Banca de QUALIFICAÇÃO: LOURIVAL GOMES DA SILVA JÚNIOR

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LOURIVAL GOMES DA SILVA JÚNIOR
DATA : 16/08/2023
LOCAL: Sessão online
TÍTULO:

APLICAÇÕES FARMACOLÓGICAS E BIOTECNOLÓGICAS DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Eugenia uniflora Linn

PALAVRAS-CHAVES:

Anti-inflamatório; Antinociceptivo; Cicatrização; Eugenia uniflora; Gastroproteção; Óleo essencial.

PÁGINAS: 117
RESUMO:

Eugenia uniflora Linn (MYRTACEAE) é uma planta frutífera nativa do Brasil, conhecida como pitangueira. Tem sido utilizada na medicina popular para o tratamento de desordens do trato gastrointestinal e inflamação, no entanto, não há relatos científicos da atividade anti-inflamatória, gastroprotetora e cicatrizante do seu óleo essencial, nem estudos sobre o potencial terapêutico e biotecnológico das membranas de quitosana com o óleo
essencial das folhas da Eugenia uniflora (OEEu) incorporado para o tratamento de feridas cutâneas. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos antinociceptivo, anti-inflamatório, gastroprotetor do OEEu e o efeito cicatrizante de membranas de quitosana contendo o OEEu incorporado. O óleo essencial foi obtido por hidrodestilação comrendimento de 1,12±0,06% (p/p) e analisado através da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas com identificação de 17 compostos, totalizando 96,63% de seus constituintes químicos. Os componentes majoritários foram selina-1,3,7(11)-trien-8-ona (33,92%), epóxido de selina-1,3,7(11)-trien-8-ona (29,31%), germacreno B (8,88%) e (E)-cariofileno (5,62%). O teste de toxicidade aguda, realizado por via oral com doses de 5 a 2000 mg/kg, não produziu sinal clínico de toxicidade ou morte nos camundongos. Assim, não foi possível estimar a DL50 que possivelmente é superior a 2000 mg/kg. O teste de nocicepção foi realizado pelo teste da formalina e o potencial anti-inflamatório avaliado pelo teste de edema de pata induzido por carragenina. O OEEu mostrou um efeito de inibição da nocicepção dose-dependente, que diminuiu a duração do tempo de reação (lambida) de forma significativa à medida que a dose aumentava. O teste de formalina também indicou uma possível atividade anti-inflamatória do OEEu em decorrência da redução da nocicepção na segunda fase (inflamatória), constatado posteriormente pelo teste de edema de pata induzido pela carragenina. A administração de carragenina induziu significativamente a formação de edema de pata em camundongos, obtendo-se o pico edematogênico 02 horas após a aplicação. Os resultados evidenciam que o OEEu reduziu o edema da pata em todas as doses administradas (50, 100 e 200 mg/kg) e seu efeito foi dose-dependente. O efeito antiulcerogênico do OEEu foi avaliado usando diferentes modelos experimentais (etanol, etanol/HCl, indometacina e teste de barreira física). Nos modelos de úlcera gástrica induzida por etanol, etanol/HCl e indometacina as doses de 50 mg/kg, 100 mg/kg e 200 mg/kg, administradas por via oral, apresentaram efeitos gastroprotetores significativos. Os resultados obtidos com o teste de barreira física demonstraram que, quando administrado via intraperitoneal, o OEEu também apresentou efeito antiulcerogênico significativo em comparação ao controle, demonstrando que além do efeito citoprotetor, também apresentou efeito sistêmico. O efeito gastroprotetor do OEEu envolve vários mecanismos de ação, com participação dos canais de potássio dependentes de ATP (K+ATP), compostos sulfidrila, prostaglandina E2 e dos receptores α2-adrenérgicos. Os resultados obtidos corroboram para o emprego de Eugenia uniflora na medicina popular visto que o OEEu possui efeitos antinociceptivo, anti-inflamatório e gastroprotetor, sugerindo suas potencialidades para fins terapêuticos.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - BRUNO OLIVEIRA DE VERAS
Interna - 1203835 - MARIA DAS GRACAS CARNEIRO DA CUNHA
Externo ao Programa - 3091525 - PAULO ANTONIO GALINDO SOARES - nullPresidente - 1217065 - TERESINHA GONCALVES DA SILVA