juss. é uma família de Monocotiledôneas, inserida na ordem Poales. Com a maior parte de sua distribuição Neotropical. A família é representada por ervas perenes, com rosetas de eixo curto e, raramente, com caule alongado, com intensa reprodução sexuada.No Brasil, são aceitas 1.387 espécies e 56 gêneros dos quais 1.187 e 34 gêneros são endêmicos do país.O gênero Orthophytum, da família Bromeliaceae, subfamília Bromelioideae, é endêmico do Brasil, apresenta 54 espécies e ocorre em afloramentos rochosos, com dois principais centros de diversificação (Minas Gerais e Bahia). Sua atual hipótese filogenética postula que os clados se distribuem de maneira biogeográfica. O grupo “Orthophytum disjunctum” é aqui denominado da seguinte forma devido a sobreposição dos caracteres morfológicos e semelhança na distribuição e representado pelos táxons O. disjunctum, O. jabrense, O. atalaiense e O.triunfense. Aqui, propomos a reconstrução parcial da filogenia de Orthophytum juntamente as 4 espécies estudadas e testamos a delimitação das entidades pertencentes ao grupo “Orthophytum disjunctum” , com base na abordagem GMYC, através de dados moleculares de marcadores plastidiais e nucleares.Os nossos resultados recuperaram as relações de parentesco do  grupo e corroboram estudos prévios que indicam o gênero como monofilético contudo, as relações recuperadas para o gênero não se apresentam completamente congruentes com  atual hipótese filogenética, de maneira que  as relações intraespecíficas, dentro desses clados, não estão bem suportadas e os limites existentes entre as entidades precisam ser melhor investigados.


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  • As relações das espécies com seus ancestrais em comum juntamente com os limites existentes entre as entidades são alguns dos principais pontos de debate do pensamento biológico. Dado que a especiação nem sempre é acompanhada por mudanças morfológicas, os estudos que apresentam abordagens moleculares são capazes de auxiliar na compreensão de espécies consideradas problemáticas quanto a sua delimitação.Bromeliaceae Juss. é uma família de Monocotiledôneas, inserida na ordem Poales. Com a maior parte de sua distribuição Neotropical. A família é representada por ervas perenes, com rosetas de eixo curto e, raramente, com caule alongado, com intensa reprodução sexuada.No Brasil, são aceitas 1.387 espécies e 56 gêneros dos quais 1.187 e 34 gêneros são endêmicos do país.O gênero Orthophytum, da família Bromeliaceae, subfamília Bromelioideae, é endêmico do Brasil, apresenta 54 espécies e ocorre em afloramentos rochosos, com dois principais centros de diversificação (Minas Gerais e Bahia). Sua atual hipótese filogenética postula que os clados se distribuem de maneira biogeográfica. O grupo “Orthophytum disjunctum” é aqui denominado da seguinte forma devido a sobreposição dos caracteres morfológicos e semelhança na distribuição e representado pelos táxons O. disjunctum, O. jabrense, O. atalaiense e O.triunfense. Aqui, propomos a reconstrução parcial da filogenia de Orthophytum juntamente as 4 espécies estudadas e testamos a delimitação das entidades pertencentes ao grupo “Orthophytum disjunctum” , com base na abordagem GMYC, através de dados moleculares de marcadores plastidiais e nucleares.Os nossos resultados recuperaram as relações de parentesco do  grupo e corroboram estudos prévios que indicam o gênero como monofilético contudo, as relações recuperadas para o gênero não se apresentam completamente congruentes com  atual hipótese filogenética, de maneira que  as relações intraespecíficas, dentro desses clados, não estão bem suportadas e os limites existentes entre as entidades precisam ser melhor investigados.

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  • ALESSANDRO SOARES PEREIRA
  • FABACEAE LINDL. EM UMA ÁREA PRIORITÁRIA PARA CONSERVAÇÃO NO EXTREMO OESTE DA PARAÍBA, BRASIL

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELLY DA SILVA LUCENA
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MARIA DE FÁTIMA AGRA
  • Data: 31/10/2023

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  • Fabaceae é a terceira família mais diversa entre as angiospermas, com seis subfamílias. Papilionoideae compõem 70% da diversidade, com 14.000 espécies globalmente. No Brasil, cerca de 39% dos táxons de Papilionoideae está no Domínio Fitogeográfico da Caatinga. Objetivamos assim, realizar o tratamento taxonômico desta subfamília e catalogar em um guia florístico as demais espécies de (Cercidoideae, Caesalpinioideae e Detarioideae) presentes na Serra do Bongá, um fragmento da Chapada do Araripe, situada em uma área prioritária para conservação no extremo oeste do estado da Paraíba. Foram realizadas excursões mensais para coleta de material botânico entre os meses de jul/2018 a dez/2020 e retomadas de jan./dez de 2022, incorporados ao acervo dos herbários (UFP/UFPE) e (JPB/UFPB). A composição florística correspondeu a 68 espécies, sendo Papilionoide (28 spp.) distribuída em 18 gêneros, com Cnetodon paniculatus (Willd. ex Vogel) D.B.O Cardoso; P. L. R. Moraes & H.C.Lima, e, Zornia sericea Moric., citadas pela primeira vez para a flora da Paraíba. Crotalaria pallida Ainton, para a Caatinga; Dalbergia cearensis Ducke; Macropsychanthus grandiflorus (Mart. ex Benth.) L. P., e Platymiscium floribundum Vogel., endêmicas da Caatinga, enquanto, Indigofera microcarpa Desv.; Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke. e, Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.), são do país. E Amburana cearensis (Allem) A. C.Sm., e D. cearensis, ameaçadas de extinção. Fornecemos os primeiros dados de Fabaceae na área estudada, possibilitando que ações de políticas de conservação e manejo adequado, sejam realizadas futuramente


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  • A família Fabaceae Lindl. é diversa e conta com muitas espécies e gêneros. A subfamília Papilionoideae representa cerca de 70% da família, com 14.000 espécies, 503 gêneros e 28 tribos distribuídas globalmente. No Brasil, a família é rica em espécies, com um terço delas presentes no Domínio Fitogeográfico da Caatinga, onde há aproximadamente 39% dos táxons de Papilionoideae. Desse modo, objetivamos realizar o levantamento florístico-taxonômico de Fabaceae com enfoque em Papilionoideae na Serra do Bongá, um fragmento da Chapada do Araripe, situada em uma área prioritária para conservação no extremo oeste do estado da Paraíba, no nordeste brasileiro. Foram realizadas excursões mensais para coleta de material botânico entre os meses de jul/2018 a dez/2020 e retomadas de jan/dez de 2022. Com incorporação ao acervo do Herbário Professor Geraldo Mariz (UFP/UFPE) e duplicatas doadas ao herbário Lauro Pires Xavier (JPB/UFPB). A sua composição florística compreende 28 espécies, distribuídas em 18 gêneros com Cnetodon paniculatus (Willd. ex Vogel) D.B.O Cardoso. P. L. R. Moraes & H.C.Lima, e, Zornia sericea Moric., citadas pela primeira vez para a flora da Paraíba. Dalbergia cearensis Ducke; Macropsychanthus grandiflorus (Mart. ex Benth.) L. P., e Platymiscium floribundum Vogel., são endêmicas da Caatinga, enquanto, Indigofera microcarpa Desv.; Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke. e, Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth., são do país. Uma chave de identificação, sinopses, comentários sobre a morfologia, distribuição geográfica e ilustrações são apresentadas.

Teses
1
  • DANIELE KULKA PORTELO
  • PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS E A PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA NA CAATINGA, PERNAMBUCO, BRASIL

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • DANIELLE GOMES DE SOUZA
  • MARCELO TABARELLI
  • MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 10/01/2023

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  • A produtividade primária busca compreender a dinâmica dos ecossistemas através da produção e decomposição da serapilheira, sendo extremamente importante nas Florestas Tropicais Secas. O processo de decomposição é importante como fonte de nutrientes para comunidades florestais, pois determinam o fluxo de carbono e nutrientes no solo. Entretanto, a produção e decomposição da serapilheira são afetadas negativamente em ambientes antropizados aumentando da taxa de decomposição e diminuição do estoque final de nutrientes. Tendo como objetivos: estimar a produção de serapilheira da Caatinga relacionando-a com o uso da terra, condição climática e idade de regeneração florestal e investigar como a precipitação e os distúrbios crônicos influenciam na decomposição foliar e alterações químicas da serapilheira através da dinâmica de C, N e P. A deposição de serapilheira foi registrada mensalmente em cada parcela durante quatro anos. Para a velocidade de decomposição de serapilheira foram utilizadas amostras de folhas senescentes com a técnica litter bags, estimando a perda de massa no início e após 360 dias de decomposição. Nosso estudo confirmou que a produção de serapilheira na Caatinga foi influenciada pela sazonalidade e pelos estágios sucessionais. Os distúrbios antrópicos afetaram negativamente a concentração de nutrientes nas florestas maduras. Já nas florestas em regeneração houve aumento na concentração. Assim, este tema merece grande atenção, principalmente o escoamento de nutrientes pelas atividades humanas.


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  • A serapilheira representa a principal via de transferência de nutrientes da vegetação para o solo, suprindo as necessidades nutricionais do ecossistema por meio da decomposição do material acumulado. Os detritos formadores da matéria orgânica no solo mantêm a umidade e a reserva de nutrientes que serão reutilizados pelas plantas após o processo de decomposição. Portanto, o acompanhamento da dinâmica de produção e decomposição deste compartimento é essencial para o conhecimento dos impactos de origem antrópica ou naturais que possam alterar a dinâmica da floresta. Os levantamentos dos efeitos das alterações climáticas sobre os processos de produção e decomposição, são de grande importância para compreensão da dinâmica florestal ao longo do tempo. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo estimar, no período de 4 anos, a dinâmica da produção de serapilheira (total e frações) e durante um ano a decomposição de folhas desta serapilheira. A deposição de serapilheira foi registrada mensalmente em 13 parcelas em diferentes estágios sucessionais (10-76 anos) seguindo a agricultura de corte e queima e 15 parcelas de florestas de crescimento antigo da rede de parcelas do PELD-Catimbau. A decomposição da serapilheira foi também registrada mensalmente através da técnica de litterbags, um método de avaliação direto de perda de massa, onde uma quantidade conhecida de material é armazenada no interior de bolsas, e dispostas na superfície do solo por determinado período.

2
  • AMANDA DE SOUZA SANTOS
  • ANÁLISE FILOGENÉTICA E EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA DE Ameroglossum (Eb.Fisch., S.Vogel & A.V.Lopes (LINDERNIACEAE) E GÊNEROS RELACIONADOS

  • Orientador : MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • MARIA DE FÁTIMA AGRA
  • MARIA JOSE GOMES DE ANDRADE
  • MARIELA ANALÍA SADER
  • SANTELMO SELMO DE VASCONCELOS JUNIOR
  • Data: 27/01/2023

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  • O gênero Ameroglossum é endêmico do Nordeste do Brasil e ecologicamente restrito a ambientes de afloramento rochoso. O gênero tem um tratamento taxonômico incerto, que ainda não foi testado em uma estrutura molecular. O objetivo desse estudo foi investigar a evolução cariotípica e relações filogenéticas de Ameroglossum e gêneros relacionados. No primeiro capítulo, foram investigados os números cromossômicos de 14 espécies de Linderniaceae, analisando a distribuição de heterocromatina e sítios de rDNA 5S e 35S. No segundo capítulo, foram avaliadas as relações filogenéticas de Ameroglossum, além de reconstrução de áreas ancestrais, e o papel da radiação adaptativa associada a ambientes de afloramentos rochosos. As análises cariotípicas mostraram que Ameroglossum, Catimbaua e Isabelcristinia possuem 2n = 60, com exceção de A. genaroanum com 2n = 64. Enquanto Cubitanthus alatus possui 2n = 50. Contudo todas elas possuem cromossomos pequenos e sítios de rDNA 5S e 35S sobrepostos com bandas CMA+. As análises filogenéticas mostraram que Ameroglossum está posicionado em Linderniaceae, formando um clado fortemente suportado com Cubitanthus e Stemodiopsis. Porém, Ameroglossum não é monofilético, devido ao posicionamento de Catimbaua e Isabelcristinia entre suas espécies. Identificamos um aumento na taxa de diversificação no clado Ameroglossum (~19 Mya) que pode estar associado à mudança antiga para habitat de afloramentos rochosos. Esta mudança foi relacionada com a colonização da América do Sul por dispersão a longa distância, dada a distribuição ancestral de Linderniaceae na África/Ásia.


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  • O gênero Ameroglossum é endêmico do Nordeste brasileiro, sendo
    ecologicamente restrito a ambientes de afloramento rochoso. É composto atualmente
    por nove espécies e morfologicamente associado aos gêneros Catimbaua, Cubitanthus e
    Isabelcristinia, todos pertencentes a família Linderniaceae. Embora Ameroglossum
    ainda possuísse seu posicionamento familiar incerto. Investigamos os números
    cromossômicos de 14 espécies de Linderniaceae com ênfase em Ameroglossum,
    analisamos a distribuição de heterocromatina e sítios de rDNA 5S e 35S para a maioria
    das espécies. E avaliamos as relações filogenéticas de Ameroglossum à nível familiar,
    genérico e intragenérico, com base em loci plastidiais (matK e rps16) e nuclear (ITS).
    As análises cariotípicas mostraram que Ameroglossum, Catimbaua e Isabelcristinia
    possuem 2n=60, com exceção de A. genaroanum com 2n=64. Já Cubitanthus alatus
    possui 2n=50 e Torenia thouarsii e Vandellia diffusa 2n=28. Todas elas possuem
    cromossomos pequenos semelhantes e sítios de rDNA 5S e 35S sobrepostos com
    bandas CMA + . As análises filogenéticas mostraram que o gênero Ameroglossum está
    posicionado dentro de Linderniaceae, formando um clado fortemente suportado com
    Cubitanthus e Stemodiopsis. Porém, Ameroglossum não é um gênero monofilético,
    devido ao posicionamento de Catimbaua e Isabelcristinia entre suas espécies. Com
    nossos resultados podemos sugerir que as espécies dos gêneros Catimbaua e
    Isabelcristinia deveriam ser sinonimizadas como Ameroglossum, e que o clado
    Ameroglossum + Cubitanthus + Stemodiopsis poderia ser reconhecido como uma nova
    subfamília de Linderniaceae, tendo em vista sua distinção morfológica, cariotípica,
    ecológica e filogenética.

3
  • LUANDA AUGUSTA PINHEIRO DA SILVA
  • EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE ESTRATÉGIAS REPRODUTIVAS DE PLANTAS EM ESPAÇOS VERDES DO RECIFE

  • Orientador : ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • JÉSSICA LUIZA SOUZA E SILVA
  • MARCELO TABARELLI
  • ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
  • Data: 13/02/2023

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  • Esta tese trata do efeito da urbanização sobre estratégias reprodutivas de plantas em espaços verdes do Recife e consta de três capítulos. O primeiro capítulo intitulado: “Uso excessivo de plantas exóticas em uma cidade tropical no Brasil”, destaca o largo uso de ervas ornamentais exóticas nas praças do Recife, que correspondem a 72% das ervas ornamentais nos espaços verdes urbanos da cidade. No segundo, intitulado “Efeito da urbanização sobre a diversidade funcional reprodutiva de plantas herbáceas em espaços verdes do Recife”, foi realizado um levantamento das plantas herbáceas ornamentais em 32 praças do Recife e foram contabilizados o número de espécies, de indivíduos e compilados os atributos funcionais reprodutivos (e.g., tipo, tamanho e recurso floral, sistemas de polinização e reprodutivo). Foi, então, estabelecida a representatividade dos atributos funcionais (riqueza, abundância e nível de especialização) e a diversidade funcional reprodutiva (mensurada pelo índice de Rao-Q). Os seguintes traços funcionais reprodutivos foram os mais representativos (riqueza e abundância, respectivamente): flores tubulares (72% e 80%), medindo >30mm (40% e 58%) e polinizadas por aves (21% e 33%). A diversidade funcional reprodutiva (Rao-Q), não foi afetada com o aumento no nível de urbanização. O terceiro capítulo, intitulado: “A urbanização reduz o sucesso reprodutivo de Senna siamea H.S.Irwin & Barneby (Leguminosae), espécie exótica em espaços verdes de uma cidade tropical no Brasil”, documenta como a urbanização atua reduzindo o sucesso reprodutivo (frutos/flor) da espécie.


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  • Esta tese trata do efeito da urbanização sobre estratégias reprodutivas de plantas em espaços verdes do Recife e consta de três capítulos. O primeiro capítulo intitulado: “Uso excessivo de plantas exóticas em uma cidade tropical no Brasil”, destaca o largo uso de ervas ornamentais exóticas nas praças do Recife, que correspondem a 72% das ervas ornamentais nos espaços verdes urbanos da cidade. No segundo, intitulado “Efeito da urbanização sobre a diversidade funcional reprodutiva de plantas herbáceas em espaços verdes do Recife”, foi realizado um levantamento das plantas herbáceas ornamentais em 32 praças do Recife e foram contabilizados o número de espécies, de indivíduos e compilados os atributos funcionais reprodutivos (e.g., tipo, tamanho e recurso floral, sistemas de polinização e reprodutivo). Foi, então, estabelecida a representatividade dos atributos funcionais (riqueza, abundância e nível de especialização) e a diversidade funcional reprodutiva (mensurada pelo índice de Rao-Q). Os seguintes traços funcionais reprodutivos foram os mais representativos (riqueza e abundância, respectivamente): flores tubulares (72% e 80%), medindo >30mm (40% e 58%) e polinizadas por aves (21% e 33%). A diversidade funcional reprodutiva (Rao-Q), não foi afetada com o aumento no nível de urbanização. O terceiro capítulo, intitulado: “A urbanização reduz o sucesso reprodutivo de Senna siamea H.S.Irwin & Barneby (Leguminosae), espécie exótica em espaços verdes de uma cidade tropical no Brasil”, documenta como a urbanização atua reduzindo o sucesso reprodutivo (frutos/flor) da espécie.

4
  • SINZINANDO ALBUQUERQUE DE LIMA
  • Evolução do sistema de polinização e sinalização floral em gêneros de flores noturnas na tribo Cereeae (Cactaceae).

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • KAYNA AGOSTINI
  • LIDYANNE YURIKO SALEME AONA
  • PEDRO JOAQUIM BERGAMO
  • Data: 16/02/2023

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  • Cactaceae é uma família com grande variação na morfologia floral, o que permite a interação com diversos polinizadores. As espécies com flores de antese noturna na família estão inseridas em um grupo que apresenta forte relação com a polinização por morcegos e esfingídeos. Além de caracteres vegetativos e de morfologia floral, fatores ambientais como a latitude, e genéticos como a hibridização, podem influenciar tanto características florais bem como as interações com polinizadores. Cereeae é uma tribo com ampla distribuição no Nordeste do Brasil, apresentando morfologia e pistas florais, bem como sistemas de polinização variados. Além disso, já foram reportados casos de hibridização nessa tribo. Assim, Cereeae é um excelente modelo para entender questões relacionadas à evolução da polinização noturna em Cactaceae, e como a hibridização pode determinar variação na morfologia de híbridos naturais. Diante do exposto, o objetivo da tese foi investigar o sistema de polinização de espécies da tribo Cereeae, com ênfase na quiropterofilia, sob uma perspectiva morfológica, filogenética (Capítulo 1) e de sinalização floral (Capítulo 2). Exploramos a relação da latitude e a orientação floral (Capítulo 3) em espécies da tribo e também investigamos como a hibridização pode trazer variação nas morfologia e pistas florais em um híbrido natural (Capítulo 4). Por fim, investigamos a biologia floral e reprodutiva de uma espécie noturna da tribo, especializada na polinização por esfingídeos (Capítulo 5).


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  • Cactaceae é uma família exclusivamente polinizada por animais, e com grande variação na morfologia floral, o que permite a interação com uma grande diversidade de guildas de polinizadores. A primeira divisão nos sistemas de polinização da família, está relacionada ao período de antese. No caso das espécies noturnas, os cactos são reconhecidamente um grupo que apresenta forte relação com a polinização por morcegos, seguido dos esfingídeos. Além da morfologia, fatores genéticos como a hibridização, um evento comum na família, pode influenciar nas interações entre esses cactos e seus polinizadores. A tribo Cereeae reúne a maioria das espécies de cactos do Brasil, as quais apresentam variação em sua morfologia floral, bem como nos sistemas de polinização. Além disso, já foram reportados casos de hibridização na tribo. Assim, Cereeae se mostra como um excelente modelo para entender questões relacionadas à evolução da polinização noturna em Cactaceae, bem como entender como a hibridização pode determinar variação na morfologia de híbridos formados. Diante do exposto, o objetivo da tese foi investigar o sistema de polinização de espécies da tribo Cereeae, com ênfase na quiropterofilia, sob uma perspectiva morfológica e filogenética (Capítulo 1). Exploramos também como a hibridização pode trazer variação nas morfologia e pistas florais em híbridos naturais (Capítulo 2). Por fim, investigamos a biologia floral e reprodutiva de uma espécie noturna da tribo especializada na polinização por esfingídeos (Capítulo 3).

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  • JAKELYNE SUÉLEN BEZERRA DE SOUSA
  • Agricultura de corte, corte e queima e a regeneração da floresta seca da Caatinga: implicações para a resiliência ecológica.

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • FELIPE PIMENTEL LOPES DE MELO
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • MARCELO TABARELLI
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 16/02/2023

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  • Os ecossistemas florestais estão cada vez mais ameaçados por atividades agrícolas insustentáveis que enfraquecem seu potencial regenerativo ao limitar fontes críticas de regeneração florestal, como o banco e a chuva de sementes. Este pode ser o caso da agricultura de corte-e-queima, um método agrícola amplamente difundido em florestas secas e que pode ameaçar a resiliência dos ecossistemas florestais ao reduzir o tamanho e a diversidade das comunidades de espécies no banco e na chuva de sementes. Para testar essa hipótese e promover práticas de manejo voltadas para a melhoria da recuperação florestal, nesta tese examinei, por meio de um experimento de agricultura de corte-e-queima, como essa prática agrícola impacta o banco e a chuva de sementes de plantas lenhosas na floresta da Caatinga, uma floresta tropical seca do nordeste do Brasil. Especificamente, 1) examinei os danos e viabilidade do banco de sementes, e a estrutura (densidade e diversidade) e composição (taxonômica e funcional) das assembleias do banco de sementes antes e depois da queima, e 2) a estrutura e composição da chuva de sementes em parcelas expostas à agricultura de corte-e-queima (ou seja, parcelas queimadas) e em parcelas de controle (floresta em pé) durante um período de um ano. Encontrei uma redução significativa na frequência e proporção de sementes intactas (não danificadas) após o fogo e uma diminuição de 3,6 vezes na proporção de sementes viáveis no banco de sementes. Enquanto a densidade de sementes permaneceu constante, a diversidade de espécies caiu drasticamente após o fogo, especialmente o número de espécies raras. A dissimilaridade composicional (diversidade β) entre as parcelas também diminuiu após o fogo, particularmente seu componente de substituição, levando à homogeneização das assembleias de sementes no espaço. A composição funcional das assembleias de sementes também foi alterada, aumentando a frequência relativa de espécies arbustivas após o fogo, especialmente espécies com frutos carnosos e dispersão biótica. Em relação à chuva de sementes, a densidade de propágulos foi reduzida 15 vezes nas parcelas queimadas em comparação com as parcelas florestais. A diversidade de espécies, particularmente o número de espécies raras, diminuiu nas parcelas queimadas. Finalmente, nenhuma diferença foi observada na composição taxonômica e funcional das assembleias de espécies na chuva de sementes. Dado que esses achados revelam um drástico empobrecimento do banco e da chuva de sementes em resposta a essa prática agrícola, a regeneração da Caatinga e provavelmente de outras florestas secas dependerá em grande parte de outras fontes de regeneração menos vulneráveis a essa prática agrícola como a rebrota de plantas - uma interessante linha de investigação para o futuro.


  • Mostrar Abstract
  • Ecossistemas florestais estão cada vez mais ameaçados por atividades agrícolas que prejudicam as fontes de regeneração florestal. Aqui, examinei como a agricultura de corte-e-queima impacta o banco e a chuva de sementes na Caatinga. Especificamente, 1) examinei o dano e viabilidade do banco de sementes, e a estrutura (densidade e diversidade) e sua composição (taxonômica e funcional) antes e depois do fogo, e 2) a estrutura e composição da chuva de sementes em parcelas queimadas e de controle. Encontrei uma redução nas proporções de sementes não danificadas e viáveis após o fogo. Enquanto a densidade de sementes permaneceu constante, o número de espécies raras diminuiu após o fogo. A diversidade-β entre as parcelas também reduziu após o fogo, causando a homogeneização das assembleias através do espaço. A composição funcional, especificamente a frequência relativa de arbustos com frutos carnosos e dispersão biótica aumentou após o fogo. A densidade de propágulos da chuva de sementes reduziu em parcelas queimadas, bem como o número de espécies raras. Contudo, parcelas queimadas mostraram maior diversidade-β do que parcelas de controle, particularmente seu componente de aninhamento. Finalmente, a composição funcional da chuva de sementes permaneceu inalterada. Aqui destacamos a vulnerabilidade do banco e da chuva de sementes à agricultura de corte-e-queima. Logo, a recuperação de florestas expostas a este método agrícola não poderá depender do banco e da chuva de sementes, mas da rebrota de plantas.

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  • JÉSSICA NASCIMENTO DE AGUIAR
  • DINÂMICA EVOLUTIVA DA FRAÇÃO DE DNA REPETITIVO EM ESPÉCIES DE Alstroemeria L. e Bomaria Mirb. (ALSTROEMERIACEAE)

  • Orientador : MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA DE MORAES
  • FELIPE NOLLET MEDEIROS DE ASSIS
  • LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
  • MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • REGINALDO DE CARVALHO
  • Data: 23/02/2023

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  • Os genomas das plantas apresentam uma grande variabilidade, tanto no que diz respeito ao tamanho quanto em relação à composição de suas sequências, principalmente em relação ao DNA repetitivo. Mais recentemente, a tecnologia de sequenciamento de baixa cobertura tem permitido analisar a fração repetitiva de DNA, caracterizando as espécies e comparando-as quanto aos elementos de transposição, DNA satélites, entre outros tipos de DNA  que compõem os seus genomas, ajudando assim a compreender os fatores que contribuem para as variações encontradas entre espécies relacionadas. No presente estudo, tivemos como foco os grandes genomas e cariótipos assimétricos da família Alstroemeriaceae. Primeiramente, analisamos a dinâmica de sítios de DNA ribossomal (DNAr) na espécie Alstroemeria longistaminea, observando um alto polimorfismo entre populações distintas dessa mesma espécie. Depois, procuramos entender a influência dos elementos repetitivos nos grandes genomas de duas espécies de gêneros irmãos dessa família,  realizando para isso uma comparação da fração de DNA repetitivo. Tanto em Bomarea quanto em Alstroemeria, os retrotransposons LTR foram os principais elementos desses genomas. Também foram comparadas sequências genômicas de seis espécies chilenas e duas brasileiras do gênero Alstroemeria, onde observamos conservação da fração repetitiva, com variação principalmente em relação à abundância dos mesmos DNAs satélites, apesar do tempo de divergência entre esses dois grupos. Por fim, uma nova espécie, Alstroemeria urubiciensis, foi descrita para a região sul brasileira, tendo seu cariótipo caracterizado pela primeira vez.


