Potencial inseticida de lectinas contra Aedes aegypti: definindo mecanismos de ação a nível histológico, celular e molecular
aroeira do sertão; moringa; mosquito da dengue.
Os arbovírus são vírus de RNA transmitidos principalmente por mosquitos hematófagos aos hospedeiros vertebrados. O mosquito Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) é responsável pela transmissão de algumas das principais arboviroses em todo o mundo, como a dengue, a doença causada pelo Zika vírus, chikungunya e febre amarela. O desenvolvimento de novos inseticidas, preferencialmente naturais, é importante para ampliar essa lista de alternativas disponíveis, visando o uso em estratégias de manejo integrado e rotatividade. Lectinas são proteínas que se ligam especificamente a carboidratos e são amplamente distribuídas nas plantas. Lectinas isoladas de sementes de Moringa oleifera (WSMoL) e folhas de Myracrodruon urundeuva apresentaram atividade larvicida contra A. aegypti. O objetivo geral do trabalho é avaliar efeitos das lectinas MuLL e WSMoL no comportamento larval e investigar mecanismos envolvidos na ação larvicida das mesmas a níveis histológico, celular e molecular. WSMoL e MuLL foram isoladas de acordo com protocolos previamente estabelecidos e a eficácia das amostras obtidas foi avaliada através de ensaio de atividade larvicida. Também foram avaliados os efeitos das lectinas na organização histológica do intestino médio das larvas. Por fim, extratos de intestino de larvas do controle e tratadas com as lectinas foram submetidas a análises metabolômicas. Quando testados nos valores de CL50 previamente determinados, os extratos de sementes de M. oleifera e folhas de M. urundeuva, bem como as lectinas WSMoL e MuLL isoladas, foram capazes de matar as larvas, conformando a atividade das preparações. WSMoL promoveu redução na capacidade natatória das larvas e causou inibição da atividade de acetilcolinesterase. WSMoL e MuLL foram capazes de alterar a estrutura do intestino médio das larvas, causando desorganização e formação de vacúolos no epitélio. O tratamento com WSMoL reduziu a quantidade de células proliferativas e aumentou o número de células em apoptose, em comparação com o controle. Os ensaios de análise metabolômica estão sendo finalizados.