A Governança da Água como um caminho para a sustentabilidade
governança da água; governança dos bens comuns; realismo crítico; teoria adaptativa
A água é um elemento essencial à vida, e, portanto, precisa estar disponível em
qualidade e quantidades adequadas para todos. Entretanto, o uso exacerbado desse
recurso pode comprometer a recuperação natural e causar o seu esgotamento. Uma
forma para gerenciar os recursos de uso comum, assim como a água, de um modo que
atenda as necessidades atuais e futuras, é a governança formada por grupos autogeridos,
tal como teorizada por Elinor Ostrom. Para análise mais profunda dos elementos que
compõem a governança da água, sob a perspectiva da governança dos recursos comuns,
é preciso compreender que há elementos responsáveis pelas ações levando a falta de
coordenação e desigualdade percebida na gestão da água, podendo prejudicar o alcance
da sustentabilidade. Nesse sentido, o realismo crítico é uma abordagem que permite
acessar os mecanismos geradores, tendências e poderes, que compõem uma estrutura
que disparam as ações e provocam os eventos do mundo. Dessa forma, esse projeto se
ancora na possibilidade de que uma visão realista crítica sobre os elementos da
governança de Ostrom podem esclarecer questões encobertas e permitir entender como
se configura a governança da água para a sustentabilidade. Para isso, será adotado um
percurso metodológico que segue o processo de construção teórica da Teoria
Adaptativa, através de um movimento entre ciclos que alterna o foco na teoria ou nos
dados, unindo a teoria com a pesquisa empírica para explicar como configurações
particulares de atividade e estrutura se combinam para produzir resultados específicos.