  • Mostrar Abstract
  • Os genomas das plantas apresentam uma grande variabilidade, tanto no que diz respeito ao tamanho quanto em relação à composição de suas sequências, principalmente em relação ao DNA repetitivo. Mais recentemente, a tecnologia de sequenciamento de baixa cobertura tem permitido analisar a fração repetitiva de DNA, caracterizando as espécies quanto aos elementos de transposição e os satélites que compõem os seus genomas e permitindo entender os fatores que contribuem para as variações encontradas entre espécies relacionadas. No presente estudo, tivemos como foco os grandes genomas e cariótipos assimétricos da família Alstroemeriaceae. Primeiramente, analisamos a dinâmica de sítios de DNA ribossomal (DNAr) na espécie Alstroemeria longistaminea, observando um alto polimorfismo entre populações distintas dessa mesma espécie. Depois, procuramos entender a influência dos elementos repetitivos nos grandes genomas dessa família, a partir da comparação da fração repetitiva entre duas espécies de gêneros irmãos. Tanto em Bomarea quanto em Alstroemeria, os retrotransposons LTR foram os principais elementos desses genomas. Também foram comparadas sequências genômicas de seis espécies chilenas e duas brasileiras do gênero Alstroemeria, onde observamos conservação da fração repetitiva, com variação principalmente em relação à abundância dos mesmos DNAs satélites, apesar do tempo de divergência entre esses dois grupos. Por fim, uma nova espécie, Alstroemeria urubiciensis, foi descrita para a região sul brasileira, tendo seu cariótipo caracterizado pela primeira vez.

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  • FRANCIONE GOMES SILVA
  • Estudos taxonômicos em Gentianaceae no Brasil, com ênfase no gênero Schultesia Mart.

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS CARDOSO MARINHO
  • DANIELLY DA SILVA LUCENA
  • EDLLEY MAX PESSOA DA SILVA
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • SARAH MARIA ATHIÊ DE SOUZA
  • Data: 23/02/2023

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  • Composta por cerca de 1.800 espécies e 100 gêneros, Gentianaceae ocorre em todas as áreas do globo, com exceção da Antártida. Na região Neotropical são registrados 47 gêneros, dentre eles Schultesia, composto por ervas morfologicamente semelhantes e de difícil delimitação. A Flora Brasiliensis de 1865 ainda é uma das referências para identificação do gênero no Brasil, sendo necessário, atualizações nomenclaturais e de informações sobre distribuição geográfica, habitat e conservação. Nesse contexto, foi realizado tratamentos taxonômicos de Gentianaceae no Nordeste e de Schultesia para o Brasil. Os trabalhos de flora mostraram que a diversidade de Gentianaceae para Alagoas e Pernambuco estava subestimada, com número de espécies ampliado para 13 e12, respectivamente. A partir da revisão de literatura e análise dos protólogos foram propostos lectótipos para S. angustifolia, S. australis, S.  guianenis, S. pachyphylla, S. pallens e S. pohliana, neótipos para S. brachyptera e S. heterophylla, e correção da citação de S. senegalensis. Schultesia caatingae endêmica da caatinga é também descrita como nova, elevando o número de espécies conhecidas para 18, sendo onze endêmicas do Brasil. Quanto a seu status de conservação 14 espécies são recomendadas como “Pouco Preocupantes”, duas como “Ameaçadas”, uma como “Quase Ameaçada”, e uma como “Dados Insuficientes”. Caracteres como o tamanho do pedicelo, a forma e formato das alas do cálice e dos lobos e ápice da corola contribuem para a distinção das espécies de Schultesia.


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  • Composta por cerca de 1.800 espécies e 100 gêneros, Gentianaceae ocorre em todas as áreas do globo, com exceção da Antártida. A região Neotropical registra 47 gêneros, dentre eles Schultesia, composto por ervas com flores 4-5meras e cálice alado ou carenado, semelhantes morfologicamente e de difícil delimitação, sendo Flora Brasiliensis uma das principais referências para sua identificação no Brasil. Contudo questões nomenclaturais, bem como informações sobre distribuição geográfica, habitat e conservação das espécies, precisam ser melhor elucidadas. Nesse contexto, o principal objetivo deste trabalho é realizar tratamentos taxonômicos de Gentianaceae no Nordeste e de Schultesia para o Brasil. Os trabalhos de flora mostraram que a diversidade de Gentianaceae para Alagoas e Pernambuco estava subestimada, e seu número de espécies é ampliado para 13 e12, respectivamente. A revisão de literatura e análise dos protólogos, permitiu a identificação de nomes, especialmente em Schultesia, que necessitam de tipificação. Com isso, lectotipos para S. hassleriana, S. neuroptera, S. pachyphylla, S. pallens e S. pohliana, neótipos para S. brachyptera e S. heterophylla foram propostos, além da correção da citação original de S. senegalensis. Schultesia caatingae endêmica da caatinga é também descrita como nova, elevando o número de espécies conhecidas para 18, onze delas endêmicas do Brasil. Caracteres como o tamanho do pedicelo, a forma e formato das alas do cálice e dos lobos e ápice da corola contribuem para a distinção das espécies de Schultesia.

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  • CLAUDIO CÉSAR MONTENEGRO JÚNIOR
  • Mapeamento citogenômico comparativo em representantes de Phaseoleae (Leguminosae), com ênfase no gênero Macroptilium (Benth.) Urb.

  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • GIOVANA AUGUSTA TORRES
  • LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
  • LYDERSON FACIO VICCINI
  • MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • Data: 24/02/2023

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  • Rearranjos cromossômicos são um dos principais mecanismos envolvidos no processo de especiação. Com o avanço das técnicas de sequenciamento e montagem genômica, principalmente em grupos com espécies de interesse econômico, a genômica comparativa e mapeamento citogenômico entre espécies está auxiliando na detecção de rearranjos cromossômicos. A tribo Phaseoleae (Papilionoideae; Leguminosae) é um dos principais grupos de interesse econômico dentro das leguminosas. Tendo em vista a disponibilidade de espécies com genoma montado na tribo Phaseoleae, o primeiro capítulo propôs um sistema de blocos genômicos a partir de genômica comparativa entre seus representantes, reconstruindo o cariótipo (APK com n = 11), apontando os principais rearranjos cromossômicos que reduziram o número cromossômico tribo, além de evidenciar constantes reposicionamentos centroméricos. Já o segundo capítulo realizou um estudo citogenômico comparativo entre espécies do gênero Macroptilium, com abordagens citogenômicas e análises in silico da fração repetitiva e pela montagem do plastoma. Os dados de pintura e barcode apontam para a existência de três grupos citogenéticos, com rearranjos interespecíficos e intergenéricos, além de variação no número de sítios de DNAr 5S e 35S. Os dados da fração repetitiva e do plastoma corroboram os dados citogenéticos, sugerindo que a atual filogenia aceita para o grupo não reflete suas relações evolutivas. Os dados citogenéticos e genômicos apontam para um alto dinamismo na evolução cromossômica dentro da tribo, apesar da manutenção do número cromossômico na maioria dos seus representantes.


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  • O sequenciamento genômico está cada vez mais acessível, rápido e eficaz, principalmente com as novas tecnologias de NGS para reads longos, levando o aumento na montagem de genomas, principalmente em grupos com espécies de interesse econômico. Nesta perspectiva, a tribo Phaseoleae (Papilionodeae; Leguminosae) é uma das principais dentro das leguminosas, tendo representantes de interesse para indústria. Genômica comparativa entre genomas de Leguminosae sugerem que o cariótipo ancestral possuía n = 16, indicando que blocos genômicos foram preservados durante a especiação, mesmo diversos rearranjos cromossômicos que causaram quebras de sintenia e colinearidade. Rearranjos mais detalhados também foram detectadas por citogenômica entre Phaseolus vulgaris e Vigna unguiculata utilizando sondas de oligonucleotídeos (oligos) para pintura e barcode cromossômico. Tendo em vista a disponibilidade de genomas na tribo Phaseoleae, o primeiro capítulo determinou um sistema de blocos genômicos a partir de genômica comparativa entre os representantes da tribo, inferindo o cariótipo ancestral de Phaseoleae (APK com n = 11), o qual apontou os principais rearranjos cromossômicos, incluindo reposicionamento centroméricos, que moldaram os genomas atuais dos representantes da tribo. Já o segundo capítulo utilizou sondas de oligos para pintura e barcode cromossômicos (Oligo-FISH) e sondas de DNAr 5S e 35S em representantes do gênero Macroptilium, encontrando rearranjos cromossômicos inter- e intragenéricos, o que levou a criação de três grupos citogenéticos dentro do gênero de acordo com os padrões encontrados.  

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  • ERTON MENDONÇA DE ALMEIDA
  • RECONSTRUÇÃO DA FILOGENIA E EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA EM Melocactus link & otto (CACTACEAE: SUBFAMÍLIA CACTOIDEAE)

  • Orientador : LEONARDO PESSOA FELIX
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDLLEY MAX PESSOA DA SILVA
  • LEONARDO PESSOA FELIX
  • LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
  • MARCELO DOS SANTOS GUERRA FILHO
  • REGINALDO DE CARVALHO
  • Data: 24/02/2023

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  • O gênero Neotropical Melocactus Link & Otto é representado por 49 espécies de cactos globosos, com relações filogenéticas intraespecíficas imperfeitamente conhecidas. Este trabalho objetivou esclarecer a filogenia de Melocactus através do sequenciamento Sanger de três regiões do DNA plastidial selecionadas a partir da análise do DNA plastomico de M. ernestii. Além disso, foi realizada uma análise citogenética baseada em números cromossômicos, bandeamento CMA/DAPI e FISH com sonda 5S em 19 espécies de 27 populações de Melocactus, para as análises filogenéticas foram investigadas 96% das espécies brasileiras do gênero. Incialmente foram montados os plastomas de M. ernestii e Discocactus bahiensis que foram comparados com outros plastomas disponíveis de Cactoideae (Carnegiea gigantea, Mammillaria spp. e Rhipsalis spp.) e com os plastomas canônicos (Portulaca oleracea e Spinacea oleracea). Os plastomas de Discocactus e Melocactus assim como, os plastomas das demais Cactoideae, possuem um elevado número de rearranjos estruturais. A filogenia revelou que grupos informais previamente propostos foram polifiléticas, sugerindo a criação dos clados monofiléticos Azureus, Bahiensis, Oreas, Violaceus e Zehntneri, além da ressureições de três espécies. O gênero apresentou 2n = 22 e 44, com predomínio dos citótipos tetraploides, enquanto algumas espécies exibiram dois níveis de ploidia, indicando uma origem recente da duplicação no gênero. O padrão de bandas CMA/DAPI, número e localização dos sítios de DNAr 5S revelou uma elevada variabilidade entre os táxons estudados, emergindo como importantes marcadores citotaxonômicos para Melocactus.


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  • O gênero Melocactus é representado por 40 espécies de cactos globosos com
    cefálio terminal, com centro de diversidade no leste do Brasil, onde ocorrem mais da
    metade de suas espécies. As relações filogenéticas de suas espécies são pouco
    compreendidas, principalmente devido aos baixos níveis de polimorfismo em
    marcadores plastidiais universais utilizados em estudos anteriores. No presente trabalho
    avaliamos as relações infragenéricas de Melocactus para testar a monofilia dos grupos
    informais propostos anteriormente. Também confrontamos características ecológicas
    com os clados e possíveis pontos de diversificação ao longo do tempo. As relações
    filogenéticas aqui apresentadas baseiam-se no sequenciamento de três novas regiões
    polimórficas, previamente desenvolvidas a partir de plastomas montados em uma
    espécie de Melocactus e outra de Discocactus, um gênero supostamente relacionado.
    Nossa análise revelou que Melocactus é monofilético, embora não tenha sido possível
    estabelecer seu grupo irmão. Uma espécie dos seis grupos infragenéricos não formais
    propostos anteriormente com algumas espécies do Caribe formam o clado M.
    curvispinus. Por outro lado, a manutenção dos clados M. azureus, M. oreas e M.
    violaceus requer profundas mudanças taxonômicas, e dois novos clados, M. bahiensis e
    M. zehntneri, estão sendo propostos. Os clados M. deinacanthus e M. levitestatus não
    foram suportados. Além disso, sugerimos duas novas combinações e três ressurreições.
    Apesar de não haver estruturação geográfica dos clados propostos, foi possível
    identificar padrões ecológicos de distribuição com base em substratos e vegetação,
    sendo a Caatinga com solos arenosos a suposta origem ecológica do ancestral comum
    de Melocactus. A idade do MRCA para o clado Melocactus é datada de ca. 2,60 Ma
    com as primeiras subdivisões infragenéricas em 1,42 Ma e 0,67 Ma provavelmente
    relacionadas à expansão das áreas de savana durante a transição do Pleistoceno.

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  • GESSICA SOUZA SANTOS
  • Diversidade Cariotípica na subfamília Caesalpinioideae (Leguminosae): Uma abordagem citomolecular e genômica

  • Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA DE OLIVEIRA BUSTAMANTE
  • LEONARDO PESSOA FELIX
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • LYDERSON FACIO VICCINI
  • TIAGO RIBEIRO BARROS DOS SANTOS
  • Data: 27/02/2023

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  • As alterações cromossômicas podem promover a diversificação dos cariótipos e restringir o fluxo gênico, promovendo a especiação. Adicionalmente, flutuações nas abundâncias das classes de DNA repetitivo ao longo do tempo também são responsáveis pela evolução dos genomas. Poucos trabalhos investigaram a evolução cariotípica numa escala macroevolutiva em altas hierarquias taxonômicas. Caesalpinioideae é a segunda subfamília mais diversa das Leguminosae e a mais complexa taxonomicamente com alta diversidade cariotípica. No primeiro capítulo, investigamos a evolução cariotípica de Caesalpinioideae, com base na reconstrução de números cromossômicos e tamanho do genoma utilizando métodos filogenéticos comparativos. Também geramos novos dados de bandeamento para 34 espécies, permitindo discutir a variabilidade da heterocromatina no grupo. O cariótipo ancestral é n =14, com predomínio de disploidia. Sugerimos uma origem homplásica das bandas CMA+, que provavelmente resultaram de flutuações de diferentes tipos de DNA repetitivo. No segundo capítulo abordamos o impacto da radiação adaptativa na evolução fração repetida do genoma, correspondendo a primeira caracterização do repetoma de representantes australianos de Acacia L. subgênero Phyllodineae. O subgênero apresenta um clado que passou por radiação adaptativa (~5 Mya), sendo observado que esse processo foi relacionado a uma baixa divergência DNA repetitivo. Nesse caso, a especialização ecológica, que levou ao incremento de diversidade nesse clado não foi acompanhado por diferenciação dos repeats. Esses dados sugerem que não exista uma relação direta entre radiação adaptativa e diversificação das frações repetitivas dos genomas.


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  • As alterações cromossômicas podem promover a diversificação dos cariótipos e restringir o fluxo gênico, promovendo a especiação. Adicionalmente, flutuações nas abundâncias das classes de DNA repetitivo ao longo do tempo também são responsáveis pela evolução dos genomas. Poucos trabalhos investigaram a evolução cariotípica numa escala macroevolutiva em altas hierarquias taxonômicas. Caesalpinioideae é a segunda subfamília mais diversa das Leguminosae e a mais complexa taxonomicamente com alta diversidade cariotípica. No primeiro capítulo, investigamos a evolução cariotípica de Caesalpinioideae, com base na reconstrução de números cromossômicos e tamanho do genoma utilizando métodos filogenéticos comparativos. Também geramos novos dados de bandeamento para 34 espécies, permitindo discutir a variabilidade da heterocromatina no grupo. O cariótipo ancestral é n =7, com predomínio de disploidia. Sugerimos uma origem homplásica das bandas CMA+, que provavelmente resultaram de flutuações de diferentes tipos de DNA repetitivo. No segundo capítulo abordamos o impacto da radiação adaptativa na evolução fração repetida do genoma, correspondendo a primeira caracterização do repetoma de representantes australianos de Acacia L. subgênero Phyllodineae. O subgênero apresenta um clado que passou por radiação adaptativa (~5 Mya), sendo observado que esse processo foi relacionado a uma baixa divergência DNA repetitivo. Nesse caso, a especialização ecológica, que levou ao incremento de diversidade nesse clado não foi acompanhado por diferenciação dos repeats. Esses dados sugerem que não exista uma relação direta entre radiação adaptativa e diversificação das frações repetitivas dos genomas.

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  • ARTUR GONÇALVES DE SOUZA MENEZES
  • Efeito da perturbação antrópica, mudanças climáticas e dinâmica de regeneração sobre a biomassa e nutrientes de raízes da Caatinga

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • ELAINE MARIA DOS SANTOS RIBEIRO
  • MARCELO TABARELLI
  • MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 27/02/2023

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  • As mudanças climáticas estão diretamente ligadas aos estoques de carbono (C) na biomassa na vegetação e as florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) são importantes indicadores de impactos sobre estes. No FTSS, a biomassa radicular é representativa, pois a vegetação investe nas raízes como estratégia de sobrevivência. No entanto, a situação desses sumidouros de C é incerta, pois tem sido afetada pela mudança no uso da terra resultante de distúrbios antropogênicos crônicos (PAC). O efeito do PAC, mudanças na precipitação, sucessão secundária e agricultura itinerante de corte e queima na biomassa subterrânea foi avaliado. As coletas foram realizadas no Parque Nacional do Catimbau, na área de Caatinga no Brasil. Para o primeiro artigo, foram utilizadas 11 áreas sob diferentes intensidades de PAC e precipitação. Para o segundo artigo, 12 áreas em cronosequência de regeneração e seis áreas experimentais de abandono de roças de derrubada e queimada. Nossos primeiros resultados indicam que na floresta primária a biomassa subterrânea dos 11 povoamentos variou de 3,23 Mg ha-1 a 29,6 Mg ha-1, com média de 14,6 ± 9,2 Mg ha-1 . A biomassa radicular variou significativamente entre as parcelas em relação às raízes de todos os portes. A biomassa radicular variou significativamente entre as parcelas. A distribuição radicular variou por classe de tamanho e profundidade do solo, se concentrando na superfície. Os efeitos de PAC, precipitação e profundidade do solo foram percebidos para a biomassa de pelo menos uma categoria de raízes e/ou a biomassa total enquanto os nutrientes N e C responderam aos dois primeiros preditores.


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  • As mudanças climáticas estão diretamente ligadas aos estoques de carbono (C) na biomassa na
    vegetação e as florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) são importantes indicadores de
    impactos sobre estes. No FTSS, a biomassa radicular é representativa, pois a vegetação investe
    nas raízes como estratégia de sobrevivência. No entanto, a situação desses sumidouros de C é
    incerta, pois tem sido afetada pela mudança no uso da terra resultante de distúrbios
    antropogênicos crônicos (PAC). O efeito do PAC, mudanças na precipitação, sucessão
    secundária e agricultura itinerante de corte e queima na biomassa subterrânea foi avaliado. As
    coletas foram realizadas no Parque Nacional do Catimbau, na área de Caatinga no Brasil. Para
    o primeiro artigo, foram utilizadas 11 áreas sob diferentes intensidades de CAP e precipitação.
    Para o segundo artigo, 12 áreas em cronosequência de regeneração e seis áreas experimentais
    de abandono de roças de derrubada e queimada. Nossos primeiros resultados indicam que na
    floresta primária a biomassa subterrânea dos 11 povoamentos variou de 3,23 Mg ha-1 a 29,6 Mg

    ha-1, com média de 14,6 ± 9,2 Mg ha-1. A biomassa radicular variou significativamente entre

    as parcelas em relação às raízes de todos os portes. Nutrientes não variaram nas florestas
    maduras.

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  • BRENA VAN-LUME DO NASCIMENTO
  • Citogenômica comparativa de representantes Neotropicais do grupo Caesalpinia (Leguminosae)

  • Orientador : LEONARDO PESSOA FELIX
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • GIOVANA AUGUSTA TORRES
  • LEONARDO PESSOA FELIX
  • MAGDALENA VAIO SCVORTZOFF
  • MARIANA ALEJANDRA BÁEZ
  • Data: 28/02/2023

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  • O sequenciamento de nova geração (NGS) revolucionou a compreensão da sistemática e evolução das plantas. O grupo Caesalpinia possui origem antiga de ~56 Ma, conservadorismo de nicho ecológico e relações filogenéticas parcialmente não-resolvidas. O grupo Caesalpinia é modelo para estudar relações entre genoma e ambiente, apresentando variáveis genômicas correlacionadas com variáveis ambientais. Buscamos compreender relações filogenéticas, relações genoma-ambiente e evolução da fração repetitiva em gêneros de Caesalpinia. Para isso, analisamos a fração repetitiva de 13 espécies do grupo. Construímos filogenias baseadas na fração repetitiva e topologias dos plastomas e DNAr a fim de discutir o significados filogenético dos DNAs repetitivos. A rápida evolução da fração repetitiva revela um significado filogenético temporalmente limitado. A topologia baseada em repeats foi correlacionada com as variáveis de temperatura. Tais resultados corroboram as interações genoma-temperatura como uma força motriz na evolução dos genomas no grupo Caesalpinia. Dentro do gênero Libidibia, que possui distribuição disjunta na região Neotropical e origem há ~25Ma, buscamos compreender a evolução dos elementos repetitivos e estimar o grau de conservação da heterocromatina num contexto biogeográfico. Observamos certa estabilidade da fração repetitiva e heterocromatina em Libidibia. A diversificação de repeats em Libidibia parece estar correlacionada com as variáveis ecológicas, especialmente a temperatura. Assim como reportado em análises prévias, as variáveis associada à sazonalidade e temperatura parecem exercer forte influência nas características genômicas de representantes do grupo Caesalpinia.


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  • O sequenciamento de nova geração (NGS) revolucionou a compreensão da sistemática e evolução das plantas. O grupo Caesalpinia possui origem antiga de ~56 Ma, conservadorismo de nicho ecológico e relações filogenéticas parcialmente não-resolvidas. O grupo Caesalpinia é modelo para estudar relações entre genoma e ambiente, apresentando variáveis genômicas correlacionadas com variáveis ambientais. Buscamos compreender relações filogenéticas, relações genoma-ambiente e evolução da fração repetitiva em gêneros de Caesalpinia. Para isso, analisamos a fração repetitiva de 13 espécies do grupo. Construímos filogenias baseadas na fração repetitiva e topologias dos plastomas e DNAr a fim de discutir o significados filogenético dos DNAs repetitivos. A rápida evolução da fração repetitiva revela um significado filogenético temporalmente limitado. A topologia baseada em repeats foi correlacionada com as variáveis de temperatura. Tais resultados corroboram as interações genoma-temperatura como uma força motriz na evolução dos genomas no grupo Caesalpinia. Dentro do gênero Libidibia, que possui distribuição disjunta na região Neotropical e origem há ~25ma, buscamos compreender a evolução dos elementos repetitivos e estimar o grau de conservação da heterocromatina num contexto biogeográfico. Observamos certa estabilidade da fração repetitiva e heterocromatina em Libidibia. A diversificação de repeats em Libidibia parece estar correlacionada com as variáveis ecológicas, especialmente a temperatura. Assim como reportado em análises prévias, as variáveis associada à sazonalidade e temperatura parecem exercer forte influência nas características genômicas de representantes do grupo Caesalpinia.

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  • FELIPE MARTINS GUEDES
  • ESTUDOS TAXONÔMICOS E SISTEMÁTICOS EM Utricularia L. (LENTIBULARIACEAE) DO BRASIL

  • Orientador : MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA
  • JEFFERSON RODRIGUES MACIEL
  • SARAH MARIA ATHIÊ DE SOUZA
  • Data: 15/03/2023

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  • Lentibulariaceae é a maior família de plantas carnívoras, com cerca de 360 espécies divididas em três gêneros, Pinguicula (ausente no Brasil), Genlisea e Utricularia. Cada gênero possui especializações morfo-fisiológicas para captura e digestão de presas. Em território nacional foram registradas 90 espécies de Genlisea e Utricularia, reconhecidas pelo pequeno porte, armadilhas subterrâneas ou submersas, inflorescências emergentes em racemos ou flores solitárias, e corola bilabiada e calcarada. Utricularia é o maior em riqueza de espécies de plantas carnívoras, com cerca de 250 espécies, amplamente distribuído no globo, e com ancestral comum mais recente possivelmente surgido na América do Sul há aproximadamente 39 milhões de anos. Dessa forma, o continente, especialmente o território brasileiro, se configura como um importante centro de diversidade do grupo. O objetivo desse estudo foi empregar abordagens morfológicas e filogenéticas em espécies de Lentibulariaceae que ocorrem no Brasil, visando melhorar o conhecimento taxonômico, fitogeográfico, evolutivo e sistemático desse grupo. Aqui são apresentados um tratamento taxonômico para as 16 espécies de Lentibulariaceae registradas no estado do Espírito Santo; uma sinopse das 42 espécies da família ocorrentes no estado da Bahia, com padrões fitogeográficos, endemismos, raridades, ameaças aos seus habitats e esforços para conservação das mesmas profundamente discutidos; e uma hipótese filogenética bem suportada para a seção Setiscapella, um grupo de dez espécies morfologicamente muito similares que vem sendo evidenciado com incongruências topológicas por estudos moleculares anteriores, e aqui combinamos dados moleculares de diferentes compartimentos genômicos (ITS, gene matK, espaçadores rpl20-rps12 e trnL-F,e íntron rps16) e dados morfológicos, propondo uma nova seção, U. sect. Diversicolor, que engloba três espécies originalmente incluídas na seção Setiscapella.


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  • A taxonomia integrativa consiste na combinação de diferentes abordagens e ferramentas, como a morfologia, a filogenia molecular, a morfometria, a biogeografia, entre outras, para auxiliar na delimitação de táxons e linhagens evolutivas. Nesse contexto, é desejável que haja um acordo entre os diferentes conceitos de espécie, adotando um conceito unificado com delimitação baseada em qualquer uma das propriedades que os outros conceitos consideram. O objetivo desse estudo foi empregar a abordagem multidisciplinar da taxonomia integrativa em espécies do gênero Utricularia (Lentibulariaceae) com distribuição na América do Sul, visando melhorar o conhecimento taxonômico, fitogeográfico, evolutivo e sistemático desse grupo. Utricularia é o maior em riqueza de espécies de plantas carnívoras, com cerca de 250 espécies amplamente distribuídas no globo, e com ancestral comum mais recente possivelmente surgido na América do Sul. Dessa forma, o continente, especialmente o território brasileiro, se configura como um importante centro de diversidade do grupo. Aqui são apresentados um tratamento taxonômico para as 16 espécies de Lentibulariaceae registradas no estado do Espírito Santo; uma sinopse das 42 espécies da família ocorrentes no estado da Bahia, com padrões fitogeográficos, endemismos, raridades, ameaças aos seus habitats e esforços para conservação das mesmas profundamente discutidos; e uma hipótese filogenética bem suportada, combinando dados moleculares de diferentes compartimentos genômicos e dados morfológicos, afim de propor um novo sistema classificatório para um grupo de espécies morfologicamente muito similares (U. sect. Setiscapella), que geneticamente contrapõem a classificação infragenérica proposta há três décadas atrás.

