Híbridos luminescentes baseados em complexos de európio e laponite®
Luminescência. Segurança. Antifalsificação. Argila.
Os materiais luminescentes têm diversas aplicações, entre as quais pode-se destacar a utilização como dispositivos de segurança. A eficiência destes materiais está relacionada com um ótimo desempenho óptico e resposta da luminescência a estímulos como luz, calor, solvente e pH, por exemplo. Contudo, apesar de suas qualidades, os complexos luminescentes podem apresentar agregação e instabilidade térmica e fotoquímica e estas limitações podem ser superadas ao confiná-los em matrizes como as argilas. Diante disto, neste trabalho foram sintetizados diferentes materiais híbridos, investigando a influência dos precursores em diferentes proporções até chegar a um material que melhor atendesse aos objetivos. Para tanto, os híbridos foram obtidos em duas etapas, inicialmente a argila laponite® foi funcionalizada com a β-dicetona 4-hidroxipiridina-2,6-dicarboxílico (DAMIC) e posteriormente o material funcionalizado foi coordenado ao íon európio trivalente (Eu3+). A espectroscopia de infravermelho (FTIR) é uma técnica importante no estudo estrutural, no qual foram identificados estiramentos característicos dos grupos orgânicos e dos grupos presentes na argila com picos em 456 cm-1 e 996 cm-1 para SiO e 656 cm-1 para Mg-OH, evidenciando a funcionalização da laponite® e a complexação da argila funcionalizada com os íons Eu3+ . Por meio da termogravimetria foi comprovada a estabilidade térmica dos materiais, principalmente dos híbridos com íon Eu3+ devido à provável coordenação com a argila funcionalizada através dos grupos contendo oxigênio do DAMIC. Os resultados obtidos através da técnica de DRX indicaram a pouca cristalinidade dos materiais, seguindo a tendência da argila pura, como esperado, contudo, ao analisar as micrografias dos compostos, notou-se que os mesmos são nanométricos, porém em algumas imagens foram observados alguns cristais, a hipótese é que durante a síntese pode ter acontecido de algumas moléculas livres do DAMIC terem reagido com o európio. Os estudos fotoluminescentes mostraram que todos os materiais apresentaram fotoluminescência no vermelho (5D0 → 7FJ, J = 0, 1, 2, 3 e 4) e espectros de excitação contendo bandas estreitas e bem definidas, sendo o híbrido 2(LAP-DAMIC)-Eu considerado o material com as melhores propriedades luminescentes por seu perfil espectral de emissão apresentar menor banda que caracteriza o ligante, o que motivou a selecionar este material para se coordenar com o agente quelante 4,4-trifluoro-1-fenil-1,3-butadiona (BTFA), substituindo as moléculas de água. Os híbridos 2(LAP-DAMIC)-Eu(BTFA) SL e 2(LAP-DAMIC)-Eu(BTFA) L são materiais estáveis termicamente, assim como 2(LAP-DAMIC)-Eu, sem grandes diferenças. Já as propriedades luminescentes dos híbridos 2(LAP-DAMIC)-Eu(BTFA) SL e 2(LAP-DAMIC)-Eu(BTFA) L ganharam um aspecto brilhante na cor vermelha ao serem irradiados com luz UV. As propriedades destes híbridos se mostraram interessantes e atraentes em diversos campos e abrem precedentes para serem aplicados como mecanismos na antifalsificação.