ENTRE O GÓTICO E O FANTÁSTICO: Vertentes do insólito em Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães
Insólito Ficcional; Gótico; Fantástico; Literatura Comparada
Diversos teóricos e pesquisadores dos séculos XX e XXI concordam que, conquanto a produção de literatura insólita no Brasil foi mais prolífica e diversificada do que nosso cânone literário é capaz de abarcar, sua recepção crítica foi exígua e uma considerável quantidade de obras caiu no ostracismo com o passar do tempo, como A ilha maldita, de Bernardo Guimarães. Especificamente no tocante ao século XIX, ainda que Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, tenha sido o único exemplar a se estabelecer no cânone literário, diversas vertentes insólitas foram elaboradas a partir de distintas referências estéticas estrangeiras, sobretudo do romance gótico inglês e literatura fantástica em franca difusão pela Europa. A partir desse contexto de influxos e reverberações, o presente trabalho pretende traçar uma comparação entre as construções narrativas em Noite na taverna e em A ilha maldita, analisando, para tanto, como as influências e os aspectos narrativos de ambas as obras se diferem e se assemelham e de que forma se articulam para desvelar suas inscrições a duas vertentes distintas da literatura insólita oitocentista: nesta, o fantástico; naquela, o gótico.