AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA DO FORAME MAGNO NAS MALFORMAÇÕES CRANIOVERTEBRAIS
Forame magno. Ressonância magnética. Invaginação basilar. Malformação de Chiari I.
A invaginação basilar (IB) e a Malformação de Chiari tipo I (MCI) são malformações da junção craniovertebral (JCV) que acometem a base do crânio. Estas doenças podem estar isoladas ou associadas, em indivíduos assintomáticos ou com sintomas neurológicos progressivos.O forame magno (FM) é uma região de interesse no diagnóstico radiológico dessas doenças, além de ser um local de passagem de importantes estruturas neurovasculares e do líquido cerebrospinal. A morfometria do FM pode contribuir para elucidar lacunas na fisiopatologia dessas doenças e o respectivo papel dos espaços liquóricos. Este estudo teve como objetivo analisar as variações que ocorrem no FM na IB e MCI com e sem associação. Trata-se de um estudo com base em 258 RMs de adultos, tendo 102 controles selecionados de forma aleatória e doentes (IB=42; MCI=45 e MCI+IB=69) selecionados por conveniência. Os exames de imagem foram analisados no software de visualização Osirix versão 3.8.2. Foram realizadas mensurações lineares, angulares e de volume no FM e estruturas sintópicas. Utilizamos ANOVA univariada seguida do teste post-hoc de Tukey para avaliar a diferença entre médias das variáveis quantitativas entre os agrupamentos. O FM tem padrões morfológicos diferentes na IB e MCI, isoladas ou em associação, quando comparado ao grupo controle. Na IB e MCI+IB houve um aumento nas dimensões do FM em comprimento (p<0.001; p<0.001) e largura (p=0.048; p<0.001). A MCI não teve alterações nas dimensões do FM. Ainda nos grupos IB e MCI+IB foi observado uma acentuada obliquidade (p<0.001; p<0.001) e inclinação (p<0.001; p<0.001) do FM. O espaço liquórico foi reduzido em todos os doentes (p<0.001), porém com fatores causais diferentes, seja pela herniação das tonsilas na MCI e/ou inclinação do FM na IB. MCI (p<0.001) e MCI+IB (p<0.001) se associaram com redução do espaço liquórico da cisterna magna pela ocupação das tonsilas cerebelares. Por fim, uma análise parcial observou uma redução da fossa posterior e JCV apenas na MCI+IB (p=0.040).