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  • ADRIELLE LEAL OLIVEIRA SANTOS
  • AGRICULTURA DE CORTE-E-QUEIMA NA CAATINGA: EFEITOS SOBRE OS SERVIÇOS ECOLÓGICOS PROMOVIDOS POR FORMIGAS ÀS PLANTAS

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTH FAGUNDES DE SOUZA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • MARCELO TABARELLI
  • TALITA CAMARA DOS SANTOS BEZERRA
  • XAVIER ARNAN VIADIU
  • Data: 19/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • A agricultura de corte-e-queima é uma prática comum entre populações de baixa renda, que consiste em cortar e queimar a vegetação nativa para a adubação do solo. No entanto, essa prática pode afetar organismos como formigas e plantas. Este estudo avaliou o impacto da agricultura de corte-e-queima nos serviços de dispersão de sementes e proteção anti-herbivoria prestados pelas formigas às plantas da Caatinga. No Parque Nacional do Catimbau, foi simulado o processo de corte-e-queima da vegetação, plantio, colheita e abandono. Foi observado que a prática favorece o número de interações entre formigas e sementes, mas não resulta em dispersão mais efetiva. Também favorece a quantidade de néctar e interações entre formigas e plantas com nectários extraflorais, mas não garante proteção mais eficaz, visto que houve maior índice de dano foliar em áreas de corte-e-queima. Em resumo, o estudo apontou efeitos neutros, positivos e negativos da prática de corte-e-queima na relação das formigas com as plantas, sugerindo resiliência desses organismos a esse tipo de agricultura, mas indicando a necessidade de estudos mais prolongados para a compreensão completa dos impactos da prática. O estudo fornece informações importantes para o manejo sustentável da agricultura, considerando seus impactos sobre a biodiversidade e a qualidade do solo. Conclui-se que é necessário equilibrar as necessidades humanas com a conservação da biodiversidade, para garantir a sustentabilidade a longo prazo da produção agrícola e da saúde do ecossistema.



  • Mostrar Abstract
  • A Caatinga possui grande importância biológica e econômica, porém, esse ecossistema está entre os mais ameaçados devido a perturbações antrópicas, como a agricultura de corte-e-queima. Esse tipo de distúrbio gera impactos que podem afetar a comunidade de formigas, que por sua vez presta serviços importantes para a vegetação. Dentre esses serviços, destaca-se a dispersão de sementes e proteção contra herbívoros em plantas que possuem nectários extraflorais (NEFs). Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar o efeito da agricultura de corte-e-queima no serviço de dispersão de sementes e proteção anti-herbivoria prestado por formigas na Caatinga. Para tanto, este estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau, onde instalamos seis parcelas de 50 × 20 m com agricultura experimental de corte-e-queima. Nessas parcelas, realizamos as leituras de dispersão de sementes e interação de formigas e plantas com NEFS. Observamos um total de 388 interações envolvendo 17 espécies de formigas e as sementes das duas espécies de plantas focais. Encontramos que não houve influência da agricultura de corte-e-queima na porcentagem de remoção de sementes. Entretanto, para o serviço de proteção anti-herbivoria, observamos mais visitas de formigas nos NEFs em áreas de corte-e-queima e não observamos diferenças significativas nos ataques de cupins entre os tratamentos, mas sim no tempo de ataque. Esses resultados podem permitir entender melhor os efeitos da agricultura de corte-e-queima sobre como os mutualismos entre formigas e plantas podem variar as relações de acordo com diferentes condições bióticas e abióticas.

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  • DAVID JOSE DOS SANTOS
  • EFEITO DA HERBIVORIA POR CAPRINOS NA PRODUTIVIDADE FLORESTAL DA CAATINGA

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO TABARELLI
  • ARIADNA VALENTINA DE FREITAS E LOPES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • RENATO GARCIA RODRIGUES
  • Data: 27/06/2023

  • Mostrar Resumo
  • A pecuária extensiva de grandes herbívoros domésticos pode induzir ecossistemas naturais a estados de degradação de solo e declínio da produtividade florestal, principalmente nas florestas secas, onde a pecuária é dominante e principal meio de subsistência de populações rurais. Nesta tese, examinamos o efeito da exclusão de caprinos sobre atributos do solo e de produtividade de uma floresta seca de Caatinga. O estudo foi realizado em uma rede de 14 pares de parcela de 20 X 20m, sendo uma parcela de livre acesso aos caprinos e outra de exclusão estabelecidas em 2014 e distribuídas ao longo de um gradiente de precipitação no Parque Nacional do Catimbau, nordeste do Brasil. Nossos achados demostram que a exclusão de caprinos promoveu um aumento significativo no acúmulo da biomassa de plantas lenhosas e na atividade microbiana do solo. Além disso, os caprinos exercem um efeito indireto sobre a produção de serrapilheira, disponibilidade de matéria orgânica no solo e nos estoques de nitrogênio e carbono do solo, uma vez que essas variáveis estão condicionadas a biomassa vegetal lenhosa. Esses resultados indicam que a pecuária extensiva de caprinos a longo prazo pode diminuir a capacidade de resiliência da Caatinga, associada a desaceleração da ciclagem de nutrientes e redução da biomassa.


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  • A pecuária extensiva de grandes herbívoros domésticos pode induzir ecossistemas naturais a estados de degradação de solo e declínio da produtividade florestal, principalmente nas florestas secas, onde a pecuária é dominante e principal meio de subsistência de populações rurais. Nesta tese, examinamos o efeito da exclusão de caprinos sobre atributos do solo e de produtividade de uma floresta seca de Caatinga. O estudo foi realizado em uma rede de 14 pares de parcela de 20 X 20m, sendo uma parcela de livre acesso aos caprinos e outra de exclusão estabelecidas em 2014 e distribuídas ao longo de um gradiente de precipitação no Parque Nacional do Catimbau, nordeste do Brasil. Nossos achados demostram que a exclusão de caprinos promoveu um aumento significativo no acúmulo da biomassa de plantas lenhosas e na atividade microbiana do solo. Além disso, os caprinos exercem um efeito indireto sobre a produção de serrapilheira, disponibilidade de matéria orgânica no solo e nos estoques de nitrogênio e carbono do solo, uma vez que essas variáveis estão condicionadas a biomassa vegetal lenhosa. Esses resultados indicam que a pecuária extensiva de caprinos a longo prazo pode diminuir a capacidade de resiliência da Caatinga, associada a desaceleração da ciclagem de nutrientes e redução da biomassa.

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  • LUCAS DE FARIAS CORDEIRO SIQUEIRA ALENCAR
  • DINÂMICA DA COBERTURA FLORESTAL E SUSTENTABILIDADE NA CAATINGA

  • Orientador : FELIPE PIMENTEL LOPES DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA LINHARES DE REZENDE
  • HENRIQUE FERNANDES DE MAGALHÃES
  • ALDRIN MARTIN PÉREZ MARIN
  • FELIPE PIMENTEL LOPES DE MELO
  • RODRIGO FELIPE RODRIGUES DO CARMO
  • Data: 12/07/2023

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  • O papel do desmatamento e da regeneração sobre o desenvolvimento humano ainda é muito  cercado de contradições, mas entendê-lo é fundamental paro o desenvolvimento sustentável.  Nesta tese, busquei entender qual o papel do desmatamento sobre o desenvolvimento humano, qual a relação da mudança florestal com a segurança alimentar e como a dinâmica de populações rurais e cobertura florestal estão associadas. Utilizei dados espaciais e temporais de cobertura da terra, indicadores de desenvolvimento humano e dados populacionais de fontes oficiais de governo (e.g. IBGE, Ministério da Saúde) e projetos científicos (e.g. MapBiomas, WorldPop). Realizei análises longitudinais e espaciais, combinadas com métodos quasi-experimentais para reforçar análises de causalidade, além de análises econométricas e multivariadas. Encontrei que ao longo do tempo todos os índices socioeconômicos melhoram, mas, em geral, os municípios com níveis intermediários de desmatamento (entre 30 e 50%) tendem a apresentar melhores índices de desenvolvimento e segurança alimentar que municípios mais ou menos desmatados. Não encontramos uma relações consistente entre mudanças ambientais e populacionais, mesmo considerando os contextos socioeconômicos. Podemos concluir que exite um ganho econômico ao desmatar, especialmente se questões de desigualdade econômica forem enfrentadas, mas desmatar além de um certo limite não trás benefícios para o desenvolvimento do município ou piora as condições. Além disso, esse desmatamento não está relacionado com a população rural, sinalizando que os benefícios iniciais de desmatar não estão retornando para o meio rural.


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  • A melhoria das condições socioeconômicas e a segurança alimentar são dois grandes objetivos de desenvolvimento buscados por diferentes atores (ex. Governos, comunidades, ONG’s), mas o impacto que isto teve sobre a cobertura florestal tem sido majoritariamente negativo. Por outro lado, a contribuição que as florestas dão para o desenvolvimento socioeconômico e a segurança alimentar ainda não é muito claro. Nesta tese busquei entender qual é a relação entre a mudança na cobertura florestal e o desenvolvimento humano em municípios da Caatinga, uma floresta seca no nordeste brasileiro. Além disso, procurei entender com ao variação na cobertura florestal se relaciona com a mudança na segurança alimentar da região. Para o primeiro objetivo utilizei dados de cobertura da terra do MapBiomas e dados socioeconômicos do IBGE (e.g. IDH, pobreza) para os anos 1991, 2000 e 2010. Então realizei uma ANOVA de medidas repetidas para comparar a evolução dos índices socioeconômicos dos municípios com diferentes níveis de cobertura floresta. Também contruí um modelo linear generalizado com análises espaciais adicionais para verificar a robustez dos modelos contra autocorrelação espacial. Para o segundo objetivo, criei um índice de segurança alimentar multidimensional utilizando dados do censo agropecuário dos anos 2006 e 2017. Construí o índice através de uma Análise de Componentes Principais para identificar as principais dimensões da segurança alimentar na região. Posteriormente eu comparei as mudanças neste índice com a variação da cobertura florestal utilizando um modelo linear generalizado. Encontrei que ao longo do tempo todos os índices socioeconômicos melhoram, mas, em geral, os municípios com níveis intermediários de florestas apresentaram uma melhora mais rápida, enquanto que os municípios com baixo nível de cobertura florestal tiveram uma melhora mais lenta. Além disso, também encontramos uma relação quadrática, robusta à autocorrelação espacial, reafirmando que municípios com níveis intermediários de cobertura florestal também apresentam melhores condições socioeconômicas. Para o segundo objetivo, encontrei que os principais fatores que influenciam a segurança alimentar na Caatinga são a pobreza e a desigualdade. Além disso, a segurança alimentar e a cobertura florestal também apresentaram uma relação quadrática. Isto reforça que municípios com muita (>70%) ou pouca (<30%) cobertura florestal têm pior desempenho. Podemos concluir que exite um ganho econômico ao desmatar, especialmente se questões de desigualdade econômica forem enfrentadas, mas desmatar além de um certo limite não trás benefícios para o desenvolvimento do município. Inclusive pode resultar em piora nas condições socioeconômicas locais.

     

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  • RENATO SOARES VANDERLEI
  • Mecanismos ecofisiológicos controladores e performance da rebrota na Caatinga

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRA TOMASELLI FIDELIS
  • ANDRE LUIZ ALVES DE LIMA
  • MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • RODRIGO FELIPE RODRIGUES DO CARMO
  • Data: 24/08/2023

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  • Perturbações antrópicas e afetam padrões de regeneração florestal em florestas tropicais sazonalmente secas, e a persistência por rebrotas e crescimento clonal via rametas parecem ser mecanismos cruciais a sobrevivência de espécies, recuperação acelerada da biomassa perdida e continuidade da provisão de serviços ecossistêmicos. Diante disso, avaliamos: 1) como diferentes intensidades de perturbações antrópicas afetam a persistência de espécies lenhosas dominantes via diferentes mecanismos de regeneração e 2) como perturbação antrópica por corte-e-queima altera suas características funcionais foliares e bioquímicas. O trabalho foi realizado no PARNA Catimbau utilizando 6 espécies lenhosas dominantes. Em campo, foram simuladas perturbações que ocorrem de forma tradicional por populações tradicionais em 10-15 indivíduos por espécie, sendo elas o corte de galhos e corte-e-queima da vegetação no final da estação seca, tal qual feito pela população. Medidas biométricas (i.e., altura, diâmetro no nível do solo, nº de perfílios e biomassa fresca) foram medidas antes e 6 meses depois das perturbações e as frequências dos mecanismos de persistência (i.e., rebrotas e rametas) foram analisadas, além da coleta de amostras de folhas, caules e raízes para análises funcionais e de carboidratos não-estruturais. A persistência das espécies variou entre 0-80%, exibindo o aumento do número de perfilhos pós-perturbações e apenas 4% da recuperação da biomassa perdida, além de respostas bioquímicas diferentes entre espécies, indivando mudanças no seu uso de recursos.


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  • Perturbações antrópicas e variação sazonal afetam padrões de regeneração florestal em florestas tropicais sazonalmente secas. Nestes ambientes, a propagação vegetativa por rebrotas e/ou rametas parecem ser mecanismos de persistência cruciais a sobrevivência de espécies, recuperação acelerada da biomassa perdida e continuidade da provisão de serviços ecossistêmicos. Diante disso, os objetivos deste projeto são investigar 1) como diferentes intensidades de perturbações antrópicas podem afetar a capacidade e frequência de mecanismos de persistência em espécies lenhosas dominantes e 2) como perturbações antrópicas e disponibilidade hídrica alteram características funcionais foliares e bioquímicas nas plantas via propagação vegetativa. O trabalho foi realizado no PARNA Catimbau utilizando 6 espécies lenhosas dominantes. Em campo, foram simuladas perturbações que ocorrem de forma tradicional por populações tradicionais em 10-15 indivíduos por espécie, sendo elas o corte seletivo de galhos e corte-e-queima da vegetação no final da estação seca, tal qual feito pela população. Medidas biométricas (i.e., altura, diâmetro no nível do solo, nº de perfílios e biomassa fresca) foram medidas antes e 6 meses depois das perturbações e as frequências dos mecanismos de persistência (i.e., rebrotas e rametas) foram analisadas, além de amostras de folhas, caules e raízes para análises funcionais e de carboidratos não-estruturais. A persistência das espécies variou entre 0-80%, com o aumento do número de perfilhos pós-perturbações e apenas 4% da recuperação da biomassa perdida, além de mudanças no uso de recursos das espécies.

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  • JOSE WEVERTON ALMEIDA BEZERRA
  • PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DOS FRUTOS DE Caryocar coriaceum Wittm. (CARYOCARACEAE)

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO NASCIMENTO PEREIRA JÚNIOR
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • CICERA DATIANE DE MORAIS OLIVEIRA TINTINO
  • LAISE DE HOLANDA CAVALCANTI ANDRADE
  • MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 04/10/2023

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  • Caryocar coriaceum Wittm., encontrado no Nordeste do Brasil, produz frutos usados na fabricação de óleo com aplicações medicinais. Este estudo teve três objetivos principais. Primeiro, revisar pesquisas sobre a espécie, enfatizando seus usos medicinais tradicionais, relevância cultural e econômica, além de seus potenciais farmacológicos. Segundo, caracterizar quimicamente o extrato de C. coriaceum e avaliar sua atividade antimicrobiana, inclusive sua capacidade de potencializar fármacos contra patógenos. Terceiro, determinar a composição química e avaliar o óleo dos frutos de C. coriaceum quanto à atividade antifúngica, antivirulência e toxicidade contra Candida spp. Estudos foram revisados usando plataformas científicas. O extrato metanólico do mesocarpo interno (EMCC) foi testado contra bactérias padrão e multirresistentes, com avaliação da atividade antimicrobiana e potencialização de fármacos. O extrato e o óleo (OFCC) foram avaliados quanto à atividade antifúngica, incluindo efeitos combinados com fluconazol. A árvore revelou-se valiosa medicinalmente, sendo usada para tratar doenças pulmonares, tumores e reumatismo. No entanto, a demanda intensa levou à ameaça de extinção. Quimicamente, o EMCC contém flavonas, flavonóis, xantonas, catequinas e flavanonas, enquanto o OFCC é rico em ácidos oleico e palmítico. O extrato intensificou ação de gentamicina e eritromicina contra cepas resistentes. O efeito anti-Candida do EMCC e OFCC ocorre por espécies reativas de oxigênio, inibindo transição morfológica. O OFCC não demonstrou toxicidade in vivo frente a Drosophila melanogaster. Portanto, produtos de C. coriaceum são promissores para formulações farmacêuticas contra infecções.


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  • Caryocar coriaceum Wittm., encontrado no Nordeste do Brasil, produz frutos usados na fabricação de óleo com aplicações medicinais. Este estudo teve três objetivos principais. Primeiro, revisar pesquisas sobre a espécie, enfatizando seus usos medicinais tradicionais, relevância cultural e econômica, além de seus potenciais farmacológicos. Segundo, caracterizar quimicamente o extrato de C. coriaceum e avaliar sua atividade antimicrobiana, inclusive sua capacidade de potencializar fármacos contra patógenos. Terceiro, determinar a composição química e avaliar o óleo dos frutos de C. coriaceum quanto à atividade antifúngica, antivirulência e toxicidade contra Candida spp. Estudos foram revisados usando plataformas científicas. O extrato metanólico do mesocarpo interno (EMCC) foi testado contra bactérias padrão e multirresistentes, com avaliação da atividade antimicrobiana e potencialização de fármacos. O extrato e o óleo (OFCC) foram avaliados quanto à atividade antifúngica, incluindo efeitos combinados com fluconazol. A árvore revelou-se valiosa medicinalmente, sendo usada para tratar doenças pulmonares, tumores e reumatismo. No entanto, a demanda intensa levou à ameaça de extinção. Quimicamente, o EMCC contém flavonas, flavonóis, xantonas, catequinas e flavanonas, enquanto o OFCC é rico em ácidos oleico e palmítico. O extrato intensificou ação de gentamicina e eritromicina contra cepas resistentes. O efeito anti-Candida do EMCC e OFCC ocorre por espécies reativas de oxigênio, inibindo transição morfológica. O OFCC não demonstrou toxicidade in vivo frente a Drosophila melanogaster. Portanto, produtos de C. coriaceum são promissores para formulações farmacêuticas contra infecções.

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  • HAYMEE NASCIMENTO DE ALENCAR
  • INFLUÊNCIA DAS FORMIGAS CORTADEIRAS NO PROCESSO DE REGENERAÇÃO VEGETAL NA CAATINGA

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INARA ROBERTA LEAL
  • BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
  • CARLA RODRIGUES RIBAS
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • PEDRO ELIAS SANTOS NETO
  • Data: 30/11/2023

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  • Mudanças no uso da terra devido a atividades antrópicas são as principais causas de perda de biodiversidade, funções e serviços ecossistêmicos. Neste cenário, o processo de regeneração é uma opção para recuperar serviços e funções ecossistêmicos em florestas secundárias, o que permite estudar as interações entre solo, plantas e animais como as formigas cortadeiras. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a influência das formigas cortadeiras no processo de regeneração na Caatinga. O estudo foi desenvolvido no PARNA Catimbau, em áreas com diferentes históricos de uso do solo e área sem perturbação aguda. Em cada área, foram coletadas amostras de solo de ninhos de formigas cortadeiras para quantificar a qualidade do solo. Para quantificar o crescimento vegetal acima do solo estabelecemos 10 parcelas em cada uma das áreas. Nestas parcelas, transplantamos 10 plantas jovens de três espécies da família Fabaceae. Posteriormente, realizamos o monitoramos das plantas durante um ano, utilizando atributos de crescimento vegetal acima do solo e contabilizamos a sobrevivência das plantas. Nossos resultados demonstram que os solos de ninhos de A. opaciceps aumentam a concentração de nutrientes e melhoram os atributos física do solo. Por fim, não vimos diferença nos atributos de crescimento vegetal e na sobrevivência de plantas. Diante disso, verificamos que os solos de formigas cortadeira pode ser importantes para mitigar alguns efeitos das perturbações antrópicas.


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  • As principais ameaças à persistência da biodiversidade e das interações ecológicas nas florestas tropicais, são as degradações antrópicas que geram a perda e a fragmentação de habitats. Um extremo máximo de degradação é o processo de desertificação, comum em florestas tropicais secas ou sazonalmente secas, que tem aumentado nas últimas décadas, tornando cada vez maior o interesse em se estudar o processo de desertificação e suas interações com plantas, solos e animais. O objetivo geral deste estudo foi verificar a influência das formigas cortadeiras no processo de desertificação na Caatinga. O estudo foi desenvolvido no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE, em áreas com históricos de uso do solo para agricultura e pecuária, e sem histórico de perturbação antrópica aguda. Em cada área foram coletadas amostras de solo de três ninho de formigas cortadeiras para analisar os atributos químicos e físicos dos solos. Adicionalmente estabelecemos 10 parcelas de 3m x 3m em cada um dos tratamentos, totalizando 30 parcelas. Nestas parcelas, fizemos transplantes de mudas de três espécies arbóreas e monitoramos o crescimento vegetal acima do solo durante um ano. Nossos resultados demonstram que os solos de ninhos de formigas cortadeiras aumentam a heterogeneidade e concentração de nutrientes melhorando a qualidade dos solos, como também beneficiam dos atributos de crescimento vegetal acima do solo. Diante disso, verificamos que os solos de formigas cortadeira podem mitigar alguns efeitos da desertificação ajudando a manter serviços ecossistêmicos.

2022
Dissertações
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  • DIEGO PIRES FERRAZ DA TRINDADE
  • MONTAGEM DE COMUNIDADES DURANTE A SUCESSÃO SECUNDÁRIA NA CAATINGA: efeito da limitação de dispersão e recrutamento de plantas

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JÚLIA CARAM SFAIR
  • ELAINE MARIA DOS SANTOS RIBEIRO
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 21/02/2022

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  • Este estudo teve como objetivo avaliar como se dá a montagem da comunidade de plantas em sucessão secundária na Caatinga, através do conceito do conjunto de espécies, traços funcionais e diferentes fases ontogenéticas das plantas (e.g. sementes, plântulas e adultos). Para isso, foram construídos diferentes conjuntos de espécies de plantas lenhosas, sendo estes: (1) conjunto regional: composto por espécies no estágio adulto presentes em áreas de floresta madura (n=20), no entorno das áreas em sucessão secundária; (2) conjunto local: composto por espécies no estágio adulto presentes em áreas em sucessão secundária (n=15); (3) conjunto de propágulos: composto por sementes coletadas no banco e na chuva de sementes, dentro das áreas em sucessão secundária; e (4) conjunto de plântulas: composto por indivíduos coletados no banco de plântulas, nas áreas em sucessão secundária. Com o uso de modelos nulos foi observado como a diversidade funcional e o padrão de divergência e/ou convergência dos traços funcionais variou na passagem entre os conjuntos. Além disso, foi avaliado como o valor médio dos atributos variou durante essa passagem, a fim de inferir a respeito de que tipo de limitação exerce maior influência nesse processo de montagem (e.g. limitação de dispersão, recrutamento/estabelecimento). Os resultados demonstram que uma alta porcentagem de espécies conseguiu colonizar e se estabelecer no conjunto local (70%), assim como continuam colonizando e recrutando (50-45%, respectivamente). Apesar disso, houve evidência da existência de um filtro ambiental para a maioria dos traços avaliados, ao qual foi denominado como um “filtro ambiental secundário”, pois grande parte das espécies conseguiu superá-lo e houve pouca variação na média dos atributos. O valor médio dos atributos demonstrou que a limitação na dispersão e no recrutamento possui uma importância relativa maior do que a limitação no estabelecimento nesse processo. A limitação na dispersão foi uma força importante na passagem das espécies da região para o conjunto local, pois somente espécies com alta capacidade dispersiva conseguiram colonizar esse ambiente. Por outro lado, atualmente, a limitação de recrutamento é uma força importante para o conjunto de plântulas, restringindo a germinação ou persistência de espécies com sementes pequenas e com alta densidade da madeira. Esses resultados demonstram que a sucessão secundária na Caatinga não é mediada por fatores randômicos, ou seja, as espécies no conjunto local não são um subgrupo das espécies mais abundantes regionalmente. Além disso, espécies com maior capacidade de dispersão, maior massa da semente e menor densidade da madeira conseguem colonizar e recrutar nas áreas em sucessão de maneira mais efetiva do que as demais.


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  • Este estudo teve como objetivo avaliar como se dá a montagem da comunidade de plantas em sucessão secundária na Caatinga, através do conceito do conjunto de espécies, traços funcionais e diferentes fases ontogenéticas das plantas (e.g. sementes, plântulas e adultos). Para isso, foram construídos diferentes conjuntos de espécies de plantas lenhosas, sendo estes: (1) conjunto regional: composto por espécies no estágio adulto presentes em áreas de floresta madura (n=20), no entorno das áreas em sucessão secundária; (2) conjunto local: composto por espécies no estágio adulto presentes em áreas em sucessão secundária (n=15); (3) conjunto de propágulos: composto por sementes coletadas no banco e na chuva de sementes, dentro das áreas em sucessão secundária; e (4) conjunto de plântulas: composto por indivíduos coletados no banco de plântulas, nas áreas em sucessão secundária. Com o uso de modelos nulos foi observado como a diversidade funcional e o padrão de divergência e/ou convergência dos traços funcionais variou na passagem entre os conjuntos. Além disso, foi avaliado como o valor médio dos atributos variou durante essa passagem, a fim de inferir a respeito de que tipo de limitação exerce maior influência nesse processo de montagem (e.g. limitação de dispersão, recrutamento/estabelecimento). Os resultados demonstram que uma alta porcentagem de espécies conseguiu colonizar e se estabelecer no conjunto local (70%), assim como continuam colonizando e recrutando (50-45%, respectivamente). Apesar disso, houve evidência da existência de um filtro ambiental para a maioria dos traços avaliados, ao qual foi denominado como um “filtro ambiental secundário”, pois grande parte das espécies conseguiu superá-lo e houve pouca variação na média dos atributos. O valor médio dos atributos demonstrou que a limitação na dispersão e no recrutamento possui uma importância relativa maior do que a limitação no estabelecimento nesse processo. A limitação na dispersão foi uma força importante na passagem das espécies da região para o conjunto local, pois somente espécies com alta capacidade dispersiva conseguiram colonizar esse ambiente. Por outro lado, atualmente, a limitação de recrutamento é uma força importante para o conjunto de plântulas, restringindo a germinação ou persistência de espécies com sementes pequenas e com alta densidade da madeira. Esses resultados demonstram que a sucessão secundária na Caatinga não é mediada por fatores randômicos, ou seja, as espécies no conjunto local não são um subgrupo das espécies mais abundantes regionalmente. Além disso, espécies com maior capacidade de dispersão, maior massa da semente e menor densidade da madeira conseguem colonizar e recrutar nas áreas em sucessão de maneira mais efetiva do que as demais.

