QUAIS SENTIDOS SÃO ATRIBUÍDOS AO EMPODERAMENTO POR CONSUMIDORAS DE MARCAS DE MODA DO AGRESTE DE PERNAMBUCO ENGAJADAS NA LUTA CONTRA A GORDOFOBIA.
Corpos Gordos, Empoderamento, Consumidoras, Discurso, Foucault.
Vivemos em uma sociedade que fomentou uma intolerância à gordura corporal, estipulando como ideal de beleza e saúde o corpo magro e sarado. Os que nele não se enquadram são alvos de censura moral, vivenciam circunstâncias desprivilegiadas e sofrem com o desprezo social. Movimentos reivindicatórios pautados no consumo objetivam o empoderamento dos vitimados, uma prática e um discurso pautados na ideia de libertação, que também vem servindo às mais variadas estratégias do mercado. Seguindo o pensamento de Michel Foucault, entendemos que os sujeitos se constituem como um objeto de determinada relação de saber-poder, portanto, que a experiência de empoderamento também fabrica os sujeitos, sendo capaz de ser iluminada pelos sentidos atribuídos a essa prática, já que, para o autor, o discurso nomeia o que potencialmente produz. Assim, nos questionamos: como o empoderamento vem sendo significado e praticado pelas consumidoras das marcas ativistas do APL em Pernambuco? Numa abordagem qualitativa, nossa coleta adotará a entrevista aberta com consumidoras de marcas do Agreste e nossa análise será a de discurso funcional. Desse modo, fugimos do entendimento comum de empoderamento como um intento de “ter poder”, para entendê-lo como uma luta pelo direito de existir, evidenciando a complexidade que envolve a construção de uma posição de sujeito não normativa. Esperamos que nossos resultados contribuam com a abordagem Consumer Culture Theory- CCT, uma vez que que tanto o empoderamento como seu resultado na constituição de subjetividade são centrais para entender os estudos do consumo ativista e, observá-lo como integrador de uma rede complexa e dinâmica é reconhecidamente relevante para os estudos nessa abordagem.