A ENCICLOPÉDIA NEGRA EM SALA DE AULA: POR UMA HISTÓRIA DECOLONIAL DE PERNAMBUCO
Ensino de História, História de Pernambuco, Biografia, Pedagogia feminista negra
Este trabalho tem como ferramenta didática principal a utilização da Enciclopédia Negra para uma possibilidade de uma história decolonial de Pernambuco em salas de aula da Educação Básica. Com base em alguns dos diversos verbetes biográficos da Enciclopédia Negra temos como objetivo principal destacar figuras nascidas em Pernambuco que ainda tem suas trajetórias invisibilizadas nos livros didáticos. A escolha desses verbetes e dessas memórias foram influenciadas pelo olhar do feminismo negro, da pedagogia feminista negra e do olhar interseccional que possibilita identificar alguns dos diversos marcadores como marcadores sociais da diferença, opressão e do silenciamento que faz com que muitas figuras sejam invisibilizadas na aprendizagem histórica. Nesse sentido como metodologia, trabalhamos com a perspectiva dos estudos biográficos para problematizar seus usos na sala de aula e a criação de narrativas por parte de alunas e alunos, que criação dos roteiros, farão gravação dos áudios e o posterior compartilhamento via celular numa forma de elaboração de história pública. Para nosso trabalho, escolhemos figuras do século XX, nascidas em Pernambuco que sofreram com o racismo, o preconceito religioso, de classe, de gênero e de sexualidade em suas vivências. Vamos trazer para as aulas de história figuras como Mãe Biu, Badia, Vivina, Emília e Madame Satã com o intuito de não apenas estudar em sala suas contribuições para a história de Pernambuco, mas compartilhar todo conhecimento construído com a comunidade escolar. Na dimensão propositiva, elaboramos uma sequência didática que contempla a própria Enciclopédia Negra e quatro dos seus verbetes. Indicamos vídeos, músicas, textos jornalísticos, textos acadêmicos e principalmente o estudo dos verbetes da Enciclopédia Negra para essa aprendizagem histórica.