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  • FÁBIO VITALINO SANTOS ALVES
  • ESTUDOS MACROEVOLUTIVOS NA SUBTRIBO LYCHNOPHORINAE (ASTERACEAE: VERNONIEAE): DIVERSIFICAÇÃO, BIOGEOGRAFIA E EVOLUÇÃO DE NICHO


  • Orientador : BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINA MORIANI SINISCALCHI
  • CÁSSIA CRISTIANE DA CONCEIÇÃO BITENCOURT
  • BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • Data: 22/02/2022

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  • A subtribo Lychnophorinae está presente no domínio Cerrado, com a maior parte das espécies distribuídas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, tipo vegetacional marcante que ocorre em afloramentos rochosos de áreas montanhosas. Pouco se sabe sobre o processo macroevolutivo do grupo e possíveis variáveis que influenciaram a sua distribuição atual. Além disso, as espécies do Cerrado são reconhecidas por estarem sob constante ameaça ambiental, entretanto, o conhecimento sobre conservação das espécies da subtribo é escasso. Para isso, a árvore filogenética de Lychnophorinae foi reconstruída através de máxima verossimilhança e datada através de penalized likelihood. Foram realizadas reconstruções de estados de caracteres ancestrais para os principais caracteres morfológicos e reconstrução de área ancestral através da construção de modelos biogeográficos. Foram realizadas modelagens de nicho das espécies do gênero Eremanthus para identificação de áreas de adequabilidade em diferentes períodos de tempo. As espécies de Eremanthus foram submetidas a avaliação de risco de extinção através dos critérios adotados pela IUCN. Desta forma, estima-se que a subtribo tenha surgido durante o Mioceno, com maior número de características morfológicas importantes surgindo durante o Pleistoceno, além de apresentar importantes eventos de dispersão fundadora ao longo da história biogeográfica. Os modelos climáticos das espécies de Eremanthus corroboram com a Hipótese de Refúgio do Pleistoceno e a avaliação do status de conservação das espécies revelou possíveis riscos de extinção futura decorrentes de mudanças climáticas e ações antrópicas.



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  • A subtribo Lychnophorinae está presente no domínio Cerrado, com a maior parte das espécies distribuídas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, tipo vegetacional marcante que ocorre em afloramentos rochosos de áreas montanhosas. Pouco se sabe sobre o processo macroevolutivo do grupo e possíveis variáveis que influenciaram a sua distribuição atual. Além disso, as espécies do Cerrado são reconhecidas por estarem sob constante ameaça ambiental, entretanto, o conhecimento sobre conservação das espécies da subtribo é escasso. Para isso, a árvore filogenética de Lychnophorinae foi reconstruída através de máxima verossimilhança e datada através de penalized likelihood. Foram realizadas reconstruções de estados de caracteres ancestrais para os principais caracteres morfológicos e reconstrução de área ancestral através da construção de modelos biogeográficos. Foram realizadas modelagens de nicho das espécies do gênero Eremanthus para identificação de áreas de adequabilidade em diferentes períodos de tempo. As espécies de Eremanthus foram submetidas a avaliação de risco de extinção através dos critérios adotados pela IUCN. Desta forma, estima-se que a subtribo tenha surgido durante o Mioceno, com maior número de características morfológicas importantes surgindo durante o Pleistoceno, além de apresentar importantes eventos de dispersão fundadora ao longo da história biogeográfica. Os modelos climáticos das espécies de Eremanthus corroboram com a Hipótese de Refúgio do Pleistoceno e a avaliação do status de conservação das espécies revelou possíveis riscos de extinção futura decorrentes de mudanças climáticas e ações antrópicas.


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  • LETICIA PEREIRA DOS SANTOS
  • DIVERSIDADE E POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE LIQUENS FRUTICOSOS DO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, PE – BRASIL

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZZA KARLA DE OLIVEIRA SILVA
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • IANE PAULA REGO CUNHA DIAS
  • Data: 22/02/2022

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  • O ecossistema Caatinga ocupa um espaço significativo na região Nordeste do Brasil, apresentando grande diversidade em sua fitofisionomia. Neste contexto, o Parque Nacional do Catimbau (PARNA Catimbau) é um exemplo bastante significativo quanto aos atributos desse ambiente. Tendo em vista a extrema relevância da região e buscando contribuir para o conhecimento da liquenobiota do Nordeste, este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das espécies de liquens fruticosos do PARNA Catimbau, identificando também seu potencial econômico e biotecnológico. Para tanto, foram analisados espécimes fruticosos previamente coletados na área de estudo e devidamente armazenados, esses foram identificados e analisados quanto a sua morfologia, anatomia e química, através do uso de chaves de identificação, testes de coloração, fluorescência, cromatografia em camada delgada e líquida de alta eficiência. Foi realizado posteriormente levantamento das aplicações biotecnológicas mencionadas na literatura para os compostos detectados nas espécies identificadas. Foram analisados 115 espécimes, distribuídos em quatro gêneros e 21 espécies. Desses, 15 são novas ocorrências para o semiárido pernambucano. Foram detectados 23 fenóis liquênicos, 16 com atividade biológica confirmada na literatura, sendo os liquens Cladonia ceratophylla, C. verticillaris, Ramalina aspera, R. peruviana, R. sorediosa e Teloschistes flavicans  os mais abundantes e as substâncias atranorina,  ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico, salazínico, úsnico e parietina as ocorrentes em maior concentração, e, por isso, mais indicados para uso biotecnológico. Dessa forma, análises aprofundadas que busquem aperfeiçoar o uso dessas substâncias podem trazer avanços consideráveis para a biotecnologia de liquens. Portanto, a utilização destes recursos vislumbrando a bioprospecção de metabólitos liquênicos no PARNA Catimbau é considerada viável.



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  • O ecossistema Caatinga ocupa um espaço significativo na região Nordeste do Brasil, apresentando grande diversidade em sua fitofisionomia. Neste contexto, o Parque Nacional do Catimbau (PARNA Catimbau) é um exemplo bastante significativo quanto aos atributos desse ambiente. Tendo em vista a extrema relevância da região e buscando contribuir para o conhecimento da liquenobiota do Nordeste, este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das espécies de liquens fruticosos do PARNA Catimbau, identificando também seu potencial econômico e biotecnológico. Para tanto, foram analisados espécimes fruticosos previamente coletados na área de estudo e devidamente armazenados, esses foram identificados e analisados quanto a sua morfologia, anatomia e química, através do uso de chaves de identificação, testes de coloração, fluorescência, cromatografia em camada delgada e líquida de alta eficiência. Foi realizado posteriormente levantamento das aplicações biotecnológicas mencionadas na literatura para os compostos detectados nas espécies identificadas. Foram analisados 115 espécimes, distribuídos em quatro gêneros e 21 espécies. Desses, 15 são novas ocorrências para o semiárido pernambucano. Foram detectados 23 fenóis liquênicos, 16 com atividade biológica confirmada na literatura, sendo os liquens Cladonia ceratophylla, C. verticillaris, Ramalina aspera, R. peruviana, R. sorediosa e Teloschistes flavicans  os mais abundantes e as substâncias atranorina,  ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico, salazínico, úsnico e parietina as ocorrentes em maior concentração, e, por isso, mais indicados para uso biotecnológico. Dessa forma, análises aprofundadas que busquem aperfeiçoar o uso dessas substâncias podem trazer avanços consideráveis para a biotecnologia de liquens. Portanto, a utilização destes recursos vislumbrando a bioprospecção de metabólitos liquênicos no PARNA Catimbau é considerada viável.


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  • RAFAELA FERREIRA LOPES
  • DINÂMICA DIÁRIA DE AÇÚCARES EM ESPÉCIE LENHOSA SEMPRE VERDE SOB CONDIÇÕES DA CAATINGA


  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELLA FROSI ALBUQUERQUE FIGUEIROA FARIA
  • MARIA REIS VALOIS COÊLHO
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 22/02/2022

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  • Os carboidratos não estruturais (CNE) desempenham um papel importante na adaptação de plantas lenhosas à seca. Este trabalho teve como objetivo principal investigar a dinâmica diária de CNE e o status hídrico de Cynophalla flexuosa, uma espécie lenhosa sempre verde, em uma área de floresta tropical sazonalmente seca em diferentes períodos do ano. As coletas ocorreram na estação chuvosa (abril 2021), seca (outubro 2021) e no período de transição entre as estações (novembro 2020 e agosto de 2021). Foram mensurados os CNE, a concentração de NPK da parte aérea e radicular e o potencial hídrico do xilema (Ψx). As plantas exibiram o Ψx mais próximo de zero durante a estação chuvosa. Os CNE foram compostos principalmente por açúcares solúveis (AST) e as maiores concentrações foram observadas nas folhas. As plantas exibiram maiores concentrações de AST na folha (13:00 – 17:00 h) e na raiz (16:00 h) durante a estação seca. O conteúdo de amido variou entre os períodos ao longo do dia, entretanto no final do dia os valores eram semelhantes. O conteúdo de N no caule foi maior durante a estação seca. Para P foram observadas alterações no conteúdo entre os períodos apenas na folha. Os nossos dados contribuem para o melhor entendimento da dinâmica diária do status hídrico e dos CNE em uma espécie lenhosa sempre verde em um ambiente com variação na precipitação ao longo do ano.



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  • Os carboidratos não estruturais (CNE) desempenham um papel importante na adaptação de plantas lenhosas à seca. Este trabalho teve como objetivo principal investigar a dinâmica diária de CNE e o status hídrico de Cynophalla flexuosa, uma espécie lenhosa sempre verde, em uma área de floresta tropical sazonalmente seca em diferentes períodos do ano. As coletas ocorreram na estação chuvosa (abril 2021), seca (outubro 2021) e no período de transição entre as estações (novembro 2020 e agosto de 2021). Foram mensurados os CNE, a concentração de NPK da parte aérea e radicular e o potencial hídrico do xilema (Ψx). As plantas exibiram o Ψx mais próximo de zero durante a estação chuvosa. Os CNE foram compostos principalmente por açúcares solúveis (AST) e as maiores concentrações foram observadas nas folhas. As plantas exibiram maiores concentrações de AST na folha (13:00 – 17:00 h) e na raiz (16:00 h) durante a estação seca. O conteúdo de amido variou entre os períodos ao longo do dia, entretanto no final do dia os valores eram semelhantes. O conteúdo de N no caule foi maior durante a estação seca. Para P foram observadas alterações no conteúdo entre os períodos apenas na folha. Os nossos dados contribuem para o melhor entendimento da dinâmica diária do status hídrico e dos CNE em uma espécie lenhosa sempre verde em um ambiente com variação na precipitação ao longo do ano.


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  • ITALO RAFAEL DE LIMA MONTEIRO
  • Caracterização química e avaliação do potencial antimicrobiano de ceras cuticulares foliares de espécies da Caatinga


  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • EUGENIA CRISTINA GONCALVES PEREIRA
  • RAFAEL DE PAIVA FARIAS
  • Data: 23/02/2022

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  • A cera cuticular foliar representa a face mais superficial da epiderme e, assim, é um componente foliar que interage com os agentes biótico e abióticos. Os estudos sobre potencial antimicrobiano de ceras epicuticularess são desenvolvidos há décadas, sobretudo, nas espécies de importância agronômica. Todavia, o potencial antimicrobiano baseado em constituintes de natureza cuticular em espécies da Caatinga é ausente até a presente data. O objetivo deste trabalho foi identificar a composição química da cera cuticular foliar e avaliar o potencial antimicrobiano dos lipídios epicuticulares de Allamanda blanchetii A.DC., Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc (Apocynaceae), Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl (Capparaceae), Jatropha mutabilis (Pohl) Baill e Croton heliotropiifolius Kunth (Euphorbiaceae) frente fungos fitopatogênicos de importância agronômica dos gêneros Colletotrichum e Fusarium, e bactérias Gram-positiva e Gram-negativas de importância médica. Triterpenos e n-alcanos foram as principais classes de compostos identificadas. O bioensiao in vitro indicou que nenhuma inibição significativa do crescimento micelial foi observada. Observou-se que os valores da CIM para Fusarium oxyspoum foram superiores a concentração máxima analisada de 1024 µg/mL, demonstrando inatividade dos extratos testados. Para Colletotrichum gloeosporioides, quatro extratos demonstraram atividade inibitória. As ceras de A. pyrifolium, C. heliotropiifolius e C. flexuosa não apresentaram efeito inibitório contra nenhuma cepa bacteriana. Mas resultados positivos foram encontrados para o extrato de J. mutabilis contra B. subtilis, seguido por A. blanchetii contra E. coli.


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  • A cera cuticular foliar representa a face mais superficial da epiderme e, assim, é um componente foliar que interage com os agentes biótico e abióticos. Os estudos sobre potencial antimicrobiano de ceras epicuticularess são desenvolvidos há décadas, sobretudo, nas espécies de importância agronômica. Todavia, o potencial antimicrobiano baseado em constituintes de natureza cuticular em espécies da Caatinga é ausente até a presente data. O objetivo deste trabalho foi identificar a composição química da cera cuticular foliar e avaliar o potencial antimicrobiano dos lipídios epicuticulares de Allamanda blanchetii A.DC., Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc (Apocynaceae), Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl (Capparaceae), Jatropha mutabilis (Pohl) Baill e Croton heliotropiifolius Kunth (Euphorbiaceae) frente fungos fitopatogênicos de importância agronômica dos gêneros Colletotrichum e Fusarium, e bactérias Gram-positiva e Gram-negativas de importância médica. Triterpenos e n-alcanos foram as principais classes de compostos identificadas. O bioensiao in vitro indicou que nenhuma inibição significativa do crescimento micelial foi observada. Observou-se que os valores da CIM para Fusarium oxyspoum foram superiores a concentração máxima analisada de 1024 µg/mL, demonstrando inatividade dos extratos testados. Para Colletotrichum gloeosporioides, quatro extratos demonstraram atividade inibitória. As ceras de A. pyrifolium, C. heliotropiifolius e C. flexuosa não apresentaram efeito inibitório contra nenhuma cepa bacteriana. Mas resultados positivos foram encontrados para o extrato de J. mutabilis contra B. subtilis, seguido por A. blanchetii contra E. coli.

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  • HENARMMANY CRISTINA ALVES DE OLIVEIRA
  • EFEITO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA SOBRE A PERFORMANCE DE Cenostigma microphyllum EM SIMBIOSE COM FUNGO MICORRÍZICO ARBUSCULAR EM UMA FLORESTA TROPICAL SECA


  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUIZ PALHARES NETO
  • HIRAM MARINHO FALCAO
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 24/02/2022

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  • Este estudo investigou se a inoculação prévia com fungos micorrízicos arbusculares (FMA) beneficia a morfofisiologia de Cenostigma microphyllum sob diferentes gradientes hídricos (úmidos e secos) em área de Caatinga. Sementes da espécie citada foi dividida em tratamentos: (1) pré-inoculadas e (2) não-inoculadas (controle). Após cinco meses da germinação, essas plantas foram levadas a campo e dispostas em parcelas úmidas e secas. Durante a estação chuvosa de 2019 foram avaliados os teores nutricionais (NPK) em folhas, caule e raízes e o custo de construção foliar. Na estação chuvosa de 2021, além dos parâmetros avaliados em 2019, também foram mensurados: potencial hídrico, condutância estomática, variáveis biométricas além de carboidratos-não-estruturais (açúcares e amido) em folhas, caule e raízes. Após um ano em campo, as plantas de C. microphyllum pré-inoculadas apresentaram maiores teores de P em todos os órgãos avaliados. Após dois anos, a inoculação artificial influenciou positivamente os parâmetros de crescimento avaliados, além de promover o aumento do potencial hídrico e da condutividade estomática nas áreas úmidas, contudo a dinâmica de carboidratos foi estrategicamente relacionada a precipitação da área, mas o espectro econômico foliar revelou ser algo compartilhado entre tratamentos e áreas ao longo dos anos. Esses resultados demonstram que a inoculação prévia com FMA proporciona melhor condicionamento morfofisiológico a espécie C. microphyllum, proporcionando-a premissas para performance satisfatórias em campo.



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  • Este estudo investigou se a inoculação prévia com fungos micorrízicos arbusculares (FMA) beneficia a morfofisiologia de Cenostigma microphyllum sob diferentes gradientes hídricos (úmidos e secos) em área de Caatinga. Sementes da espécie citada foi dividida em tratamentos: (1) pré-inoculadas e (2) não-inoculadas (controle). Após cinco meses da germinação, essas plantas foram levadas a campo e dispostas em parcelas úmidas e secas. Durante a estação chuvosa de 2019 foram avaliados os teores nutricionais (NPK) em folhas, caule e raízes e o custo de construção foliar. Na estação chuvosa de 2021, além dos parâmetros avaliados em 2019, também foram mensurados: potencial hídrico, condutância estomática, variáveis biométricas além de carboidratos-não-estruturais (açúcares e amido) em folhas, caule e raízes. Após um ano em campo, as plantas de C. microphyllum pré-inoculadas apresentaram maiores teores de P em todos os órgãos avaliados. Após dois anos, a inoculação artificial influenciou positivamente os parâmetros de crescimento avaliados, além de promover o aumento do potencial hídrico e da condutividade estomática nas áreas úmidas, contudo a dinâmica de carboidratos foi estrategicamente relacionada a precipitação da área, mas o espectro econômico foliar revelou ser algo compartilhado entre tratamentos e áreas ao longo dos anos. Esses resultados demonstram que a inoculação prévia com FMA proporciona melhor condicionamento morfofisiológico a espécie C. microphyllum, proporcionando-a premissas para performance satisfatórias em campo.


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  • JOSE DJALMA DE SOUZA
  • TOLERÂNCIA AO DÉFICIT HÍDRICO APÓS CICLOS RECORRENTES DE SECA EM PLANTAS DE Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G. P. Lewis (FABACEAE)

  • Orientador : MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
  • MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 24/02/2022

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  • O objetivo do estudo foi avaliar as respostas ecofisiológicas de Cesnostigma pyramidale sob ciclo recorrente de déficit hídrico. Plantas com 6 meses foram separadas em quatro grupos: Controle (C), Seca primeira vez (S1), Seca segunda vez (S2) e Seca segunda vez com folhas rebrota (S2R), e a suspensão hídrica no segundo ciclo durou 17 dias quando se atingiu o máximo estresse. No máximo estresse, foram observados nos tratamentos de déficit reduções em torno de 77% em condutância estomática, 90% em assimilação de CO2, 66% em transpiração, 37% em Eficiência Operacional do Fotossistema II, 23% em Amido-Folha. Em S1 foram observadas reduções de 37% na Eficiência Operacional do Fotossistema II, e aumento de 38% em açúcares-Folha, 169% em açúcares-Raiz, 229% em proteínas-Caule e 227% Prolina-Caule. No S2 foram observados aumento de 34% em açúcares-Folha, 221% açúcares-Raiz, 455% proteína-Caule e 155% Prolina-Folha. No S2R foram observadas reduções de 26% na Eficiência Quântica Máxima do Fotossistema II, 38% na relação Clorofilas/Carotenoides, 32% em proteína-Folha, e aumentos de 190% no em Queching Não-fotoquímico, 427% açúcares-Raiz, 12% açúcares-Folha, 304% em Prolina-Folha. Concluimos, que a espécie seja na primeira ou segunda vez tolera ao déficit hídrico com reduções em trocas gasosas, Eficiência Operacional do Fotossistema II, amido-folha. No déficit recorrente destacam-se mudanças de padrão com aumento de açúcares (caule) e Prolina (folha), e nas plantas com rebrota combinado aumentos no Queching Não-fotoquímico e açucares solúveis (raiz).



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  • O objetivo do estudo foi avaliar as respostas ecofisiológicas de Cesnostigma pyramidale sob ciclo recorrente de déficit hídrico. Plantas com 6 meses foram separadas em quatro grupos: Controle (C), Seca primeira vez (S1), Seca segunda vez (S2) e Seca segunda vez com folhas rebrota (S2R), e a suspensão hídrica no segundo ciclo durou 17 dias quando se atingiu o máximo estresse. No máximo estresse, foram observados nos tratamentos de déficit reduções em torno de 77% em condutância estomática, 90% em assimilação de CO2, 66% em transpiração, 37% em Eficiência Operacional do Fotossistema II, 23% em Amido-Folha. Em S1 foram observadas reduções de 37% na Eficiência Operacional do Fotossistema II, e aumento de 38% em açúcares-Folha, 169% em açúcares-Raiz, 229% em proteínas-Caule e 227% Prolina-Caule. No S2 foram observados aumento de 34% em açúcares-Folha, 221% açúcares-Raiz, 455% proteína-Caule e 155% Prolina-Folha. No S2R foram observadas reduções de 26% na Eficiência Quântica Máxima do Fotossistema II, 38% na relação Clorofilas/Carotenoides, 32% em proteína-Folha, e aumentos de 190% no em Queching Não-fotoquímico, 427% açúcares-Raiz, 12% açúcares-Folha, 304% em Prolina-Folha. Concluimos, que a espécie seja na primeira ou segunda vez tolera ao déficit hídrico com reduções em trocas gasosas, Eficiência Operacional do Fotossistema II, amido-folha. No déficit recorrente destacam-se mudanças de padrão com aumento de açúcares (caule) e Prolina (folha), e nas plantas com rebrota combinado aumentos no Queching Não-fotoquímico e açucares solúveis (raiz).


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  • YEISON JAROC LOMBO SANCHEZ
  • DIFERENCIAÇÃO TAXONÔMICA E FUNCIONAL DE HEPÁTICAS (Marchantiophyta) NO GRADIENTE ALTITUDINAL DA COLÔMBIA

  • Orientador : KATIA CAVALCANTI PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VITOR DE ANDRADE KAMIMURA
  • KATIA CAVALCANTI PORTO
  • RAFAEL DE PAIVA FARIAS
  • Data: 24/02/2022

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  • A Colômbia se destaca na América tropical pela riqueza em hepáticas, que totaliza 705 espécies. Esta diversidade é atribuída à variação de diferentes fatores ambientais, dentre eles, a amplitude altitudinal, 0-5000 m. Neste trabalho utilizamos a base de dados disponível sobre estas plantas para determinar os padrões de diversidade taxonômica, funcional e a composição funcional no gradiente altitudinal da Colômbia. Foram selecionados atributos morfológicos do gametófito, celular, forma de vida e reprodução relacionados à captação e retenção de água, e proteção à luminosidade intensa. A diversidade taxonômica e os índices de diversidade funcional foram relacionados a cinco faixas de altitude. A composição funcional foi calculada usando CWM e observada por meio de PRINCALS e cluster. A maioria dos atributos analisados apresentou relação positiva ou negativa com o gradiente. Constatou-se substituição de atributos nas faixas altitudinais e formação de grupos funcionais característicos de cada faixa, sendo mais evidente na faixa superior as de 4000 m. O efeito do domínio médio foi explicativo para a distribuição das diversidades taxonômica e funcional no gradiente altitudinal, provavelmente devido aos filtros ambientais que selecionam os atributos funcionais. Evidenciou-se, assim, que as hepáticas respondemeficientemente aos filtros ambientais e se configuram como excelente modelo para testar métricas de composição e diversidade em função de gradientes ambientais, dentre eles, o altitudinal.


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  • A Colômbia se destaca na América tropical pela riqueza em hepáticas, que totaliza 705 espécies. Esta diversidade é atribuída à variação de diferentes fatores ambientais, dentre eles, a amplitude altitudinal, 0-5000 m. Neste trabalho utilizamos a base de dados disponível sobre estas plantas para determinar os padrões de diversidade taxonômica, funcional e a composição funcional no gradiente altitudinal da Colômbia. Foram selecionados atributos morfológicos do gametófito, celular, forma de vida e reprodução relacionados à captação e retenção de água, e proteção à luminosidade intensa. A diversidade taxonômica e os índices de diversidade funcional foram relacionados a cinco faixas de altitude. A composição funcional foi calculada usando CWM e observada por meio de PRINCALS e cluster. A maioria dos atributos analisados apresentou relação positiva ou negativa com o gradiente. Constatou-se substituição de atributos nas faixas altitudinais e formação de grupos funcionais característicos de cada faixa, sendo mais evidente na faixa superior as de 4000 m. O efeito do domínio médio foi explicativo para a distribuição das diversidades taxonômica e funcional no gradiente altitudinal, provavelmente devido aos filtros ambientais que selecionam os atributos funcionais. Evidenciou-se, assim, que as hepáticas respondemeficientemente aos filtros ambientais e se configuram como excelente modelo para testar métricas de composição e diversidade em função de gradientes ambientais, dentre eles, o altitudinal.

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  • DAIANNE MARIA DE OLIVEIRA
  • INFLUÊNCIA DA HIDRATAÇÃO DESCONTÍNUA DE SEMENTES E CICLOS DE REGA EM MUDAS DE Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis (FABACEAE) EM RESPOSTA AO DEFICIT HÍDRICO

  • Orientador : MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELIZAMAR CIRÍACO DA SILVA
  • CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
  • MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 25/02/2022

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  • O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da Hidratação e Desidratação (ciclos HD) em sementes e ciclos de rega em plantas jovens de C. pyramidale na resposta ao déficit hídrico. Foram realizados nenhum e três ciclos HD nas sementes, depois separadas em três grupos de rega (diário, sete e catroze dias), durante cinco meses e após submetidas a suspensão da irrigação. Os resultados demonstraram que reduções no conteúdo relativo de água promovem aumentos nos açúcares (folha e raiz), potássio-radicular, aminoácidos-caule e carboidratos não estruturais na raiz. Quando observamos respostas nas plantas que passaram por estresse prévio, seja na semente (RDHD) ou ciclos de rega (R7, R7HD, R14 e R14HD), temos como respostas comuns aumento de potássio-foliar e redução na transpiração foliar. Os ciclos HD nas sementes promoveram maiores investimentos na biomassa radicular, maior redução das trocas gasosas, maior acúmulo de açúcares e aminoácidos no caule e potássio-foliar para tolerar ao déficit hídrico. Os Ciclos de rega 14 dias (com ou sem HD) apresentaram reduções no crescimento combinados a aumentos dos pigmentos cloroplastídicos. Concluímos que os ciclos de HD nas sementes promovem respostas que contribuem com a tolerância ao déficit hídrico. O ciclo de rega de 14 dias promove respostas de tolerância ao déficit hídrico, mas resulta em reduções de crescimento. A combinação de ciclos HD e ciclos de rega não promovem maior tolerância em relação aos tratamentos isolados.



