NAVEGAR NA ENCANTARIA: ARTE CONTEMPORÂNEA E SISTEMAS VIVOS
Arte Contemporânea. Sistemas Vivos. Antropoceno. Racismo Ambiental. Encantaria.
Esta pesquisa estabelece relações entre arte contemporânea e as suas tessituras com as
práticas de resistência e retomada comunitárias através do encanto como
cosmopercepção e epistemologia de rasuracolonial/moderna/capitalista/neoliberal. As
conjunções estabelecidas entre cosmopercepções não ocidentais e o território
contemporâneo das artes ancoram reflexões importantes sobre a relação intrínseca do
Antropoceno com o racismo ambiental, desestabilizando o pretenso caráter universal
desta era geológica. Tais conjunções nos permitem navegar por frestas que se abrem e
que inundam as cisões ocidentais que separam humanidade versus natureza, homem
versus mulher, razão versus emoção. A partir de algumas autorias que discutem esses
temas, consideramos estas separações como a base das distinções de gênero e raça; são
categorizações que fabricaram a incompreensão cis-têmica às experiências que não
cabem e/ou explodem categorias bipolares. Considerando a arte contemporânea como
uma esfera de amplo campo semântico no que se refere aos fazeres da arte e suas
ressignificações, este trabalho se interessa por trabalhos artísticos orientados por outras
lógicas: práticas comunitárias, escuta da terra, memória alimentar, comunicações
interespecíficas, agência dos seres vivos.