“VAI, NÊGA! ESSA É A POSIÇÃO DE GOZAR!”: racismo obstétrico nos itinerários terapêuticos de mulheres-mães-negras na Região Metropolitana de Recife.
Racismo Obstétrico. Violência. Gênero. Mulher Negra. Saúde Reprodutiva.
Esta dissertação se propõe a investigar os itinerários terapêuticos de mulheres-mães-negras nas experiências do pré-natal, parto e pós-parto nos serviços de saúde obstétrica ofertados pelos Sistema Único de Saúde na Região Metropolitana de Recife. O racismo obstétrico é um tipo de violência de gênero que se retroalimenta no racismo institucional. O acesso aos direitos reprodutivos pensados a partir da parturição foi uma das primeiras pautas reivindicadas pelo feminismo negro brasileiro, reconhecendo que as mulheres negras descrevem em seus relatos diversas formas de racismo protagonizados por profissionais e serviços da assistência ao parto, à vista disso, reproduzindo estratificações raciais. Por conseguinte, a pretensão de etnografar mulheres negras surge a partir do reconhecimento da desigualdade racial quanto à saúde pela Organização Mundial de Saúde em 2021 e pela urgência de democratização do acesso à saúde preconizado pela Constituição Brasileira de 1988.