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  • O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da Hidratação e Desidratação (ciclos HD) em sementes e ciclos de rega em plantas jovens de C. pyramidale na resposta ao déficit hídrico. Foram realizados nenhum e três ciclos HD nas sementes, depois separadas em três grupos de rega (diário, sete e catroze dias), durante cinco meses e após submetidas a suspensão da irrigação. Os resultados demonstraram que reduções no conteúdo relativo de água promovem aumentos nos açúcares (folha e raiz), potássio-radicular, aminoácidos-caule e carboidratos não estruturais na raiz. Quando observamos respostas nas plantas que passaram por estresse prévio, seja na semente (RDHD) ou ciclos de rega (R7, R7HD, R14 e R14HD), temos como respostas comuns aumento de potássio-foliar e redução na transpiração foliar. Os ciclos HD nas sementes promoveram maiores investimentos na biomassa radicular, maior redução das trocas gasosas, maior acúmulo de açúcares e aminoácidos no caule e potássio-foliar para tolerar ao déficit hídrico. Os Ciclos de rega 14 dias (com ou sem HD) apresentaram reduções no crescimento combinados a aumentos dos pigmentos cloroplastídicos. Concluímos que os ciclos de HD nas sementes promovem respostas que contribuem com a tolerância ao déficit hídrico. O ciclo de rega de 14 dias promove respostas de tolerância ao déficit hídrico, mas resulta em reduções de crescimento. A combinação de ciclos HD e ciclos de rega não promovem maior tolerância em relação aos tratamentos isolados.


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  • THIAGO HENRIQUE DO NASCIMENTO
  • Revisitando a evolução cromossômica de Phaseolus L. (Leguminosae) por meio de oligo-FISH


  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • GIOVANA AUGUSTA TORRES
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • Data: 25/02/2022

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  • O gênero Phaseolus L. (Leguminosae) é constituído por cerca de 90 espécies neotropicais. Estudos citogenéticos têm revelado relativa estabilidade cariotípica (2n = 22), exceto pelo clado Leptostachyus, composto por P. macvaughii Delgado, P. micranthus Hook. & Arn. e P. leptostachyus Benth. (2n = 20), que sofreu disploidia e outros rearranjos cromossômicos. Embora tenha sido alvo de mapeamento por BAC-FISH, o cariótipo de P. leptostachyus ainda não foi esclarecido, assim como não está claro o quão rearranjado é este cariótipo em comparação a outros clados. O presente estudo teve como objetivo revisitar a evolução cromossômica em espécies de Phaseolus por meio de mapeamento comparativo com o sistema de identificação oligo-FISH barcode, pintura cromossômica, rDNA e um repeat centromérico (CentPv1) em 9 espécies do gênero, sendo analisados dois acessos de P. vulgaris, um de origem andina e outro mesoamericana. Para tanto, preparações citológicas foram hibridizadas in situ com sondas oligonucleotídicas para o mapeamento comparativo de todos os pares cromossômicos. Foi possível, em um primeiro capitulo, desenvolver e implementar o primeiro sistema de identificação oligo-FISH barcode para leguminosas em V. unguiculata e P. vulgaris, o qual foi eficiente e possibilitou a identificação de novos rearranjos estruturais entre as espécies. E em um segundo capitulo foi possível mensurar a taxa de evolução cromossômica (rearranjos/milhão de anos) em uma ampla amostragem, revelando uma alta taxa de evolução cromossômica no clado Leptostachyus, em especial em P. leptostachyus, o que sugere a possibilidade de que essa seja a planta com maior reestruturação genômica em um curto espaço de tempo evolutivo.



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  • O gênero Phaseolus L. (Leguminosae) é constituído por cerca de 90 espécies neotropicais. Estudos citogenéticos têm revelado relativa estabilidade cariotípica (2n = 22), exceto pelo clado Leptostachyus, composto por P. macvaughii Delgado, P. micranthus Hook. & Arn. e P. leptostachyus Benth. (2n = 20), que sofreu disploidia e outros rearranjos cromossômicos. Embora tenha sido alvo de mapeamento por BAC-FISH, o cariótipo de P. leptostachyus ainda não foi esclarecido, assim como não está claro o quão rearranjado é este cariótipo em comparação a outros clados. O presente estudo teve como objetivo revisitar a evolução cromossômica em espécies de Phaseolus por meio de mapeamento comparativo com o sistema de identificação oligo-FISH barcode, pintura cromossômica, rDNA e um repeat centromérico (CentPv1) em 9 espécies do gênero, sendo analisados dois acessos de P. vulgaris, um de origem andina e outro mesoamericana. Para tanto, preparações citológicas foram hibridizadas in situ com sondas oligonucleotídicas para o mapeamento comparativo de todos os pares cromossômicos. Foi possível, em um primeiro capitulo, desenvolver e implementar o primeiro sistema de identificação oligo-FISH barcode para leguminosas em V. unguiculata e P. vulgaris, o qual foi eficiente e possibilitou a identificação de novos rearranjos estruturais entre as espécies. E em um segundo capitulo foi possível mensurar a taxa de evolução cromossômica (rearranjos/milhão de anos) em uma ampla amostragem, revelando uma alta taxa de evolução cromossômica no clado Leptostachyus, em especial em P. leptostachyus, o que sugere a possibilidade de que essa seja a planta com maior reestruturação genômica em um curto espaço de tempo evolutivo.


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  • MARLENY PRADA DE LA CRUZ
  • PLANTAS MEDICINAIS E ALIMENTÍCIAS UTILIZADAS PELA COMUNIDADE QUILOMBOLA CASTAINHO (GARANHUNS, PE, BRASIL)


  • Orientador : LAISE DE HOLANDA CAVALCANTI ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SOLANGE XAVIER DOS SANTOS
  • LAISE DE HOLANDA CAVALCANTI ANDRADE
  • SUZENE IZIDIO DA SILVA
  • Data: 28/02/2022

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  • A rica flora dos biomas brasileiros provavelmente possui muitas espécies capazes tanto de nutrir quanto de ajudar a prevenir ou tratar doenças, cujo potencial ainda é pouco explorado. O Brasil também possui grande diversidade de povos tradicionais, entre eles os quilombolas, descendentes de escravos africanos que conseguiram escapar do cativeiro e se refugiar longe das cidades. O objetivo deste estudo foi trazer informações sobre a riqueza de conhecimento de quilombolas sobre plantas multifuncionais e PANC, gerando informações que possam ser utilizadas para melhorar a qualidade de vida na comunidade Castainho (Garanhuns, Pernambuco). Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas e turnês-guiadas para coleta das plantas. Os dados foram analisados com os índices de Valor de Uso das espécies e Riqueza do conhecimento do informante. Os entrevistados foram representados por 20 homens e 43 mulheres. Um total de 52 famílias, 117 gêneros e 136 espécies foi catalogado, sendo 12 nativas do Brasil, 11 naturalizadas e 20 exóticas cultivadas. A maioria das espécies tem uso unicamente medicinal, 21% têm uso estritamente alimentício e 32% são multifuncionais Anacardium occidentale e Eugenia brasiliensis (nativas), Persea americana e Psidium guajava  (naturalizadas), Citrus × limon e Citrus sinensis (cultivadas) foram as espécies mais valorizadas pelos entrevistados. A inclusão de espécies nativas do Brasil e naturalizadas ou exóticas não africanas na dieta alimentar e flora medicinal  testemunham o ajuste cultural e ambiental que adquiriram para sobreviver e diversificar suas tradições.



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  • A rica flora dos biomas brasileiros provavelmente possui muitas espécies capazes tanto de nutrir quanto de ajudar a prevenir ou tratar doenças, cujo potencial ainda é pouco explorado. O Brasil também possui grande diversidade de povos tradicionais, entre eles os quilombolas, descendentes de escravos africanos que conseguiram escapar do cativeiro e se refugiar longe das cidades. O objetivo deste estudo foi trazer informações sobre a riqueza de conhecimento de quilombolas sobre plantas multifuncionais e PANC, gerando informações que possam ser utilizadas para melhorar a qualidade de vida na comunidade Castainho (Garanhuns, Pernambuco). Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas e turnês-guiadas para coleta das plantas. Os dados foram analisados com os índices de Valor de Uso das espécies e Riqueza do conhecimento do informante. Os entrevistados foram representados por 20 homens e 43 mulheres. Um total de 52 famílias, 117 gêneros e 136 espécies foi catalogado, sendo 12 nativas do Brasil, 11 naturalizadas e 20 exóticas cultivadas. A maioria das espécies tem uso unicamente medicinal, 21% têm uso estritamente alimentício e 32% são multifuncionais Anacardium occidentale e Eugenia brasiliensis (nativas), Persea americana e Psidium guajava  (naturalizadas), Citrus × limon e Citrus sinensis (cultivadas) foram as espécies mais valorizadas pelos entrevistados. A inclusão de espécies nativas do Brasil e naturalizadas ou exóticas não africanas na dieta alimentar e flora medicinal  testemunham o ajuste cultural e ambiental que adquiriram para sobreviver e diversificar suas tradições.


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  • ZILDA ELLEN BAIAO NEVES
  • O impacto da Agricultura de Corte e Queima em atributos ecofisiológicos de espécies lenhosas da Caatinga.

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • HIRAM MARINHO FALCAO
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 28/04/2022

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  • Em florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) como a Caatinga, algumas espécies lenhosas utilizam da capacidade de rebrota para tolerar estresses antropogênicos. Isto se faz importante em relação à agricultura de corte e queima (ACQ), prática de cunho histórico, conhecida por gerar impactos severos no solo e comunidade vegetal de FTSS. Neste sentido, analisar como estas espécies modulam ecofisiologicamente suas respostas perante este estresse se faz importante para compreender padrões e dinâmicas atuais e futuras para as FTSS. Assim, o presente estudo teve como objetivo compreender as relações entre a agricultura de corte e queima (A.C.Q.) e três traços funcionais foliares em 6 espécies lenhosas da Caatinga com capacidade de rebrota, sendo elas Pityrocarpa moniliformis, Senna cana, Eugenia brejoensis, Campomanesia eugenioides, Handroanthus impetiginosus e Z. stelligerum. Para tal, analisou-se 1. a dinâmica de Carboidratos não estruturais (CNE) e seus constituintes (Açúcares solúveis - AS e Amido), 2. de nutrientes (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) e 3. Custo de Construção Foliar (CCF) em três períodos em relação à A.C.Q.: pré, pós 3 meses e pós 6 meses. Em nossos resultados, observamos  para 4 das 6 espécies, a redução de CNE total e Açúcares solúveis pós 3 meses, enquanto que os valores para o período 6 meses pós A.C.Q. continuaram reduzindo ou sofreram leve aumento a níveis similares ao pré A.C.Q. Para o amido, observou-se aumento nos dois períodos de coleta em relação ao pré A.C.Q. Em relação ao CCF, observou-se queda nos valores pós 3 meses e aumento pós 6 meses para 4 das 6 espécies. Para a maioria das espécies, os níveis de N e P foliares aumentaram pós 3 meses, apresentando maior variação entre as espécies pós 6 meses. Em suma, a queda dos valores de CNE e AS, juntamente aos menores valores de CCF quando comparado com o pré A.C.Q. apontam para os efeitos do estresse em questão mesmo tratando-se de espécies tolerantes. O aumento de N e P logo após o estresse pode estar ligado à adubagem derivada das cinzas, enquanto que a variação posterior nos valores pós 6 meses pode estar ligada à perda desses elementos no ambiente por processos como os de lixiviação e erosão. Nosso estudo evidencia o impacto da A.C.Q. nos traços funcionais de espécies lenhosas de FTSS e reforça o alerta quanto à continuidade desta prática em áreas já vulneráveis pelas mudanças climáticas. 


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  • Em florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) como a Caatinga, algumas espécies lenhosas utilizam da capacidade de rebrota para tolerar estresses antropogênicos. Isto se faz importante em relação à agricultura de corte e queima (ACQ), prática de cunho histórico, conhecida por gerar impactos severos no solo e comunidade vegetal de FTSS. Neste sentido, analisar como estas espécies modulam ecofisiologicamente suas respostas perante este estresse se faz importante para compreender padrões e dinâmicas atuais e futuras para as FTSS. Assim, o presente estudo teve como objetivo compreender as relações entre a agricultura de corte e queima (A.C.Q.) e três traços funcionais foliares em 6 espécies lenhosas da Caatinga com capacidade de rebrota, sendo elas Pityrocarpa moniliformis, Senna cana, Eugenia brejoensis, Campomanesia eugenioides, Handroanthus impetiginosus e Z. stelligerum. Para tal, analisou-se 1. a dinâmica de Carboidratos não estruturais (CNE) e seus constituintes (Açúcares solúveis - AS e Amido), 2. de nutrientes (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) e 3. Custo de Construção Foliar (CCF) em três períodos em relação à A.C.Q.: pré, pós 3 meses e pós 6 meses. Em nossos resultados, observamos  para 4 das 6 espécies, a redução de CNE total e Açúcares solúveis pós 3 meses, enquanto que os valores para o período 6 meses pós A.C.Q. continuaram reduzindo ou sofreram leve aumento a níveis similares ao pré A.C.Q. Para o amido, observou-se aumento nos dois períodos de coleta em relação ao pré A.C.Q. Em relação ao CCF, observou-se queda nos valores pós 3 meses e aumento pós 6 meses para 4 das 6 espécies. Para a maioria das espécies, os níveis de N e P foliares aumentaram pós 3 meses, apresentando maior variação entre as espécies pós 6 meses. Em suma, a queda dos valores de CNE e AS, juntamente aos menores valores de CCF quando comparado com o pré A.C.Q. apontam para os efeitos do estresse em questão mesmo tratando-se de espécies tolerantes. O aumento de N e P logo após o estresse pode estar ligado à adubagem derivada das cinzas, enquanto que a variação posterior nos valores pós 6 meses pode estar ligada à perda desses elementos no ambiente por processos como os de lixiviação e erosão. Nosso estudo evidencia o impacto da A.C.Q. nos traços funcionais de espécies lenhosas de FTSS e reforça o alerta quanto à continuidade desta prática em áreas já vulneráveis pelas mudanças climáticas. 

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  • ARYANE DO NASCIMENTO ACCIOLY
  • Estudos morfoanatômicos em folhas de espécies do semiárido brasileiro: uma visão ecológica.

  • Orientador : EMILIA CRISTINA PEREIRA DE ARRUDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
  • EMILIA CRISTINA PEREIRA DE ARRUDA
  • JARCILENE SILVA DE ALMEIDA
  • Data: 31/05/2022

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  • Alta intensidade luminosa, altas temperaturas e períodos de déficit hídrico são os principais fatores abióticos capazes de promover ajustes estruturais nas plantas. Por vezes, espécies vegetais que coexistem em ambientes estressantes como a Caatinga tendem a desenvolver estratégias adaptativas semelhantes, gerando uma convergência adaptativa. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo principal realização de uma revisão sistemática sob a ótica da anatomia foliar, visando traçar o conjunto de caracteres morfoanatômicos e o possível estabelecimento de correlações dentre esses caracteres para as plantas na Caatinga. Para isso foram realizadas buscas sistemáticas em bases de dados e a construção de matrizes. Foram coletados dados de 64 espécies, distribuídas em 23 famílias botânicas. Nossos resultados demonstraram que caracteres morfoanatômicas como epiderme unisseriada (96,6%), tricomas (81%), parênquima lacunoso multiestratificado (76,7%), cristais (76,2%), cutícula (74,6%), mesofilo do tipo dorsiventral (72,9%), folha anfiestomática (62,7%) e parênquima paliçádico uniestratificado (40,4%) são os mais reportados para a Caatinga dentre as espécies analisadas. Correlações positivas entre a espessura dos tecidos do mesofilo, epiderme e cutícula foram observadas. A análise de ordenação demonstrou grande parte das espécies avaliadas compartilham do mesmo conjunto de caracteres morfoanatômicos, o que caracteriza uma possível convergência adaptativa. A partir dessa revisão foi possível traçar o conjunto de estratégias mais compartilhadas entre as espécies analisadas e qual a relevância desses caracteres para um ambiente semiárido.


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  • Alta intensidade luminosa, altas temperaturas e períodos de déficit hídrico são os principais fatores abióticos capazes de promover ajustes estruturais nas plantas. Por vezes, espécies vegetais que coexistem em ambientes estressantes como a Caatinga tendem a desenvolver estratégias adaptativas semelhantes, gerando uma convergência adaptativa. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo principal realização de uma revisão sistemática sob a ótica da anatomia foliar, visando traçar o conjunto de caracteres morfoanatômicos e o possível estabelecimento de correlações dentre esses caracteres para as plantas na Caatinga. Para isso foram realizadas buscas sistemáticas em bases de dados e a construção de matrizes. Foram coletados dados de 64 espécies, distribuídas em 23 famílias botânicas. Nossos resultados demonstraram que caracteres morfoanatômicas como epiderme unisseriada (96,6%), tricomas (81%), parênquima lacunoso multiestratificado (76,7%), cristais (76,2%), cutícula (74,6%), mesofilo do tipo dorsiventral (72,9%), folha anfiestomática (62,7%) e parênquima paliçádico uniestratificado (40,4%) são os mais reportados para a Caatinga dentre as espécies analisadas. Correlações positivas entre a espessura dos tecidos do mesofilo, epiderme e cutícula foram observadas. A análise de ordenação demonstrou grande parte das espécies avaliadas compartilham do mesmo conjunto de caracteres morfoanatômicos, o que caracteriza uma possível convergência adaptativa. A partir dessa revisão foi possível traçar o conjunto de estratégias mais compartilhadas entre as espécies analisadas e qual a relevância desses caracteres para um ambiente semiárido.

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  • JOSEFA RODRIGUES CARNEIRO
  • SOB AS LUZES DA CIDADE: EFEITO DA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NA POLINIZAÇÃO POR MORCEGOS EM CRATEVA TAPIA L. (CAPPARACEAE)

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNELISE FRAZÃO NUNES
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • NATAN MESSIAS DE ALMEIDA
  • Data: 30/08/2022

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  • Compreender a biologia reprodutiva das angiospermas é determinante para garantir sua conservação, inclusive em áreas urbanas que proporcionam condições favoráveis para ocorrência de interações planta-animal. O aumento da iluminação artificial nos centros urbanos pode afetar os polinizadores noturnos, mas desconhece-se como esse efeito incide sobre morcegos polinizadores. Aqui investigamos o sistema de polinização de Crateva tapia em área urbana e testamos como a luz artificial afeta a frequência de seus visitantes. No primeiro capítulo, descrevemos sua biologia floral e polinização por morcegos, investigando aspectos da fenologia, sequência de antese, morfologia, sistema sexual, sistema reprodutivo, sinalização (voláteis e refletância espectral das estruturas florais), frequência e comportamento de visitantes. Crateva tapia apresenta um único ciclo reprodutivo anual. Suas flores são poligomonoicas, emitem majoritariamente (E)-β-Ocimene e Álcool benzílico como compostos voláteis e apresentam pico de reflectância na faixa do verde-amarelo. Registramos polinização por Glossophaga soricina e Phyllostomus discolor. No segundo capítulo, testamos o efeito da iluminação artificial nessa interação, através do monitoramento da frequência de visitas em indivíduos sob diferentes condições de iluminação. A iluminação variou mais dentro do que entre os indivíduos da população. A visitação por morcegos em C. tapia não foi afetada pela iluminação, mas a área da copa aumenta positivamente sua frequência. Nossos resultados reforçam a importância de preservar grandes árvores nas cidades como fontes de alimento para morcegos nectarívoros, mesmo em ambientes com bastante luz.


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  • Compreender a biologia reprodutiva das angiospermas é determinante para garantir sua conservação, inclusive em áreas urbanas que proporcionam condições favoráveis para ocorrência de interações planta-animal. O aumento da iluminação artificial nos centros urbanos pode afetar os polinizadores noturnos, mas desconhece-se como esse efeito incide sobre morcegos polinizadores. Aqui investigamos o sistema de polinização de Crateva tapia em área urbana e testamos como a luz artificial afeta a frequência de seus visitantes. No primeiro capítulo, descrevemos sua biologia floral e polinização por morcegos, investigando aspectos da fenologia, sequência de antese, morfologia, sistema sexual, sistema reprodutivo, sinalização (voláteis e refletância espectral das estruturas florais), frequência e comportamento de visitantes. Crateva tapia apresenta um único ciclo reprodutivo anual. Suas flores são poligomonoicas, emitem majoritariamente (E)-β-Ocimene e Álcool benzílico como compostos voláteis e apresentam pico de reflectância na faixa do verde-amarelo. Registramos polinização por Glossophaga soricina e Phyllostomus discolor. No segundo capítulo, testamos o efeito da iluminação artificial nessa interação, através do monitoramento da frequência de visitas em indivíduos sob diferentes condições de iluminação. A iluminação variou mais dentro do que entre os indivíduos da população. A visitação por morcegos em C. tapia não foi afetada pela iluminação, mas a área da copa aumenta positivamente sua frequência. Nossos resultados reforçam a importância de preservar grandes árvores nas cidades como fontes de alimento para morcegos nectarívoros, mesmo em ambientes com bastante luz.

Teses
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  • AMÁLIA IBIAPINO MOURA
  • EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA EM Cuscuta L. (CONVOLVULACEAE)

  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MARIELA ANALÍA SADER
  • REGINALDO DE CARVALHO
  • Data: 21/02/2022

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  • O gênero Cuscuta L. é bastante variado citogeneticamente, apresenta ampla variação de número e tamanho cromossômico e tamanhos do genoma, além de espécies com cariótipos bimodais, e cromossomos monocentricos e holocêntricos. Estudos recentes sugerem a influência do DNA repetitivo na evolução cariotípica do gênero. Para entender o papel das sequências repetitivas no surgimento de cariótipos bimodais em Cuscuta, foi utilizado o sequenciamento de baixa cobertura do genoma de C. nitida (subgênero Pachystigma). Também foram avaliadas a distribuição de bandas CMA/DAPI nessa e em outras duas espécies do mesmo subgênero. Os dados demonstram que o acúmulo de DNA repetitivo nos dois maiores pares cromossômicos de C. nitida, foi o principal responsável pelo surgimento do cariótipo bimodal dessa espécie. No segundo capítulo, foram realizadas reconstruções de caracteres ancestrais de número cromossômico, tamanho do genoma e distribuição de sítios de DNAr 5S e 35S, para entender os mecanismos envolvidos na evolução cariotípica do gênero Cuscuta. Os dados suportam n = 15 como número básico ancestral em Cuscuta e as mudanças numéricas ocorreram principalmente por poliploidias e disploidias. Além disso, houve uma expansão do tamanho do genoma em Cuscuta em relação as outras Convolvulaceaes. Por fim, os sítios de DNAr em Cuscuta apresenta grande variação de número e posição. Cuscuta apresenta uma excepcional diversidade cariotípica dentro das angiospermas. Diferentes mecanismos evolutivos são preponderantes na diversidade encontrada nos diferentes subgêneros de Cuscuta.


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  • O gênero Cuscuta L. é bastante variado citogeneticamente, apresenta ampla variação de número e tamanho cromossômico e tamanhos do genoma, além de espécies com cariótipos bimodais, e cromossomos monocentricos e holocêntricos. Estudos recentes sugerem a influência do DNA repetitivo na evolução cariotípica do gênero. Para entender o papel das sequências repetitivas no surgimento de cariótipos bimodais em Cuscuta, foi utilizado o sequenciamento de baixa cobertura do genoma de C. nitida (subgênero Pachystigma). Também foram avaliadas a distribuição de bandas CMA/DAPI nessa e em outras duas espécies do mesmo subgênero. Os dados demonstram que o acúmulo de DNA repetitivo nos dois maiores pares cromossômicos de C. nitida, foi o principal responsável pelo surgimento do cariótipo bimodal dessa espécie. No segundo capítulo, foram realizadas reconstruções de caracteres ancestrais de número cromossômico, tamanho do genoma e distribuição de sítios de DNAr 5S e 35S, para entender os mecanismos envolvidos na evolução cariotípica do gênero Cuscuta. Os dados suportam n = 15 como número básico ancestral em Cuscuta e as mudanças numéricas ocorreram principalmente por poliploidias e disploidias. Além disso, houve uma expansão do tamanho do genoma em Cuscuta em relação as outras Convolvulaceaes. Por fim, os sítios de DNAr em Cuscuta apresenta grande variação de número e posição. Cuscuta apresenta uma excepcional diversidade cariotípica dentro das angiospermas. Diferentes mecanismos evolutivos são preponderantes na diversidade encontrada nos diferentes subgêneros de Cuscuta.

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  • JOÃO BOSCO DA SILVA JÚNIOR
  • Variação sazonal no teor de óleo e perfil de ácidos graxos de sementes de Tarenaya longicarpa Soares Neto & Roalson (Cleomaceae) e Cynophalla flexuosa J. Presl. (Capparaceae)


  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORAH YARA ALVES CURSINO DOS SANTOS
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • LAISE DE HOLANDA CAVALCANTI ANDRADE
  • LUIZ OLIVEIRA DA COSTA FILHO
  • MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 22/02/2022

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  • O Brasil possui uma elevada biodiversidade, com diferentes espécies com potencial oleaginoso; algumas delas já são amplamente usadas; outras são negligenciadas. Visando a aplicação industrial do óleo de sementes e a busca de novas fontes de óleo vegetal, o presente estudo objetivou avaliar o efeito de parâmetros climáticos sobre o teor de óleo e composição química de sementes de Tarenaya longicarpa e Cynophalla flexuosa, duas espécies encontradas em floresta atlântica e sazonalmente seca, do Nordeste do Brasil. A temperatura e a precipitação influenciaram no teor de óleo e perfil de ácidos graxos de T. longicarpa; contudo o perfil de óleo foi marcadamente insaturado; o teor de óleo variou de 15,4- 42,9%, e a estação chuvosa obteve os maiores teores de óleo e percentuais de ácido linolênico, oleico, palmítico e esteárico, os ácidos graxos majoritários para a espécie.  Para C. flexuosa, a latitude, altitude, temperatura e precipitação influenciaram no perfil de ácidos graxos. Os ácidos palmítico, oleico, esteárico e linoleico também foram os majoritários. Assim, o óleo das sementes de T.longicarpa pode ser usado na indústria alimentícia e de biocombustíveis; enquanto que o óleo de sementes de C. flexuosa pode ter aplicação na indústria de sabão e detergente


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  • O propósito deste estudo foi avaliar a influência de alguns fatores geoclimáticos no teor de óleo e no perfil de ácidos graxos de Tarenaya longicarpa (Cleomaceae) e Cynophalla flexuosa (Capparaceae). O teor de óleo de sementes de T. longicarpa variou de 15,4% a 42,9% entre as localidades de Recife, Caruaru e Serra Talhada, e, nestas, entre os períodos seco e chuvoso de coleta. Dez ácidos graxos foram identificados, sendo o ácido linoleico o principal ácido graxo identificado. Análises de correlação e multivariadas (PCA e UPGMA) mostraram que o teor de óleo e o perfil de ácidos graxos foram correlacionados apenas com a temperatura. O teor de ácido palmítico, por exemplo, foi positivamente correlacionado com este parâmetro, enquanto que o conteúdo do ácido oleico, um ácido graxo insaturado, foi negativamente correlacionado. Para as sementes de C. flexuosa, prevenientes de áreas de Restinga e Caatinga, o teor médio de óleo variou de 15,59% a 22,74%, mas não foram diferentes estatisticamente. O perfil de ácidos graxos foi predominantemente saturado nas sementes ocorrentes na Restinga e levemente insaturado nas sementes oriundas da Caatinga. Análises multivariadas indicaram que altitude, temperatura, longitude e latitude influenciaram a composição de ácidos graxos. Assim como T. longicarpa, o óleo de sementes de C. flexuosa possui uma composição para indústria alimentícia e de biodiesel, em adição ao seu potencial para a indústria de sabão e detergente.

