Banca de QUALIFICAÇÃO: CATARINA DE MORAES BRAGA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CATARINA DE MORAES BRAGA
DATA : 26/04/2022
LOCAL: posneuro
TÍTULO:

FORMAÇÃO, CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E SATISFAÇÃO SEXUAL DOS MÉDICOS: QUAIS FATORES ESTÃO ASSOCIADOS À ABORDAGEM DE QUEIXAS SEXUAIS EM CONSULTAS MÉDICAS?


PALAVRAS-CHAVES:

“Nosologia, transtornos mentais e intervenções terapêuticas”


PÁGINAS: 37
RESUMO:

A sexualidade é uma importante dimensão humana que se relaciona intimamente
com a identidade. Para Foucault, o sexo, mesmo no contexto moderno, é tido como
proibido, de modo que falar sobre sexo pode ser entendido como um ato subversivo o que
pode levar ao silenciamento (Foucault, 1988). E, apesar de entidades médicas e a
organização mundial de saúde (OMS) incluírem a sexualidade como um dos pilares da
saúde, aspectos culturais, religiosos e pessoais do profissional podem influenciar a sua
visão acerca da temática (Baker K; Beagan B, 2014; OMS, 2015).
Apesar de ser um tema amplamente discutido em diversos contextos culturais e
acadêmicos, o estudo da saúde sexual e das disfunções sexuais passou a ser abordado
clinicamente com os estudos de Masters e Jonhson que ficaram marcados com a
publicação dos livros “A Resposta Sexual Humana” (em de 1966 ) e “A Inadequação
Sexual Humana” em 1970. O casal de terapeutas aprimorou exercícios e práticas para
reduzir queixas sexuais, com o foco específico em casais heterossexuais. Kaplan também
propôs diversas técnicas de terapia sexual que ainda na presente data são utilizadas.
Esta pesquisadora argumenta ainda que mudanças culturais acompanharam um maior
acúmulo de conhecimento a respeito da saúde sexual e que, nesse contexto, cada vez
mais pessoas passaram a procurar profissionais da saúde para manejo de insatisfações
sexuais. No Brasil, em 1980, o Conselho Federal de Medicina reconheceu a sexologia
como especialidade médica, pela Resolução 1.019/1980 e referendada pela Resolução
1.441, de 12 de agosto de 1994 (Kaplan, 1987; Sena, 2010) reforçando a importância da
temática dentro do contexto médico.
Após anos de estudo e de interesse da medicina na área da sexualidade, ficou
evidente que a resposta sexual saudável é um componente significativo da qualidade de
vida. Está associada ao bem-estar físico e mental e com a satisfação em relacionamentos
amorosos (Levin, 2007; OMS, 2015). Entretanto, a resposta sexual pode ser prejudicada
por diversos fatores médicos, psicológicos e socioculturais. Para manter a função sexual
satisfatória, é necessário ter boa saúde física e, em certa medida, estar
momentaneamente livre de afetos negativos, de conflitos psicológicos intensos e de
controle cognitivo excessivo (Kaplan, 1987). Além de questões psicológicas,
comorbidades podem contribuir negativamente para a resposta sexual, e frequentemente
é importante adequar expectativas, conhecer as modificações na resposta sexual
esperadas ao longo da vida e, muitas vezes, exercitar flexibilizações de comportamento e

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práticas sexuais de modo a adequar a função sexual a nova realidade. Existem técnicas
comportamentais, medicações e até cirurgias que podem auxiliar na manutenção da
funcionalidade sexual do paciente. Entretanto, para desejar ter acesso a tais intervenções
o paciente precisa primeiro saber que elas existem e até entender que a consulta médica
é um espaço de cuidado da saúde sexual (Abdo, 2014; OMS, 2015).
Ao longo da vida, diversas fases estão associadas a queixas especificas na esfera
da sexualidade. Na gestação e puerpérios algumas pacientes vivenciam redução do
desejo sexual, crenças disfuncionais sobre o sexo que levam a evitação da atividade
sexual. Estudo realizado em São Paulo relatou que 70% dos residentes entrevistados
concordaram que a sexualidade deve ser abordada nas consultas de gestantes.
Curiosamente, apenas 20% relataram ter iniciativa de realizar anamnese sexual. O estudo
mostrou ainda que fatores individuais dos profissionais também influenciaram no conforto
em lidar com as queixas sexuais das pacientes (p.ex.: médicos homens tiveram maior
constrangimento do que as mulheres) (Vieira et al, 2012).


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RODRIGO COELHO MARQUES - UFPE
Presidente - 3527808 - ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
Externa à Instituição - VILMA MARIA DA SILVA - UFPE
Notícia cadastrada em: 20/04/2022 14:24
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