Banca de DEFESA: MARIA CINTHIA PIO DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA CINTHIA PIO DE OLIVEIRA
DATA : 06/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: PPGA-UFPE
TÍTULO:

“A GENTE VAI VIVENDO E VAI VENDO”: Morte, mortos e imagens-afeto na cosmologia católica do povoado de Pelo Sinal-PE


PALAVRAS-CHAVES:

Cosmologia católica; Morte; Mortos; Agouros; Imagens-afeto;


PÁGINAS: 111
RESUMO:

Este trabalho trata-se de uma reflexão etnográfica acerca da relação da ideia de superstição e aquilo que classificamos, a priori, como “agouros” de morte, no contexto da comunidade católica de Pelo Sinal, povoado de Solidão, Sertão do Pajeú-PE. E tem como objetivo compreender os significados atribuídos aos agouros, por esta comunidade, a partir da lógica das concepções e práticas sobre a morte e as relações entre os sujeitos vivos e os mortos aí existentes. Parte-se do princípio de que a morte, em seus diversos contextos socioculturais, não significa a ruptura das relações entre os sujeitos vivos e os mortos, uma vez que é a partir da memória que permanecemos ligados a estes. Na perspectiva de uma cosmologia católica, essa memória pode ser compreendida a partir de sua interconexão com outros elementos, como a saudade, o tempo, o espaço e os ritos que, justapostos, formam um complexo cognitivo/afetivo que permeia essas relações (Reesink, 2010; 2012). Assim, os sentidos atribuídos ao fenômeno da morte partem dos afetos concretos daqueles que os vivenciam, variando conforme as experiências dentro de suas realidades compartilhadas. No entanto, muitas das crenças e práticas que constituem essas relações são desconsideradas, ou considerados fora de seus contextos, em função de discursos racionalistas que reproduzem padrões etnocêntricos clássicos (Kuper, 2008), o que repercute nas formas como são representados determinados contextos religiosos territorialmente situados, como é o caso dos catolicismos praticados nos interiores, nas margens ou nos sertões do Brasil. Assim, em Pelo Sinal, é possível observar uma cultura de morte onde se manifestam não só narrativas, como experiências sobre “agouros”, os quais, tidos como “superstição”, reaparecem atualizados na realidade dos “avisos”. Estes “avisos”, enquanto experiências que demandam uma ação simbólica e reflexiva dos sujeitos, estão incorporados a um sistema de comunicação com os mortos e sobre a morte, do qual também fazem parte as “relações de reciprocidade” (Reesink, 2009). A dinâmica desse sistema produz um repertório de imagens acerca da morte e dos mortos que, uma vez vividas, elaboradas e compartilhadas, se traduzem em sonhos, visões, sinais e pressentimentos, chamados aqui de “imagens-afeto”, a partir das quais é possível gerenciar as angústias decorrentes da certeza da morte diante da sua imprevisibilidade. 


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANDREIA VICENTE DA SILVA
Interno - 1028878 - HUGO MENEZES NETO
Presidente - 1178503 - MISIA LINS VIEIRA REESINK
Notícia cadastrada em: 29/08/2023 15:01
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