3
  • MAYARA MAGNA SILVA
  • Aspectos populacionais de Cyatheaceae na Floresta Atlântica Nordestina

  • Orientador : IVA CARNEIRO LEAO BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IVA CARNEIRO LEAO BARROS
  • JAIRO LIZANDRO SCHMITT
  • KATIA CAVALCANTI PORTO
  • MERCIA PATRICIA PEREIRA SILVA
  • RAFAEL DE PAIVA FARIAS
  • Data: 22/02/2022

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  • Os estudos populacionais fornecem informações essenciais sobre os fatores que regulam a sobrevivência das espécies. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi investigar o status de regeneração e a influência dos fatores ambientais sobre os aspectos populacionais de espécies de Cyatheaceae ocorrentes na Floresta Atlântica Nordestina. Além disso, foi analisada a demografia de duas populações de Cyatheaceae pertencentes a duas espécies endêmicas da Floresta Atlântica brasileira. Variações dos aspectos populacionais em relação aos fatores ambientais foram avaliadas em populações distribuídas em cinco áreas, assim como a dinâmica de Cyathea abreviata e C. praecincta em duas populações ocorrentes em um dos cinco remanescentes. As relações entre o microambiente e os aspectos populacionais foram avaliadas através de Modelos Lineares Generalizados Mistos e para a demografia foi aplicada a análise de modelos populacionais matriciais. No geral, as populações apresentaram regeneração moderada, baixa densidade e forte influência do microambiente na estrutura populacional, indicando o determinismo ambiental como um fator atuante na estruturação das populações. Os modelos matriciais mostraram uma taxa de crescimento finita (λ) menor que um, indicando declínio populacional das duas populações, com a sobrevivência/permanência no estágio juvenil sendo considerado como o estágio chave da história de vida das espécies. Os resultados obtidos reforçam a necessidade de ações de conservação que possibilitem o estabelecimento e crescimento de indivíduos juvenis com o objetivo de reduzir os riscos de extinção local destas populações.



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  • Os estudos populacionais fornecem informações vitais sobre fatores que regulam a sobrevivência das espécies de plantas, sendo importantes ferramentas para a implementação de planos de conservação de populações naturais, principalmente no que diz respeito a populações em paisagens fragmentadas como a Floresta Atlântica brasileira. Desta forma, foi investigado a influência dos fatores microambientais na estrutura, densidade e tamanho de populações de Cyatheaceae na Floresta Atlântica nordestina, bem como determinado a dinâmica de uma população de Cyathea abreviata (Cyatheaceae), espécie endêmica com distribuição restrita para o Nordeste do Brasil. As variáveis ambientais analisadas mostraram uma forte influência na estrutura populacional, indicando que a variação na estrutura das populações estudadas pode ser parcialmente atribuída às diferenças nos fatores microambientais. A única população de C. abreviata encontrada no primeiro estudo foi demarcada em uma parcela permanente de 400 m2, onde o crescimento, sobrevivência e fecundidade dos indivíduos foram registrados.  Os dados demográficos foram analisados com o uso de modelos matriciais para avaliar a taxa de crescimento populacional e detectar os principais estágios de desenvolvimento que influência nesse parâmetro. Com base nas projeções anuais, a população se encontrou estável, podendo apresentar um crescimento moderado nos próximos 10 anos. Plântulas tem a maior taxa de mortalidade e poucos indivíduos foram recrutados. Os resultados obtidos reforçam a necessidade de conservação das áreas de estudo com o objetivo de reduzir os riscos de extinção local destas populações.

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  • RONALD NOUTCHEU
  • Efeito das perturbações antrópicas crônicas e fatores ambientais na regeneração natural na floresta seca da caatinga


  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAINER MATTHIAS WIRTH
  • CARINE EMER
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 23/02/2022

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  • A regeneração natural é um processo ecológico complexo e importante que envolve vários fatores que contribuem para a recuperação dos ecossistemas florestais. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de perturbações antrópicas crônicas (PAC) e fatores ambientais sobre os mecanismos de regeneração (Capítulo 1) e avaliar como rebrotas do tamanho de plântulas respondem à poda experimental ao longo de gradientes de perturbações e ambientais (Capítulo 2) em uma floresta seca da Caatinga. Os dados de estrutura, riqueza, diversidade e composição de regeneração foram coletados em 18 0.1 há parcelas e o corte experimental em 15 dessas 18 parcelas no Parque Nacional do Catimbau. Encontramos assembleias sementes e regenerantes pouco densas e empobrecidas. A rebrota foi o mecanismo de regeneração mais importante, principalmente a partir do caule. Efeitos contrastantes de PAC e fatores ambientais foram observados nas assembleias em regeneração. Observamos uma alta capacidade de rebrota ao corte, com marcantes variações interespecíficas. O número de brotos foi negativamente influenciado pela aridez e fertilidade do solo. Além disso, considerando as espécies mais amplamente distribuídas nos gradientes, efeitos negativos e positivos das PAC, índice de área foliar e aridez foram observados no comprimento do brotos, diâmetro do brotos e índices de capacidade de rebrota dessas espécies. Esses resultados demonstram o efeito negativo das PAC sobre as assembleias em regeneração e mostram a capacidade das rebrotas de plântulas de persistir na área perturbada.



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  • A regeneração natural é um processo ecológico complexo e importante que envolve vários fatores que contribuem para a recuperação dos ecossistemas florestais. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de perturbações antrópicas crônicas (PAC) e fatores ambientais sobre os mecanismos de regeneração (Capítulo 1) e avaliar como rebrotas do tamanho de plântulas respondem à poda experimental ao longo de gradientes de perturbações e ambientais (Capítulo 2) em uma floresta seca da Caatinga. Os dados de estrutura, riqueza, diversidade e composição de regeneração foram coletados em 18 0.1 há parcelas e o corte experimental em 15 dessas 18 parcelas no Parque Nacional do Catimbau. Encontramos assembleias sementes e regenerantes pouco densas e empobrecidas. A rebrota foi o mecanismo de regeneração mais importante, principalmente a partir do caule. Efeitos contrastantes de PAC e fatores ambientais foram observados nas assembleias em regeneração. Observamos uma alta capacidade de rebrota ao corte, com marcantes variações interespecíficas. O número de brotos foi negativamente influenciado pela aridez e fertilidade do solo. Além disso, considerando as espécies mais amplamente distribuídas nos gradientes, efeitos negativos e positivos das PAC, índice de área foliar e aridez foram observados no comprimento do brotos, diâmetro do brotos e índices de capacidade de rebrota dessas espécies. Esses resultados demonstram o efeito negativo das PAC sobre as assembleias em regeneração e mostram a capacidade das rebrotas de plântulas de persistir na área perturbada.

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  • LUCAS ALEXANDRE DE SOUZA COSTA
  • DIVERSIFICAÇÃO GENÔMICA EM RHYNCHOSPORA VAHL. (CYPERACEAE), UM GÊNERO COM CROMOSSOMOS HOLOCÊNTRICOS

  • Orientador : LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ LUÍS LAFORGA VANZELA
  • GIOVANA AUGUSTA TORRES
  • DIOGO CAVALCANTI CABRAL DE MELLO
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • LYDERSON FACIO VICCINI
  • Data: 24/02/2022

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  • Com os avanços nas técnicas de sequenciamento genômico, foi descoberto que a maior parte do genoma das plantas é composto por DNA repetitivo, especialmente DNAs Satélite e retroelementos-LTR. Apesar de não codificarem proteínas essenciais para o hospedeiro, estas sequências podem alterar o espaço genético/epigenético e promover funções estruturais para determinadas regiões cromossômicas. Além disso, a variabilidade na abundância de diferentes tipos de DNA repetitivo pode estar ligada a respostas naturais destes a estresses ambientais. Nesta tese, buscamos investigar o impacto de diferentes DNAs repetitivos na evolução genômica e diversificação do gênero holocêntrico Rhynchospora Vahl (Cyperaceae). No primeiro capítulo, nós validamos o uso do subproduto de sequenciamento por captura de alvo para a identificação, localização cromossômica e filogenômica comparativa de DNA repetitivo. No segundo capítulo, estudamos a evolução do DNASat Tyba em uma ampla amostragem do gênero, mostrando alta conservação de sequência do satélite, provavelmente ligada à uma possível vantagem estrutural promovida aos holocentrômeros. No terceiro capítulo, investigamos diferentes fatores que possam ter influenciado a abundância de retroelementos-LTR nos genomas de Rhynchospora. Foi visto que a abundância desses elementos é impactada por uma combinação de fatores genômicos, temporais, ambientais e, principalmente, filogenéticos. No geral, nossos resultados contribuem para um maior conhecimento do impacto de Tyba e de retroelementos LTR na evolução genômica de Rhynchospora, além de demonstrar o potencial do estudo de elementos repetitivos num contexto macroevolutivo.


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  • Com os avanços nas técnicas de sequenciamento genômico, foi descoberto que a maior parte do genoma das plantas é composto por DNA repetitivo, especialmente DNAs Satélite e retroelementos-LTR. Apesar de não codificarem proteínas essenciais para o hospedeiro, estas sequências podem alterar o espaço genético/epigenético e promover funções estruturais para determinadas regiões cromossômicas. Além disso, a variabilidade na abundância de diferentes tipos de DNA repetitivo pode estar ligada a respostas naturais destes a estresses ambientais. Nesta tese, buscamos investigar o impacto de diferentes DNAs repetitivos na evolução genômica e diversificação do gênero holocêntrico Rhynchospora Vahl (Cyperaceae). No primeiro capítulo, nós validamos o uso do subproduto de sequenciamento por captura de alvo para a identificação, localização cromossômica e filogenômica comparativa de DNA repetitivo. No segundo capítulo, estudamos a evolução do DNASat Tyba em uma ampla amostragem do gênero, mostrando alta conservação de sequência do satélite, provavelmente ligada à uma possível vantagem estrutural promovida aos holocentrômeros. No terceiro capítulo, investigamos diferentes fatores que possam ter influenciado a abundância de retroelementos-LTR nos genomas de Rhynchospora. Foi visto que a abundância desses elementos é impactada por uma combinação de fatores genômicos, temporais, ambientais e, principalmente, filogenéticos. No geral, nossos resultados contribuem para um maior conhecimento do impacto de Tyba e de retroelementos LTR na evolução genômica de Rhynchospora, além de demonstrar o potencial do estudo de elementos repetitivos num contexto macroevolutivo.

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  • LAYS KLÉCIA SILVA LINS
  • Influência de caprinos na regeneração da Caatinga


  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARINE EMER
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • MARCELO TABARELLI
  • RAINER MATTHIAS WIRTH
  • Data: 24/02/2022

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  • As práticas da pecuária extensiva nos ecossistemas naturais podem reduzir a capacidade de regeneração da vegetação e induzir ecossistemas a estados permanentes de degradação, especialmente em áreas de florestas secas onde essas práticas são constantes e garantem a subsistência de populações humanas. Sendo necessários estudos de como o pastejo de grandes herbívoros impacta mecanismos de regeneração que garantem a resiliência dessas florestas (i.e., banco de sementes e banco de plântulas), esta tese aborda o efeito de caprinos criados extensivamente na Caatinga, o maior bloco de florestas secas da América do Sul, através de um experimento de exclusão. O banco de sementes nessa região é pouco abundante (56 sementes/m²), empobrecido (24 espécies) e de curta duração e não há efeito de caprinos nesse mecanismo de regeneração quanto à proporção de sementes viáveis, riqueza ou beta diversidade. A sobrevivência observada de plântulas adicionadas experimentalmente é maior em áreas de exclusão (68.4%) quem em áreas de pastejo (39%). Observações da dinâmica natural de plântulas ao longo de 05 anos indicam que caprinos impactam negativamente a diversidade de plântulas, através do aumento da mortalidade (2.3 vezes maior que em áreas de exclusão) e diminuição da diversidade alfa e beta, embora mudanças no recrutamento não tenham sido observadas. Esses resultados indicam que caprinos podem alterar processos de regeneração em florestas secas, diminuindo a capacidade de resiliência principalmente associada ao estabelecimento de plântulas.


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  • As florestas tropicais representam um meio de subsistência para milhões de habitantes no mundo através de práticas como pecuária. No entanto, os impactos dessas atividades podem levar os ecossistemas à estados permanentes de degradação, podendo afetar o processo de regeneração, ameaçando então a manutenção da biodiversidade. Esse cenário é observado em muitas florestas tropicais secas como na Caatinga brasileira, onde estima-se que 93% de toda criação nacional de caprinos esteja concentrada e há evidência de que tal atividade contribua para desertificação do ecossistema. Esta tese tem como objetivo entender os efeitos de caprinos nos mecanismos de regeneração natural em comunidades de plantas lenhosas na Caatinga. Parcelas de livre acesso aos caprinos e a outras onde os caprinos foram excluídos através de cercas foram utilizadas para avaliar os efeitos desses animais no banco de sementes e na dinâmica de plântulas. Nossos resultados indicam que o banco de sementes na Caatinga é pouco persistente e não há efeito de caprinos nesse mecanismo de regeneração. Foram observados impactos negativos na diversidade de espécies de plântulas, através do aumento da mortalidade e diminuição da diversidade alfa e beta, embora mudanças no recrutamento não tenham sido observadas. Esses resultados podem fornecer subsídios para recomendações de práticas de gestão que protegem e fomentam a biodiversidade das florestas secas, ao mesmo tempo que sustentam os meios de subsistência locais.

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  • MILENA NUNES BERNARDES GOETZ
  • EFEITOS DA FRAGMENTAÇÃO E ATRASO DE RESPOSTA NA DIVERSIDADE FUNCIONAL E TAXONÔMICA DAS SAMAMBAIAS EM FLORESTA ATLÂNTICA


  • Orientador : IVA CARNEIRO LEAO BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IVA CARNEIRO LEAO BARROS
  • JAIRO LIZANDRO SCHMITT
  • KATIA CAVALCANTI PORTO
  • MERCIA PATRICIA PEREIRA SILVA
  • RAFAEL DE PAIVA FARIAS
  • Data: 24/02/2022

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  • A fragmentação é uma das principais ameaças a biodiversidade, causando alterações na riqueza, composição, estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Os objetivos é investigar a influência dos efeitos gerados pela fragmentação florestal na diversidade funcional e taxonômica das samambaias (Cap. I) e verificar se ocorre atraso de resposta das samambaias frente a fragmentação florestal (Cap. II). Foi desenvolvido a partir de uma revisão de literatura (Cap. I) e de coletas em sete fragmentos florestais de Floresta Atlântica (Cap. I e II). Foi registradas 170 espécies (Cap. I) e 77 espécies (Cap. II). Ocorreu uma elevada sobreposição dos traços funcionais entre borda/interior, porém presença de tricomas e escamas e textura cartácea relacionaram-se com o interior e textura papirácea e rizoma ereto com a borda dos fragmentos. As características espaciais das manchas não influenciaram a diversidade taxonômica e funcional. Os fragmentos florestais sofreram com a fragmentação ao longo do tempo, alguns perderam mais habitat e outros ficaram mais isolados. As samambaias apresentaram relações com a paisagem do passado, configurando em uma dívida de extinção. Além disso, as espécies especialistas tiveram um tempo de resposta mais rápido que as generalistas. Concluímos que as samambaias apresentaram limitações funcionais, filtragem de traços funcionais e dívida de extinção frente a fragmentação. Isso ilustra a importância de se conservar e restaurar áreas já impactadas garantindo a manutenção da diversidade de samambaias e evitar a extinção de espécies futuramente.  


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  • A fragmentação é uma das principais ameaças a biodiversidade, causando alterações na riqueza, composição, estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Os objetivos principais deste estudo é investigar a influência dos efeitos gerados pela fragmentação florestal na diversidade funcional e taxonômica das samambaias (Cap. I) e verificar se ocorre atraso de resposta das samambaias frente a fragmentação florestal (Cap. II). Foi desenvolvido a partir de uma revisão de literatura (Cap. I) e de coletas em sete fragmentos florestais de Floresta Atlântica (Cap. I e II). Foi encontrada 170 espécies (Cap. I) e 77 espécies (Cap. II). Foi observada uma elevada sobreposição dos traços funcionais entre borda/interior, o efeito de borda selecionou rizoma ereto (borda) e cartácea (interior) e a borda afetou negativamente a diversidade taxonômica e funcional. As características espaciais das manchas não influenciaram a diversidade taxonômica e funcional. Os fragmentos florestais sofreram com a fragmentação ao longo do tempo, alguns perderam mais habitat e outros ficaram mais isolados. Foi observada dívida de extinção, isso porque a comunidade de samambaias obteve relações com a paisagem do passado e as espécies especialistas tiveram um tempo de resposta mais rápido. Concluímos que as samambaias apresentaram limitações funcionais, filtragem de traços funcionais e dívida de extinção frente a fragmentação. Isso ilustra a importância de se conservar e restaurar áreas já impactadas garantindo a manutenção da diversidade de samambaias e evitar a extinção de espécies futuramente

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  • MARIANA SANTOS DE SOUZA GONCALVES
  • DISTRIBUIÇÃO DOS AÇÚCARES E DESEMPENHO ECOFISIOLÓGICO DE ESPÉCIES LENHOSAS EM RESPOSTA A DISPONIBILIDADE HÍDRICA

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE LUIZ ALVES DE LIMA
  • CAMILA DIAS BARROS MEDEIROS
  • EVERARDO VALADARES DE SA BARRETTO SAMPAIO
  • MARIA FABIOLA GOMES DA SILVA DE BARROS
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 30/05/2022

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  • O investimento eficiente em carbono (C) pode determinar o desempenho de espécies lenhosas em ambientes com recursos limitados, como a disponibilidade de água em Florestas Tropicais Secas (FTS). A habilidade de particionar e armazenar os compostos de C pode ser crítica para o sucesso de plantas decíduas de regiões como a Caatinga, que experienciam eventos seca ao longo de sua história de vida. Dessa forma, o presente estudo avaliou a variação no particionamento de carboidratos não estruturais (CNE) e Custo de Construção Foliar (CC), em onze espécies lenhosas nativas da Caatinga que apresentam diferentes distribuições em áreas com média de precipitação anual (MPA) extremas: (1) maior distribuição sob alto MPA (+AU); (2) maior distribuição sob baixa MPA (+AS) e distribuição semelhante em ambas as áreas (AM), bem como, os aspectos ecofisiológicos de uma dessas espécies submetidas a ciclos recorrentes de déficit hídrico. Foram avaliados os parâmetros de trocas gasosas, conteúdo hídrico foliar (CHR), conteúdo de CNE e seus componentes (açúcares solúveis (AST) e amido) em folha, caule e raiz e CC foliar. Sob ciclo recorrente de déficit hídrico a espécie Cenostigma micrphyllum, escolhida devido a sua ampla distribuição na Caatinga, apresentou estratégias distintas nos dois ciclos. No ciclo 1, o CHR foi mantido à custa de uma rápida queda nas trocas gasosas e leve acúmulo de AST no caule e raízes, em detrimento do crescimento em altura e diâmetro do caule. No ciclo 2, o CHR permaneceu 40% superior ao menor nível medido no primeiro déficit hídrico, e a assimilação de CO2 permaneceu duas vezes maior nas plantas previamente estressadas. O conteúdo de AST dos caules e raízes foi fortemente correlacionado com o CHR antes do amanhecer. Em campo, a partição de CNE nas plantas variou de acordo os grupos de espécies, mas não diferiu entre as áreas. +AU apresentou 60% do conteúdo de CNE nas folhas, enquanto AM e +AS apresentaram investimentos de 30 % e 40% respctiavamente, também em raiz. O AST foi o componente principal dos CNE em todos os grupos. +AS apresentaram maiores concentrações de AST em caule e raiz em locais de baixa MPA. Os resultados indicam que em espécies de FTS a dinâmica de CNE varia de acordo com a capacidade de tolerar a seca e que eventos recorrentes melhoraram as respostas ao estresse, mas as plantas serão cada vez menores. Caules e raízes são os principais órgãos de acúmulo de CNE, melhorando o status hídrico e permitindo melhor segurança hidráulica. Os resultados ajudam a entender os riscos e ameaças na sobrevivência dessas espécies, tendo em vista que, em cenários futuros, passarão períodos cada vez maiores sem folhas.


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  • O fenômeno de seca é um importante fator na estruturação e diversidade das Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Entretanto, a depender da sua intensidade e severidade, a seca pode afetar diretamente a produção e disponibilidade de carbono (C) nas plantas. A habilidade de particionar e armazenar os compostos de C pode ser crítica para o sucesso de plantas lenhosas decíduas de regiões como a Caatinga, que experienciam eventos recorrentes de seca ao longo de sua história de vida. Dessa forma, o presente estudo avaliou a variação no particionamento de carboidratos não estruturais (CNE) e Custo de Construção Foliar (CC), duas principais vias de investimento de C, em onze espécies lenhosas nativas dessa região que apresentam diferentes distribuição, em dois extremos de precipitação. Bem como, os aspectos ecofisiológicos de uma dessas espécies submetidas a ciclos recorrentes de déficit hídrico. Os resultados indicam que a dinâmica de CNE varia de acordo com a capacidade das espécies em tolerar locais mais secos e que eventos recorrentes de seca podem melhorar as respostas em estresses subsequentes, mas as plantas serão cada vez menores. Caules e raízes são os principais órgãos de acúmulo e reserva de CNE, melhorando o status hídrico e permitindo melhor segurança hidráulica. Os resultados ajudam a entender os riscos de conservação dessas espécies, tendo em vista que, em cenários futuros, passarão períodos cada vez maiores sem folhas.

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  • TAMIRES SOARES YULE
  • ESTUDO MORFOFISIOLÓGICO DE FOLHAS E TECIDOS CONDUTORES SECUNDÁRIOS EM ESPÉCIES SOB DIFERENTE DISPONIBILIDADE HÍDRICA NA CAATINGA

  • Orientador : MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN REGINA MARCATI
  • EMILIA CRISTINA PEREIRA DE ARRUDA
  • JAQUELINE DIAS PEREIRA
  • MARCIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA
  • MAURO GUIDA DOS SANTOS
  • Data: 19/07/2022

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  • Espécies que ocorrem em ambientes secos podem ajustar seu comportamento morfofisiológico, adotando estratégias mais conservadoras ou aquisitivas. Assim, espécies distribuídas em um gradiente de disponibilidade hídrica podem apresentar fenótipos diferentes em função das condições a que são submetidas. Tecidos foliares e vasculares estão fortemente relacionados a essas mudanças e às estratégias de eficiência do uso da água, afetando a aptidão do indivíduo e a distribuição das espécies. Com o objetivo de identificar se e como leguminosas variam com a disponibilidade hídrica na Caatinga, realizamos um estudo anatômico de folhas, caules e raízes de sete espécies. As análises realizadas apontam raízes como órgãos mais conservadores e seguros. Além disso, cascas mostraram-se mais plásticas que madeira, com atributos variando em mais espécies devido às chuvas. Indivíduos que ocorrem em parcelas mais úmidas apresentam caracteres foliares mais conservadores. Essas mudanças não estão relacionadas à abundância de espécies, o que sugere que populações ou indivíduos já submetidos a condições mais severas são mais vulneráveis a eventos de seca do que aqueles com maior disponibilidade de água. Os resultados demonstram alta adaptação das espécies às condições ambientais e sugerem que pequenas mudanças podem fornecer aumento suficiente de eficiência e/ou tolerância ao estresse. Nossos resultados demonstram o risco de conservação dessas espécies, uma vez que as condições adversas inerentes às florestas tropicais sazonalmente secas devem ser agravadas pelas mudanças climáticas de origem antropogênica.


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  • Espécies que ocorrem em ambientes secos podem ajustar seu comportamento morfofisiológico, adotando estratégias mais conservadoras ou aquisitivas. Assim, espécies distribuídas em um gradiente de disponibilidade hídrica podem apresentar fenótipos diferentes em função das condições a que são submetidas. Tecidos foliares e vasculares estão fortemente relacionados a essas mudanças e às estratégias de eficiência do uso da água, afetando a aptidão do indivíduo e a distribuição das espécies. Com o objetivo de identificar se e como leguminosas variam com a disponibilidade hídrica na Caatinga, realizamos um estudo anatômico de folhas, caules e raízes de sete espécies. As análises realizadas apontam raízes como órgãos mais conservadores e seguros. Além disso, cascas mostraram-se mais estáveis que madeira, com menos atributos variando devido às chuvas. Indivíduos que ocorrem em parcelas mais úmidas apresentam caracteres foliares mais conservadores. Essas mudanças não estão relacionadas à abundância de espécies, o que sugere que populações ou indivíduos já submetidos a condições mais severas são mais vulneráveis a eventos de seca do que aqueles com maior disponibilidade de água. Os resultados demonstram alta adaptação das espécies às condições ambientais e sugerem que pequenas mudanças podem fornecer aumento suficiente de eficiência e/ou tolerância ao estresse. Nossos resultados demonstram o risco de conservação dessas espécies, uma vez que as condições adversas inerentes às florestas tropicais sazonalmente secas devem ser agravadas pelas mudanças climáticas de origem antropogênica.

