(SER)TÃO CALON: Processos de Reconhecimento Étnico na defesa do direito preexistente de Regularização Fundiária entre os Ciganos Calon de Sousa (PB)
Ciganos Calon; Direitos; Regularização Fundiária; Reconhecimento Étnico, Souza PB
A garantia de direitos humanos a minorias de forma geral é um grande desafio e uma insistente luta por resistência das populações tradicionais, no caso dos Ciganos no Brasil, esse contexto ganha ainda mais destaque, ao serem excluídas da própria história oficial do país. Por conta desse lugar que ocupam esses povos no imaginário social da sociedade abrangente, eles apresentam uma provocação para a reflexão ainda maior e nos conduz a ampliar o escopo analítico utilizado usualmente no tratamento da temática étnica e do direito. Diferente dos grupos étnicos considerados clássicos ou mais reconhecidos pelo direito brasileiro, como é a situação dos povos indígenas e comunidades quilombolas, os Ciganos neste contexto, não possuem um tradicional e prolongado respaldo jurídico-institucional anterior a Convenção 169 da OIT e de sua inclusão, relacionada, nas políticas e espaços públicos dedicados as populações tradicionais.Diante disto, essa tese apresenta processo de disputa da Comunidade Calon de Sousa (PB) pela regularização fundiária de uma área de ocupação histórica. O sucessão de acontecimentos históricos e políticos é tomado como base para construir uma reflexão sobre como as narrativas sociais criam zonas duradoras de exclusão, no atendimento as demandas das minorias em Estados nacionais, especificadamente populações Ciganas. Para tanto, essa pesquisa buscou através do processo fundiário ilustrar a possibilidade de redefinição de práticas estatais a partir da atuação e relação da comunidade Calon com o Ministério Público Federal, como forma de ampliar as margens conceituais e jurídicas adotadas há décadas. Assim, desconstruir categorizações raciais e essencializadoras sobre as populações Ciganas.