Difíceis de domar: Promoção legal popular na experiência do Grupo Mulher Maravilha
Promotoras Legais Populares. Grupo Mulher Maravilha. Antropologia. Gênero. Violência contra a Mulher.
A presente tese fala de mulheres difíceis de domar, uma vez que se formam como Promotoras Legais Populares (PLPs) em cursos oferecidos pela Organização não-Governamental Grupo Mulher Maravilha (GMM). Para tanto, explora noções feministas sobre empoderamento enquanto processo e não como meros mensuráveis resultados. Faz uma digressão histórica sobre as paralegais ao redor do mundo desde os anos 1950. Analisa como as PLPs podem ser consideradas movimento social e atuam no combate à violência contra a mulher e na modificação de uma sociedade heteronormativa e patriarcal. Problematiza como o termo “legal popular” as torna conhecedoras dos direitos e ao mesmo tempo atuantes em bairros populares, combatendo também a pobreza. Mergulha na história do GMM e mostra como atuou na defesa dos direitos humanos e na capacitação de mulheres para a modificação da sociedade, lançando um olhar específico sobre sua liderança e importância enquanto grande influenciadora de suas ações. A partir das falas das próprias mulheres entrevistadas, chegamos à conclusão de que elas são difíceis de domar por a princípio quatro motivos: possuírem uma rede que as apoia, saberem construir sua vida particular, terem um posicionamento político bem resolvido, e saberem tornar outras mulheres também difíceis de domar. Para tanto, analisa-se que passam por dilemas éticos e morais em sua atuação, numa antropologia das moralidades e que leva a uma ética do cuidar.