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  • JACQUELINE BONFIM E CÂNDIDO
  • Sistemática e Evolução de Piptolepis Sch.Bip. (Compositae, Vernonieae)

  • Orientador : BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOÃO BERNARDO DE AZEVEDO BRINGEL JÚNIOR
  • NÁDIA ROQUE
  • ROBERTO LOURENÇO ESTEVES
  • BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • CAETANO TRONCOSO OLIVEIRA
  • Data: 15/08/2022

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  • Piptolepis Sch.Bip. (Vernonieae, Asteraceae) atualmente compreende 13 espécies endêmicas aos campos rupestres do Brasil e possui um centro de diversidade na região do Platô Diamantina. O objetivo deste estudo foi investigar a história evolutiva e a taxonômica de Piptolepis. Para tanto, o trabalho foi dividido em dois capítulos, o primeiro contendo estudos taxonômicos para o gênero, que compreendem: a descrição de três novas espécies para Piptolepis, um reestabelecimento nomenclatural do nome Piptolepis pseudomyrtus (A. St.-Hil.) Sch.Bip. e uma revisão para Piptolepis, contendo quatro novas espécies, descrições morfológicas, status de conservação, ilustrações, pranchas de fotos, mapas de distribuição, discussões taxonômicas e chaves de identificação. No segundo capítulo, um estudo morfométrico e de modelagem de nicho para P. ericoides Sch.Bip. é apresentado buscando esclarecer a existência de diferentes morfotipos nas populações ao longo da Cadeia do Espinhaço, assim como o provável processo biológico por trás dessas diferenças. A tese conta ainda com os demais trabalhos realizados em paralelo e que estão intimamente relacionados com o tema de estudo, são eles: uma nova espécie de Piptolepis encontrada no platô Goiano, duas espécies novas de Lychnophorella Loeuille, Semir & Pirani da Chapada Diamantina e um estudo anatômico da cipsela de Piptolepis. Diante do contexto, esse trabalho contribuiu com uma analise detalhada sobre o gênero, trazendo novas informações e maior entendimento desse pequeno grupo de plantas.


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  • Piptolepis Sch.Bip. (Vernonieae, Asteraceae) atualmente compreende 13 espécies endêmicas aos campos rupestres do Brasil e possui um centro de diversidade na região do Platô Diamantina. Neste trabalho, dividido em quatro capítulos, estudos taxonômicos para o gênero foram realizados, estes compreendem: a descrição de três novas espécies para Piptolepis, um reestabelecimento nomenclatural do nome Piptolepis pseudomyrtus (A. St.-Hil.) Sch.Bip. e uma revisão para Piptolepis, contendo quatro novas espécies, descrições morfológicas, status de conservação, ilustrações, pranchas de fotos, mapas de distribuição, discussões taxonômicas e uma chave de identificação para todo o gênero. No segundo capítulo, foi realizado um estudo morfométrico com modelagem de nicho para P. ericoides Sch.Bip., buscando esclarecer a existência de diferentes morfotipos nas populações ao longo da Cadeia do Espinhaço, assim como o provável processo biológico por trás dessas diferenças. No terceiro capítulo, ainda em elaboração, são apresentadas a caracterização anatômica da bainha foliar, com o objetivo de estabelecer semelhanças e/ou diferenças morfoanatômicas entre a bainha presente em Piptolepis, Lychnophorella Loeuille, Semir &amp; Pirani e nas espécies Lychnophora harleyi H. Rob., L. brunioides Mart., Lychnophora souzae H. Rob. e Lychnophora albertinioides Gardner. Por fim, foram realizadas, análises filogenéticas do gênero Piptolepis Sch.Bip. utilizando sequenciamento de nova geração de DNA (NGS), buscando melhor compreender as implicações sistemáticas do gênero em relação aos outros da subtribo Lychnophorinae, assim como as relações intraespecíficas.

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  • YHANNDRA KARINE DIAS SILVA
  • EVOLUÇÃO E ESTRUTURA CROMOSSÔMICA EM ESPÉCIES DO CLADO CYPERID

  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN URDAMPILLETA
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • LUIZ GUSTAVO RODRIGUES SOUZA
  • REGINALDO DE CARVALHO
  • TIAGO RIBEIRO BARROS DOS SANTOS
  • Data: 22/08/2022

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  • O centrômero é essencial para a estabilidade do genoma ao mediar a segregação mitótica e meiótica. Os cromossomos com centrômero localizado chamam-se monocêntricos e aqueles que estão difusos ao longo dos cromossomos são chamados de holocêntricos. Recentemente, foi descoberto que espécies do clado Cyperid (Cyperaceae, Juncaceae e Thurniaceae) possui também monocêntricos. No primeiro capítulo, fizemos contagens cromossômicas inéditas para espécies de Cyperaceae e Thurniaceae, detectando relativa conservação numérica. No segundo capítulo, analisamos as frações repetitivas de H. schraderianum e outras duas espécies de Mapanioideae, que apresentaram cerca de 0.65 pg/2C e a fração repetitiva entre 4.74 – 23% do genoma, com predomínio de DNAs satélites. Realizamos imunocoloração com a RpCENH3 em H. schraderianum e investigamos a distribuição cromossômica dos principais repeats mostrando padrões característicos de monocentrômeros. No terceiro capítulo, apresentamos um panorama do DNA repetitivo de Juncus effusus (Juncaceae), a estrutura e composição dos seus centrômeros. O DNA repetitivo de J. effusus é composto principalmente por retroelementos e DNA satélite. As análises in silico mostram que os três principais satélites compõem o centrômero e pericentrômero, intercalados com retroelementos, revelados também através da hibridização in situ fluorescente. Assim, demonstramos a presença de cromossomos monocêntricos nas três famílias de Cyperids e a organização genômica e cromossômica típica de espécies monocêntricas de pequenos genomas nesse clado.


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  • O centrômero é essencial para a estabilidade do genoma ao mediar a segregação mitótica e meiótica. Os cromossomos com centrômero localizado chamam-se monocêntricos e aqueles que estão difusos ao longo dos cromossomos são chamados de holocêntricos. Recentemente, foi descoberto que espécies do clado Cyperid (Cyperaceae, Juncaceae e Thurniaceae) possui também monocêntricos. No primeiro capítulo, fizemos contagens cromossômicas inéditas para espécies de Cyperaceae e Thurniaceae, detectando relativa conservação numérica. No segundo capítulo, analisamos as frações repetitivas de H. schraderianum e outras duas espécies de Mapanioideae, que apresentaram cerca de 0.65 pg/2C e a fração repetitiva entre 4.74 – 23% do genoma, com predomínio de DNAs satélites. Realizamos imunocoloração com a RpCENH3 em H. schraderianum e investigamos a distribuição cromossômica dos principais repeats mostrando padrões característicos de monocentrômeros. No terceiro capítulo, apresentamos um panorama do DNA repetitivo de Juncus effusus (Juncaceae), a estrutura e composição dos seus centrômeros. O DNA repetitivo de J. effusus é composto principalmente por retroelementos e DNA satélite. As análises in silico mostram que os três principais satélites compõem o centrômero e pericentrômero, intercalados com retroelementos, revelados também através da hibridização in situ fluorescente. Assim, demonstramos a presença de cromossomos monocêntricos nas três famílias de Cyperids e a organização genômica e cromossômica típica de espécies monocêntricas de pequenos genomas nesse clado.

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  • WANESSA VIEIRA SILVA MENEZES BATISTA
  • ASSEMBLEIAS DE BRIÓFITAS EM UM CENÁRIO DE PERTURBAÇÕES ANTRÓPICAS NOS BREJOS DE ALTITUDE

  • Orientador : NIVEA DIAS DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELAINE MARIA DOS SANTOS RIBEIRO
  • LUCAS ERICKSON NASCIMENTO DA COSTA
  • MERCIA PATRICIA PEREIRA SILVA
  • NIVEA DIAS DOS SANTOS
  • SYLVIA MOTA DE OLIVEIRA
  • Data: 26/08/2022

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  • Os Brejos de Altitude são enclaves de florestas úmidas localizadas em montanhas originalmente circundadas por florestas sazonalmente secas de Caatinga. Atuam como refúgio ecológico e abrigam alta diversidade de briófitas. Entretanto, esses ecossistemas têm sido alvos de perturbações antrópicas (PA), onde vários tiveram sua cobertura florestal suprimida ou fragmentada.  Para entender as consequências das PA nestas florestas nós avaliamos o grupo das briófitas, por sua importância biológica e seu caráter bioindicador. O objetivo principal desta tese foi investigar os efeitos das PA e a influência de condições ambientais de umidade e luminosidade sobre as assembleias de briófitas dos Brejos de Altitude num contexto espaço-temporal. O capítulo 1 investigou mudanças temporais (i.e. dois censos em três localidades) na estrutura taxonômica e funcional da brioflora e a influência de indicadores de PA agudas e crônicas e da cobertura da vegetação. No capítulo 2 nós estudamos o efeito de PA e de fatores ambientais em duas escalas espaciais (local e regional) sobre a composição e diversidade taxonômica e funcional das briófitas epífitas de quatro localidades. Em escala temporal, num cenário de aumento da cobertura florestal aliado ao aumento de PA, a riqueza de espécies aumentou; contudo, houve perda de diversidade funcional, especialmente relacionada à maior proporção de espécies de hábitos generalistas e à perda das exigentes de umidade e sombra. Por outro lado, o aumento da cobertura florestal aliado a menores níveis de PA resultou em aumento da riqueza de espécies, da diversidade funcional e da proporção de espécies exigentes. Em escala espacial, a composição taxonômica e funcional das assembleias de briófitas é distinta entre os Brejos de Altitude. Sua montagem é influenciada de forma preponderante pelas condições ambientais. Locais elevados e com maiores aberturas da copa selecionam espécies com estratégias funcionais tolerantes à exposição solar (e.g. especialistas de sol, pigmentação escura) e à desidratação (e.g. lóbulos grandes para acúmulo de água). Nossos resultados indicam que minimizar as formas de PA que afetam a estrutura e complexidade florestal é fundamental para o aumento da diversidade taxonômica e funcional da brioflora dos Brejos de Altitude.


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  • Historicamente, os Brejos de Altitude têm sido alvos de perturbações antrópicas (PA), onde vários tiveram sua vegetação suprimida, apesar da importância biológica e da promoção de serviços ecossistêmicos que oferecem em regiões semiáridas. Entretanto, estes ambientes ainda carecem de estudos relacionados aos efeitos das PA sobre as comunidades de plantas, que gerem subsídios para a conservação destas áreas. O objetivo principal desta tese foi verificar como as perturbações antrópicas interagem com as condições ambientais sobre as regras de montagem das assembleias de briófitas num contexto espaço-temporal. Foram estudadas quatro áreas de Brejos de Altitude, nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco. O capítulo 1 descreve a mudança na composição taxonômica e funcional da brioflora e os fatores de perturbação antrópica que podem estar relacionados a tal variação em escala temporal. Ademais, no capítulo 2, foram estudadas as consequências das PA e os efeitos dos fatores abióticos em escala local sobre a composição e diversidade taxonômica e funcional das briófitas epífitas. Os resultados sugerem que a flora de briófitas nestes ambientes é instável e sujeita a mudanças na composição florística e funcional, impulsionadas pela substituição de espécies especialistas (e.g. de sombra, com hábitos flabelados à pendentes) por espécies mais generalistas e que possuem características funcionais (e.g.  pigmentação escura, lóbulos grandes e forma de vidado tipo tapete) que lhes conferem maior grau de tolerância em ambientes florestais sujeitos a mudanças.

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  • JOSÉ JAILSON LIMA BEZERRA
  • POTENCIAL MEDICINAL DA FAMÍLIA CYPERACEAE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTI-INFLAMATÓRIA, ANTINOCICEPTIVA E ANTIPIRÉTICA DE Rhynchospora nervosa (Vahl) Boeckeler

  • Orientador : ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KIRIAKI NURIT SILVA
  • ALISSON MACARIO DE OLIVEIRA
  • ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
  • JARCILENE SILVA DE ALMEIDA
  • LAISE DE HOLANDA CAVALCANTI ANDRADE
  • Data: 29/11/2022

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  • O potencial farmacológico da família Cyperaceae tem sido averiguado e corroborado com algumas indicações de uso relatadas na medicina tradicional. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo revisar as espécies de Cyperaceae utilizadas como medicinais, incluindo seus constituintes bioativos, e avaliar atividades biológicas in vivo de Rhynchospora nervosa (Vahl) Boeckeler. Os estudos de revisão foram realizados por meio da análise de dados coletados em plataformas online. Para os estudos de bioatividade, o extrato hidroalcoólico de R. nervosa foi avaliado quanto ao seu efeito anti-inflamatório através dos métodos de edema de pata e peritonite aguda induzida por carragenina. Também foram analisadas as atividades antinociceptiva (induzida por ácido acético), antipirética (induzida por leveduras), toxicidade aguda e quantificação do teor de flavonoides e fenóis totais. Tradicionalmente, as espécies de Cyperaceae têm sido empregadas para o tratamento de diferentes enfermidades, sobretudo, inflamações. Sesquiterpenos e compostos fenólicos foram os principais constituintes químicos isolados a partir de diferentes espécies de Cyperaceae. O extrato hidroalcóolico de R. nervosa apresentou baixa toxicidade aguda (DL50 = 3807,88 mg/kg), além de significativa atividade anti-inflamatória e antinociceptiva com redução de até 86,53% das contorções nos animais. O extrato hidroalcóolico de R. nervosa apresentou um alto teor de flavonoides (440,50 μg EQ/mg) e de compostos fenólicos (322,47 μg EAG/mg). Apesar de seu amplo espectro de uso, a maioria das espécies de Cyperaceae carecem de estudos químicos e farmacológicos.


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  • O potencial farmacológico da família Cyperaceae tem sido averiguado e corroborado com algumas indicações de uso relatadas na medicina tradicional. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo revisar as espécies de Cyperaceae utilizadas como medicinais, incluindo seus constituintes bioativos, e avaliar atividades biológicas in vivo de Rhynchospora nervosa (Vahl) Boeckeler. Os estudos de revisão foram realizados por meio da análise de dados coletados em plataformas online. Para os estudos de bioatividade, o extrato hidroalcoólico de R. nervosa foi avaliado quanto ao seu efeito anti-inflamatório através dos métodos de edema de pata e peritonite aguda induzida por carragenina. Também foram analisadas as atividades antinociceptiva (induzida por ácido acético), antipirética (induzida por leveduras), toxicidade aguda e quantificação do teor de flavonoides e fenóis totais. Tradicionalmente, as espécies de Cyperaceae têm sido empregadas para o tratamento de diferentes enfermidades, sobretudo, inflamações. Sesquiterpenos e compostos fenólicos foram os principais constituintes químicos isolados a partir de diferentes espécies de Cyperaceae. O extrato hidroalcóolico de R. nervosa apresentou baixa toxicidade aguda (DL50 = 3807.88 mg/kg), além de significativa atividade anti-inflamatória e antinociceptiva com redução de até 86.53% das contorções nos animais. O extrato hidroalcóolico de R. nervosa apresentou um alto teor de flavonoides (440.50 μg EQ/mg) e de compostos fenólicos (322.47 μg EAG/mg). Apesar de seu amplo espectro de uso, a maioria das espécies de Cyperaceae carecem de estudos químicos e farmacológicos.

2021
Dissertações
1
  • FRANCISCA MAIARA BATISTA GOMES
  • Revisão Taxonômica e Anatomia Foliar de Lychnocephalus Mart. ex DC.

  • Orientador : BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAKELI GARIBOTTI LUSA
  • CAETANO TRONCOSO OLIVEIRA
  • BENOIT FRANCIS PATRICE LOEUILLE
  • Data: 22/06/2021

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  • Lychnocephalus Mart. ex DC. é um pequeno gênero da subtribo Lychnophorinae (Asteraceae, Vernonieae) recentemente restabelecido, eanteriormente considerado um sinônimo de Lychnophora Mart.. Na última classificação realizada, o gênero apresentava quatro espécies, endêmicas da Serra do Cipó e Cadeia do Espinhaço, Lychnocephalus humillimus, L. mellobarretoi, L. sellovii e L. tomentosus. Apesar do recente restabelecimento do gênero e esclarecimento de sua delimitação, os limites de algumas espécies permaneciam duvidosos, além de algumas que ainda não haviam sido publicadas. Nesse contexto, era necessário uma reavaliação dos conceitos das espécies descritas bem como da distribuição geográfica das mesmas. Considerando os aspectos apresentados objetivou-se realizar uma evisão taxonômica integrativa do gênero Lychnocephalus, complementando os dados morfológicos e geográficos com o estudo da anatomia foliar das espécies. Foram realizadas expedições na Serra do Cipó, estado de Minas Gerais na porção Sul da Cadeia do Espinhaço, além de coletas de folhas para o estudo anatômico. A análise morfológica foi realizada através do estudo dos tipos nomenclaturais, exemplares depositados em herbários, além dos novos materiais botânicos coletados durante as expedições de campo. Foram revistos os nomes publicados para o gênero e espécies. No estudo da anatomia foliar das espécies foram analisados aspectos tanto referentes à arquitetura quanto ao mesofilo das folhas. No presente estudo, são reconhecidas oito espécies de Lychnocephalus (L. canus, L. cipoensis, L. grazielae, L. humillimus, L. jolyanus, L. mellobarretoi, L. selloviieL. tomentosus), sendo seis delas restritas à Serra do Cipó e duas ocorrendo ao longo da Cadeia do Espinhaço. Em relação à anatomia, foram observadas características que incluem um novo tipo de tricoma não glandular, diferenças na disposição de fibras esclerenquimáticas que circundamos feixes vasculares, nervuras intermediárias entre as nervuras principais e traqueídesterminais localizados nas vênulas das espécies, que corrobora com a taxonomia de Lychnocephalus


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  • Lychnocephalus Mart. ex DC. é um pequeno gênero da subtribo Lychnophorinae (Asteraceae, Vernonieae) recentemente restabelecido, eanteriormente considerado um sinônimo de Lychnophora Mart.. Na última classificação realizada, o gênero apresentava quatro espécies, endêmicas da Serra do Cipó e Cadeia do Espinhaço, Lychnocephalus humillimus, L. mellobarretoi, L. sellovii e L. tomentosus. Apesar do recente restabelecimento do gênero e esclarecimento de sua delimitação, os limites de algumas espécies permaneciam duvidosos, além de algumas que ainda não haviam sido publicadas. Nesse contexto, era necessário uma reavaliação dos conceitos das espécies descritas bem como da distribuição geográfica das mesmas. Considerando os aspectos apresentados objetivou-se realizar uma evisão taxonômica integrativa do gênero Lychnocephalus, complementando os dados morfológicos e geográficos com o estudo da anatomia foliar das espécies. Foram realizadas expedições na Serra do Cipó, estado de Minas Gerais na porção Sul da Cadeia do Espinhaço, além de coletas de folhas para o estudo anatômico. A análise morfológica foi realizada através do estudo dos tipos nomenclaturais, exemplares depositados em herbários, além dos novos materiais botânicos coletados durante as expedições de campo. Foram revistos os nomes publicados para o gênero e espécies. No estudo da anatomia foliar das espécies foram analisados aspectos tanto referentes à arquitetura quanto ao mesofilo das folhas. No presente estudo, são reconhecidas oito espécies de Lychnocephalus (L. canus, L. cipoensis, L. grazielae, L. humillimus, L. jolyanus, L. mellobarretoi, L. selloviieL. tomentosus), sendo seis delas restritas à Serra do Cipó e duas ocorrendo ao longo da Cadeia do Espinhaço. Em relação à anatomia, foram observadas características que incluem um novo tipo de tricoma não glandular, diferenças na disposição de fibras esclerenquimáticas que circundamos feixes vasculares, nervuras intermediárias entre as nervuras principais e traqueídesterminais localizados nas vênulas das espécies, que corrobora com a taxonomia de Lychnocephalus

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  • JOSÉLIA OLIVEIRA COSTA
  • COMMELINACEAE Mirb. NO CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO
  • MARCCUS VINICIUS DA SILVA ALVES
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 30/06/2021

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  • Commelinaceae possui ca. de 750 espécies e 42 gêneros. A família pertence a ordem Commelinales, juntamente com Haemodoraceae, Hanguanaceae, Philydraceae e Pontederiaceae. Possui distribuição nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas. Caracterizada por apresentar, frequentemente, caule suculentos, dividido em nós e entrenós, folhas alternas dísticas ou espiraladas, bainha fechada, inflorescências compostas ou solitárias, flores actinomorfas ou zigomorfas, geralmente, deliquescentes. Para o Brasil são citados 15 gêneros e 116 espécies. Destas, 59 são endêmicas do país, ocorrendo em todas as regiões, em destaque para região Sul (80 ssp.). No Nordeste, ocorrem 14 gêneros e 53 espécies distribuídas, principalmente, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. O objetivo desse estudo foi apresentar uma sinopse da família Commelinaceae no Centro de Endemismo Pernambuco e o levantamento da flora da Usina São José, fornecendo informações sobre caracteres morfológicos, mapa distribuição geográfica, chave de identificação e ilustrações. A área de estudo fica localizado no Domínio Fitogeográfico da Mata Atlântica, ao Norte do Rio São Francisco, distribuído entre os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. As coletas foram realizadas no período de abril 2019 a janeiro de 2020. O material coletado foi depositado no Herbário UFP e duplicatas foram enviadas aos herbários HURB e MAC. O estudo taxonômico foi baseado em análise morfológica de espécimes coletados em campo, materiais depositados nos herbários e consultas a bibliografias especializadas. Foram registradas 17 espécies distribuídas em seis gêneros e uma subespécie, sendo Dichorisandra (sete spp.) e Commelina (cinco spp.) os gêneros mais representativos.  Commelina erecta e Dichorisandra procera apresentaram maiores números de registros em herbários. Além disso, são apresentadas duas espécies endêmicas para o Nordeste, Dichorisandra bahiensis e Dichorisandra sagittata, com novas ocorrências para Pernambuco, Alagoas e Paraíba. São apresentadas chaves de identificação, comentários taxonômicos das espécies, distribuição geográfica e mapas de distribuição, juntamente com ilustrações das espécies. 


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  • Commelinaceae possui ca. de 750 espécies e 42 gêneros. A família pertence a ordem Commelinales, juntamente com Haemodoraceae, Hanguanaceae, Philydraceae e Pontederiaceae. Possui distribuição nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas. Caracterizada por apresentar, frequentemente, caule suculentos, dividido em nós e entrenós, folhas alternas dísticas ou espiraladas, bainha fechada, inflorescências compostas ou solitárias, flores actinomorfas ou zigomorfas, geralmente, deliquescentes. Para o Brasil são citados 15 gêneros e 116 espécies. Destas, 59 são endêmicas do país, ocorrendo em todas as regiões, em destaque para região Sul (80 ssp.). No Nordeste, ocorrem 14 gêneros e 53 espécies distribuídas, principalmente, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. O objetivo desse estudo foi apresentar uma sinopse da família Commelinaceae no Centro de Endemismo Pernambuco e o levantamento da flora da Usina São José, fornecendo informações sobre caracteres morfológicos, mapa distribuição geográfica, chave de identificação e ilustrações. A área de estudo fica localizado no Domínio Fitogeográfico da Mata Atlântica, ao Norte do Rio São Francisco, distribuído entre os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. As coletas foram realizadas no período de abril 2019 a janeiro de 2020. O material coletado foi depositado no Herbário UFP e duplicatas foram enviadas aos herbários HURB e MAC. O estudo taxonômico foi baseado em análise morfológica de espécimes coletados em campo, materiais depositados nos herbários e consultas a bibliografias especializadas. Foram registradas 17 espécies distribuídas em seis gêneros e uma subespécie, sendo Dichorisandra (sete spp.) e Commelina (cinco spp.) os gêneros mais representativos.  Commelina erecta e Dichorisandra procera apresentaram maiores números de registros em herbários. Além disso, são apresentadas duas espécies endêmicas para o Nordeste, Dichorisandra bahiensis e Dichorisandra sagittata, com novas ocorrências para Pernambuco, Alagoas e Paraíba. São apresentadas chaves de identificação, comentários taxonômicos das espécies, distribuição geográfica e mapas de distribuição, juntamente com ilustrações das espécies. 

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  • PAULO AECYO FRANCISCO DA SILVA
  • ELUCIDAÇÃO DAS RELAÇÕES FILOGENÉTICAS E DETECÇÃO DE HÍBRIDOS NO GRUPO CAESALPINIA (Caesalpinioideae, Leguminosae)

  • Orientador : ANDREA PEDROSA HARAND
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PEDROSA HARAND
  • CICERO CARLOS DE SOUZA ALMEIDA
  • CLARISSE PALMA DA SILVA
  • Data: 19/07/2021

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  • O grupo Caesalpinia (Leguminosae) apresenta distribuição pantropical, compreendendo 26 gêneros monofiléticos e 225 espécies. O grupo tem sido utilizado como modelo em estudos correlacionando variáveis ambientais e citogenéticas/genômicas. Por outro lado, as relações inter e intragenéricas não estão totalmente elucidadas e a ocorrência de híbridos interespecíficos é hipotetizada. Dessa forma, este trabalho visou avançar na compreensão dos processos evolutivos atuantes no grupo Caesalpinia. Para isso, 13 plastomas foram montados e comparados a outros 13 já disponíveis, representando 54% dos gêneros do grupo. Foi observada uma alta conservação desses plastomas, apesar da idade antiga do grupo (~56 Ma). Uma abordagem filogenômica recuperou dois clados bem suportados, com uma boa congruência com filogenias prévias. Entretanto, foram observadas incongruências, como a relação mal resolvida entre Cenostigma microphyllum e C. pyramidale. A existência de indivíduos com morfologia intermediária entre essas espécies sugeria a existência de hibridação natural. Analisando populações destas espécies com marcadores microssatélites desenvolvidos no presente trabalho e morfometria geométrica, foi observado que há fluxo gênico interespecífico intenso com a formação de híbridos que podem ser identificados pela morfologia foliar intermediaria. Esse fluxo gênico foi relacionado a ocorrência dessas espécies em simpatria e sobreposição das mesmas em tipos de solo e formação geológica similares. Dessa forma, a hibridação natural parece ter um papel importante na evolução do gênero Cenostigma, contribuindo para relações filogenéticas e taxonômicas mal resolvidas.


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  • O grupo Caesalpinia (Leguminosae) apresenta distribuição pantropical, compreendendo 26 gêneros monofiléticos e 225 espécies. O grupo tem sido utilizado como modelo em estudos correlacionando variáveis ambientais e citogenéticas/genômicas. Por outro lado, as relações inter e intragenéricas não estão totalmente elucidadas e a ocorrência de híbridos interespecíficos é hipotetizada. Dessa forma, este trabalho visou avançar na compreensão dos processos evolutivos atuantes no grupo Caesalpinia. Para isso, 13 plastomas foram montados e comparados a outros 13 já disponíveis, representando 54% dos gêneros do grupo. Foi observada uma alta conservação desses plastomas, apesar da idade antiga do grupo (~56 Ma). Uma abordagem filogenômica recuperou dois clados bem suportados, com uma boa congruência com filogenias prévias. Entretanto, foram observadas incongruências, como a relação mal resolvida entre Cenostigma microphyllum e C. pyramidale. A existência de indivíduos com morfologia intermediária entre essas espécies sugeria a existência de hibridação natural. Analisando populações destas espécies com marcadores microssatélites desenvolvidos no presente trabalho e morfometria geométrica, foi observado que há fluxo gênico interespecífico intenso com a formação de híbridos que podem ser identificados pela morfologia foliar intermediaria. Esse fluxo gênico foi relacionado a ocorrência dessas espécies em simpatria e sobreposição das mesmas em tipos de solo e formação geológica similares. Dessa forma, a hibridação natural parece ter um papel importante na evolução do gênero Cenostigma, contribuindo para relações filogenéticas e taxonômicas mal resolvidas.

