Banca de DEFESA: ALVARO PRADO AGUIAR TAVARES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALVARO PRADO AGUIAR TAVARES
DATA : 27/07/2022
HORA: 10:00
LOCAL: PPGA
TÍTULO:

Precariedade em movimento: Por uma abordagem antropológica da uberização


PALAVRAS-CHAVES:
 
Precariedade; uber; mobilidade; infraestrutura

PÁGINAS: 123
RESUMO:

Foi em um contexto de ofensiva neoliberal, corte de gastos sociais e contrarreformas que precarizaram ainda mais as condições de labor da classe trabalhadora brasileira, que uma nova forma de mobilidade urbana foi introduzida no Brasil: serviços de corrida compartilhada, baseados em GPS. A primeira delas foi a Uber, lançada no Brasil em maio de 2014. A possibilidade de inscrição a esta empresa ante uma conjuntura de precarização do
trabalho, implica em alterações nos modelos de significação da vida cotidiana a nível local, principalmente nos modelos de percepção do trabalho. Nesse sentido, os motoristas de Uber têm formas singulares de articular, organizar e construir significativamente suas formas de trabalho que agora são mediadas por uma determinada maneira de se relacionar com os aplicativos de corrida e com a geografia urbana das grandes cidades brasileiras. Nesta dissertação, através de experiencias etnográficas com motoristas e passageiros que circulam pela região metropolitana de Recife, trago um esforço para compreender quais são as infraestruturas, racionalidades sociais e alianças políticas que permeiam a contraditória relação dos motoristas com esses aplicativos, além de mostrar possíveis caminhos etnográficos através dos quais antropólogas/os podem seguir para serem capazes de se
relacionar com trabalhadores/as que dificilmente tem tempo para se dedicar a um pesquisador. Portanto, com uma rotina extenuante que pode chegar até 18 horas de circulação diária, esses interlocutores/motoristas exigem de nós um permanente esforço de pensarmos nossas metodologias criativamente (bem como suas potenciais consequências teóricas), se quisermos nos integrar nos variados espaços em que eles se fazem presentes, sejam estes espaços materiais ou virtuais. Aqui, prática etnográfica precária é o termo que sintetiza como a precariedade do trabalho dos motoristas engendra também específicas formas de flexibilidade por parte dos antropólogos/as, que precisa estar permanentemente atento aos horários (sempre imprevisíveis) a que estes motoristas estão dispostos a compartilhar a singularidade de suas rotinas. Por fim, através de uma contraditória proposta de pesquisa colaborativa que fiz com um desses interlocutores, forneço alguns questionamentos para os pesquisadores que desejam construir uma antropologia engajada com um grupo de trabalhadores que parecem não precisar da ajuda de um “bondoso antropólogo”.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA RAQUEL PASSOS LIMA
Presidente - 2266944 - ALEX GIULIANO VAILATI
Interna - 1938872 - LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
Notícia cadastrada em: 19/07/2022 13:23
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa08.ufpe.br.sigaa08