FLUXOS DE COMUNICAÇÃO FULNI-Ô: COSMOLOGIA TERRITORIALIDADE E PERFORMANCE
Etnicidade, cosmologia, territorialidade, performance, práticas tradicionais.
A tese - Fluxos de comunicação Fulni-ô: cosmologia, territorialidade e performance - é resultado de um estudo de caso com a etnia Fulni-ô, localizada na microrregião da bacia do Ipanema, na região hidrográfica do Baixo São Francisco, situada nas caatingas do sertão e agreste nordestino. Tal estudo propõe conciliar temáticas da cosmologia, noções/ processos territoriais e ações performáticas para destacar no contexto da interculturalidade sistemas de classificação, identificação, saberes e conhecimentos que estão em interação e contraste. A partir das considerações e análises das interações entre humanos, entidades, plantas e objetos tal trabalho apresenta uma tentativa de observar e reanimar os estudos cosmológicos localizados em uma parte especifica das Terras Baixas da América do Sul, visto atualmente como o Nordeste indígena brasileiro. Logo, diversos complexos e práticas Fulni-ô são etnografadas para descrever a dinamicidade e criatividade cultural através de rituais, “trabalhos”, saberes, concepções e expressões da vida social, associadas às práticas do Ouricuri [da palmeira Syagrus coronatta], das juremas [mimosas] e do juazeiro [Ziziphus joazeiro Mart.]. Ao descrever tais relações apresentam-se as transformações sociais em que os Fulni-ô estão envolvidos e quais as formas de preservação da noção de pessoa Fulni-ô para ser e estar em diversos locais (áreas rituais, zonas rurais, cidades). Concomitantemente, realiza-se uma revisão histórica para inserir a articulação étnica Fulni-ô na contemporaneidade, de tal modo que apresentamos situações históricas e atuais como o processo de territorialização, modulações socioeconômicas e ritualísticas, o calendário cosmológico e um conjunto de proposições, apontamentos e elaborações em torno das performances Fulni-ô associadas com as suas noções cosmológicas e territoriais.