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  • FELLIPE ALVES OZORIO DO NASCIMENTO
  • EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE PADRÕES DE DIVERSIDADE DE PLANTAS DA CAATINGA

  • Orientador : BRAULIO ALMEIDA SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDSON GOMES DE MOURA JÚNIOR
  • DANIEL PAIVA SILVA
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 30/07/2021

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  • Devido às mudanças climáticas, a distribuição geográfica das espécies pode ser ampliada, reduzida ou deslocada, resultando em mudanças na composição das assembleias locais. Aqui, avaliamos os impactos das mudanças climáticas na distribuição das angiospermas da Caatinga e seus efeitos nos padrões espaciais de diversidade-beta. Descobrimos que a maioria das espécies irão sofrer contração da distribuição e, que aproximadamente 16% das espécies pode não ser capaz de rastrear suas condições ambientais preferidas e se extinguir na Caatinga. Espera-se que essas mudanças causem efeitos idiossincráticos, com potencial homogeneização biótica em mais de 2/3 das assembleias de plantas e, uma possível heterogeneização biótica nas assembleias caracterizadas por maior riqueza de espécies, ao sul da Caatinga. Em ambos os processos bióticos as mudanças se deram predominantemente pela perca/extinção de espécies (ou seja, processos subtrativos de espécies). Nossos resultados sugerem que as assembleias com tendência a homogeneização biótica são impulsionadas principalmente pelo aumento da proporção de espécies não-lenhosas e generalistas em função da perda exacerbada de espécies lenhosas de baixo generalismo. Em contraste, a heterogeneidade biótica é explicada pelo aumento de assembleias dominadas por espécies não-lenhosas e de baixo generalismo. A redução da diversidade de plantas da Caatinga associado às mudanças na dominância da forma de crescimento dessas espécies, representam um iminente risco ao funcionamento do ecossistema.


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  • Devido às mudanças climáticas, a distribuição geográfica das espécies pode ser ampliada, reduzida ou deslocada, resultando em mudanças na composição das assembleias locais. Aqui, avaliamos os impactos das mudanças climáticas na distribuição das angiospermas da Caatinga e seus efeitos nos padrões espaciais de diversidade-beta. Descobrimos que a maioria das espécies irão sofrer contração da distribuição e, que aproximadamente 16% das espécies pode não ser capaz de rastrear suas condições ambientais preferidas e se extinguir na Caatinga. Espera-se que essas mudanças causem efeitos idiossincráticos, com potencial homogeneização biótica em mais de 2/3 das assembleias de plantas e, uma possível heterogeneização biótica nas assembleias caracterizadas por maior riqueza de espécies, ao sul da Caatinga. Em ambos os processos bióticos as mudanças se deram predominantemente pela perca/extinção de espécies (ou seja, processos subtrativos de espécies). Nossos resultados sugerem que as assembleias com tendência a homogeneização biótica são impulsionadas principalmente pelo aumento da proporção de espécies não-lenhosas e generalistas em função da perda exacerbada de espécies lenhosas de baixo generalismo. Em contraste, a heterogeneidade biótica é explicada pelo aumento de assembleias dominadas por espécies não-lenhosas e de baixo generalismo. A redução da diversidade de plantas da Caatinga associado às mudanças na dominância da forma de crescimento dessas espécies, representam um iminente risco ao funcionamento do ecossistema.

5
  • MAYARA SOUZA DA SILVA
  • TRAÇOS MORFOANATÔMICOS EM SISTEMA SUBTERRÂNEO DE Dasyphyllum sprengelianum (GARDNER) CABRERA (ASTERACEAE): IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA E ECOLÓGICA

  • Orientador : EMILIA CRISTINA PEREIRA DE ARRUDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NATÁLIA MARIA CORTE REAL DE CASTRO
  • CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
  • EMILIA CRISTINA PEREIRA DE ARRUDA
  • Data: 23/11/2021

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  • Em domínios fitogeográficos brasileiros como o Cerrado e a Caatinga, a ocorrência de plantas com sistemas subterrâneos espessados ou intumescidos é frequente. Esses sistemas atuam no armazenamento de água e reservas, possibilitando às plantas realizarem diversos processos fisiológicos (e.g. regeneração de ramos aéreos e propagação vegetativa), garantindo sua sobrevivência em períodos desfavoráveis. Asteraceae, uma das famílias de maior representatividade e distribuição mundial, possui ampla diversidade de sistemas subterrâneos ainda pouco explorados sob vários aspectos da biologia, inclusive quanto à sua tipificação. Neste estudo, apresenta-se a descrição morfoanatômica do sistema subterrâneo de Dasyphyllum sprengelianum ocorrente na Caatinga, buscado identificá-lo quanto ao seu morfotipo, além de avaliar aspectos diagnósticos e implicações ecológicas nesse domínio. A coleta do material botânico foi realizada no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. As amostras foram submetidas à técnicas usuais em anatomia vegetal  para análises em microscopia óptica. Os cortes realizados revelaram a maturação do xilema primário como centrípeta, além de não terem sido observadas gemas adicionais ou reparativas, caracterizando assim o sistema subterrâneo de D. sprengelianum como uma raiz.. O espessamento da raiz está relacionado a alta proliferação de células do parênquima cortical com sucessivas divisões peri e anticlinais. Foi possível registrar ainda canais secretores, uma característica diagnóstica de Asteraceae. As características morfoanatômicas do sistema subterrâneo de D. sprengelianum evidenciram uma potencialidade para o armanezamento de água e reservas, um importante traço morfofisiológico para asobrevivência da espécie em áreas como a Caatinga


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  • Em domínios fitogeográficos brasileiros como o Cerrado e a Caatinga, a ocorrência de plantas com sistemas subterrâneos espessados ou intumescidos é frequente. Esses sistemas atuam no armazenamento de água e reservas, possibilitando às plantas realizarem diversos processos fisiológicos (e.g. regeneração de ramos aéreos e propagação vegetativa), garantindo sua sobrevivência em períodos desfavoráveis. Asteraceae, uma das famílias de maior representatividade e distribuição mundial, possui ampla diversidade de sistemas subterrâneos ainda pouco explorados sob vários aspectos da biologia, inclusive quanto à sua tipificação. Neste estudo, apresenta-se a descrição morfoanatômica do sistema subterrâneo de Dasyphyllum sprengelianum ocorrente na Caatinga, buscado identificá-lo quanto ao seu morfotipo, além de avaliar aspectos diagnósticos e implicações ecológicas nesse domínio. A coleta do material botânico foi realizada no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. As amostras foram submetidas à técnicas usuais em anatomia vegetal  para análises em microscopia óptica. Os cortes realizados revelaram a maturação do xilema primário como centrípeta, além de não terem sido observadas gemas adicionais ou reparativas, caracterizando assim o sistema subterrâneo de D. sprengelianum como uma raiz.. O espessamento da raiz está relacionado a alta proliferação de células do parênquima cortical com sucessivas divisões peri e anticlinais. Foi possível registrar ainda canais secretores, uma característica diagnóstica de Asteraceae. As características morfoanatômicas do sistema subterrâneo de D. sprengelianum evidenciram uma potencialidade para o armanezamento de água e reservas, um importante traço morfofisiológico para asobrevivência da espécie em áreas como a Caatinga

Teses
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  • DAVI JAMELLI SANTOS
  • Uso da terra, funcionamento ecossistêmico e degradação na Caatinga: O papel do clima e fatores socioeconômicos

  • Orientador : MARCELO TABARELLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRAULIO ALMEIDA SANTOS
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • CRISTINA BALDAUF
  • INARA ROBERTA LEAL
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 23/07/2021

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  • Globalmente, ecossistemas terrestres são ameaçados por duas forças resultantes de atividades humanas: mudança do uso e cobertura do solo e mudanças climáticas, que juntos agem sobre diversos níveis biológicos. Consequentemente, o funcionamento ecossistêmico, provisão de serviços e bem-estar humano são afetados. Isso é especialmente verdadeiro em drylands em regiões em desenvolvimento. Visamos aqui, através de ferramentas de SIG (Sistema de Informação Geográfica) avaliar na Caatinga (1) os drivers de uso e cobertura do solo e produtividade primária e (2) as tendências espaço-temporais da produtividade e o papel de clima e perturbação antrópica. Encontramos que (1) o uso da terra ainda é fortemente associado às variáveis ambientais e menos às socioeconômicas; (2) áreas de pasto  apresentam menor produtividade que Caatinga tipo savânica e floresta; (3) de 2001 a 2019, a Caatinga apresentou padrão majoritário de degradação, mas esse efeito é potencializado pela seca, ocorrendo em maior intensidade e área em regiões específicas; (4) a produtividade é principalmente influenciada pela chuva; e (5) existe um padrão espacial indicando que uma significativa área da dinâmica da produtividade Caatinga não é explicada pela chuva, mas atividades humanas parecem explicar menos de 10% da Caatinga. Em síntese, como em outras drylands, fatores climáticos parecem ser drivers mais importantes da vegetação, mas atividades humanas não são desprezíveis, especialmente considerando o cenário de aumento de pecuária intensiva na região e mudanças climáticas.


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  • Globalmente, ecossistemas terrestres são ameaçados por duas forças resultantes de atividades humanas: mudança do uso e cobertura do solo e mudanças climáticas, que juntos agem sobre diversos níveis biológicos. Consequentemente, o funcionamento ecossistêmico, provisão de serviços e bem-estar humano são afetados. Isso é especialmente verdadeiro em drylands em regiões em desenvolvimento. Visamos aqui, através de ferramentas de SIG (Sistema de Informação Geográfica) avaliar na Caatinga (1) os drivers de uso e cobertura do solo e produtividade primária e (2) as tendências espaço-temporais da produtividade e o papel de clima e perturbação antrópica. Encontramos que (1) o uso da terra ainda é fortemente associado às variáveis ambientais e menos às socioeconômicas; (2) áreas de pasto  apresentam menor produtividade que Caatinga tipo savânica e floresta; (3) de 2001 a 2019, a Caatinga apresentou padrão majoritário de degradação, mas esse efeito é potencializado pela seca, ocorrendo em maior intensidade e área em regiões específicas; (4) a produtividade é principalmente influenciada pela chuva; e (5) existe um padrão espacial indicando que uma significativa área da dinâmica da produtividade Caatinga não é explicada pela chuva, mas atividades humanas parecem explicar menos de 10% da Caatinga. Em síntese, como em outras drylands, fatores climáticos parecem ser drivers mais importantes da vegetação, mas atividades humanas não são desprezíveis, especialmente considerando o cenário de aumento de pecuária intensiva na região e mudanças climáticas.

2
  • DEBORA MARIA CAVALCANTI FERREIRA
  • SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE CRYPTANTHUS Otto &amp; A. Dietr. (BROMELIOIDEAE, BROMELIACEAE)

  • Orientador : RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BEATRIZ NEVES FERREIRA DA SILVA
  • CLARISSE PALMA DA SILVA
  • GEYNER ALVES DOS SANTOS CRUZ
  • JEFFERSON RODRIGUES MACIEL
  • RAFAEL BATISTA LOUZADA
  • Data: 29/07/2021

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  • Cryptanthus é um gênero da família Bromeliaceae que apresenta 64 espécies que estão distribuídas na parte leste do Brasil nas regiões nordeste e sudeste, ocorrendo nos domínios fitogeográficos da Floresta Atlântica e Caatinga. As relações filogenéticas do gênero não são completamente entendidas. Já os estudos taxonômicos feitos para o gênero estão desatualizados visto que nos últimos anos houve um grande incremento de espécies novas publicadas. Assim, o objetivo geral desta tese foi realizar o estudo sistemático e evolutivo de Cryptanthus. Para a reconstrução filogenética foram usados 44 acessos pertencentes a 29 espécies, sendo 22 do gênero Cryptanthus. As análises foram realizadas utilizando 69 genes codificantes de proteína do cloroplasto. O estudo revela que Cryptanthus é monofilético e que os clados foram formados pela proximidade geográfica das espécies. Os clados não estão de acordo com a classificação infra-genérica anteriormente proposta para o gênero. A reconstrução de estado de caráter ancestral sugere que a coloração das pétalas alvas com ápice verde ou esverdeado e a presença de pecíolos surgiram múltiplas vezes na história evolutiva do gênero.  Na parte taxonômica, cinco espécies novas são descritas para o gênero: Cryptanthus apiculatantherus, C. brevibracteatus, C. cinereus, C. pirambuensis e C. vinosibracteatus. A flora do estado de Alagoas é apresentada e inclui seis espécies: C. alagoanus, C. bahianus, C. cinereus, C. dianae, C. felixii e C. zonatus. O estudo conta com chave de identificação das espécies para o estado, descrição detalhadas das espécies, dados sobre distribuição e comentários taxonômicos. Além da flora de Alagoas, uma sinopse taxonômica de Cryptanthus para a região nordeste do Brasil é apresentada e inclui 39 espécies. O estudo conta com uma chave de identificação do gênero para a região e inclui ilustrações e fotografias, bem como mapas de distribuição geográfica e análise do status de conservação das espécies. Além disso, dois complexos de espécies são reconhecidos para Cryptanthus, o complexo Cryptanthus pickelii que engloba as espécies Cryptanthus alagoanus e Cryptanthus pickelii, e o complexo Cryptanthus zonatus que inclui as espécies Cryptanthus dianae, Cryptanthus reptans e Cryptanthus zonatus. Uma nova sinonimização é proposta onde C. heimenii  é sinonimizado em C. bahianus. Por fim, um guia de campo incluindo fotografias de 29 espécies é apresentado para facilitar a identificação das espécies do gênero. As plantas utilizadas no estudo serão doadas para o Jardim Botânico do Recife para estabelecer uma coleção de plantas vivas para conservação ex situ.


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  • Cryptanthus é um gênero da família Bromeliaceae que apresenta 64 espécies que estão distribuídas na parte leste do Brasil nas regiões nordeste e sudeste, ocorrendo nos domínios fitogeográficos da Floresta Atlântica e Caatinga. As relações filogenéticas do gênero não são completamente entendidas. Já os estudos taxonômicos feitos para o gênero estão desatualizados visto que nos últimos anos houve um grande incremento de espécies novas publicadas. Assim, o objetivo geral desta tese foi realizar o estudo sistemático e evolutivo de Cryptanthus. Para a reconstrução filogenética foram usados 44 acessos pertencentes a 29 espécies, sendo 22 do gênero Cryptanthus. As análises foram realizadas utilizando 69 genes codificantes de proteína do cloroplasto. O estudo revela que Cryptanthus é monofilético e que os clados foram formados pela proximidade geográfica das espécies. Os clados não estão de acordo com a classificação infra-genérica anteriormente proposta para o gênero. A reconstrução de estado de caráter ancestral sugere que a coloração das pétalas alvas com ápice verde ou esverdeado e a presença de pecíolos surgiram múltiplas vezes na história evolutiva do gênero.  Na parte taxonômica, cinco espécies novas são descritas para o gênero: Cryptanthus apiculatantherus, C. brevibracteatus, C. cinereus, C. pirambuensis e C. vinosibracteatus. A flora do estado de Alagoas é apresentada e inclui seis espécies: C. alagoanus, C. bahianus, C. cinereus, C. dianae, C. felixii e C. zonatus. O estudo conta com chave de identificação das espécies para o estado, descrição detalhadas das espécies, dados sobre distribuição e comentários taxonômicos. Além da flora de Alagoas, uma sinopse taxonômica de Cryptanthus para a região nordeste do Brasil é apresentada e inclui 39 espécies. O estudo conta com uma chave de identificação do gênero para a região e inclui ilustrações e fotografias, bem como mapas de distribuição geográfica e análise do status de conservação das espécies. Além disso, dois complexos de espécies são reconhecidos para Cryptanthus, o complexo Cryptanthus pickelii que engloba as espécies Cryptanthus alagoanus e Cryptanthus pickelii, e o complexo Cryptanthus zonatus que inclui as espécies Cryptanthus dianae, Cryptanthus reptans e Cryptanthus zonatus. Uma nova sinonimização é proposta onde C. heimenii  é sinonimizado em C. bahianus. Por fim, um guia de campo incluindo fotografias de 29 espécies é apresentado para facilitar a identificação das espécies do gênero. As plantas utilizadas no estudo serão doadas para o Jardim Botânico do Recife para estabelecer uma coleção de plantas vivas para conservação ex situ.

3
  • PEDRO ELIAS SANTOS NETO
  • Efeito de perturbações antrópicas e aridez  nas populações de formigas cortadeiras e no seu papel nos estoques de nutrientes no solo e no desenvolvimento vegetal na Caatinga

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA RAFAELA MACHADO LINS
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • MARCELO TABARELLI
  • Data: 25/08/2021

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  • As perturbações antrópicas e mudanças climáticas causam depleção de nutrientes nos solos e atraso na regeneração florestal. Apesar disso, organismos como as formigas cortadeiras (LCA) conseguem se beneficiar desse fatores e aumentar suas populações. Esses organismos promovem aumento da disponibilidade de nutrientes no solo através das atividades da colônia. Como em outros ambientes, as LCA têm aumentado suas populações em áreas de Caatinga, uma floresta seca da América do Sul que sofre tanto com regimes de perturbações humanas como tem previsões climáticas apontando para um aumento de aridez. Investigamos o efeito das perturbações antrópicas e da aridez sobre as populações de LCA, sua influência nos solos e no estabelecimento e desenvolvimento de plantas através do acompanhamento ninhos, quantificação de nutrientes nos solos desses ninhos e do cultivo de plantas nesses solos. Nossos resultados indicam que a diferença entre ninho e controle na concentração e estoque de nutrientes é maior nas áreas perturbadas e áridas, com solos do ninho apresentando até duas vezes mais nutrientes que o controle. As plantas crescendo em solos de ninhos acumulam biomassa mais rapidamente, mas isso não se deve a uma maior concentração de nutrientes em seus tecidos. Essas alterações indicam que embora as plantas se beneficiem dos ninhos de LCA, a perturbação e aridez podem potencializar os efeitos dos ninhos e aumentar o grau de depleção de matéria orgânica na matriz do solo, afetando a capacidade de retenção de água e nutrientes, e segregando nutrientes mineralizados para árvores adultas, inviabilizando o solo para indivíduos juvenis.


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  • As perturbações antrópicas e mudanças climáticas causam depleção de nutrientes nos solos e atraso na regeneração florestal. Apesar disso, organismos como as formigas cortadeiras (LCA) conseguem se beneficiar desse fatores e aumentar suas populações. Esses organismos promovem aumento da disponibilidade de nutrientes no solo através das atividades da colônia. Como em outros ambientes, as LCA têm aumentado suas populações em áreas de Caatinga, uma floresta seca da América do Sul que sofre tanto com regimes de perturbações humanas como tem previsões climáticas apontando para um aumento de aridez. Investigamos o efeito das perturbações antrópicas e da aridez sobre as populações de LCA, sua influência nos solos e no estabelecimento e desenvolvimento de plantas através do acompanhamento ninhos, quantificação de nutrientes nos solos desses ninhos e do cultivo de plantas nesses solos. Nossos resultados indicam que a diferença entre ninho e controle na concentração e estoque de nutrientes é maior nas áreas perturbadas e áridas, com solos do ninho apresentando até duas vezes mais nutrientes que o controle. As plantas crescendo em solos de ninhos acumulam biomassa mais rapidamente, mas isso não se deve a uma maior concentração de nutrientes em seus tecidos. Essas alterações indicam que embora as plantas se beneficiem dos ninhos de LCA, a perturbação e aridez podem potencializar os efeitos dos ninhos e aumentar o grau de depleção de matéria orgânica na matriz do solo, afetando a capacidade de retenção de água e nutrientes, e segregando nutrientes mineralizados para árvores adultas, inviabilizando o solo para indivíduos juvenis.

4
  • NAYARA SILVA LINS DE ALBUQUERQUE
  • SINAIS VISUAIS E OLFATIVOS NA ATRAÇÃO DOS POLINIZADORES FLORES DE ÓLEO

  • Orientador : ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ RODRIGO RECH
  • GUDRYAN JACKSON BARÔNIO
  • ANA CAROLINA GALINDO DA COSTA
  • ELISANGELA LUCIA DE SANTANA BEZERRA
  • ISABEL CRISTINA SOBREIRA MACHADO
  • Data: 31/08/2021

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  • Os sinais visuais e olfativos florais atuam na atração dos polinizadores. A presença de determinados traços pode definir qual espécie vai ser atraida pela flor. Usamos como modelo plantas que produzem óleo como recurso floral. Os objetivos do primeiro artigo foram caracterizar os sinais visuais e olfativos de flores neotropicais de espécies de flores de óleo. As espécies estudadas mostram grande diversidade de padrões de cores e odores florais, sendo a composição dos odores florais espécie específica. Essa diversidade de padrões visuais e olfativos pode refletir na diferença de composição das abelhas visitantes. Os objetivos do segundo artigo foram comparar os sinais visuais e olfativos de morfos com e sem glândulas de óleo de Byrsonima sericea e comparar a composição dos visitantes florais e o sucesso reprodutivo dos dois morfos. O padrão de cor e o perfil dos odores florais são semelhantes nos dois morfos, mas existem compostos mais pesados, apenas identificados nos extratos de odores florais das flores com glândulas. Esses compostos são ligados à presença de óleo que podem ser percebidos pelas abelhas à curta distância. Não há diferença na composição dos visitantes florais e nem diferença no sucesso reprodutivo entre os morfos. Portanto, os sinais visuais e olfativos à longa distância parecem enganar os polinizadores e garantir o sucesso reprodutivo também do morfo sem glândulas de óleo.


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  • Os sinais visuais e olfativos florais atuam na atração dos polinizadores. A presença de determinados traços pode definir qual espécie vai ser atraida pela flor. Usamos como modelo plantas que produzem óleo como recurso floral. Os objetivos do primeiro artigo foram caracterizar os sinais visuais e olfativos de flores neotropicais de espécies de flores de óleo. As espécies estudadas mostram grande diversidade de padrões de cores e odores florais, sendo a composição dos odores florais espécie específica. Essa diversidade de padrões visuais e olfativos pode refletir na diferença de composição das abelhas visitantes. Os objetivos do segundo artigo foram comparar os sinais visuais e olfativos de morfos com e sem glândulas de óleo de Byrsonima sericea e comparar a composição dos visitantes florais e o sucesso reprodutivo dos dois morfos. O padrão de cor e o perfil dos odores florais são semelhantes nos dois morfos, mas existem compostos mais pesados, apenas identificados nos extratos de odores florais das flores com glândulas. Esses compostos são ligados à presença de óleo que podem ser percebidos pelas abelhas à curta distância. Não há diferença na composição dos visitantes florais e nem diferença no sucesso reprodutivo entre os morfos. Portanto, os sinais visuais e olfativos à longa distância parecem enganar os polinizadores e garantir o sucesso reprodutivo também do morfo sem glândulas de óleo.

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  • PEDRO HENRIQUE ALBUQUERQUE SENA
  • REFLEXOS DAS MUDANÇAS AMBIENTAIS NA MANUTENÇÃO DE SISTEMAS SOCIOECOLÓGICOS EM FLORESTAS SECAS

  • Orientador : FELIPE PIMENTEL LOPES DE MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PABLO AUGUSTO POLETO ANTIQUEIRA
  • LEONARDO DA SILVA CHAVES
  • SÉRGIO DE FARIA LOPES
  • CRISTINA BALDAUF
  • FELIPE PIMENTEL LOPES DE MELO
  • Data: 31/08/2021

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  • A ecologia tem se dedicado a explorar dimensões alternativas à diversidade taxonômica, como as diversidades funcional e filogenética. Porém, a integração de abordagens funcionais e filogenéticas para responder perguntas ecológicas e aplicadas ainda precisa de suporte. Nesse sentido, esta tese se propôs a i) integrar diversidade funcional e filogenética de plantas lenhosas da Caatinga para entender seus efeitos na decomposição de serrapilheira em locais com diferentes níveis de precipitação e perturbação antrópica crônica; e ii) selecionar e caracterizar espécies de plantas que fornecem múltiplos serviços de provisão, utilizando abordagens funcionais e filogenéticas para informar a restauração biocultural da Caatinga. No primeiro capítulo, nossos resultados indicam que comunidades com maior diversidade funcional possuem decompõem mais rápido, inclusive em locais com menor precipitação e maior perturbação. Nesse sentido, as estratégias funcionais das plantas possivelmente desempenham um papel fundamental na ciclagem de nutrientes. No segundo capítulo, encontramos que poucas espécies, aqui chamadas de core biocultural, são desproporcionalmente importantes para populações humanas locais da Caatinga. Interessantemente, tais espécies possuem baixa diversidade filogenética, porém compartilham uma história evolutiva similar a de todas as plantas utilizadas por pessoas na Caatinga. Por fim, propomos que iniciativas de restauração socialmente inclusivas precisam incluir os usos das plantas pelas pessoas. De forma geral, os resultados desta tese ressaltam o potencial de múltiplas dimensões da diversidade para explicar questões ecológicas e prover soluções aplicadas em sistemas socioecológicos.


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  • Traços funcionais da planta e história evolutiva potencialmente impulsionam o funcionamento do ecossistema. No entanto, muitos experimentos falham em incorporar a diversidade funcional e filogenética para explicar a decomposição foliar, especialmente quando consideramos fatores exógenos, como distúrbios e precipitação induzidas pelo homem. Aqui, combinamos espécies com altos e baixos níveis de diversidade funcional e filogenética com base em características funcionais e parentesco entre as espécies, compreendendo um experimento fatorial completo. Em seguida, criamos um experimento de decomposição de diversidade usando litterbags para monitorar a decomposição de folhas em gradientes de distúrbio antrópico crônico (extração de árvores e pastejo de gado) e precipitação em uma floresta seca sazonalmente tropical. Nossos resultados mostraram que a maior diversidade funcional aumentou fortemente a decomposição das folhas e esses efeitos foram mediados por distúrbios crônicos e precipitação. Em contraste, o aumento da diversidade filogenética determinou o antagonismo nos efeitos da mistura, mas esses efeitos negativos não foram traduzidos no processo de decomposição geral. Os efeitos de identidade das monoculturas foram coordenados com estratégias funcionais e fortemente determinados por distúrbios, com menores efeitos significativos de precipitação. Nossos resultados indicam que as misturas de espécies podem superar os efeitos de perturbação e precipitação apenas quando plantas com características funcionais divergentes estão presentes. Além disso, nossos resultados experimentais lançam luz sobre a importância dos efeitos negativos da perturbação crônica em sistemas sócio-ecológicos, especialmente aqueles limitados pela disponibilidade de água. Portanto, as mudanças na diversidade funcional da planta têm efeitos desproporcionais no funcionamento do ecossistema do que contabilizar linhagens relacionadas à distância, determinando o papel potencial da biodiversidade como um amortecedor para impactos induzidos pelo homem e clima em ecossistemas secos.

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